«Nada me prende ao mau passado
Nem ao presente se eu for o único enganado…» - Zeca Afonso
Crónicas da “Grunhelândia”…
Como este executivo camarário está determinado em cimentar cada cm2 do concelho, desaparece a fronteira entre a área urbana e a área rural (e que deveria estar bem estipulada no PDM). Tal é especialmente desagradável e até perigoso nesta altura em que são aplicadas quantidades ingentes de pesticidas. Em termos odoríferos, Viver em Alpiarça significa que quando não tresanda a merda, impera o cheiro a agroquímicos, que fazem uma intrusão agressiva nos nossos lares. (Isto já para não falar do quão desagradável é viver ao longo de uma estrada movimentada que, dia e noite, nos obriga a ter os narizes junto aos tubos de escape…). Muitas vezes essas pestilências coincidem.
A Câmara Municipal e a Junta de Freguesia não têm visto necessidade de criar espaços verdes em Alpiarça (à excepção de uns quantos canteiros ridículos), escudando-se no argumento falacioso de que vivemos rodeados de campo. Sim, mas que campo vem a ser esse? Olhamos à volta e apenas vemos uma agricultura muito intensiva, industrial, cheia de maquinaria pesada e saturada de agroquímicos – que também estão a dar cabo de nós! Certamente que este “campo” já não evoca cenários bucólico-idílicos, a não ser no imaginário de alguns cidadãos urbanos que apenas vêm o “campo” na televisão, em fotografias, ou quando vão passar férias ao estrangeiro.
O Ribatejo (com Alpiarça no epicentro do problema) tem o nada invejável record de ser a zona do país ode se utilizam as maiores quantidades de pesticidas e outros agroquímicos perigosos., e logo, é aqui que se registam as piores taxas de inquinamento. Desta forma, a água que nos chega às torneiras é de muito má qualidade e só com muito optimismo (ou muita “areia” atirada para os nossos olhos) é que pode ser considerada “potável”. Não se deixem enganar pelas análises obrigatórias, pois são completamente negligenciados os parâmetros relacionados com a maioria dos agroquímicos e sobretudo com os lixiviados (ou seja, as escorrências da lixeira que se infiltram nas águas subterrâneas – de onde é extraída a água de consumo doméstico), em que estão presente algumas das substâncias de origem antrópica (ex.: PCBs, furanos, dioxinas, etc…). Se fosse feito um rastreio sério a estas substâncias, não tenham dúvidas de que teríamos entre mãos um escândalo nacional… (Mas que importância tem isso, quando comparado com o “privilégio” de ter uns autarcas a pavonearem-se em carros de luxo, e o povo estiver entretido com futebol, telenovelas e outras drogas embrutecedoras?...)
Claro que existem alternativas viáveis rumo a uma agricultura sustentável e pouco agressiva para o ambiente (adianta pouco 2 ou 3 alpiarcenses praticarem a agricultura biológica, quando o solo, a água e a atmosfera estão completamente poluídos – até com o pólen da porcaria dos transgénicos!), assim como existem meios de limpar a água de substâncias tóxicas (ex.: por vapor, oxigenação, etc…, como alternativa ao cloro bactericida – que uma substância extremamente tóxica e comprovadamente cancerígena! ), mas tal obriga os políticos a pensar a longo prazo tendo o bem comum como meta principal, o que significa investir em coisas que, julga-se, não dão tantos votos como, por ex., construir mamarrachos e relvar todos os campos de futebol da Merdaleja de Baixo… Pois, apresentem-me um autarca que seja capaz de se empenhar assim com o futuro da comunidade…
Mal começa o calor, as autarquias e as juntas de freguesia, reafirmando a sua postura terceiro-mundista e o desprezo pela saúde pública e pelo ambiente, acham por bem pulverizar com veneno as bermas de todas as estradas e caminhos, bem como muitos passeios públicos. Isto é feito com total desrespeito pelas mais elementares regras de segurança. (Como se pode ver na imagem colhida a 17 de Maio de 2006, em Alpiarça, os empregados camarários não usam qualquer tipo de protecção, aplicam os venenos em dias ventosos e sem se importarem com quem encontram pela frente, o que parece deixar em evidência que não tiveram qualquer tipo de formação especial em lidar com substâncias tóxicas.) Em países minimamente civilizados, as “ervas daninhas” que se encontram nas áreas urbanas são mondadas de forma manual, mecânica e, de forma mais prática, com recurso à queima controlada (utilizando um maçarico a gás).
Vamos ver se nos entendemos, quando as ervas à borda das estradas já estão crescidas (como é o caso), de que adianta envenená-las? Obviamente que não serve para evitar incêndios (muitas vezes provocados por idiotas irresponsáveis que insistem em atirar pelas janelas dos automóveis as pontas dos cigarros), pois os venenos não eliminam as ervas, apenas as secam prematuramente – e, logo, aumentam o risco de incêndios… é só por uma mui duvidosa questão estética? Suponho que os grunhos no poder consideram mais interessante a estética dos cancros, das más formações congénitas e dos ataques de asma…
Para além da morte maciça de plantas ruderais e de uma miríade de pequenos animais, grande parte desse veneno acaba na água que, mais tarde ou mais cedo, consumimos e nos nossos pulmões. (Comprámos involuntariamente um carro de luxo ao Sr. Rosa do Céu que tem um bom filtro contra as partículas atmosféricas, mas será que na longa e dispendiosa lista de extras do BMW topo de gama se incluiu a capacidade de depurar a água lá de casa? Bem, com o muito que ganham, certamente que os políticos apenas consomem água engarrafada…)
Algo semelhante acontece com a “limpeza”da Vala (Real) de Alpiarça. Seria suposto que os indivíduos encarregues desse trabalho se limitariam tirar a erva-pinheirinha que asfixia a vala, mas, na realidade, enchem aquele curso d’água de (mais) pesticidas…
Para os “nossos” (salvo seja!) autarcas, termos os olhos abertos e preocuparmo-nos com os problemas ambientais, é sinónimo de “fundamentalismo”. Os seus filhos são demasiado “finos” como para brincarem amiúde no campo, mas muitas outras crianças, grávidas e idosos (os mais vulneráveis aos pesticidas) têm sido perigosamente expostos a estas malditas fumigações.
Deixo-vos alguns dados (que não foram fornecidos por organizações ambientalistas) para reflectirem:
-Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 60% das doenças degenerativas estão directamnete relacionadas com a alimentação (2004);
- Por seu turno, a Organização Mundial do Trabalho faz soar o alarme de que todos os anos uns 220 mil agricultores
morrem envenenados pelos seus próprios pesticidas, para além de 3 a 5 milhões de outros sofrem de intoxicações mais ou menos raves, mas sem lhes cobrar a vida de imediato (2005)
A única “vantagem” que eu vejo nesta desgraça, é o facto de a taxa de fertilidade masculina ter decrescido em 50% desde 1938…
Já agora, porque raios os energúmenos parasitas da Força Aérea (pois claro que sou anti-militarista) nas últimas semanas têm escolhido Alpiarça para os seus voos rasantes? Será que o ditador corrupto João Jardim declarou guerra ao “contnênte”, e a “inteligência militar” (ora aqui está uma contradição em termos) achou que a orografia da Lezíria se assemelha à da Madeira? A autarquia não vai tomar providências a este respeito (ou melhor, falta de respeito)?
Aproveitem e tragam os novos submarinos para a vala de Alpiarça, que o povo gosta de ver acidentes aparatosos e muito dispendiosos … (Se não estão equipados para navegar na poluição mais densa e grave, então nem vale a pena trazê-los para águas portuguesas) …
Saberão os contribuintes quanto é que nos custa estas brincadeiras dos militares?...
PB
3 comentários:
Mais um bom post, bem fundamentado e com criticas construtivas porque apresentam alternativas ao que foi criticado.
Peço desculpa mais uma vez mas continuo a achar a linguagem empregue inadequada, até porque não è por se falar mais alto que os opositores e utilizar linguagem de cavalariça que se tem mais razão.
Provavelmente muitos dos que leem os seus posts e comentam a sua coragem por empregar certas expressões, não gostariam de as ver empregues em relação a si próprios mesmo vindas de pessoas da sua familia.
Volto a dizer criticar sim, mas com elevação
(Resposta ao Sr. Gandalf)
Mariquices e pontos nos ii
Sim Sr. Diácono. Eu prometo que me vou portar melhor, mas olhe que nem aos médicos, quanto mais aos políticos, admito que me mandem baixar as calças e permanecer em silêncio…
É curioso que só agora que eu dei um recadinho (perfeitamente cordial e construtivo) à oposição, se insurja contra o modo pouco ortodoxo como me expresso aqui… pensando melhor, logo que V. Excª anuiu anunciar no seu blog a estreia do «verde verdugo» (pelo qual lhe estou grato), insinuou que as minhas imagens eram bem mais dignas de admiração do que os textos que vou apresentando (e que são maioritariamente da minha autoria). É uma opinião que eu respeito, mas que me deixa indiferente. Há gostos e espaço para todos.
Não obstante, parece-me o cúmulo do descaramento e da hipocrisia pretender dar-me lições de etiqueta e sobretudo de ética (poderia ter-se referido ao meu léxico como linguagem vernácula ou mesmo chula, mas preferiu usar um adjectivo inequivocamente ofensivo), depois da catilinária canalha, incrivelmente abjecta e injusta que escreveu, ou pelo menos publicou (compactuando), sobre o (conveniente bode expiatório) Rui Gaspar. Acho que nunca vi tamanha vileza de boca de esgoto em quaisquer blogs que tenha espreitado! Na verdade, se eu resolvesse restringir-me a um português erudito (o que faria tanto sentido quanto restringir-me à hermética gíria científica, apesar de estar habituado a lidar com esses conceitos), duvido que o Sr. Gandalf percebesse a ponta d’um corno, a avaliar pela referência literária onde foi buscar o seu pseudónimo ridiculamente pretensioso. Duvido muito que tenha lido Tolkein (o mais certo é que se tenha limitado a ver o filme), mas, apesar de este (ao contrário do Dan Brown, J.K. Rowling e outros escritores de merda que provavelmente lhe preenchem o imaginário pueril agarrado à teta da pseudocultura Hollywodesca) até poder ser considerado um escritor com alguma qualidade literária, não me parece uma referência fundamental para adultos maduros, cultos, inteligentes e conscientes.
A idade e o acumular de más experiências esgotaram-me o veio da paciência para fazer concessões a mariquices (pleonasticamente) de somenos importância. Suponho que o mesmo ainda não aconteceu consigo, até porque o actor que representa Gandalf na trilogia de Peter Jackson, «O Senhor dos Anéis», é um homossexual assumido que tem uma postura pública muito educada e digna… Está a ver como este género de insinuações finórias são muito mais desconcertantes, parvas, irritantes, rasteiras e ofensivas do que simplesmente mandá-lo à merda?...
Mesmo quando me elogia, assume um tom professoral que apenas me faz rir. O seu aval de que os meus textos de cariz técnico-científico são «bem fundamentados» (sic) baseia-se em quê?! Por acaso deu-se ao trabalho de confirmar os dados e as fontes que eu citei após diligente pesquisa? Procurou cruzar informações, consultando várias fontes (de preferência, minimamente independentes) que abordam temas semelhantes? É claro que não. Quis apenas fazer figura d sabichão pedante? Essa atitude é de um provincianismo bacoco típico do «país dos doutores», em que se fazem vénias a qualquer imbecil e/ou patife que ostente um canudo e fale em referências académicas. É um grande perigo para a democracia que esteja a acabar a investigação realmente independente no meio académico e que queiram tecnocratizar excessivamente os conhecimentos, tornando-os acessíveis penas a uma elite que raramente demonstra ter responsabilidades sociais .
O que não faltam são técnicos que prostituem os seus conhecimentos e que manipulam dados ao serviço dos interesses estabelecidos. No mais das vezes “apenas” carecem de competência e de valores. Vou-lhe dar um exemplo quase inócuo, mas bem perto de nós.
Durante quase 20 anos acalentei a esperança de conseguir atrair a atenção dos investigadores académicos para o Paul dos Patudos (vulgo da Gouxa). Finalmente isso começou a acontecer, sendo o processo liderado pelo ISA.
Mesmo atendendo ao facto de que a mediocridade e o plágio são o “prato do dia” nas universidades portuguesas, não pude deixar de me indignar quando me chegou às mãos um trabalho (de fim de curso!) supostamente de cariz “científico” sobre o nosso paul, da autoria de uma tal Alda Mendes (não confundir com a Drª Ana Mendes, que está a coordenar o RIPIDURABLE !). É um trabalho mau demais! Pejado de dados inventados (e, por vezes, absurdos), de quem não sabe do que está a falar e, como é típico, provavelmente confia em que o povão não tem conhecimentos (científicos), nem credibilidade, como para pôr em causa o seu “trabalho”. Nem sequer faz referência às suas (duvidosas) fontes (o que é algo que se aprende no ensino secundário) e escreve num português que eu não admitiria a miúdos com mais de 14 anos. Acaba o trabalho sem fazer uma só sugestão sobre medidas de conservação e de recuperação de deveria ser implementadas com urgência.
Ainda assim, passou no filtro dos seus professores, que consideraram o “estudo” digno de uma Engenheira, e lá lhe deram o canudo. A partir desse momento, os portugueses passam a reconhecer essa miúda como pertencente a uma casta superior… A irresponsabilidade carreirista da Eng.ª Alda Mendes parece ser um reflexo de quem não consegue compreender que, sendo autora do primeiro estudo “científico” sobre o nosso paul, será sempre uma fonte de referência - mesmo que apenas como alvo de chacota… - para todos os futuros trabalhos científicos efectuados naquele ecossistema. Tampouco parece que ninguém tenta incutir aos estudantes universitários uma responsabilidade social, pois desfrutam de oportunidades que não estão ao alcance de muitos outros (porventura mais inteligentes e idealistas), sendo que toda a sociedade contribui para custear esses estudos. As mentes mais treinadas deveriam ser as mais empenhadas e melhorar a qualidade de vida de toda a sociedade, e não apenas ver os canudos como um meio para satisfazer o egoísmo hedonistas.
O “estudo” em causa foi acolhido com entusiasmo (acrítico), e logo distribuído pelas professoras de ciências da escola EB 2,3 +S de Alpiarça, entregue ao SEPNA, e sei lá que mais outras entidades… e todos engoliram o logro sem o questionar, apenas porque vinha com a certificação (qual “selo de qualidade e a denominação de origem”) de uma instituição académica…
Felizmente, também andam outros técnicos do ISA que são de outra cepa e que estão a fazer um trabalho realmente meritório no nosso paul – mas duvido muito que o poder executivo lhes dê ouvidos…
O Sr. Gandalf (que não tem tomates para assumir a sua verdadeira identidade, algo que até é bastante compreensível, uma vez que não vivemos numa verdadeira democracia, muito menos cultivamos um espírito comunitário) fala como se acreditasse ter o monopólio da “oposição”, temendo que eu lhe faça concorrência. É esse tipo de atitude disparatada e provinciana que dá um jeitão aos que estão no poder (e abusam disso) - «dividir para reinar»… Eu não tenho a menor intenção nem de lhe roubar “fans”, nem de encetar uma batalha epistemológica consigo, muito menos continuar a esgrimir insultos consigo. Isso não faz sentido (por ora…). Se não gosta do que eu escrevo, tem bom remédio: deixe de consultar este blog, até porque, pelas reacções que tenho tido na rua e no meu e-mail particular, há muitos outros cidadãos que compartilham as minhas preocupações ambientais e que me apoiam entusiasticamente. Se quiser, pode até atacar-me no seu blog, ou, tal como a vereadora Vanda Nunes, fazer uma “peixeirada” em praça pública cumulando-me de ofensas gratuitas, que eu responderei emulando as águias, ou seja, cagando de alto e em repuxo, pois, no fundo, seria a constatação que o senhor me dá mais importância do que eu a si.
Este blog não é um estabelecimento comercial que se arrisca a fechar por falta de clientes.
Se o Sr. Gandalf (que até hoje nunca deu provas de se preocupar a sério com o ambiente) crê ser mais importante discutir etiqueta e (maus) hábitos de leitura, do que o facto de estarmos a ser ludibriados e envenenados com a cumplicidade deste executivo camarário, então é duvidoso que os nossos caminhos se voltem a cruzar. Eu não sou tão inseguro e imaturo que necessite que me dêem palmadinhas nas costas para continuar a lutar, nem temo críticas. (O pior que me poderão dizer, já o ouvi muitas vezes, e, por vezes, só tenho consciência de que estou a fazer um bom trabalho quando recebo ameaças de morte…) Que fique claro: a minha função não é entreter-vos. Falho miseravelmente se os leitores deste blog se ficarem pela risota e pelas bocas de café, sem se mobilizarem para reivindicarem e defenderem activamente o nosso património natural.
Em relação às temáticas ambientais, já deu para perceber que a “sua” oposição, como se diz em bom português vernacular, «nem fode, nem sai de cima…» Ui, ui, já fiz o Sr. Gandalf ruborizar que nem um menino de coro… Ai, ai, que ele vai chamar o Sr. prior para que este me dê umas reguadas…
Considero a sua referência à salvaguarda da honra familiar, como a mais injusta e infeliz das críticas que me fez. Contra a minha vontade, há quem me forneça informações sobre podres da vida pessoal dos membros do executivo camarário. Tal como deixei claro na apresentação deste blog, jamais utilizarei essas informações como arma de arremesso. Sobretudo no exercício de cargos públicos, aplica-se a velha máxima popular: «quem quer ser respeitado, dê-se ao respeito!» Por isso, ser apenas um familiar de alguém não é um posto que torne, seja quem for, imune a críticas.
Chamar apedeutas a imbecis, é «linguagem de cavalariça»?!
Aqui há dias um leitor deste blog enviou-me um comentário (e um muito obrigado por isso) que me fez ponderar longamente se o deveria editar ou não, pois dizia que a vereadora, quando muito, daria uma boa massagista (sic). Todos sabemos o que ele quis dizer com isso (no fundo é um elogio distorcido e ordinário aos atributos físicos da tipa), e creio que o próprio autor da crítica concordará que não está a ser justo nem para a vereadora, nem para as massagistas a sério. Mas a maneira execrável como este executivo camarário tem tratado os que não lhes comem nas mãos, compreensivelmente, leva a reacções desta índole – conheço bem o problema na primeira pessoa.
Talvez o Sr. tenha razão quanto ao facto de me ter excedido na linguagem vernacular-agressiva, como um acto reflexo à indignação que me domina e às ofensas gratuitas e injustas de que fui vítima por parte da vereadora Vanda. Mas, quais são as suas razões para me ofender, caindo no mesmo erro de que me acusa? Não é uma pergunta de retórica, nem necessito que me responda; apenas gostaria que pensasse nisso de forma serena e objectiva. É obvio que, se o Sr. Gandalf tivesse que me criticar cara a cara, utilizaria uma linguagem menos agressiva…
Não pode haver críticas cordiais, quando não existe respeito mútuo. Conseguirá fazê-lo, transcendendo o facto de eu lhe ter dado o troco à altura? Pois, somos apenas humanos, meu caro, e nenhuma agressão é inconsequente. Conseguirá relevar o seu ego em prol dos interesses mais elevados respeitantes ao bem comum? Todos nós deveríamos ter esta questão bem viva na mente.
No prólogo do meu “manual de sobrevivência” inscrevi: «nunca me levar demasiado a sério!». Sugiro-lhe que adopte a mesma filosofia de vida e que aprenda a deliciosa utilidade da autocrítica e da sátira.
Claro que todos nós temos “telhados (ou, pelo menos, umas telhas) de vidro” e todos temos que fazer compromissos. Eu estou muito longe de ser um exemplo de “pureza” e nunca ambicionei ter o monopólio da razão, mas que epítetos polidos quer o senhor que eu chame a quem anda a brincar com o erário público, com a saúde pública e com o ambiente em geral?
Este incidente fez-me lembrar, salvaguardando as devidas distâncias, quando, há muitos anos, um crítico literário parvalhão, querendo ofender Jorge Amado, lhe chamou «escritor de putas e [de] vagabundos». O inefável escritor baiano (que, provavelmente, ainda era maior como cidadão do que como escritor), não apenas foi imune à ofensa, como se sentiu orgulhoso pelo epíteto – que sempre reafirmou publicamente até ao final dos seus dias.
Assim, vou acabar pegando no mote da sua ofensa para construir uma metáfora em tom de ameaça simpática e algo humorística (que, espero, o faça feliz)…
Prometo que vou investir menos tempo e energia em “relinchar”, concentrando-me no apuramento do poder de “coice”…
Eu sei que é uma boca bastante básica, dúbia e insípida, mas você já provou que tem dificuldades em perceber a ironia de cabaré… É pena. Olhe, tente convencer a Paula Bobone (que, certamente, faz parte do seu círculo de amizades) a se tornar consultora deste blog…
Não se preocupe tanto com a forma, em detrimento do conteúdo, nem deixe que simpatias por antipatias pessoas eclipsem os objectivos mais elevados e a avaliação racional
do trabalho e dos ideias demonstrados pelas partes em conflito.
« Por definição, a criatividade é um acto de rebeldia.» - Alan Snyder
«Quando um homem planta uma árvore sabendo que já não desfrutará da sua sombra, então compreendeu o sentido da vida.» - W. Trueblood
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