segunda-feira, maio 22, 2006

Ricochetes

Apraz-me constatar que este executivo camarário e os seus “boys” da «Alpiarça é a Razão», apesar de se terem colocado num pedestal de arrogância totalitária, estão a ressentir-se com os meus comentários ( eu ainda agora comecei e já sinto o cheiro acre do medo no vosso suor…). Até eu fazer alusão à «Agenda 21» neste blog, ninguém ligado ao pelouro do ambiente fazia ideia do que isso era (como tive a oportunidade de constatar pessoalmente meses antes). Agora até mandaram um dos seus lacaios fazer uma pequena pesquisa na Internet, cujo resultado imprimiram e distribuíram pela população («Alpiarça é a Razão» n.º2, Maio de 2006). Mesmo que o PS local tivesse “spin doctors” (ou seja, os manipuladores de informações) minimamente competentes, nunca conseguiriam disfarçar (pelo menos a pessoas inteligentes e informadas) a suprema hipocrisia do folheto em causa. Limitaram-se a transcrever (sem mencionarem a fonte e o verdadeiro autor do texto roubado na internet) uns desideratos inocuamente consensuais - mas que não seguem minimamente! Não conseguiram arranjar um único exemplo da sua actuação que tenha realmente que ver com a Agenda 21 nem com a «Carta de Aalborg», a não ser ( e estou a forçar a coisa para ser simpático) a inclusão de uma referência à agricultura biológica numa feira de vinhos. Sinceramente, esse foi um evento demasiado modesto, tardio e descontextualizado que, ao contrário do que vocês afirmam - «um desafio ganho, uma aposta no futuro»(sic) –, não deixou satisfeitos nenhum dos produtores biológicos com os quais falei.
Não obstante, contam com o meu apoio para quaisquer iniciativas destinadas à promoção da agricultura biologia - podem começar por banir os transgénicos, como foi feito por uma associação de municípios algarvia, e mobilizar uma campanha para a recuperação das sebes vivas (Vocês nem fazem ideia do que é que eu estou a falar, pois não?...).
Só agora que começaram a levar nas orelhas pelos seus crimes ambientais, é que tomaram consciência (?) de que uns quantos “fundamentalistas” (sic) verdes (não é uma alusão político-partidária) podem ser um contra-poder a sério, e, por isso, mais vale começarem a fingir que ligam ao ambiente. Enquanto nos acenam com as intenções da Agenda 21 (como se fosse um quadro de pintura abstracta, intocável na sua condição museológica ), planeiam destruir o maior tesouro ambiental do concelho – o Paul dos Patudos (ou da Gouxa) – transformando-o num campo de golfe, num lago artificial (extremamente poluído) e em moradias de luxo – tudo para usufruto de um punhado de endinheirados.
Os tempos mudaram, e agora existe uma equipa de técnicos competentes, idealistas e atentos, que irão dar o seu melhor para vos impedir de perpetrar essa patifaria ambiental e social. Vai ser uma luta interessante, e não contem com a vitória à priori, “apenas” porque têm a mesma cor política que o actual governo.
«Não à VANDAlização do nosso paul !!!»
O dinheiro que gastaram no folheto parvo (um hino à hipocrisia que poderá ser um tiro saído pela culatra, quando a população começar a informar-se e a exigir que respeitem deveras o que está estipulado no referido documento…), dava para fazer umas acções de educação ambiental a sério, ou para editarem os anunciados postais sobre aspectos do nosso património natural. (Até as fotografias que escolheram para o ilustrar reflectem bem a estupidez e a hipocrisia dos seus autores: o que é que o relvar de um campo de futebol e o cimentar de um pátio de escola têm que ver com a Agenda 21 ?!?!)
Vocês nem sequer definem objectivos concretos (e adaptados à realidade local) para, tardiamente, tentarem “apanhar o comboio” da Agenda 21 (algo que deveria ter sido feito muito antes de vocês terem chegado ao poder…), quando é notório que seguem em direcção oposta a esses objectivos! Apenas fazem uma insinuação excessiva e suspeitamente vaga a que a Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT) poderá ter dado agora o primeiro passo nesse sentido… Ai sim?, e, concretamente em Alpiarça, que passo vem a ser esse? E porque é que começa (?) com quase 15 anos de atraso?! Não me digam que nos vão impingir campos de golfe “ecológicos”?! (como se tal fosse possível) Com esse dinheiro poderiam, por ex., avançar para uma central de compostagem ao serviço de vários municípios. Os agricultores, a saúde pública e a vida selvagem rejubilariam com essa iniciativa fundamental, que, ademais, também significaria muitos postos de trabalho. Sim, é isso mesmo de que precisamos, e não custear mamarrachos (que ficam às moscas) e carros de luxo para os Sr.s políticos se pavonearem!
Façam alguma coisa para que o Paul deixe de ser uma imensa pista de motocross!
Que fique bem claro: ninguém deste executivo camarário foi responsável por “cavar” o RIPIDURABLE, limitando-se agora a subverter todos os objectivos desse programa comunitário numa golpada de especulação imobiliária mal disfarçada com uma cosmética “verde” …
O chefe de propaganda política de Hitler costumava dizer que «se insistirmos muito numa mentira, esta acabará por se tornar verdade [na psique colectiva]»…
O Próprio Hitler afirmava que «as massas são como as mulheres: necessitam de ser subjugadas e enganadas!»
Aqui há poucos anos um Primeiro Ministro português afirmou (cito de memória) que «a política é arte de não dizer a verdade»… Pelos vistos, os autarcas caciqueiros regem-se pela velha escola e é sobretudo por isso que o nosso país, ao fim de 20 anos na UE , apesar de ter beneficiado de uma quantidade obscena de subsídios, continua na merda, não parando de aumentar as assimetrias sociais e apenas se vêm desastres ambientais por todos os lados.
Para a próxima, tentem editar esse lixo em papel reciclado, ou, pelo menos, isente de cloro, e em tintas vegetais – que já são acessíveis a todos os interessados. Ao menos assim poderiam conseguir engabelar, com uma réstia de credibilidade, algum ingénuo. Ainda arranjo uma hérnia, ou terei que começar a usar fraldas para incontinentes, com o muito que me tenho rido de tanta palhaçada imbecil ! Ainda são processados pelos tipos d’«O gato Fedorento» devido a lhes fazerem concorrência desleal…Tenham vergonha, cambada de apedeutas oportunistas!
A propósito disse o mestre de educação ambiental Joaquín Araújo: « o pensamento ecológico é exigente e a grande dificuldade é vencer a inércia desde o comodismo, a indiferença e a irresponsabilidade. Restringindo-nos à formulação verbal, estamos todos do lado da Natureza, mas no que toca ao comportamento pessoal estamos nos antípodas [da ecologia].»
(…) [os ecologistas] « somos os últimos utópicos. Quando exigimos que a riqueza se deve repartir de forma mais equitativa, estamos a atentar contra os interesses sacrossantos dos mais poderosos.» (in «Natura», n.º 56, Jan. de 1997)


Vá lá, aproveitem que eu até vos faço a papinha à borla, pesquisando sobre assuntos fundamentais que vocês deveriam estar fartos de saber (e só não sabem porque se estão a cagar) e sobretudo agir em conformidade com essas informações – algumas das quais são dicas óptimas! Quem é amiguinho, quem é?...
Ó pessoal da oposição, acordem! Vejam lá se carregam munições argumentativas neste blog, a fim de pedirem contas a este executivo camarário (que deverá estar nos seus estertores…). Eu sei que estas são quase todas ideias novas para vocês, mas, caramba, têm que perceber os desafios e as responsabilidades de estarmos no séc. XXI à beira de um Armagedon ecológico! De contrário, quando for a vossa vez de chegar ao poder (e já não deve faltar muito…), adivinhem que é que vão ter à perna… Olhem que eu tenho os dentes bem afiados!...Porque é que julgam que eu me dou a este trabalho?! Certamente que não é para arranjar tachos na função pública, nem nos partidos políticos, e suponho que tampouco serve para engatar as beldades locais… Em muitas localidades tenho enfrentado, de peito aberto, os interesses estabelecidos e as negociatas (o que, como podem imaginar, me faz arrostar imensas chatices), apenas porque quero acreditar num futuro sustentável e democrático!
Já agora, quero deixar um recado a quem está a dirigir o projecto embrionário da Reserva o Cavalo Sorraia, uma vez que o espaço aí agricultado é ínfimo e pretende ter um carácter demonstrativo/pedagógico (ainda estão muito longe de fazer jus à pretensiosa auto denominação de «quinta pedagógica»…) , o mínimo que podem fazer é praticar a agricultura biológica. E que raio de abuso vem a ser aquelas placas com o símbolo do ICN (Instituto da Conservação da Natureza) que dizem ser o supracitado local uma «reserva natural», quando não cumpre nenhum dos requisitos para merecer essa classificação legal?! Trata-se de um logro ilegal que urge corrigir, pois já induziu em erro vários observadores da natureza. Esperemos que um dia não muito distante o Paul dos Patudos seja efectivamente classificado como «reserva natural» e que aí possam deambular os cavalos Sorraia rodeados de uma abundante vida selvagem…

P.s.- Como este executivo camarário (junto com o seu séquito de beija-cus tachistas que nunca demonstraram ter o menor interesse em temáticas ambientais) em breve irá fazer umas mini férias VIP em Inglaterra (com o pretexto de observar projectos de conservação de zonas húmidas) pagas com os impostos de todos nós (contribuintes da U E), eu queria pedir-lhes o favor de, enquanto andarem entretidos a comprar adereços de ostentação, me adquiram um par de livros sobre educação ambiental que foram recentemente publicados e que me fazem mesmo falta. Eu prometo que, ao contrário do que é apanágio da autarquia, eu pago-vos atempadamente.
No próximo folheto da «Alpiarça (ou a BMW?) é a Razão» poderiam partilhar connosco as fotos dessas férias. As pessoas fúteis que compram revistas para verem como vive o jet set, bem como aqueles que precisam de dicas sobre restaurantes de luxo e clubes nocturnos em Londres, agradecer-vos-ão…
Ouvi dizer que também existem os projectos de cariz ambiental bem giros no Brasil, vejam lá se não querem fazer um peditório à malta, ou aumentarem os impostos, para irem lá observar a interacção “ecológica” entre os cocktails e as psicinas dos hotéis de 5 estrelas… Estejam à vontade que o Zé Povinho é parvo e gosta de ser enganado; ainda por cima, enquanto decorrer o Mundial de Futebol ninguém dá pelas trafulhices dos políticos…

Peço desculpa aos leitores do meu blog pela qualidade duvidosa dalguns textos que aqui divulgo, mas é que estes foram escritos à pressa, sem qualquer revisão - algo que costuma ter consequências lamentáveis para disléxicos como eu… Tenho demasiada urgência em partilhar informações importantes, como para me deixar dominar por veleidades literárias.



Rumo à sustentabilidade
Os horticultores urbanos (que aproveitam baldios, terraços, telhados e reutilizam embalagens que se convertem em vasos e me canteiros; aproveitam a água da chuva e até criam peixes em pequenos tanques e em estações de tratamento de águas residuais), individualmente ou associados, são já 800 milhões e, a acreditar nos dados (que até a mim surpreenderam) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (de 1989), abastecem as cidades com 15% dos alimentos que aí se consomem.

Cerca de 90% dos vegetais consumidos pelos habitantes da cidade de Accra (no Gahna) são produzidos dentro do perímetro urbano; na Europa central e do Norte a maioria das cidades está rodeada por numerosas hortas de pequenas dimensões , cuidadas com muito esmero pelos citadinos, que vêm na horticultura não só uma forma de terem acesso a vegetais frescos, como também uma terapia que os alivia do stress, mantendo-os em contacto com a terra de forma útil e criativa. Há suficientes estudos efectuados por psicólogos, antropólogos e médicos que demonstram claramente os benefícios para o equilíbrio psicossomático e para a harmonia social provenientes da labor agrícola nos espaços urbanos. Para as populações com baixos rendimentos (o que geralmente se reflecte numa péssima alimentação) as hortas urbanas podem tornar-se indispensáveis (ex.: em Calcutá, 25 mil pessoas conseguem empregos e alimentos deste modo). O que teria sido das famílias do Vale do Ave se a maioria não cultivasse hortas, quando o sector industrial entrou em crise lançando milhares de pessoas para o desemprego?
Devemos ainda considerar que esta actividade reforça os laços familiares, cria um espírito de comunidade e de responsabilidade social (sobretudo em bairros degradados e onde existe muita violência e vandalismo) e até ajuda a preservar alguma identidade cultural implantada no palato (como acontece com as comunidades de imigrantes recém chegados de países com uma dieta muito diferente)
80 mil berlinenses dedicam-se a esta actividade e mais 16 mil estão actualmente em lista de espera com o intuito de conseguirem um pedaço de terreno cultivável (mesmo que tenham que custear a limpeza, ou mesmo a substituição da terra que foi durante muitos anos utilizada como depósito de todo o tipo de lixo incluído matérias muito tóxicos).
E não limitam os cultivos aos vegetais, produzindo também ervas aromáticas e medicinais. Muitos transformaram a actividade num lucrativo negócio familiar (que pode envolver todo um bairro à volta de uma horta num baldio), abastecendo restaurantes de luxo. Isso já é algo comum em Nova Iorque.

Na Holanda 33% de todos os vegetais cultivados provêm de hortas urbanas;
Na Polónia quase 1 milhão de hortas são cultivadas por 30% das famílias que residem em áreas urbanas ;
Nos EUA os horticultores urbanos provaram que conseguem produzir até 15 vezes do que os agricultores com explorações industriais , além de cuidarem muito melhor da vitalidade/fertilidade da terra.
Para que possa haver agricultura precisamos de solos com um mínimo de fertilidade. As cidades poderiam dar/devolver aos campos os seus resíduos orgânicos. Mirem-se nos exemplos da Áustria, da Alemanha, da Holanda e da Suiça onde os municípios aproveitam para composto até 85% desses desperdícios – que constituem cerca de 37% do conteúdo dos caixotes do lixo domésticos.

Apesar de já haver em Portugal centrais de compostagem (manifestamente insuficientes), pouca da comida e de outros produtos orgânicos (que constituem cerca de 40% dos resíduos urbanos) que as cidades desperdiçam retornam à terra para a fertilizar. Ao invés, os campos são fertilizados com substâncias de síntese química (muitas vezes derivados do petróleo). Como consequência disso, a microfauna e os fungos do solo, bem como os lençóis freáticos sofrem uma agressão irreparável.
No Wisconsin (EUA) as autoridades renderam-se às evidências dos problemas sociais e ambientais associados a uma dieta errada (baseada na comida rápida industrial) a que se submete a maioria da população, e tomaram medidas para contrariar a situação. Com resultados espectaculares, a violência diminuiu drasticamente nas prisões e nas escolas que aderiram a programas alimentares saudáveis, com alimentos frescos, variados e ricos em nutrientes. Até foi reportado o caso (não tão caricato como os cépticos o julgaram) de um juiz que aconselhou vários (ex-)reclusos prestes a serem postos em liberdade condicional a manterem uma alimentação saudável como uma das melhores formas de não regressarem à prisão. Uma escola (do referido estado) que tinha a péssima reputação relacionada com violência, drogas, abandono escolar, expulsões e suicídios, nos últimos 5 anos – desde que aderiu ao programa de alimentação saudável – quase se tornou um exemplo de bom comportamento para todo o país. (Jeffrey Smith, 2005)
Em Philadelphia a taxa de obesidade infanto-juvenil contava-se entre as dez mais latas do país. Uma escola resolveu inverter essa situação. Os professores conseguiram que pais e alunos aceitassem trabalhar juntos para erradicar o problema da obesidade. Começaram por elaborar um programa alimentar que mudou completamente a ementa na cantina escolar, banindo a comida rápida e os doces industriais, dando como alternativa uma dieta equilibrada baseada em produtos frescos e o mais naturais possível. Depois pediram às marcas que comercializam (através da venda directa em máquinas) nas escolas refrigerantes e outras porcarias açucaradas para que substituíssem os seus produtos por sumos naturais. O conselho de pais e professores até tem intervido junto do comércio que rodeia as escolas para essas lojas aceitem unir-se aos seus esforços por melhorar a saúde dos alunos. O objectivo não é ter um grupo de miúdos esbeltos, mas sim criar hábitos saudáveis que se mantenham para toda a vida.
Este programa foi incluído – com destaque – no currículo académico, estendendo-se para fora da sala de aulas num clube alimentar e em actividades desportivas.
O facto de que os jovens que participam voluntária e entusiasticamente num programa deste género acabem por ter um melhor desempenho académico também se deve ao aumento da sua auto-estima e de uma melhor integração na sua comunidade (só na referida escola de Philadelphia estão envolvidas 1200 famílias)

Os consumidores que não tenham predisposição para a prática - tão benéfica – do cultivo das hortas, podem igualmente associar-se para estreitar a ponte entre si e os pequenos agricultores, com vantagens óbvias para ambas as partes.

Este conceito já vigora na Suíça, na Alemanha e no Japão há mais de três décadas, e nos anos (19)80 proliferou por 43 estados norte americanos.
O acordo é simples: os consumidores criam um fundo de apoio aos agricultores para que estes possam suportar as despesas no início de cada campanha agrícola, e em troca recebam semanalmente um cabaz de legumes e outros produtos agrícolas
Os consumidores têm uma opinião determinante sobre o que irão plantar os agricultores seus associados, garantindo o escoamento dos agroprodutos e reduzindo consideravelmente a poluição e as despesas (menos agroquímicos, menos distâncias a percorrer nos circuitos de abastecimento, o que torna também desnecessário o armazenamento em dispendiosas câmaras frigoríficas; eliminação de intermediários...).
A parceria pode-se alargar às escolas agrícolas, à fomentação do trabalho voluntário, à criação de bancos de sementes para preservação das variedades locais; visitas de carácter pedagógico às quintas; organização de mini-cursos (ex.: agricultura biológica/permacultura, culinária alternativa, plantas aromáticas e medicinais, energias renováveis, etc...); à exploração do turismo rural, à elaboração de materiais didácticos; e muitas outras iniciativas interessantes.
Na cerimónia de abertura da cimeira (verdadeiramente) alternativa denominado «Terra Mãe»*-+, o organizador da iniciativa e fundador do movimento «Slow Food» (ou «comida lenta«, por oposição à fast food ou comida rápida) , Carlo Petrini, fez o seguinte apelo: «convirtamo-nos todos em coprodutores! » (Itália, Outubro de 2004) Esta é uma postura, uma filosofia e uma política radicalmente oposta à que adoptámos/institucionalizámos nas sociedades industrializadas, em que nos definimos como torpes consumidores, mas é a lógica consensual entre as comunidades tradicionais. Consumir tornou-se sinónimo de destruir – de forma egoísta, irresponsável e estúpida. Petrini esclareceu que “consumo” era o nome que antanho atribuíam à tuberculose…***
Se aquilo que comemos define a nossa essência e a nossa identidade (comer trata-se de uma prazerosa comunhão físico-espiritual; um ritual de convivencialidade com ramificações até às origens dos alimentos; de uma postura política baseada na responsabilidade civiva em relação à manutenção do nosso equilíbrio psicossomático sem que isso nos torne responsáveis, directos ou indirectos, por danos a terceiros e a toda a biocenose), logicamente deveríamos ser mais conscientes e selectivos naquilo que escolhemos para material de construção dos nossos corpos. «Comendo tornamo-nos coprodutores, porque a relação com os pequenos produtores é um marco/escalão de vital importância para a criação de um sistema alimentar sustentável, justo e saudável. » - Vandana Shiva.
Comer melhor também significa comer com moderação.

*-+ A“Terra Mãe”é uma reunião de centenas de representantes de comunidades de todas as partes do mundo ligadas à alimentação e com uma forte preocupação pela saúde – a nossa e da terra -, pela preservação da qualidade e variedade dos produtos agrícolas, bem como dos sistemas sociais (económicos e políticos) sustentáveis. (www.slowfood.com e www.rebelion.org)
***A postura de oposição à industrialização dos campos, preocupar-se com a qualidade e origem dos alimentos, enfim, ser-se selectivo na alimentação, é uma afronta de tal ordem ao sistema, que já foi inscrita no quadro clínico de uma doença recentemente inventada: a ortorexia. Claro que as obsessões não são saudáveis, mas é absurdo considerar a ortorexia como “a causa” de comportamentos obsessivo-compulsivos, anti-sociais e depressivos.os médicos e a indústria farmacêutica talvez pretendam “resolver” este distúrbio com doses maciças de ansiolóticos e antidepressivos. Por esta lógica, estou curioso para saber que doenças inventarão para rotular os que têm cuidado em não comprar artigos manufacturados nas ZPEs (zonas de produção especial, que são verdadeiros infernos ambientais e sociais, onde se produzem a a maior parte da tralha que se vende tanto nas lojas chinesas como nas grandes superfícies comerciais)…




Por cá, temos que destacara labor pioneira e visionária do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles que não se cansa de “pregar no deserto” a respeito destas temáticas fundamentais. Oiçamos as palavras do mestre (mesmo que, de vez em quando, tenhamos que dar o devido desconto às suas filiações político-partidárias):
«O ordenamento do território tem sido encarado como um jogo em que as peças mais preocupantes são as urbanizações, cuja implantação não respeita planos nem condicionalismos oficialmente existentes, nem o bom senso derivado do conhecimento tradicional do território, não atendendo, portanto, às circunstâncias biológicas, físicas e culturais do espaço vivo e cultural em que se pretendem instalar. Para muitos responsáveis, a acção do técnico, arquitecto, arquitecto paisagista, engenheiro ou geógrafo, será a de cerzir o que a especulação, a mediocridade e o costume (recente) erigiram como cidades monstruosas num intrincado labiríntico.»
«A presença do natural na cidade é de capital importância e tem hoje que ver com a criação de espaços temáticos” [e animação dos mesmos],” campos agricultados e matas, onde circulará a água e o ar, e permanecerá ávida silvestre. Serão os percursos, lugares de recreio e áreas de produção, que sempre acompanharam a urbe, o sistema arterial indispensável à vida da cidade e à sua integração na paisagem global, que não mais deverá ser compreendida como duas zonas – rural e urbana – antagónicas da natureza e com gentes diferentes, mas, pelo contrário, como dois espaços complementares, mas que não podem ser confundidos no que têm de essencial.»

Cidades insustentáveis
«O consumismo é a entrega irresponsável ao inerte, renunciando a muitas facetas que permitem desfrutar a vida de forma sustentável; é o motor de uma filosofia existencial que tem o seu cenário na grande cidade, orientada para a produção de excrementos, desperdícios e contaminação.» - Joaquín Araujo

A Megapólis agiganta-se consumindo todos os recursos naturais e excretando lixos tóxicos. As nossas maiores cidade assentam sobre alguns dos melhores solos agrícolas do país. Onde quer que o verde ouse medrar dentro do tecido urbano edificado, está, à priori, condenado pelo jogo das especulações imobiliárias.
80% da população europeia vive em cidades (e a tendência é para esta percentagem aumentar) e 90% do nosso tempo passamo-lo dentro de edifícios. (Atentar que na raiz etimológica da palavra “domesticação”está o vocábulo latino domus, que significa casa, edifício)
Somos o país da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) com maior deficiência energética (ou seja, instituímos e patrocinamos o desperdício de energia). Em relação à superfície do território português e ao número de habitantes que o ocupa, também somos o país da U.E. com o maior número de horas de sol e com menos superfície de painéis solares. É consumida pelos edifícios 22% da energia que o nosso país gasta(correspondendo a 58% de electricidade)Teoricamente, a partir de 2009 Portugal estará obrigado pela U.E. a fazer umacertificação energética dos edifícios, o que poderá trazer melhoriasarquitectónicas.As caducas sisas só favoreceram a construção desenfreada e a especulação imobiliária. As autarquias converteram-se em “toxicodependentes” dos impostos do betão.

A carga fiscal (nomeadamente através do IVA) é um descarado incentivo ao consumo de energia, ao invés de apoiar uma orientação bioclimática dos edifícios para que estes não sejam autênticos ícones do desperdício energético e de insalubridade. Edifícios bem construídos trazem benefícios de ordem económica e grande conforto aos seus utentes e locatários. Ainda por cima a construção de edifícios bioclimáticos (que serão o futuro inevitável) não tem que ser forçosamente mais cara do que os vulgares caixotes de cimento.
Os nossos edifícios, por deficiências de desenho e construção, não conseguem contrariar as adversidades do ambiente exterior. (Dá-se, então, a penosa incongruência de nos países europeus da soalheira faixa mediterrânica é onde os cidadãos passam mais frio dentro dos seus edifícios…)

As energias poluentes deveriam ter uma carga fiscal mais pesada, por forma a dissuadir a sua utilização. Mas tal medida só pode ser implementada quando os cidadãos tiverem fácil acesso às energias renováveis.

A Agência Internacional de Energia (AIE) adverte, no seu relatório World Energy Outlook 2004, que, até 2030, o consumo energético (incidindo sobretudo nos combustíveis fósseis não renováveis) subirá 60%. A mesma percentagem é o aumento que prevêm para as emissões de CO2.

As aberrações arquitectónicas que dominam as paisagens de Portugal provocam a perda de identidade cultural, ou, o que é pior, apaisagem está quase toda marcada por uma nova identidade arquitectónica detestável e impossível de nos vermos livres.Somos pouco mais de 10 milhões, mas temos ofertas de camas para 14 milhões de cidadãos. Por outro, lado temos demasiados locatários a viverem em condições absolutamente degradantes, e os condomínios/edifícios antigos dos centros das cidades literalmente a cairA recuperação destes imóveis não chega aos 4% do mercado da construçãocivil, realidade muito afastada da média europeia (quando a U.E. eraconstituída por 12 membros), que se situa nos 33%.a banca tornou-se o principal senhorio, não assumindo as mais elementares responsabilidades pela manutenção dos edifícios.

Alternativas para cidades sustentáveis:
International Eco-city Conferences (www.ecocitybuilders.org
www.planetdrum.org
www.gaia.org
www.gea-es.org
www.lasguias.comcen
www.citeweb.net.regard
www.ecodesign.org/edi/projects/education/farallones.html
www.fuzzylv.com/greencenter/home.htm
International Society for Eco-engineering
www.bioconstruccion.biz
www.csostenible.net
www.unhabitat.org

Institiuto Mundial da Construção Ecológica
Institiuto de Bioconstrucción y Energias Renovables


alimentar a cidade :
Community Food Resource Center
The rocky mountain Institute www.rmi.org




A agricultura biológica
Como alternativa ao referido colapso ecológico, a agricultura biológica (que, ao contrário da agricultura intensiva/industrial, não é fortemente subsidiada *, tem por principais objectivos:
- Produzir alimentos de alta qualidade (não só mais saudáveis, mas também mais saborosos) em suficiente quantidade;
- Restabelecer paulatinamente o equilíbrio perdido entre as práticas agrícolas e a natureza silvestre, evitando os pesticidas, os adubos e outros aditivos de síntese química perigosos para o meio-ambiente e para a nossa saúde;
- Poupar energia, utilizando, na medida do possível, recursos renováveis, nos sistemas agrícolas organizados localmente, e a correcta gestão dos recursos naturais e de toda a vida neles existente;
- Manter a biodiversidade;
- Manter a fertilidade do solo a longo prazo;
- Assegurar mais postos de trabalho (mão-de-obra especializada) num ambiente saudável;
- Apoiar a cultura campesina, dignificando-a;
- Apostar nos mercados locais (Podemos considerar como “ecológicos” os produtos aligeirados de substâncias químicas tóxicas, mas que até chegarem às nossas mesas tiveram que viajar milhares de quilómetros?) e estreitar uma aliança entre produtores, ecologistas e consumidores;
- Devolver aos agricultores a gestão das suas terras, sem dependências do cartel agro-industrial.
A actual subsistência artificial da agricultura coloca o agricultor convencional preso a uma cadeia de dependências. Os subsídios que lhe são atribuídos, com frequência para produzirem culturas inadequadas às características geoclimáticas dos seus terrenos, acabam por ir parar às mãos das multinacionais que lhe vendem a maquinaria, os pesticidas, as sementes,... e quando os subsídios não são suficientes, ou simplesmente porque tardam em chegar, comummente levam os campesinos a pedirem empréstimos aos bancos. Assim, são muitos os que perdem até as próprias terras. Na Índia apurou-se que os agricultores fora deste sistema de dependências o seguem até lucros até 3 superiores.
A produção biológica é, em média, 20 a 30% mais cara (devido a ser necessária mais mão de obra e à menor produção), mas são geralmente os intermediários que encarecem esses produtos ao ponto de os tornar proibitivos para muita gente. É o preço do pioneirismo, mas sobretudo da desorganização, da falta de apoio estatal, da ausência de informação independente e de consciência por parte dos consumidores. Em países com maior consciência ambiental (como, por ex. a Alemanha, a Suiça e a Holanda) os preços dos produtos biológicos são próximos aos produtos da agricultura convencional (=industrial), devido a uma maior procura dos consumidores. Os EUA são o país que mais consome produtos biológicos.

* Dá-se o contra-senso de os agricultores convencionais terem ajudas de custo para poluírem desbragadamente, enquanto que o agricultor biológico vê-se obrigado a pagar( custos de controlo e de certificação) a fim de provarem que não poluem… Estamos fartos da moralidade dolosa do princípio do “poluidor-pagador” porque na prática quem paga sempre é o poluído, ou seja, todos nós!
Finalmente a agricultura biológica foi contemplada na última PAC, tal como os produtos de origem demarcada. Dentro das medidas Agro Ambientais, podemos recorrer ao Programa RURIS (que concede ajudas aos pequenos produtores agrícolas). Há ainda o Programa Agros, que facilita os investimentos nas exploerações agrócolas.
ifadap@ifadap.min-agricultura.pt
www.min-agricultura.pt


Provavelmente será correcto dizer-se que os “agricultores biológicos” são “amigos do ambiente”, mas certamente que deveremos considerar abusivas as afirmações de que estes agricultores “ajudam” o ambiente ou a natureza. A agricultura não é uma actividade natural, constituindo sempre uma violência contra natura. O que os “agricultores biológicos” fazem é minorar, tanto quanto é possível, esses danos, não deixando que a sua actividade ultrapasse os limites de sustentabilidade impostos pela natureza.
A agricultura biológica obedece a um rigoroso regulamento europeu (enquanto que a “protecção/ produção integrada” rege-se pela legislação nacional).


A agricultura biológica é praticada em 10 milhões de hectares em todo o Mundo, dos quais 4 milhões (4.442.876 ha) correspondem à Europa, num total de 142.348 explorações agrícolas. E, ao contrário do que acontece com a agricultura convencional, está em franca expansão, com um crescimento anual de até 20%. Na última década cresceu 25% . Em Espanha esse crescimento tem sido de 30% ao ano, ocupando já meio milhão de hectares.
Os lucros totais da agricultura biológica em 2002 rondaram os 200 milhões de euros.
Em Portugal, 0,25% dos agricultores, que cultivam 2,3% da área agrícola produtiva, já se converteram à agricultura biológica. Ou seja, não passam de mil agricultores num sector (primário) que emprega directamente 400 mil portugueses.
Itália foi o país em que se verificou o maior crescimento desta prática agrícola ressarciva (entre 1991 e 2001 passou de 16.850 ha para 1.230.000 ha !) devido à atribuição de subsídios (afectos às medidas Agro-Ambientais) notoriamente acima da média europeia, ao desenvolvimento científico e ao apoio técnico aos agricultores.
Portugal, como seria de esperar no que toca a práticas ambientalmente correctas, ocupa a cauda da Europa, e a AB é um reflexo desta lamentável situação, com apenas 0,2% de agricultores biológicos (maioritariamente produtores de azeite).
O nosso governo considera «insignificante» (sic) o mercado de produtos biológicos em Portugal (até porque muitos desses produtos são, desnecessariamente, importados) e tem notoriamente (e independentemente das cores político-partidárias) desprezado este género de agricultura – a única que tem um futuro sustentável! (um reflexo dessa atitude por parte de todos os órgãos do Estado verificou-se recentemente na Alemanha, onde foi celebrada uma grande feira destinada à promoção da AB e dos seus produtos de excelência. Ao contrário dos outros países da U E, Portugal não se fez representar...É o cúmulo do desprezo quando uns funcionários públicos prescindem de passar uns dias no estrangeiro com uma estadia de luxo paga pelos contribuintes, bastando para tal mandar fazer uns posters cheios de mensagens hipócritas destinados a forrar um stand /estaminé de comes-e-bebes...
O governo português recentemente elaborou um Plano Nacional para o Desenvolvimento da Agricultura Biológica em que expressa as suas intenções de converter 7% da nossa agricultura à produção biológica. Este plano peca por tardio, por ser pouco ambiciosos (tanto nas metas como na disponibilização de meios para as alcançar) e por não Ter sido colocado a consulta pública de forma séria.
Até ao final de 2007, o governo pretende, então (e sem fazer o mínimo de esforço) aumentar a actual área agrícola destinada à agricultura biológica para 7% e a percentagem dos seus respectivos agricultores para 1 a 1,5%.
Concomitantemente, na Alemanha, país em que a produção biológica não ocupa uma área muito maior do a nossa, o governo empenhou-se em implementar medidas (credíveis) para, no mesmo período, a AB chegue a ocupar 20% de todos os terrenos agricultados. Espera-se que em breve a Comissão Europeia apresente um Plano de Acção Europeu para a Agricultura Biológica, capaz de obrigar Estados inconscientes e negligentes como o nosso a investir a sério numa agricultura saudável.
Algumas grandes superfícies comerciais (de países com um elevado poder de compra), em que se verifica uma grande aceitação dos produtos biológicos por parte dos seus clientes, estão a pressionar os seus fornecedores para que os produtores biológicos invistam em monoculturas intensivas. Esperemos que resistam a estas tentações pecuniárias, pois de outro modo desvirtuariam o espírito dessa agricultura alternativa, e ficariam impossibilitados de manter o equilíbrio ecológico por muito tempo.

Os alimentos biológicos contêm 30 a 50% mais riqueza nutricional do que os agroprodutos convencionais (industrializados). A menor produção é largamente compensada pela salubridade e maior riqueza de nutrientes. (Ex.: as frutas são geralmente de menores dimensões por não estarem inchadas com demasiada água - poluída – como as convencionais, o que faz com que tenham uma concentração mais elevada de minerais, vitaminas, açucares e proteínas.)
Apesar de vários estudos independentes (efectuados por universidades europeias+++++++++) chegarem a esta conclusão, os poderosos lóbis da agroquímica financiam cientistas para que estes lhes providenciem os estudos mais mirabolantes e absurdos que atestam que os alimentos biológicos até são piores para a saúde! (Nestas campanhas de desinformação chegámos ao ponto de assistir a ministros recusarem-se a consumi-los… Pagando o favor a quem lhes financia a carreira.)
Infelizmente a DECO – Instituto de Defesa do Consumidor – tem-se apoiado nestes estudos extremamente dúbios nas abordagens que realizou a esta temática (revista “Proteste” n.º239, de 2003), escamoteando uma preposição apodítica elementar: se existem abundantes provas dos malefícios dos pesticidas (de síntese química) , como é que se pode por em causa que os alimentos provenientes da AB são mais saudáveis?!

+++++++++++++Recentemente a Danish Veterinary and Food Administration juntamente com a Royal Veterinary and Agricultural University e o Riso National Laboratoty provoram que os alimentos de AB contêm mais antioxidantes (nomeadamente flavonóides) que os de agricultura convencional.
A Agência Francesa de Segurança Alimentar corroborou estas conclusões, adiantando que os vegetais de AB são mais ricos em vitamina C, em açucares (o que, em parte, explica o seu melhor sabor) e em compostos fenólicos (que reforçam o nosso sistema imunológico, prevenindo alguns tipos de cancro e sobretudo afectações cardio-vasculares). Quanto a estes últimos, foram encontradas concentrações no azeite de mais 86,4%, e nos tomates de mais de 72,9%!

Algumas corporações agroindustriais vão ao extremo de adquirir patentes de factores de produção biológica de grande importância (ex.: insecticidas naturais) com o intuito de impedir que estes sejam utilizados (num modo de produção salutar que não presta vassalagem aos seus impérios).
Pelo menos, no que respeita à superioridade de sabor, ninguém se atreveu a contestar. Tanto assim é que muitos reputados chefs de cuisine fazem questão de utilizarem alimentos biológicos nas suas receitas.


www.farmingsolutions.org
www.agrobio.pt
www.isofar.org
www.biocultura.org
the Oakland Institute
The Ayurvedic Herbal Company
Foodroots Network

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostaria se fosse possível enviar daqui um recado e colocar umas questões a Paulo Barreiros, ou PB, ou Xando, ou seja lá quem fôr o autor(a) dos textos cada vez mais preocupantes sobre a minha terra que leio neste Blog
Ainda ontem ao admirar as belíssimas fotos de "Jóias naturais do Paul dos Patudos ...", deparo-me logo de seguida com um texto intilulado "Ricochetes", referindo-se a um suposto panfleto do «Alpiarça é a Razão» que ainda não vi em lado nenhum, por isso não o li, e não posso por isso comentar.
O que li no tal "Ricochetes" para além de acusações gravíssimas ao executivo camarário que não reproduzo, ponho em destaque este parágrafo que gostava que alguém informado me esclarecesse melhor e passo a citar: "Enquanto nos acenam com as intenções da Agenda 21 (como se fosse um quadro de pintura abstracta, intocável na sua condição museológica ), planeiam destruir o maior tesouro ambiental do concelho – o Paul dos Patudos (ou da Gouxa) – transformando-o num campo de golfe, num lago artificial (extremamente poluído) e em moradias de luxo – tudo para usufruto de um punhado de endinheirados.
As minhas dúvidas são as seguintes: 1.ª - Onde se situaria o Campo de Golfe?, 2.ª - Onde seriam construídas as tais moradias de luxo? 3.ª - O lago artificial de que se fala, seria uma suposta segunda barragem dos Patudos mas de maiores dimensões e apenas para usufruto dos gosfistas e moradores desse tal condomínio de luxo?. Gostaria que alguém conhecer do projecto me respondesse a estas questões de modo a poder analisar imparcialmente as intenções da Câmara e o texto "Ricochetes"."