segunda-feira, maio 31, 2010


Army and police enter Bushman reserve today
Trucks of soldiers and police entered the Central Kalahari Game Reserve today. Survival believes this is to intimidate the Bushmen, and perhaps even force them out, because:

1) Gem Diamonds wants to open a diamond mine on their land;
2) the Botswana High Court is now due to hear a Bushman application to reinstate their water borehole.

Please email Botswana's President Ian Khama at op.registry@gov.bw immediately to ask the government to stop violating Bushman rights.

With thanks,

Survival

sexta-feira, maio 14, 2010



“A linguagem política foi desenhada para fazer a mentira soar como verdade, o assassinato respeitável e dar solidez ao simples vento.” – George Orwell

segunda-feira, maio 10, 2010

Neo-Nazismo esotérico



Os textos nazi-subversivos [ou, representativos da resistência nazista] de Savitri Devi, profetisa do renascimento Ariano e do avatar Hitler, exerceram [e exercem] forte influência no nazismo pós-Segunda Guerra no mundo anglo-americano e além. Sua devoção fervorosa a Hitler, seus escritos, caracterizados por altos vôos de pensamento, suas peregrinações na Alemanha ocupada pelos Aliados, fizeram desta mulher um modelo da fé nazista. [Fé, sim; os discurso de Devi conferiam ao nazismo uma aura de religião]. O suporte doutrinário-ideológico hindu de seus argumentos forneceu aos apologistas do Nazismo as justificativas acadêmicas respeitáveis que lhes permitiram assumir o paganismo sem maiores pudores e mais, ensaiar a rejeição ao Cristianismo que podia ser vislumbrada no nacionalismo alemão.


Savitri Devi desdenhava dos ideais republicanos de liberdade, igualdade e fraternidade [considerando-os hipocrisia] e desdenhava do cristianismo, judaísmo e marxismo. Valorizava e desejava o resgate da herança cultural e noética [espiritual, religiosa, metafísica] Ariana, com seus panteões de mitos, heróis e deuses gregos, nórdicos e védicos, da antiga Índia.
Influenciada por uma vigorosa literatura arianista, que começou a se tornar popular no século XIX, a jovem Maximiani Portas facilmente assimilou e adotou o maniqueísmo, o dualismo, oposição entre Arianos e Semitas. Seu arianismo era menos violento que o racismo radical dos nacionalistas germânicos; porém, não era menos ardoroso.


Concebia os arianos como uma raça de nobres guerreiros, cavaleiros intrépidos que haviam conquistado territórios contínuos entre extremos do mundo, do sul da Índia ao Pólo Norte! Portas-Savitri estava interessada, sobretudo, no sistema de castas hindu, que ela entendia como modelo de Lei racial, gerenciando a segregação das diferentes raças de modo a manter puro o sangue dos Arianos. Quando os arianos invadiram a Índia, já eram um povos dividido em três castas: a guerreiros ou aristocracia, os sacerdotes e o povo, as pessoas comuns.


Esses guerreiros referiam-se os nativos indianos, os Drávidas, em termos como: pele-escura [tudo bem, albinos eles não eram...], povo do nariz-chato [ok, não eram narizes aquilinos... contra fatos não há argumentos...] e Daysus, isso sim, depreciativo, significando escravos, macacos, uns acocorados . [Veja bem, você, leitor de maus bofes, este tradutor-articulista não está dizendo nada! Eu até gosto de sentar no chão acocorada feito índio carijó! e meu painho era cearense. Esse negócio de acocorados-macacos, isso é lá o que pensavam aqueles arianos arcanos, quatro mil anos antes de Cristo, seis mil anos antes de mim e de você... E neo-nazismo é 1. burrice-ignorância; 2. é crime]. Ocorre que a delicada Portas-Savitri Devi achou tudo isso muito correto, muito bonito, bacana mesmo... [eu queria ver foto de marido dela]. Aqueles arianos foram os primeiros e paradoxais Nazistas, nacionalistas na terra dos outros.


Meditemos... Bien, a conquista estava feita mas os conquistadores não estavam tranqüilos: temiam a proximidade daqueles Daysus e abominavam a possibilidade de perda da identidade [e da ui! beleza...] ariana por um processo de assimilação, interação cultural [e pior, sexual!] entre conquistadores e conquistados. A palavra sânscrita para casta é varna que, atualmente significa cor. Portas venerava a Raça Ariana por sua pureza genética, que ela considerava o apogeu da perfeição física aliada à inteligência, poder da Vontade e Eficiência em Ação. Admirava, sobretudo, a proeza da minoria branca, loura, alta, de olhos azuis, os brâmanes: eles tinham sobrevivido, puros, em meio àquela mistura de raças por seis mil anos; eram o testemunho vivo do valor e verdade da superioridade do sistema ariano de castas [e dos Arianos, por extensão]. E Portas sonhava com o re-erguimento desse sistema em uma Nova Ordem cujo alvorecer ela identificava com o advento do Nazismo.


Em 1936, em Calcutá, integrou-se à Hindu Mission, de orientação nacionalista onde conheceu Srimat Swami Satyananda. presidente daquela instituição. Savitri expôs Satyananda sua ideologia: apresentou-se como pagã, ariana e avessa à conversão dos europeus ao Cristianismo. Falou de sua devoção por Adolf Hitler, o líder do único movimento expressivo europeu a favor do espírito pagão e contra o cristianismo-judaico. Foi Satyananda que teve o insight de que Hitler era a encarnação de Vishnu, expressão da força que preserva a ordem cósmica. Para ele, os discípulos de Hitler eram espiritualmente hindus! ...E ela acreditou! Savitri Devi via Hitler como encarnação do Eu coletivo [Ego, Inconsciente coletivo, diria Jung] da Raça ariana.


Era a realização das palavras do Bhagavad-Gita: "Quando a justiça é esmagada, quando mal se mostra triunfante, então eu volto. Para a proteção do bem, para a destruição dos mal-feitores, para re-estabelecer o Reino da Justiça eu venho, volto a nascer de novo, de novo e de novo, Era após Era". Sobre Hitler-Vishnu, Savitri Devi escreveu:Ele nasceu em uma tarde de 20 de abril, pouco depois das seis da tarde, em um quarto grande e arejado no segundo andar. da tarde. Ela sentia-se fraca, mas muito feliz. Três janelas se abriam para a rua. O bebê dormia e ela não sabia que estava sendo instrumento de uma poderosa Vontade cósmica. Ela amava o filho; amava Deus em seu filho.


Não suspeitava que estava absolutamente correta, como o verdadeiro espírito santo, o divino Eu coletivo da Raça Humana Ariana, manifestava-se, ali, na forma daquele extraordinário ser...


As idéias de Savitri Devi alçaram várias gerações alimentaram a ideologia dos neo-nazistas dos anos de 1980 e 1990 e sobrevivem, neste século XXI, sendo, hoje, um potente e instrumento de perigosa sedução para aqueles que crêem na primeira coisa que lêem. Essa mulher virou uma espécie de Evita entre aqueles que combatem a sociedade, o mundo! inter-racial. Seus leitores são racistas pagãos, skinheads [carecas] e apreciadores sem noção de certo tipo de rock chato [eu acho...] norte-americano, escandinavo e europeu oriental.


Savitri Devi & A Profunda Ecologia da Morte


A influência de Savitri Devi no neo-nazismo e correntes híbridas de místico fascismo começou nos anos de 1960 e se estende até os dias atuais. Suas idéias excêntricas são adotadas e adaptadas pelas mais estranhas alianças, pelas ideologias mais radicais. O pensamento de Devi abriga: supremacia racial Arya, anti-semitismo, hinduísmo, direitos dos animais e uma visão bio-cêntrica da realidade. Relaciona-se com o ocultismo em geral, o neo-paganismo e uma ecologia que, por sua indiferença e severidade para com a condição humana, pode ser chamada de ecologia macabra. Savitri Devi defende a necessidade de uma violenta onda fascista que seja capaz de purificar a humanidade corrupta, deixando vivos apenas os Aryanos, dignos da pureza alcançada.


É a Ecologia da Morte dos Excedentes Humanos, que emerge, por absurdo que possa parecer, de fontes tão diversas quanto: cristianismo, hinduísmo, taoísmo, zen budismo etc.. Isso porque é sempre possível recortar uma doutrina e, aqui, na ecologia de Devi, o recorte é aquele que valoriza a vida em Si mesma, igualando todas as criaturas, retirando da espécie humana qualquer direito a mais ou privilégio. Um ser humano degenerado não tem mais direito a existir que um nobre tigre de sangue puro.


A doença, a fraqueza, a burrice, a feiúra, a deformidade são aberrações que devem ser exterminadas em civilização tal como seriam exterminadas se estivessem submetidas às Leis da Natureza. As idéias de Savitri Devi encontraram acolhimento e desenvolvimento no conceito de Ecologia Profunda, expressão usada pelo filósofo norueguês Arne Naes, em 1973 e idéia desenvolvida a partir de 1985 quando Bill Devall e George Sessions publicaram Deep Ecology expondo amplamente o assunto.


A Terra Primeiro!
─ Em 1980, David Foreman, [nascido em 1947], fundava o movimento Earth First! [A Terra Primeiro!] ─ considerado um movimento ecológico tão radical que muitos classificam-no como eco-terrorista. Quando as manchetes mundiais mostravam a fome na Etiópia, Foreman comentava que deveriam deixar os flagelados morrerem porque: Existe gente demais na Terra! Naquela época, [anos de 1980], alguns os ecologistas profundos defendiam uma redução de, no mínimo, cem milhões de pessoas na população mundial. Outros, achavam pouco e apontavam o extermínio de 80% da população como medida ecologicamente ideal de regulagem da presença humana no planeta e comemoraram o advento da AIDS como uma


Providência ambiental mais que necessária. O líder Verde Herbert Gruhl, repete Savitri Devi e aspira uma solução para a superpopulação via destruição nuclear! Já que somente os ocidentais superiores, sabiamente, utilizam programas de controle da natalidade, as multidões miseráveis do Terceiro Mundo deveriam ser radicalmente reduzidas com uma só bala; uma explosão atômica; e um dia, aqueles terceiro-mundistas que sobrevivessem lembrariam da bomba não como uma catástrofe mas como uma libertação ─ como diria a doce Savitri ajeitando graciosamente as dobras do seu sari... E com a mesma lógica recomenda, não somente no


Terceiro Mundo, mas em todo o mundo, a eutanásia dos velhos, doentes terminais, aleijados dependentes vegetais e pobres miseráveis já tão degenerados que só nascendo de novo. Com esse conjunto de idéias, ficou mais fácil virar nazista. O sujeito não precisa necessariamente ser ariano para abraçar e ideologia de morte aos fracos; e fracos em todos os sentidos. O neo-nazismo é a doutrina da intolerância total dos estetas psicopatas que desejam um mundo melhor nem que seja através do genocídio. Um mundo mais belo! Sem velhice, sem doentes, sem aleijados, sem favelas, sem mendigos. Talvez isso explique porque grupos de jovens espancam e incendeiam, vivos, os miseráveis que encontram dormindo pelas calçadas das metrópoles do mundo. Meditemos...


Fonte:GOODRICK-CLARK, Nicholas. Hitler's Priestess: Devi, the Hindu-Aryan Myth, and Neo-Nazism.



O cínico discurso eco-fascista,
por Henrique Cortez

Desde os anos 70, grupos da direita tentam se apropriar do discurso ambiental, apenas para reforçar as suas teses supremacistas, xenófobas e anti-imigração.

Parece bobagem, mas não é. O assunto foi analisado por Ben Whitford, em artigo no The Guardian, de 1°/8, com o título “Does immigration hurt the environment?” , que discute recente campanha nos EUA, com anúncios de página inteira, em veículos como New York Times, New Republic, American Prospect, Nation e Harper’s, tradicionalmente considerados liberais, defendendo políticas anti-imigração em nome do meio ambiente.

Os anúncios sugerem que a imigração causará uma explosão populacional nos EUA, dizendo, “300 milhões de pessoas, hoje, 600 milhões de amanhã”. “Pense nisso”.

A tentativa de apropriação da causa ambiental não é nova. Ela já aconteceu na Alemanha, quando Herbert Gruhl, fundador do partido verde alemão, rompeu com o partido para fundar um partido de extrema-direita ecológico. Desde então, suas idéias têm sido defendidas por grupos neo-nazistas e até pelo partido Nacional Britânico, assumidamente neo-fascista.

É evidente que são pequenos grupos, numericamente irrelevantes, mas articulados e com grande apoio financeiro. Também apóiam a tese da ampliação da energia nuclear, pretensamente limpa e são apoiados pela indústria nuclear.

Não existem provas ou avaliações cientificas que associem a imigração e a degradação ambiental nos EUA ou em qualquer outro lugar, tal como é citado no artigo de Whitford. Ele cita que cientistas, ligados ao governo norte-americano, prepararam estudo afirmando não ser possível concluir pela associação entre migração e degradação ambiental.

Mas, ainda assim, o falso argumento parece sedutor à direita religiosa e xenófoba, tradicionalmente impermeável ao tema ambiental.

Na América Latina e no Brasil, em especial, não são conhecidos grupos eco-fascistas organizados ou articulados, mas, ocasionalmente, há quem assuma este discurso.

No caso brasileiro, ele é mais visível em quem associa a pobreza com a degradação ambiental. Não são argumentos xenófobos como o norte-americano ou europeu, mas são igualmente elitistas e excludentes.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, existem uns poucos que “atacam” as favelas e a favelização como grandes ameaças ambientais, propondo medidas reurbanizadoras para proteger áreas de preservação permanente e mananciais. Este argumento é sempre baseado na remoção de favelas, como medida de “higienização” urbana e proteção ambiental.


É um argumento cínico, que ignora o acesso à moradia, à água e ao saneamento como direitos humanos fundamentais. A favelas não possuem saneamento básico e esta é a razão da contaminação de mananciais, como acontece na Billings e na Guarapiranga em São Paulo.

Na mesma linha dos anti-imigração norte-americanos e europeus, também já houve quem, em nome do meio ambiente e da segurança, defendesse o controle da natalidade nas comunidades pobres. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em outubro de 2007, chegou a defender a legalização do aborto para reduzir a violência.

Em entrevista ao Portal G1 , ele afirmou “Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal”

Infelizmente, uns poucos eco-fascistas, travestidos de ambientalistas, também apoiaram a “proposta”, como meio de reduzir a favelização.

Estes oportunistas, que se apropriam do discurso ambientalista, preferem ignorar a necessidade de saneamento, de planejamento urbano, de acesso à moradia, de educação e planejamento familiar. No fundo, apenas querem os pobres o mais longe possível. É o mesmo que desejam os xenófobos norte-americanos e europeus.

Os verdadeiros ambientalistas devem rejeitar veementemente este discurso cínico, que apenas serve como desserviço à causa.

Um ambientalista não dissocia meio ambiente de cidadania, de saúde, de direitos humanos, de educação, etc.

Os eco-fascistas podem até existir, mas não falam em nosso nome e não são nossos companheiros de caminhada.

Henrique Cortez, henriquecortez@ecodebate.com.br
coordenador do portal Ecodebate

[EcoDebate, 04/08/2008]

sábado, maio 08, 2010



Enquanto preso, Hitler leu o primeiro grande texto eugenista alemão Grundriss der menschlichen Erblichkeitslehre und Rassenhygiene (O Fundamento da Hereditariedade Humana e da Higiene Racial) publicado em 1921 e escrito por três importantes eugenistas alemães: Erwin Baur, Fritz Lenz e Eugen Fisher, todos aliados da eugenia americana, que tinham por mentor a Charles Davenport, o principal eugenista americano. Logo, as idéias eugenistas destes se fundiram ao nacionalismo alemão, que começou a demandar destes especialistas estudos mais detalhados da aplicação de leis eugenistas nos EUA.
Disse ele a Davenport, em uma correspondência: “Sob o novo governo (1920) nós temos uma comissão consultiva para a higiene da raça... [que] no futuro passará adiante novas leis do ponto de vista eugenista.” (Carta, Erwin Baur para Charles B. Davenport, 24 nov. 1920, APS B:D27 – Davenport & Baur, apud Edwin Black, op. cit. p. 439).

Hitler mostrava um grande conhecimento de eugenia norte americana, seja por escrito, seja em conversas particulares. Em Mein Kampf, ele declarou:
“A exigência de que pessoas defeituosas podem ser impedidas de procriar descendências igualmente defeituosas parte da razão mais cristalina e, se sistematicamente executada, representa o ato mais humano da humanidade” (Hitler, Mein Kampf, v.I cap. X, p. 255, apud Edwin Black, op. cit. p. 443).
“O Estado dos Povos deve estabelecer a raça no centro de toda vida. Precisa tomar cuidado para mantê-la pura... Precisa cuidar para que somente os saudáveis tenham filhos; pois existe apenas uma única desgraça: deixar que alguém, a despeito da própria doença e deficiência, traga crianças ao mundo... É necessário que sejam declarados incapazes para procriar todos os que são doentes de modo visível e que herdaram uma doença e podem, dessa maneira, passá-la adiante, e colocar isso em prática.” (Hitler, Mein Kampf, v.II cap. II, p. 403-404, apud Edwin Black, op. cit. p. 443)
“A prevenção da faculdade de procriadora e da oportunidade para procriar, da parte dos fisicamente degenerados e mentalmente enfermos, durante um período de seiscentos anos, não somente libertará a humanidade de uma incomensurável desgraça mas levará a uma recuperação que hoje parece escassamente conceptível... O resultado será uma raça que, pelo menos, terá eliminado os germes da nossa atual decadência física, e consequentemente, espiritual.” (Hitler, Mein Kampf, v.II cap. II, p.p. 402, 404-405, apud Edwin Black, op. cit. p. 443).

Não é de se espantar que o panteísmo de Hitler o faça enxergar a melhoria racial como melhoria espiritual da humanidade, mostrando uma clara identificação da divindade com a matéria. É interessante, contudo, notar como esta sua afirmação deixa entrever o fundo panteísta da eugenia, que busca implantar a utopia e usa o aprimoramento da raça para a redenção do homem.

E Hitler, nesta sua famigerada obra, elogia o racismo eugenista americano: “[os Estados Unidos], no qual o esforço está sendo feito para usar a razão, ao menos parcialmente. Recusando imigrantes com base no princípio de serem elementos de má saúde, simplesmente recusando certas raças por causa de sua origem, o país esta professando, em passos lentos, um ponto de vista peculiar ao Estado do povo” ((Hitler, Mein Kampf, v.III , p.p. 439-440, apud Edwin Black, op. cit. p. 445).

O que os Estados Unidos implantava lentamente, Hitler queria implantar a passos largos.

Que eu saiba (e não pesquisei o suficiente, devo admitir), o Brasil é o único país que tem nome de árvore; uma espécie emuprrada para a beira da extinção devido aos abusos da colonização.
Em 1605 faz a sua estréia na legislação ambiental do Brasil a imposição de quotas de corte de Pau-brasil.
Em 1850, D. Pedro proíbe a exploração florestal em terras “descobertas”.
O parque Nacional da Tijuca (Rio de Janeiro) é a maior mata urbana do mundo. Ao contrário do que muitos pensam, não é uma mata primária, mas sim de reposição/repovoamento. O Brasil ainda era uma colónia portuguesa quando as plantações de café já haviam acabado com a antiga floresta pluvial (Mata Atlântica) que ali existia. Tal desastre ecológico teve como conseqüências imediatas a brutal erosão do solo. Pouco depois afectou gravemente o suprimento de água (proveniente dos morros circundantes) à “cidade maravilhosa” (quando ainda não tinha esse rótulo/epíteto de chamariz turístico). O major Manuel Archer junto com seis escravos foram os responsáveis pela replantação daquelas encostas que hoje a todos encantam.
Muito interessante e inspirador é o caso do geriático casal que atendem pelos nomes de Nóbice e Satica Bulhões. No atoleimado culto da juventude que domina a nossa sociedade, a maioria dos que deles ouve falar, sem saber valorizar o seu trabalho, considerá-los-ão demasiado idosos para empreender uma tarefa tão heróica (do ponto de vista moral mas também pelas exigências físicas inerentes) como a de replantar com espécies autóctones a encosta Leste do Pão de Açucar. Desde 1994 que eles, por altruísmo ecologista e sem sede de notoriedade, já conseguiram colocar na terra e ver crescer mais de 12 mil plântulas que muito acarinham. O projecto tem sido maioritariamente custeando com fundos próprios e doando o seu tempo e esforço.


Estou interessado em receber informações sobre anfíbios. Obrigado.

sábado, maio 01, 2010



A face (mais ou menos) oculta do “progresso”.

Meu Brasiu brasilêro...
O montante de lixo (resíduos sólidos urbanos) que o Brasil gera diariamente poderá ascender às 100 mil toneladas por dia. E não faltam por aí economistas e políticos bestas que concluem ser esta desgraça um sinal de progresso; a confirmação de que o Brasil está no “caminho certo” para se tornar numa das maiores potências económicas do nosso tempo – e isto contando com uma população maioritariamente constituída por apedeutas, de uma ignorância surrealista, que insistem em ter uma mentalidade medieval, deixando-se dominar pela superstição religiosa mais hipócrita, reaccionária e intolerante.
Se a isto lhe juntarmos a futilidade hedonista e consumista que também por aqui reina, esse modelo de “progresso” seguirá sem travões até ao irremediável esgotamento dos recursos naturais contaminação ambiental, provocando o colapso civilizacional.

Segundo estimativas da Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza –, diariamente são despejadas em lugares irregulares 67 mil tl de lixo.

“Nos afastamos do lixo por medo da morte, porque ele é o retrato do transitório, do perecível. Pensar nos resíduos sob a óptica da reutilização e da reciclagem é repensar no próprio sentido da vida.” – Emílio Eigenheer
Na Lei dos 3 Rs, faltou ao Sr. Emílio falar do primeiro e principal – o R de redução. O problema tem que ser atacado tanto a montante como a jusante. Para reduzir a quantidade de lixo que produzimos – o que deveria ser um imperativo para uma civilização que se afunda nos seus próprios dejetos -, exige mudanças políticas, económicas e culturais radicais e revolucionárias. Temos que repensar toda a civilização, se queremos sobreviver como espécie. O sentido de responsabilidade e de solidariedade tem que ser extensível não apenas às classes menos privilegiadas, mas igualmente à natureza que nos sustenta e às gerações futuras.
Não admira, pois, que, no que tange à educação ambiental, os políticos e a generalidade dos educadores prefira se restringir às consensualmente inócuas noções de higiene e estética, do género “não atirem lixo para o chão!”...
E ainda vendem a idéia da reciclagem como se fosse uma panacéia, ou mesmo uma fórmula mágica, para resolver (só a jusante) os problemas da sociedade de consumo irresponsável e ecocída.

Vai, Guri, busca deus pra mim!...

Tristes trópicos