sábado, abril 24, 2010



A bíblia é, no mínimo, perigosamente esquizofrénica, pois está cheia de aberrantes e deploráveis contradições estilo Dr. Jekyll e Mr. Hyde, às quais Carl Sagan se referiu como sendo uma "desordem moral de múltiplas personalidades."
Uma vez que nem bíblia, nem o corão, nem o tora e o talmude vêm com um actualizado manual de instruções, é confuso saber o que seguir e o que deixar de lado impunemente. Mas, qualquer pessoa decente e com o mínimo de equilíbrio mental e social, deverá saber orientar-se por uma bússola moral (uma herança tanto genética quanto cultural) que lhe permita escolher o que são comportamentos sociais correctos, distanciando-se do que é inaceitável pelos valores adotados pela maioria das pessoas da comunidade global.
Então para quê perder tempo e energias nesse dédalo religioso de dúbia moral; nesse pântano de metáforas e alegorias que se prestam a todo o tipo de interpretações facciosas e manipuladoras?!

quarta-feira, abril 21, 2010



Antídoto para Sucuris
ou
Taijin Kyofusho



Não me recrimines,
Nem me digas o que fazer,
Enquanto gasto o meu tempo
No enlevo de te admirar
A coragem de amar em desespero...
O luto dos amores cura-se...
Como a picada das raias
Ou o corte dos corais...
Os círculos concêntricos dessa dor
Dissimulam-se em padrões fractais
Que em flores impressionistas desabrocham
Abrindo gretas nas paredes do quotidiano;
Atentam contra o frio aprumo do concreto
E a solidão encaixotada GRITA
Quando falta a luz... e o vazio
Mostra a sua face insustentável,
Nos despindo sem pudor,
Nos descarnando sem piedade...
Escondemo-nos para ler a filigrana
Das cicatrizes que só mostram
Os augúrios das nossas inseguranças.
Enfim, a verdade! - nas promessas da morte.
Aceito o seu beijo de liberdade...
Quem mais se interessaria por me obsidiar?
Eu só possuo o que não se perde em naufrágios...
Na penedeia visitada pela nortada,
O olvido do silêncio antigo...
Tornados fantasmas para sobreviver,
Quando se calaram os lobos?

” Tive sempre uma repugnância quase física pelas coisas secretas - intrigas, diplomacia, sociedades secretas, ocultismo. Sobretudo me incomodaram sempre estas duas últimas coisas- a pretensão, que têm certos homens, de que, por entendimentos com Deuses ou Mestres ou Demiurgos, sabem - lá entre eles, exclusos todos nós outros – os grandes segredos que são os caboucos do mundo.


Não posso crer que isso seja assim. Posso crer que alguém o julgue assim. Por que não estará essa gente toda doida, ou iludida? Por serem vários? Mas há alucinações colectivas.


O que sobretudo me impressiona, nesses mestres e sabedores do invisível, é que, quando escrevem para nos contar ou sugerir os seus mistérios, escrevem todos mal. Ofende-me o entendimento que um homem seja capaz de dominar o Diabo e não seja capaz de dominar a língua portuguesa. Por que há o comércio com os demónios ser mais fácil que o comércio com a gramática? Quem, através de longos exercícios de atenção e de vontade, consegue, conforme diz, ter visões astrais, por que não pode, com menor dispêndio de uma coisa e de outra, ter a visão da sintaxe? Que há no dogma e ritual da Alta Magia que impeça alguém de escrever, já não digo com clareza, pois pode ser que a obscuridade seja da lei oculta, mas ao menos com elegância e fluidez, pois no próprio abstruso as pode haver? Por que há-de gastar-se toda a energia da alma no estudo da linguagem dos Deuses, e não há-de sobrar um reles bocado com que se estude a cor e o ritmo da linguagem dos homens?


Desconfio dos mestres que o não podem ser primários. São para mim como aqueles poetas estranhos que são incapazes de escrever como os outros. Aceito que sejam estranhos; gostara, porém, que me provassem que o são por superioridade ao normal e não por impotência dele.


Dizem que há grandes matemáticos que erram adições simples; mas aqui a comparação não é com errar, mas com desconhecer. Aceito que um grande matemático some dois e dois para dar cinco: é um acto de distracção, e a todos nós pode suceder. O que não aceito é que não saiba o que é somar, ou como se soma. E é este o caso dos mestres do oculto, na sua formidável maioria.” – Fernando Pessoa, Livro do Desassossego.


A Guerra das Melancias Pop
Spartacus, Zumbi, Osceola e Mohamed Ali
versus (verso e reverso – fora versículos!)
Cristo, Gandhi, Buda e Martin Luther King

Nesta terra arruinada, é difícil cultivar
O pacifismo agressivo de John Lennon,
Mondando os métodos do Unabomber.
(Estranho é que não haja um exército destes...)
Só na criatividade as mãos acompanham a visão
Que alça vôo sobre as reses ocupadas
Em engordar, definhando espiritualmente.

Feto infecto;
Dualidade mal casada,
Dilacerando o espírito libertário.
Celeuma de radicais livres
Escapados às boas intenções
Das exaustas mitocôndrias
Que jamais saem à rua…

Xando

“Somos [os estadunidenses] uma raça conquistadora. No plano infinito do Todo-Poderoso (...) as civilizações e as raças humilhadas devem desaparecer ante da mais ilustre civilização, dos tipos mais nobres e mais viris dos homens.” – Albert Beveridge (Senador dos EUA em 1898)

“A fome é o substituto quase perfeito para o açoite. O que antes se chamava ração, agora se chama salário.” – K.J. Von Rodbertus-Jagetzow

Giant dam to devastate 200,000 tribal people in Ethiopia 23 March
A massive hydroelectric dam project on Ethiopia’s Omo River will devastate at least 200,000 tribal people, Survival said today.
Survival is launching an urgent campaign calling on the Ethiopian government to halt the dam (known as Gibe III), and urging potential international funders, including the Africa Development Bank, the European Investment Bank, the World Bank and the Italian government not to support the project.
Italian company Salini Costruttori, has been contracted to build the dam. The same company built the smaller Gibe II dam, part of which collapsed 10 days after it was opened in January.
The dam will end the Omo’s natural flood, which deposits fertile silt on the river banks, where the tribes cultivate crops when the waters recede. In a region where drought is commonplace, this will have devastating consequences for the tribes’ food supplies.
The tiny hunter-gatherer Kwegu tribe, for example, will be pushed to the brink as fish stocks will be reduced. Six Kwegu, including two children, recently died of hunger because the rains and flood failed.
The Ethiopian government plans to lease huge tracts of tribal land in the Omo Valley to foreign companies and governments for large-scale production of crops, including biofuels, which will be fed by water from the dam.
Most of the tribal people who will be affected by the dam know nothing about the project. The Ethiopian government is clamping down on tribal organizations, and last year closed down 41 local ‘community associations’, making it impossible for communities to hold meetings about the dam.
The Omo River is the primary source of Kenya’s famous Lake Turkana, which supports the lives of 300,000 people who pasture their cattle on its banks and fish there. The dam will threaten their survival too. Both the Lower Omo Valley and Lake Turkana are UNESCO World Heritage sites.
Survival’s director, Stephen Corry, said today, ‘The Gibe III dam will be a disaster of cataclysmic proportions for the tribes of the Omo valley. Their land and livelihoods will be destroyed, yet few have any idea what lies ahead. The government has violated Ethiopia’s constitution and international law in the procurement process. No respectable outside body should be funding this atrocious project.’
Survival together with the the Campaign for the Reform of the World Bank, Counter Balance coalition, Friends of Lake Turkana and International Rivers have launched a petition to stop the dam.

Ruínas
Estou num ermo rodeado por automóveis
Que asseguram a clandestinidade do sexo,
Mas é a antítese da vida que eles representam.
Observo as cabras tasquinhar um magro sustento,
Onde outrora homens se curvaram perante um trono.
Tusso a poeira do que [já] foi um senhor da guerra.
Empurrado pela civilização até à borda do abismo,
Aí não encontro os morangos de que falaram os mestres,
Como consolo para o desespero... Resta a redenção
Do riso e do amor – mesmo nesta empedernida solidão.
Ah, eu nunca me encontro só na natureza que me sustenta!
Nenhum pássaro canta para alegrar a Primavera.
Só uniformes esperam o meu regresso.
Eles não sobem até às fontes onde bebo,
Mas me alcançam envenenando a chuva...

sábado, abril 17, 2010


www.wikiaves.com.br

Para não perder de vista a humildade:
http://www.alamany.com/webstore/botiga.htm

http://www.lanting.com/


http://www.flickr.com/photos/jlrodriguez/
http://www.jlrodriguezfoto.com/#/content/start/

Tapir that managed to escape a jaguar’s attack

“ A floresta é o nosso modo de vida há milhares de anos. O governo diz que nos trazem o desenvolvimentro. É mentira. Por causa da exploração de madeiras, agora passamos fome.” - Ancião Penan, Unga Paran.

domingo, abril 11, 2010



Condemnation for Corporations
This Land is Their Land
By GEORGE CORSETTI

Conservatives called it the most important case in the Supreme Court this year. It was the latest skirmish in a war that pitted liberals against conservatives who desperately fought to limit government control over private property. And this case, Kelo v City of New London Connecticut, would decide whether local governments could seize private property and give it to another private party under an expanded view of eminent domain. And when the 5 to 4 decision was announced on Thursday it was a victory for the Supreme Court's liberal wing.

And the conservatives Justices were livid. But conservatives weren't the only ones who were unhappy. Ralph Nader also condemned the decision and complained that in the last few decades local municipalities have been abusing eminent domain powers across the country, taking property from ordinary citizens and giving it to powerful corporations and developers, and that with this decision “the Court has abdicated its role as guardian of the Constitution and individual rights.”On the surface, the Kelo case presented a fact situation that has become quite common in recent years. An older city with high unemployment, dwindling population and a dwindling tax base tries to dig itself out the economic morass by seizing people's homes, clearing the land and turning it over to private interests that would build a residential, office, retail complex supporting new $300 million research facility of the Pfizer drug company. The city would benefit by increasing it's tax base and probably creating a few jobs along the way. Home owners, on the other hand, didn't want to sell their property and didn't want to move. One of the Kelo plaintiffs was an 87 year old woman who was born and raised the house.

The underlying legal issue, however, is of Constitutional proportions and has tsunami-like ramifications for other areas of the law. And the Supreme Court's conservative wing, Rehnquist, Scalia and Thomas have fought doggedly to limit government control over private property.

At issue was the Fifth Amendment of the US Constitution that allows government to take private property only for “public use.” Historically this has meant that it is ok to take private property to build roads, bridges, parks, public buildings ñ things used or owned by the general public. But in the last few decades a broader interpretation of phrase “public use” has evolved. And a number of states have enacted legislation that allows local governments to seize private property and turn it over to other private interests if those projects are deemed to have a “public purpose.”The first of these cases, decided some 25 years ago was probably the most dramatic. Commonly known as the “Poletown” case, it was cited by both dissenting Justices O'Connor and Thomas as an example of what the future might now hold for other property owners. In Poletown the City of Detroit, bulldozed 465 acres in the center of the city, forcibly relocated 3,500 people, destroyed 1500 homes, 16 churches, 144 businesses, 2 schools and a hospital to build a General Motors assembly plant. The “public purpose” was to “alleviate unemployment” and the Michigan Supreme Court said that it was constitutionally acceptable use of eminent domain.

Since then virtually every state has enacted similar laws and there is virtually no limit on what might constitute a “public purpose.”

After the Kelo decision the individual states will still have the power to change or interpret their own constitutions to restrict the power of eminent domain. And ironically, in Michigan where that state's Supreme Court approved the 1982 demolition of Poletown, the Court has already done so. It reversed itself after almost 25 years of unbridled seizures of private property for a variety of development projects and found the “public purpose” law unconstitutional. It is worth noting that the effort to do so was led by the most conservative members of the Michigan Court, the same conservative justices who were elected with the financial assistance of insurance companies, manufacturers associations and the chamber of commerce types. These are the same conservative justices who regularly limit the rights of criminal defendants, restrict the rights of tort victims and destroy the state's consumer protection laws.

That's one of the things that makes the Kelo case so unusual, it has reversed the role of many of the players and created such strange bedfellows.

For one thing, it is usually the conservative wing of the Supreme Court that habitually advocates “judicial restraint” and “deference to local government.” But in the Kelo case, it was ñ the liberals that argued against judicial activism and who refused to “second guess” the local government's decision to bulldoze a neighborhood.

On the other hand, it is the liberals who usually defend the rights of the poor and down trodden. But in Kelo, it is the more conservative dissenters who are making that argument. Justice O'Connor pointed out, correctly, that the primary beneficiaries of these seizures of private property are those “with disproportionate influence and power in the political process, including large corporations and development firms.

But it was downright hypocrisy for these conservative Justices, particularly Thomas, who, on a regular basis, has slashed and burned his way through the Constitutional rights of powerless people, to pretend to be a defender of the poor and talk about the “working-class” and the “immigrant community” and the “lower income and elderly.” It's clear that Thomas along with Scalia and Rehnquist are angry for ideological reasons. Private property means wealth and privilege and the notion that local communities should have the power to seize that property in the name of “alleviating unemployment” or “enhancing their tax base” sounds a little too much like socialism, a little too much like nationalization of resources or industries.

Who knows, some communities might want to start seizing factory farms to stop pollution of streams, or seize newspapers that threaten to go out of business unless they get approval for a joint operating agreement. The conservatives do not like the notion of local governments with broad constitutional powers that might at some point threaten the interests of the wealthy elite that run this country under the guise of democratic rule.

And what of Ralph Nader who fought developers and big corporations on behalf of the people of Poletown and New London and other communities and who has been an outspoken defender of the working class and the poor? How does he end up being on the same side as the conservative wing of the Court?

For one thing, the majority Justices in Kelo, Stevens, Breyer, Ginsbugr, Kennedy and Souter, who upheld the broad interpretation of eminent domain, are clearly delusional if they think local officials are going to protect the interests of their homeowner-constituency against big corporations and developers. Justice Stevens talks about how the New London plan was “carefully formulated” and how the local legislatures and courts were best at “discerning local public needs.” Nonsense. Many of these local politicians have the values of used car salesmen and the not-so-subtle exchange of votes for campaign contributions is commonplace. And the courts, with judicial races financed by big business, are no better.

The difficulty with this case and with this issue is that it does not address the fact that there is simply too much money to be made by politically connected developers and too many corrupt, self-serving local politicians and legislators willing to do their bidding.

And the media, our watch dog on government, is as profit-driven as the developers and is certainly more closely aligned in interest with the banks and chamber of commerce types than with the working class. If anything, the corporate media can be depended upon to cast the issue in a way that makes voting against some development project akin to burning the flag. How could anyone be “opposed to progress” or opposed to a development that will “produce jobs” or “clear slums” or “increase the tax base?”

After Kelo the individual states will still have the power to change or interpret their own constitutions to restrict the power of eminent domain. And in the coming years this fight will shift to the state legislatures and the Courts. In Michigan, where that state's Supreme Court first approved expanded eminent domain legislation then reversed itself 25 years later, the pressure is already on to approve new, constitutionally acceptable, legislation lest cities like Detroit be disadvantaged in their competition with cities in states that can take private property for development. The race to the bottom begins anew.

George Corsetti is a Detroit attorney and filmmaker who, along with Jeanie Wylie and Richard Wieske, made a documentary film, "Poletown Lives!," about the destruction of Poletown. He can be reached at:gcorsetti@ameritech.net

www.wikiaves.com.br

"Aqueles que desejam ser homens, devem ser inconformistas". - Ralph Waldo Emerson

terça-feira, abril 06, 2010


Alguns mártires ambientais do Brasil

No Brasil, a luta pelas causas ambientais já conta com alguns mártires mediáticos. O mais conhecido dos quais é, certamente, Chico Mendes, o internacionalmente admirado defensor da Amazónia e da sua comunidade de seringueiros. (Ironicamente, um século atrás os seringueiros eram os grandes vilões dessa selva e dos índios que lá viviam.)
Alguns desses mártires nem nasceram no Brasil, mas morreram pelo que acreditavam ter de melhor e de mais ameaçado nesse país. Tal foi o caso da missionária estadunidense Dorothy Stang (que estava nacionalizada brasileira). A 12 de Fevereiro de 2005, dentro de uma “área protegida” criada pelo governo federal, dois matadores a soldo atingiram nove tiros no corpo da septuagenária que durante quatro décadas lutara por melhores condições para os "sem terra" e todos os campesinos pobres da Amazónia, mais concretamente do Estado do Pará.
Dez dias depois deste assassinato, Dionísio Ribeiro foi alvo de um atentado semelhante que lhe cobrou a vida. Ele trabalhava como guarda florestal na reserva federal de Tingua, da qual tinha sido um dos fundadores em 1989. No terreno, destacou-se como um corajoso opositor do abate ilegal e extracção de espécies protegidas (aliás, os principais suspeitos da sua morte são os extractores de palmito). Dionísio Ribeiro era ainda líder da ONG Defesa da Terra.
Mal tinha volvido uma semana após o seu assassinato, outro guarda florestal da reserva federal de Tingua viu-se na aflitiva situação de ter a sua casa alvejada a tiros. Estas situações não são incomuns na vida dos defensores do patrimônio natural brasileiro.

Outros, como, por exemplo, Dom Pedro Casaldáliga e Leonardo Boff, há muito que se habituaram às ameaças e tentativas de os calar para sempre, tornando-os estrelas das mais brilhantes na constelação dos mártires fiéis ao sonho de uma sociedade onde imperem valores de justiça social, saúde e sustentabilidade.
Dom Luiz Cappio é um frei franciscano que foi aluno de Leonardo Boff. Conseguiu alguma notoriedade por já se ter submetido a várias greves de fome (até agora ainda não levou essa forma de contestação até às últimas conseqüências) como protesto contra o transvase/transposição do Rio S. Francisco.
Há até quem se preste voluntariamente ao papel de mártir, por via do suicídio em praça pública. Tal foi o caso de Francisco Anselmo de Barros, vulgo Francelmo. O seu principal opositor foi o então governador do Estado de Mato Grosso do Sul (MGS), José Orcírio dos Santos, vulgo Zeca do PT (o partido de Lula).
A Lei Estadual 328, de 1982, proíbe a instalação de usinas de álcool na bacia do Alto Paraguai. Zeca do PT pretendia modificar essa lei, pois planeava construir 23 novas usinas de processamento de álcool em pleno Pantanal, na área interdita para esse fim. Ele mostrou uma fé inabalável nas novas tecnologias menos poluentes e sobretudo no poder do capital. Nas restantes regiões brasileiras onde estão implantadas este género de unidades industriais, os rios circundantes foram mortos ou estão moribundos devido aos nauseabundos lixiviados/efluentes a que chamam vinhoto. (Segungo Júlio Chiavenato, em média, uma tonelada de cana-de-açucar produz 70 litros de álcool, 910 litros de vinhoto e 260 Kg de bagaço.) Temos ainda que contar com a brutal devastação na flora e flora locais, vítimas da substituição da vegetação nativa e dos sistemas agropecuários tradicionais pelas monoculturas que são lavo de grandes quantidades de fertilizantes e pesticidas. A cultura canavieira é igualmente conhecida pelas costumeiras queimas de restolho que atingem enormes proporções. Dissipada a espessa cortina de fumo, sobram toneladas de cinzas que são arrastadas para os cursos d’água com as primeiras chuvas, acabando com a pouca vida aquática que aí restou.
Curiosamente, antes se ser governador, Zeca do PT era parceiro de Francelmo na Fundação para a Conservação da Natureza de mato Grosso do Sul (Foconams), que, nos anos 80, até conseguiu boicotar a construção de uma megausina (de álcool) proposta nada menos do que pelo grupo Rockfeller. Esse feito foi utilizado por Zeca do PT para se promover politicamente usando a máscara de ambientalista. Chegado ao posto de governador, passou a promover todos os projectos (tanto melhor se fossem faraónicos) que constituíam as maiores ameaças à natureza em geral e ao Pantanal em particular. Para além das referidas usinas, quis que o “seu” estado fosse gravemente ferido pela hidrovia MERCOSUL (que pretendia dragar um canal para navios de grande calado, desde Nueva Palmira, no Uruguai, até Cáceres, no Mato Grosso, cobrindo uma distância de aproximadamente 3600 Km, o que significaria a morte do Pantanal); uma central termoeléctrica; um megalómano pólo siderúrgico apoiado pela exploração maciça de minérios locais; um pólo industrial [de processamento] de gás de síntese química; e plantações de trangénicos para os latifundiários.
Há muito que o filósofo Sócrates tinha advertido que a política é fétida cloaca que cobra a alma ou a vida dos que ambiciosamente nela adentram ...
Francelmo era líder da Foconams, devotamente empenhado nas causas ecológicas. Em 2005, este sexagenário sucumbiu à frustração e ao cansaço, sentindo-se impotente perante a insensibilidade eco(i)lógica, a ignorância ambiciosa, a implacável força política dos deputados federais e do governador, assim como a aparente indiferença e apatia da opinião pública. Em desespero de causa, querendo chamar a atenção geral para os problemas que mais o afligiam e que a todos afectam de sobremaneira mesmo que disso não queiram ter consciência, autoimolou-se em Campo Grande (capital do Estado), seguindo o terrível exemplo de alguns monges budistas que assim protestaram contra a guerra do Vietname.
A então Ministra do Ambiente, Marina Silva foi ter com a viúva de Francelmo, a fim de lhe prestar as suas condolências e solidarizar-se com a causa (não necessariamente com o método do derradeiro protesto) do mártir em causa. Por causa disso, Marina Silva foi alvo de ferozes e gratuitos ataques proferidos pelo vilão desta estória, Zeca do PT, seu colega de partido.
André Puccinelli é novo governador do Mato Grosso do Sul. Ele é também um grande apologista das usinas de cana-de-acúcar. Perante o possível veto destas últimas .... por parte de Carlos Minc, o sucessor de Marina Silva no Ministério do Ambiente, fez a seguinte declaração: “ ele é um viado [termo pejorativo para homossexual], fumador de maconha. Se viesse aqui, eu iria atrás dele e estuprava-o em praça pública!” [Este ainda é da velha escola dos que acham que, nas relações sexuais entre dois homens, havendo separação de papéis entre “activos” e “passivos”, o que penetra é o “machão”, e o sodomizado não passa de “uma bicha desprezível”...]
Como se não bastasse a corrupção endémica, os políticos brasileiros são pródigos em boçalidade preconceituosa e brejeira que inflama a arrogância dos caipiras endinheirados que dominam (pelo menos) todo o interior do país. A elite nem esconde o quão arreigado é o seu etnocentrismo xenófobo (passo a redundância) e violento.
PB

segunda-feira, abril 05, 2010


" Que sorte, para os que detêm o poder, que as pessoas não pensam." - Hitler
" Quão rendosa tem sido para nós esta fábula do Cristo!" - Papa Leão X

A razão contra a superstição
O Antigo Testamento refere-se a bárbaros sanguinários e supersticiosos da Idade do Bronze, a mando de déspotas mentirosos que reinventaram a história do seu povo de acordo com a sua agenda política que, desde então, tem sido extremamente eficiente na manipulação das massas ignorantes e crédulas. E o deus que inventaram é a personagem literária mais monstruosa da história. Porque raios essa mentalidade de merda ainda tem que vigorar?!
Porque está escrita num livro sagrado e a palavra de deus é imutável... Isso impede a sociedade de evoluir na direcção certa, cumprindo os seus melhores desideratos. E também escarnece da ciência, da verdade e da inteligência. Quem mata em nome das entidades metafísicas impostas pelas religiões (sobretudo as abraâmicas) está a ser sincero, pois existem abundantes passagens – algumas delas atribuídas até a Cristo - nos seus livros sagrados que incitam às piores violências sectárias. Ademias, esses fundamentalistas furiosos esperam ser recompensados noutra vida. Alguém já ouviu falar de uma guerra em que os dois lados defendessem correntes irreconciliáveis do ateísmo; ou quantos homens-bomba se tinham rebentado no meio de inocente só para publicitar o ateísmo?...

Tradição, autoridade, revelação e fé são os “quatro cavaleiros do apocalipse” que pretendem atrofiar o desenvolvimento intelectual, boicotar o zietgeist (o espírito da época) e fazer ruir o edifício da razão científica.
A religião é apenas a forma mais organizada e difundida de superstição. Comummente os seus seguidores revelam um oportunismo desonesto e covarde, bem patente em afirmações do género " sou católico não praticante". E isso lá existe?! O que significa é, para além de não quererem ser apontados a dedo e até tornados párias, que se estão a cagar para os ritos, a doutrina e a teologia das religiões que dominam nas suas comunidades, mas, caso descubram ao morrer que existe mesmo “o além anunciado”, pretendem defender-se ludibriando algum “juiz eterno das almas” com o simples mostrar das carteirinhas de sócios... Que religião sobreviveria sem inculcar aos fiéis medos intangíveis? Para que surta o efeito “desejado”, o traumático processo/a lavagem cerebral/ a infecção doutrinária deverá começar em tenra idade.
Citando de memória, Richard Dawkins (o mais conhecido biólogo da actualidade e também um campeão na defesa do ateísmo) disse que mesmo que os ateus fossem todos neuróticos e desesperados potenciais suicidas (falta qualquer fundamento estatístico que o confirme), tal não seria prova de que os mitos e superstições em que se baseiam as religiões se tratem de verdades.
George Bernard Shaw foi extremamente pertinente ao declarar que "o facto de um homem religioso poder ser mais feliz do que um ateu não nos diz mais do que um embriagado parecer mais feliz do que um sóbrio."
Complementarmente, Robert Pirsing disse: "Quando uma pessoa sofre de um delírio, isso chama-se insanidade. Quando muitas pessoas sofrem de um delírio, isso chama-se religião."
E porque deveremos procurar consolo em mentiras?, pergunto eu. (O interessante é que até há religiões que prescindem de tentar iludir a primeva angústia de morte, não sustentando promessas vãs de continuidade das nossas consciências para além do estado de cadáveres.) A religião geralmente veda aos crentes o acesso ao estudo e compreensão de um mundo maravilhoso, muito mais rico e intelectualmente estimulante e realizante por via da ciência – o que pode e deve ser uma atitude profundamente espiritual, geradora de respeito consciente pela vida.
Há quem se aferre ao argumento espúrio de que " sem deus e religião, como poderíamos saber o que é certo? Que luz nos guiaria para sermos bons?"
Isso significa que os ateus são todos “asseclas de Lúcifer”, dedicando-se a praticar o mal?! Já reparam na ironia de que os membros da nossa sociedade que mais gostam de posar como baluartes da moral e doutrina cristã, respeitados pilares da organização política e económica, são os que mais anatematizam e perseguem todos os que abraçam um estilo de vida próximo aos principais ensinamentos atribuídos a Jesus Cristo?
Até parece que os textos sagrados das religiões abraâmicas não estão eivados de incitamentos às maiores atrocidades em nome de deus! (ex.: apedrejar até à morte em praça pública as mulheres suspeitas de adultério; passar a fio de espada todos os que não aceitem Jeová como deus único ou Cristo como seu Rei, etc, etc...)
Procurando cobrir o máximo de culturas e modos de vida possíveis (desde grupos étnicos a classes sociais e partidários de um amplo leque de posturas políticas – incluindo ateus e líderes religiosos), por todo o mundo têm sido feito testes (adaptados às realidades locais – que poderá ir de membros de ábditas sociedades tribais a executivos nas metrópoles) sobre moral e ética. Analisando os respectivos resultados, os investigadores constatam uma similaridade nas respostas dos inquiridos, apontando para um sentido moral inato que a evolução assegurou à nossa espécie. ( A este respeito, verifiquem os trabalhos de Marc Hauser. Para aprofundar os vossos conhecimentos sobre as vantagens evolutivas da ética, consultem os estudos de Robert Buckman, Michael Shermer e Robert Hinde.)
" Sem a religião, teríamos na mesma pessoas boas praticando o bem, assim como pessoas ruins fazendo más acções. Mas para que pessoas boas se sintam obrigadas a perpetrar actos horríveis, precisamos de religião." -............................................
A bíblia é, no mínimo, perigosamente esquizofrénica, pois está cheia de aberrantes e deploráveis contradições estilo Dr. Jekyll and Mr. Hyde, às quais Carl Sagan se referiu como sendo uma "desordem moral de múltiplas personalidades."
Uma vez que nem bíblia, nem o corão, nem o tora e o talmude vêm com um actualizado manual de instruções, é confuso saber o que seguir e o que deixar de lado impunemente. Mas, qualquer pessoa decente e com o mínimo de equilíbrio mental e social, deverá saber orientar-se por uma bússola moral (uma herança tanto genética quanto cultural) que lhe permita escolher o que são comportamentos sociais correctos, distanciando-se do que é inaceitável pelos valores adotados pela maioria das pessoas da comunidade global. (Basicamente não causar aos demais os danos que tememos que nos causem a nós; a consciência do impacto das nossas acções deverá manifestar-se de forma cooperante e solidária, assumindo as responsabilidades com as gerações futuras, para que a sociedade evolua com uma estabilidade satisfatória. Como disse o teólogo Leonardo Boff, " queremos uma justiça social que combine com a justiça ecológica")
Então para quê perder tempo e energias nesse dédalo religioso de dúbia moral; nesse pântano de metáforas e alegorias que se prestam a todo o tipo de interpretações facciosas e manipuladoras?!
A sociedade brasileira é um exemplo imelhorável de como a religião e a televisão deixam a mente entanguida! Sob essas influências nefastas, qualquer cérebro fica mirrado que nem uma ameixa seca!
"Para o povão, a religião é verdade;
Para os sábios, é mentira;
E para os governantes, é útil."
Estas palavras de Séneca, ecoando por uns dois milénios, nunca fizeram tanto sentido
PB

Caros amigos,

Milhões de mulheres e meninas são vendidas para a exploração sexual todo ano -- são 2 a cada minuto. Nós podemos salvar estas jovens garotas do horror. Clique abaixo para fazer uma doação para campanha contra o tráfico sexual:

Amita era uma menina doce de 9 anos que amava sua família. Um dia ela foi seqüestrada, levada para uma cidade distante e colocada em uma jaula. Ela era forçada a fazer sexo com dezenas de homens todos os dias e era brutalmente espancada se ela chorasse ou recusasse. Depois de 5 anos aterrorizantes, sofrendo de doenças sexualmente transmissíveis, ela morreu de um espancamento aos 14 anos.

A história da Amita é o pior pesadelo imaginável, porém a ONU estima que milhões de mulheres e meninas sejam comercializadas para o sexo todos os anos. A melhor forma de solucionar este problema é expor a exploração sexual e acabar com o lucro. Em um questionário, membros da Avaaz votaram neste tema como prioridade para 2010, portanto estamos começando a trabalhar com especialistas, ativistas e investigadores que podem nos ajudar a combater este comércio brutal e cruel.

Cada minuto que este problema se perpetua é tempo demais. Nós não podemos trazer a Amita volta, mas a cada minuto, outras duas Amitas são vendidas para o horror. Vamos acabar com isto agora – clique para fazer uma doação:

https://secure.avaaz.org/po/fight_rape_trade/?vl

No questionário da Avaaz, 85% da nossa rede votou por fazer o tráfico sexual uma campanha prioritária em 2010. Veja as ações que estamos planejando:
Investigação e denúncia pública de oficiais e políticos cúmplices em países onde a corrupção oficial faz parte das redes de exploração sexual. Anúncios irão expor e envergonhar publicamente indivíduos, fazendo campanha para a sua remoção e a reforma.
Um Dia de Ação Global do lado de fora das casas-cativeiro onde as mulhers são mantidas – expondo os locais ao redor do mundo onde as vítimas do comércio são vendidas e estupradas.
Parcerias com ativistas profissionais do sexo, que detém grande conhecimento sobre o negócio, para que possamos expor a violência e lidar com os traficantes.
Identificar rotas chave e bloquear navios que levam meninas e mulheres seqüestradas.
Lobby aos governantes para que este seja um assunto prioritário, direcionando recursos dos governos para acabar com este comércio, incluindo o lobby por uma legislação que proteja e dê assistência a mulheres resgatadas do comércio do estupro.
Caça direta aos comerciantes do estupro, expondo-os publicamente com outdoors de PROCURA-SE nas suas comunidades.
https://secure.avaaz.org/po/fight_rape_trade/?vl

Alertas da Avaaz como este já geraram milhões por outras causas com a Birmânia, mudanças climáticas e o Haiti. É isso que precisamos para acabar com este comércio. Não importa o quanto doamos, ma sim quantas pessoas doam. Neste exato momento, a vida de uma menina está sendo transformada em um horror inimaginável, e nós podemos fazer algo para acabar com isto:

https://secure.avaaz.org/po/fight_rape_trade/?vl

No tempo que leva para ler este alerta, já perdemos 4 garotas. Não temos tempo a perder.

Com esperança e determinação,

Ricken, Alice, Paul, Raluca, Graziela, Paula, Benjamin, Milena e toda a equipe Avaaz