quarta-feira, abril 21, 2010



Antídoto para Sucuris
ou
Taijin Kyofusho



Não me recrimines,
Nem me digas o que fazer,
Enquanto gasto o meu tempo
No enlevo de te admirar
A coragem de amar em desespero...
O luto dos amores cura-se...
Como a picada das raias
Ou o corte dos corais...
Os círculos concêntricos dessa dor
Dissimulam-se em padrões fractais
Que em flores impressionistas desabrocham
Abrindo gretas nas paredes do quotidiano;
Atentam contra o frio aprumo do concreto
E a solidão encaixotada GRITA
Quando falta a luz... e o vazio
Mostra a sua face insustentável,
Nos despindo sem pudor,
Nos descarnando sem piedade...
Escondemo-nos para ler a filigrana
Das cicatrizes que só mostram
Os augúrios das nossas inseguranças.
Enfim, a verdade! - nas promessas da morte.
Aceito o seu beijo de liberdade...
Quem mais se interessaria por me obsidiar?
Eu só possuo o que não se perde em naufrágios...
Na penedeia visitada pela nortada,
O olvido do silêncio antigo...
Tornados fantasmas para sobreviver,
Quando se calaram os lobos?

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