quinta-feira, dezembro 25, 2008

VII cont.)
Desde há muito, a religião tem servido para moderar os impulsos humanos, sobretudo, daqueles que pertencem a uma classe social menos favorecida.

Salientamos o prejuízo que o mundo tem sofrido, com o rebaixamento mental, imposto com as crenças e superstições religiosas, com o que o conhecimento sofre uma estagnação sensível.

No entanto, o homem tem-se deixado levar pelas crenças e práticas religiosas, sem que nenhum benefício lhe advenha em retribuição. O homem tem feito tudo por si mesmo, apesar de sua religiosidade. A única classe beneficiada realmente com a religião, é a dos sacerdotes.

Retornamos ao assunto em pauta, após uma rápida digressão. A Bíblia cita dez patriarcas que teriam morrido em idade avançada, antes do dilúvio. Contudo, essa lenda provém da tradição caldáica, segundo a qual, dez reis governaram durante 432 anos. Da mesma forma, as lendas hindus, egípcias, árabes, chinesas ou germânicas fazem referência a homens que teriam tido uma longa vida, como a do Matusalém da Bíblia.

Igualmente a lenda de Abraão, que deveria sacrificar o seu filho Isaac, procede de lendas anteriores ao judaísmo. O livro das profecias hindus, relata uma história igual. Ramatsariar conta que Adgitata, protegido de Bhrama, por ser um homem de bem, teve um filho que nasceu tão milagrosamente como Jesus. Entretanto, Bhrama para experimentá-lo, ordena-lhe que sacrificasse o filho. Ele obedece, mas Bhrama impede-o no momento exato, seu filho seria o pai de uma virgem, a qual por sua vez, seria a mãe de deus-homem.

José e a mulher de Putifar, foi a cópia de uma velha lenda egípcia, conforme documentos recentemente traduzidos. Era uma história intitulada "Os dois irmãos".

Emílio Bossi relatando o achado, dá a palavra a Jacolliot: "Um homem da Índia, fez leis políticas e religiosas; chamava-se Manu. Esse mesmo Manu, foi o legislador egípcio, Manas. Um cretense vai ao Egito estudar as instituições que pretende dar ao seu pais, e a história confirma-nos isto dizendo que esse cretense foi Minos. Enfim, o libertador dos escravos judeus chamava-se Moisés, que teria recebido as leis das mãos do próprio Jeová. Temos então, Manu, Manes, Minos e Moisés, os quatro nomes que predominaram no mundo antigo. Aparecem nos albores de quatro diversos povos para representar o mesmo papel, rodeados da mesma auréola misteriosa, os quatro são legisladores, grandes sacerdotes e fundadores das sociedades teocráticas e sacerdotais. Esses quatro nomes têm a mesma raiz sânscrita. O hinduismo deu origem ao judaísmo. Por isso, de Jeseu Krishna fizeram Jesus Cristo.

Documentos recentemente estudados, mostram terem sido os hindus os prováveis colonizadores do Egito. A documentação demonstra que o conhecimento nasceu do saber hindu.

A assiriologia mostra que a lenda de Moisés foi copada da de Sargão I, rei acádio, que igualmente teria sido salvo em um cesto deixado no rio, a deriva.

A lenda de Sansão é outro exemplo. Sansão representa o sol. O poder que lhe foi atribuído é o mesmo dos deuses solares. E assim, examinando os escritos de antigas civilizações, chegamos ao conhecimento das origens de tudo o que a Bíblia narra como fatos reais. Concluímos então que Jesus Cristo nada mais representa, que uma cópia das lendas e mitos dos deuses, adorados por povos os mais remotos e variados.
Percebendo a importância da luz do sol sobre a terra, o homem imaginou que essa luz seria uma emanação protetora de Deus. Da idéia de que existia um único sol, surgiu o monoteísmo, isto é, a crença em um só Deus.

Das palavras Devv e Divv, que em sânscrito significam sol e luminoso, originou-se a palavra deus. Daí, em grego, a palavra Zeus; em latim; deo; para os irlandeses, dias; em italiano dio, etc.

A parte do tempo em que a terra recebe a luz do sol recebeu o nome dia em oposição ao período de trevas, a noite. O dia teria sido um presente divino, graças à luz solar. Conseguindo produzir o fogo, aumentou a crença humana no deus sol. Graças ao fogo, o homem pode libertar-se de um dos seus maiores inimigos que era o frio, assim como passou a cozinhar os seus alimentos. Devendo, cada vez mais a vida ao calor, a gratidão do homem para com o sol cresceu ainda mais. Foi assim que nasceu o mito solar, do qual Jesus Cristo é o último rebento.

Por uma série de ilações, chegaram igualmente à concepção do significado místico da cruz. Dos raios solares foi criada uma cruz, espargindo raios por todos os lados. Da mesma forma foi a Idéia do Espírito Santo, um espírito benfazejo, que irradia a bondade divina. Depois a seqüência mística do sol, o fogo e o vento, dando origem a Salvitri, Agni e Vayu, do mito védico.

O rito védico celebra o nascimento de Salvitri, o deus-sol em 25 de dezembro, no solstício, quando aparecem as refulgentes estrelas. As estrelas trazem a boa nova, a perspectiva de boas colheitas. Daí, os sacrifícios e os ritos propiciatórios, oferecidos ao deus-sol.

Assim, os cristãos encontraram o seu Jesus Cristo.

A vida dos deuses redentores é a vida do sol. Por isso, todos eles tiveram suas datas de nascimento fixadas em 25 de dezembro: Mitra, Horus e Jesus Cristo. Também é simbólica a ressurreição na primavera, tempo da germinação e das folhas novas. Baseando-se nisto, Aristóteles e Platão admitiram uma certa racionalidade dos que adoravam o sol.

Heródoto e Estrabão diziam que Mitra era o deus-sol, tendo por emblema um sol radiante. Plutarco conta que o culto de Mitra veio para a Sicília, trazido pelos piratas do mar. Em escavações feitas no solo italiano, foram encontradas placas de barro solidificados ao sol, trazendo esta inscrição: "Deo Soli Invicto Mitrae", lembrando o deus dos persas.

Niceto escreveu que certos povos adoraram a Mitra como o deus do fogo, outros como sendo o deus-sol.

Júlio Fírmino Materno disse que Mitra era a personificação do deus fogo, enquanto Aquelau, considerava-o o deus-sol.

São Paulino descreveu os mistérios de Mitra como sendo os de um deus solar e redentor. Karneki, rei hindo-escita, no começo de nossa era, mandou cunhar moedas em que se vê a efígie de Mitra dentro de um sol radiante. Mitra ainda era representado com um disco solar na cabeça, segurando um globo com a mão esquerda. Do mesmo modo, os cristãos representam Jesus Cristo. Era o Senhor. Ao surgir o cristianismo, os cristãos primitivos ainda chamavam o sol de "Dominus", com o que, lentamente foi absorvendo o ritual mitráico.

No Egito, o sol era o "Pai Celestial". Um obelisco trazido para o Circo Máximo de Roma, trazia esta inscrição: "O grande Deus, o justo Deus, o todo esplendente", tendo um sol espargindo seus raios para todos os lados.

Da mesma forma, todos os deuses dos índios americanos, pertenciam ao rito solar, assim como os deuses dos hindus, dos chineses e japoneses. Os caldeus adorando o sol como seu deus, dedicaram-lhe a cidade de Sípara, onde ardia o fogo sagrado, eternamente, em sua honra. Em Edessa e em Palmira foram encontrados templos dedicados ao deus-sol. Orfeu considerava o sol como sendo o deus maior. Agamenon disse que o sol era o deus que tudo via e de que tudo provinha.

Os judeus e os líderes do cristianismo, para a formação deste, só tiveram de adaptar as crenças e rituais antigos a um novo personagem: Jesus Cristo. Toda a roupagem necessária para vestir o novo deus preexistia. Apenas fazia-se necessário amoldá-la um pouco.

Tendo em vista o completo silêncio histórico a respeito de Jesus Cristo, bem como as evidentes ligações deste com o mito dos deuses-solares, Dupuis escreveu o seguinte: "Um deus nascido de uma virgem, no solstício do inverno, que ressuscita na Páscoa, no equinócio da primavera, depois de haver descido ao inferno; um deus que leva atrás de si doze apóstolos, correspondentes às doze constelações; que põe o homem sob o império da luz, não pode ser mais que um deus solar, copiado de tantos outros deuses heliosísticos em que abundavam as religiões orientais. No céu da esfera armilar dos magos e dos caldeus, via-se um menino colocado entre os braços de uma virgem celestial, a que Eratóstenes dá como Ísis, mãe de Horus. Seu nascimento foi a 25 de dezembro. Era a virgem das constelações zodiacais. Graças aos raios solares, a virgem pode ser mãe sem deixar de ser virgem... Via-se uma jovem "Seclanidas de Darzana", que em árabe é "Adrenadefa", e significa virgem pura, casta, imaculada e bela... Está assentada e dá de mamar a um filho que alguns chamam de Jesus e nós, de Cristo.

Já vimos que Jesus repete todos os mistérios dos deuses solares e redentores, pelo que Heródoto, Plutarco, Lactâncio e Firmico puderam afirmar que esse deus redentor é o sol. De modo que Jesus é apenas mais um deus solar.

Ainda hoje, grande parte do rito cristão é de origem solar. Na Bíblia, encontramos estas palavras: "Deus estabeleceu sua tenda no sol", e ainda "Sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol da justiça e vossa vida estará em seus raios".

João diz que "o verbo é a lei, a luz e a vida, a luz que Ilumina a vista de todos os mortais, a luz do mundo". E ainda chama a Jesus de o "cordeiro", o "Agnus Dei qui tollit peccata mundi". Com isto, o Apocalipse fez de Jesus o "cordeiro pascal", e a Igreja adorou-o sob a forma de um cordeiro até o ano de 680. Era o Cristo o Áries zodiacal, vindo de Agnus, com a significação de fogo, o sol condensado.

Origenes justificava a adoração do sol, tendo em vista a sua luz sensível e também pelo aspecto espiritual.

Tertuliano reconheceu que o dogma da ressurreição tem sua origem na religião persa de Mitra. Para S. Crisóstomo, Jesus era o sol da justiça, para Sinésio, o sol intelectual. Fírmico Materno descreveu Jesus baixando ao inferno, esplendente como o sol.

O domingo, o dia do Senhor. o dia do descanso, procede de Dominus, o deus-sol. o Senhor.

Segundo Teodoro e Cirilo, para o maniqueus Cristo era o sol. Os Saturnílianos acreditavam que a alma tinha substância solar, deixando o corpo e voltando para o sol, de onde proviera, após a morte.

O antigo rito do batismo determinava que o catecúmeno voltasse o rosto, em primeiro lugar para o ocidente, para retirar de si a satanás, símbolo das trevas.

Igualmente as festas do sábado santo, são reminiscências do mito da luta do sol contra as trevas, na Páscoa. As orações desse ofício são cópia dos hinos védicos. A palavra aleluia, que era o grito de alegria dos persas, adoradores do sol, quando na Páscoa festejavam a sua volta, significa: elevado e brilhante.

Foram necessários muitos séculos para que a igreja pudesse alienar um pouco do que lembrava que o seu culto era de um deus solar. Entretanto, a história escrita é inflexível, e demonstra que todos os deuses redentores ou solares foram tão adorados quanto o mitológico Jesus Cristo. E embora tenham havido longas fases em que foram impostos a ferro e fogo, nem por isto deixaram de cair, nada mais sendo hoje do que o pó do passado religioso do homem.

O certo é que Jesus Cristo é mitológico de origem, natureza e significação. O seu surgimento ocorreu para atender ê tendência religiosa e mística da maioria, que ainda hoje teme as realidades da vida, e portanto, procura para orientar-se, algo fora da esfera humana, na esperança
de assim conseguir superar a si mesmo, e aos obstáculos que surgem quotidianamente.

Sem comentários: