"Naturalmente,as pessoas normais não querem a guerra mas,apesar de tudo,são os dirigentes de cada país que determinam a política,e é sempre simples arrastar o povo,quer se trate de uma democracia,de uma ditadura fascista,de um regime parlamentar,ou de uma ditadura comunista.Proteste ou não,o povo pode sempre ser levado a aceitar a vontade dos seus dirigentes.Basta dizer às pessoas que estão a ser atacadas e denunciar os pacifistas,pela sua falta de patriotismo e por colocarem o país em perigo.Funciona em qualquer país".
- Hermann Goering (Marechal do Exército Nazi,no seu julgamento em Nuremberga, após a Segunda Guerra Mundial)
"Não existe um caminho para a paz; a paz é o caminho!" - Gandhi
sexta-feira, dezembro 26, 2008
quinta-feira, dezembro 25, 2008
Boas leituras, bons pensamentos e acções impregnadas do espírito natalício! E abram os olhos, porra!!!
"Ninguém tem o direito neste planeta de adorar a outro deus que não Jeová. Portanto, o Estado não pode ser responsável por defender o suposto direito a adorar um ídolo que alguém possa exigir"
- Joseph Morecraft (Chalcedon Presbyterian Church)
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- "Eu quero que vocês se deixem tomar pela intolerância. Eu quero que vocês se encham de ódio. Sim, o ódio é bom (...) O nosso objetivo é sermos uma nação cristã. Temos um dever bíblico, somos chamados por Deus para conquistar este país. Não queremos liberdade de expressão. Não queremos pluralismo".
- Randall Terry (Operation Rescue)
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- "Temos que transformar qualquer um que tente nos deter em discípulos seguidores da Bíblia".
- Jay Grimstead (Coalition on Revival)
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- "Não acho que os ateus devam ser considerados cidadãos ou que devam ser considerados patriotas. Esta é uma nação temente a Deus".
- George Bush (pai, o primeiro da sua dinastia a tornar-se Presidente dos Estados Unidos)
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- "George Bush não foi eleito pela maioria dos votos nos Estados Unidos, ele foi indicado por Deus".
- General Williams
Deus mentiu a Adão e Eva ao dizer que morreriam se comessem a maçã (Gen. 02:17). A serpente disse a verdade (Gen. 03:05). Até hoje, cada centímetro conquistado pela ciência é um centímetro que as religiões tiveram que ceder.
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"No Egito antigo, a odontologia era uma ciência relativamente avançada. Múmias foram encontradas com suas cáries obturadas, pontes e tratamento de canal. Os judeus consideravam tais práticas uma forma de mutilação e os cristãos europeus acreditavam que era blasfêmia alterar a obra do Criador, já que teríamos sido criados à sua imagem. Se os dentes doessem, era castigo pelos pecados ou obra do demônio. Quatro mil anos depois que Imhotep tratou suas cáries, George Washington teve que substituir seus dentes estragados por toscas imitações em osso. Os cristãos fizeram à odontologia o que fizeram à astronomia e demais artes e ciências. Queimaram bibliotecas como a de Alexandria, assustados e incomodados pelo conhecimento e pelos fatos históricos acumulados, que já existiam antes de Cristo e diminuíam sua importância" (adaptado de Tom Robbins, "Half Asleep in Frog Pajamas")
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"Os cananeus eram muito maus. Adoravam ídolos em lugar do verdadeiro Deus, sacrificavam suas crianças, praticavam o homosexualismo, bestialismo e adultério. Deus mandou que os israelitas os matassem todos, homens, mulheres e crianças. Isto parece terrível e cruel. Mas vamos imaginar que houvesse 2.000, 10.000 deles. Se deixados vivos, eles se reproduziriam e em 50 ou 100 anos seriam 100.000, 1 milhão e todos eles teriam que ir para o inferno. Mas Deus, em seu amor, levou-os enquanto eram poucos para não ter que levar muitos depois" (adaptado de Pat Robertson, no programa de TV "The 700 Club", em 06/maio/1985)
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Para que haja um debate, é preciso que os dois lados admitam a possibilidade de mudar de idéia. É inútil argumentar com uma pessoa que já decidiu, antes de me ouvir, que eu estou errado. Não importa o que eu diga, não entrará em sua cabeça. Parece-lhe inconcebível que eu tenha razão. Ela prefere que as coisas sejam do jeito que ela pensa e simplesmente "não quer" que eu esteja certo. Agarra-se a uma ilusão que a conforta e rejeita a dura realidade. Talvez alguma coisa a deixe confusa mas logo achará uma explicação. Uma explicação que ela não examinará a fundo pois já estará satisfeita de tê-la encontrado. Se ela acredita que 2+2=5, pode até admitir que a minha demonstração faça sentido e aceitar que 2+2 realmente pareçam ser 4. Entretanto, ela "sabe" que a resposta é 5 e que é a nossa limitada inteligência que não nos permite entender as razões superiores que fazem com que o resultado seja 5, contra toda a evidência. Critica minha teimosia em querer que tudo seja racionalmente provado, a minha "arrogância" em querer que "Deus" se explique. Trata-me com o ar superior de quem conhece a verdade e diz, condescendente, que um dia eu também a descobrirei. Em suma, não é possível discutir com gente que tem certeza de coisas que não podem ser demonstradas e cuja crença se baseia em sentimentos. O caminho para a sabedoria passa pela dúvida. Certezas impedem que a mente cresça e devem ser substituídas por hipóteses provisórias, aceitáveis até prova em contrário.
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Quando confrontados com os absurdos e atrocidades da Bíblia, crentes alegam que é preciso considerar o contexto, a época. Isto é verdade quando se trata de um relato puramente histórico. Não é possível julgar uma tribo primitiva que viveu há mais de 2500 anos segundo os critérios atuais. Da mesma forma, entretanto, eles têm que entender que os conceitos religiosos desses povos não se aplicam à nossa época. E por que uma parte é aceitável e outra não? Como definir o que ainda está valendo? Quais são os critérios? Somos nós que decidimos o que Deus quis dizer? E por que cada época "decide" diferente? A palavra de Deus não deveria ser eterna e imutável? Por exemplo, a Bíblia permite e regulamenta a escravidão. Em nenhum momento, nem no Antigo nem no Novo Testamento, ela a condena. Se a Bíblia é a suposta "palavra de Deus", com que autoridade nós proibimos a escravidão hoje em dia? Por outro lado, se é errado hoje, também era errado há 2500 anos. Filósofos gregos já escreviam contra a escravidão séculos antes de Cristo, o que mostra que o povo daquela época podia entender conceitos de ética que julgamos ter surgido apenas recentemente. Por que a "palavra de Deus" teve que ser corrigida? Por que ela não era perfeita desde o início? Por que Deus ordenou que os judeus cometessem tantos crimes em vez de começar a educá-los desde o primeiro instante? A verdade, que os crentes não aceitam, é que cada povo cria o deus que lhe convém, um deus que "manda" com que eles façam aquilo que eles já faziam. Um deus que aprova e justifica seu modo de vida. Um deus criado à imagem e semelhança do homem.
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Não conhecemos nenhum desses homens que escreveram a Bíblia. Por que temos que acreditar que foram inspirados? Por que acreditar que uns realmente foram e outros não? Como saber se as profecias não foram, na verdade, escritas depois que os fatos ocorreram? Por que os profetas se contradizem e a maioria das profecias não se cumpriu? Qual o propósito de profecias tão vagas e obscuras que ninguém consegue entender? Por que o livro do profeta Enoch foi eliminado da Bíblia se até o final do século IV ele era aceito por todos os cristãos? Por que aceitamos a decisão do papa de eliminá-lo? Por que não aceitamos que Maomé também foi inspirado? Como decidimos quem é inspirado ou não? Ou deixamos que os outros decidam por nós, sem exigir provas? Como decidimos se um maluco qualquer que anda pelas ruas anunciando o fim do mundo é inspirado ou não? Há tantos malucos hoje em dia, será que no passado eram todos santos e falavam diretamente com Deus? Sabemos responder com certeza a tudo isto? Ou fechamos os olhos e dizemos que a fé nos basta?
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- "Houve um tempo em que a filosofia da Igreja governava os Estados. [...] Então o sacerdócio e o império estavam ligados por um entendimento feliz e a troca amigável de favores" - Papa Leão XIII (encíclica "Immortale Dei", 01/novembro/ 1885). Esta é poca ficou conhecida como a Idade das Trevas.
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- "As crianças pequenas que começaram a viver no útero de suas mães e tenham morrido ali ou que, tendo nascido um instante antes, tenham abandonado este mundo sem o sacramento do sagrado batismo [...] deverão ser castigadas com a eterna tortura do fogo que não se apaga" (de "Hell, a Christian doctrine"-M.J. Gauvin, W. Teller, H. Cutner)
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- "Uma vida longa e corrompida seguida por cinco minutos de graça perfeita te faz ir para o céu. Uma vida igualmente longa de decência e boas obras seguidas por um momento de impaciência em que tomas o nome de Deus em vão, se nesse momento morres do coração serás maldito por toda a eternidade. É assim que funciona?" - Robert Heinlein
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- "As vítimas do segredo da confissão me vêm à mente. Para preservar a confiança da sociedade no segredo do sacramento, os indivíduos devem estar dispostos a sofrer grandes injustiças, inclusive a morte. [...] Os cidadãos de uma nação inteira podem ser obrigados a suportar um enorme grau de injustiça da parte de um tirano porque os magnicídios frequentes ou uma revolução debilitariam excessivamente a estrutura da sociedade" - Padre John Sasaki (membro da Pontifícia Comissão sobre População e Problemas de Família, 1965)
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- "Examinem alguns fragmentos de pseudociência e encontrarão um manto de proteção, um polegar para chupar, algo a que se agarrar. E o que nós oferecemos em troca? A incerteza, a insegurança! "- Isaac Asimov (1920-1992, escritor e divulgador científico)
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- "Seria muito bonito se houvesse um Deus que criou o mundo, uma Providência benevolente, uma ordem moral e uma vida após a morte. Não parece curioso que tudo isto seja exatamente como desejaríamos que fossem as coisas? " - Sigmund Freud
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- "Os homens acham que a epilepsia é divina simplesmente porque não a entendem. Mas se chamassem divino a tudo que não entendem, tudo acabaria sendo divino - Hipócrates
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- "Se todas as conquistas da ciência fossem eliminadas amanhã, não haveria mais médicos, apenas curandeiros, nem transportes mais rápidos que os cavalos, nem computadores, livros impressos nem agricultura mais avançada que a de simples subsistência. Se todas as conquistas dos teólogos fossem eliminadas, alguém notaria a diferença? Até o lado mau da ciência, como as bombas e os barcos baleeiros guiados por sonar, funciona! A teologia não faz nada, não altera nada, não significa nada. O que nos faz pensar que a teologia serve para alguma coisa? - Richard Dawkins ("The Emptiness of Theology", em "Free Inquiry", primavera de 1998)
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- "Não é por acidente, estejam certos, que as escrituras cristãs fazem do pai do conhecimento uma serpente viscosa, furtiva e abominável - H. L. Mencken
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- "A verdade em assuntos de religião é simplesmente a opinião que sobreviveu" - Oscar Wilde (1854-1900, autor anglo-irlandês)
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- "Céu e Terra, centro e circunferência,, foram criados juntos, no mesmo instante, e as nuvens cheias de água [...] Isto aconteceu e o homem foi criado pela Trindade no dia 23 de outubro de 4004 AC, às nove da manhã" - John Lightfoot (vicechanceler da Universidade de Cambridge, 1859)
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- "Não acreditem em nada só porque lhes foi dito. Não acreditem na tradição apenas porque foi passada de geração em geração. Não acreditem em nada só porque está escrito nos seus livros sagrados. Não acreditem em nada apenas por respeito à autoridade de seus mestres. Mas qualquer coisa que, depois do devido exame e análise, vocês achem que leva ao bem, ao benefício e ao bem-estar de todos os seres - nesta doutrina creiam e aferrem-se a ela e a tomem como guia" - Siddhartha Gautama(o Buda)
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"Duvidem de tudo. Encontrem sua própria luz" (últimas palavras de Buda, segundo a tradição Theravada)
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- "Devemos investigar e aceitar o resultados. Se não resistem a estes testes, até as palavras de Buda devem ser rejeitadas - Tenzin Gyats (14º Dalai Lama, 1988)
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"O bom cristão deve permanecer alerta contra os matemáticos e todos aqueles que fazem profecias vazias. Existe o perigo de que os matemáticos tenham feito uma aliança com o demônio para obscurecer o espírito e confinar o homem às amarras do Inferno" (Santo Agostinho de Hipona, Pai da Igreja)
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"Parece-me que tudo o que é necessário para convencer uma pessoa razoável de que a Bíblia é uma simples invenção humana - uma invenção de bárbaros - é lê-la. Leia a Bíblia como você leria qualquer outro livro. Pense nela como você pensaria a respeito de qualquer outro. Tire dos olhos a venda do respeito reverente. Tire do coração o fantasma do medo e expulse do trono do seu cérebro a serpente da superstição. Leia então a Santa Bíblia e você se espantará por ter, algum dia, suposto que um ser de infinita sabedoria, bondade e pureza foi o autor de tal ignorância e tal atrocidade" (Robert G. Ingersoll, "The Gods", 1872)
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"As igrejas costumavam ganhar suas discussões com ateus e hereges mandando-os para a fogueira, o que prova claramente que o Diabo existe mas não serve como evidência de que há um deus"(Ben N. Lindsey e Wainwright Evans, "The Revolt of Modern Youth", 1925
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"Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força, e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. Mas se sua crença se baseia na fé, você perceberá que a discussão é inútil e, portanto, recorrerá à força, ou na forma de perseguição ou anestesiando e distorcendo as mentes das crianças no que é chamado "educação" " (Bertrand Russell)
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"Para que tenham valor, os pensamentos do homem têm que ser livres. Sob a influência do medo, o cérebro se paraliza e, em lugar de corajosamente resolver os problemas por si mesmo, adotará assustado a solução de outros. Se a maioria dos homens se prostra ao solo diante de qualquer príncipe ou rei, o que pensar da infinita abjeção de suas pequenas almas diante do seu suposto criador e deus? Em tais circunstâncias, que valor podem ter seus pensamentos?" (Robert G. Ingersoll, "The Gods", 1872)
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Ateus não têm certeza de nada. Questionam, duvidam. E ninguém mata - ou dá a vida - por uma dúvida. Ninguém tenta impor suas dúvidas aos outros. Crentes o fazem porque têm a certeza de estar com a verdade. Por ela podem até matar ou morrer. Regimes comunistas, oficialmente ateus, são criticados por perseguirem as religiões. Mas o que eles realmente fazem é substituir uma religião mística por uma religião materialista, uma ideologia. Também têm dogmas, santos e mártires. Como pregam a reforma deste mundo, aqui e agora, procuram exterminar as concorrentes que prometem a felicidade no outro e que, como dizem, são o "ópio do povo" por defenderem o conformismo e a resignação. Como toda a religião, entretanto, apegam-se a exterioridades e ritos sem importância, veneram seus líderes e seus "livros sagrados". Impõem às sociedades dominadas os seus conceitos distorcidos do que é "melhor para todos" e perseguem os hereges.
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- "Se duvido logo penso ... se penso logo existo" - René Descartes (1596-1650)
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"...aqueles que difundem os medos apocalípticos crêem de boa-fé que é o Todo-Poderoso quem vai enfim fazer justiça. Mas não se dão conta de que são eles que aspiram a uma vingança de que Deus não será senão o executor." - Jean Delumeau (História do medo no Ocidente)
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- "Todas as doenças dos cristãos podem ser atribuídas aos demônios. Eles atormentam principalmente os batizados há pouco, até mesmo recém-nascidos sem culpa" - S.Agostinho( 354-430)
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- "Se a vida fosse encontrada em outro planeta, ela também teria sido contaminada pelo pecado original e necessitaria ser salva" - Piero Coda (professor de teologia em Roma, em declaração ao Vaticano, segundo a "Ecumenical News International")
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Talvez os judeus não devam ser julgados segundo critérios modernos pelas atrocidades que a Bíblia descreve em Josué, Samuel e outros. Por outro lado, por que aceitar como verdadeiras as palavras escritas por uma tribo de bárbaros primitivos sobre o que lhes teria dito seu deus? Como saber se eles não entenderam errado ou adaptaram a mensagem à sua realidade e conveniência? Se eles afirmam que o próprio Yaveh ordenou que cometessem tantas atrocidades (ou que as cometeu ele mesmo), ou nada do que dizem sobre seu deus é confiável ou, se for verdade, seu deus é um monstro e não deveria ser venerado nem obedecido. Se Deus existe, deveria ofender-se com a imagem que a Bíblia faz dele. Algumas coisas não podem ser tomadas fora de contexto. Por exemplo: é normal que índios vivam nus em suas aldeias no meio da floresta, mesmo que não possamos fazer o mesmo numa cidade grande. Por outro lado, para que contexto podemos apelar que justifique o comportamento de um pai que estupra a filha de 8 anos? Que valor podem ter as palavras de um homem assim? Da mesma forma, que critérios temos para filtrar ou decodificar a verdadeira mensagem de Deus à humanidade contida nas palavras de gente que extermina povos inteiros, incluindo os animais, rasga a barriga das gestantes para arrancar os fetos, poupando apenas as virgens, para estuprá-las, e diz que seu deus o ordenou? Tudo o que temos é uma colcha de retalhos escrita por auto-intitulados profetas ou mestres, sobre os quais pouco ou nada sabemos, cheia de enigmas, absurdos e contradições. Tentar criar "mensagens" a partir da Bíblia significa apenas inventar uma religião segundo critérios pessoais e interpretações sem base lógica. Não é o desejo dos crentes de que haja uma "mensagem" e um "contexto" que vai fazer com que existam. Alguns crentes criticam os que "só abrem a Bíblia para procurar defeitos, em vez de olhar para o que há de bom". No caso do pai citado acima, talvez devamos nos concentrar no fato de que é um cidadão respeitável, que faz caridade e vai à igreja todos os domingos, e não dar tanta importância a pequenos detalhes de sua vida pessoal ...
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"Não dêem aos cães o que é santo, nem atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se, despedaçar vocês" (Mateus 07:06). Parece que Jesus considera que algumas pessoas não são dignas de receber a doutrina e que arriscar-se ao martírio para convertê-las não tem valor. Recomenda aos discípulos sacudir a poeira dos pés e seguir em frente, desprezando os seres inferiores que não aceitam a "verdade" e questionam seus ensinamentos.
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Atos 05:09-10 - "Então Pedro disse: 'Por que vocês fizeram acordo para tentar o Espírito do Senhor? Veja! Os que foram enterrar seu marido estão chegando. Eles vão levar você também!" No mesmo instante, Safira caiu aos pés de Pedro e morreu. Quando os jovens entraram, a encontraram morta e a levaram para enterrar junto do marido". Mensagem: pague o prometido ou o bom Deus o matará. Bom Deus ou chefão mafioso?
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Marcos 16:15-16: "Então Jesus disse-lhes: "Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado". João 15:06: "Quem não fica unido a mim será jogado fora como um ramo, e secará. Esses ramos são ajuntados, jogados no fogo e queimados." Mensagem: acredite sem questionar ou queime no inferno para sempre. Isto são Boas Novas ou o decreto de um tirano?
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Marcos 16:17-18: "Os sinais que acompanharão aqueles que acreditarem são estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem cobras ou beberem algum veneno, não sofrerão nenhum mal; quando colocarem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados." Como nada disto aconteceu, deduz-se que ninguém acreditou. Ou, se acreditaram, foram enganados.
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"Valores morais e éticos independem de se ter uma religião. Não é um livro sagrado que deve nos dizer o que é certo, somos nós que devemos julgar se o livro sagrado e o deus que ele descreve são bons" (adaptado de Steve Locks)
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A Bíblia está cheia de contradições que os crentes tentam explicar com o argumento de que é preciso estudar o texto na língua original, que houve erros de tradução, que temos que pesquisar os costumes e a mentalidade da época em que os livros foram escritos. Isto se aplica a quaisquer escritos de civilizações antigas mas não à suposta "palavra de Deus". Um deus omnisciente e omnipotente poderia ter feito com que sua mensagem, tão importante, fosse de uma clareza cristalina para todos, em qualquer lugar e em qualquer época. Não deveria ser necessário se aprender uma língua morta e ficar sujeito a interpretações disparatadas. Se as traduções são imprecisas e a mensagem não está ao alcance das pessoas comuns, Deus falhou ao nos transmitir sua vontade. Se há erros e imprecisões na tradução, por que não no original, já que também foi escrito por seres humanos? Se a Bíblia tem erros, se é contraditória, não é confiável e não deve ser levada em conta. Aqueles que tentam interpretá-la são ainda menos confiáveis. Constróem hipóteses a partir de um livro duvidoso.
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- "Com base em que critérios dizemos que Deus é perfeito? Como podemos definir "perfeição"? Se é um conceito absoluto, que Deus tem que seguir, então há algo externo a Deus. Se "perfeição" foi definida a partir da natureza de Deus, então a palavra não quer dizer nada. É apenas um sinônimo para "Deus" e seu significado vai variar conforme as qualidadades que atribuímos a Deus" - Dan Barker ("Loosing faith in faith")
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- "Tudo o que ouvimos é uma opinião, não um fato. Tudo o que vemos é uma perspectiva, não a verdade" - Marco Aurélio
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"Se Cristo ressurgiu dos mortos, por que ele não apareceu a seus inimigos? Por que ele não chamou Caifás, o sumo sacerdote? Por que não fez outra entrada triunfal em Jerusalém? Se ele ressuscitou realmente, por que não fez isto em público, na presença de seus perseguidores? Por que este, o maior dos milagres, tinha de ser feito em segredo, num canto? Este era um milagre que poderia ser visto por grande multidão
(...)
- "um que poderia ter convencido centenas de milhares. Depois da história da ressurreição, a ascensão se tornou uma necessidade. Eles tinham que se livrar do cadáver. - Robert Green Ingersoll (1894, "About the holy Bible")
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- "Você pode citar cem trechos da Bíblia para mostrar que Deus é um tirano sanguinário mas se os crentes acharem duas ou três passagens que dizem "Deus é amor" vão lhe dizer que é você que está tomando as coisas fora de contexto" - Dan Barker
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- "Depois de ouvir o relato de duas testemunhas diferentes sobre um acidente, você começa a duvidar dos historiadores" - Dave Barry
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John Kennedy foi morto quando desfilava em carro aberto diante de uma multidão. A cena foi filmada e o assassino preso. Se até hoje não há um consenso sobre o que aconteceu, que credibilidade podem ter as Escrituras, escritas décadas ou séculos depois dos supostos fatos por gente que nem estava lá e das quais não nos chegou nenhum original, apenas cópias divergentes? Nossos olhos podem nos enganar. Nisto se baseiam os espetáculos de mágica e prestidigitação. Nossa memória tende a filtrar os acontecimentos passados, eliminando as coisas ruins e destacando as boas, o que nos leva a suspirar pelos "bons velhos tempos". Memórias confusas, relatos obscuros, lendas e convicções podem se misturar na cabeça de gente desesperada, dando origem a um passado que nunca existiu mas que, com o tempo e a repetição, se torna "fato".
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Mateus 21:18-19: "Na manhã seguinte, voltando para a cidade, Jesus ficou com fome. Viu uma figueira perto do caminho, foi até lá, mas não achou nada, a não ser folhas, pois ainda não era a época de figos. Então Jesus disse à figueira: "Que você nunca mais dê frutos." E, no mesmo instante, a figueira secou". Se ele tinha poderes para secar a figueira, também tinha para fazê-la dar frutos. Que lição podemos tirar disto a não ser que Jesus era sujeito a ataques de raiva contra seres indefesos e inocentes?
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1 Timóteo 04:01-03: "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, para dar atenção a espíritos sedutores e a doutrinas demoníacas. Serão seduzidos por homens hipócritas e mentirosos, que têm a própria consciência como que marcada a ferro quente. Eles proibirão o casamento, exigirão abstinência de certos alimentos, embora Deus tenha criado essas coisas para serem recebidas com ação de graças por aqueles que têm fé e conhecem a verdade". Ou seja, o Espírito diz claramente que o celibato dos padres e a abstinência de carne durante a Páscoa são doutrinas demoníacas. E como estão durando esses últimos tempos...
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Muita gente pede graças ao Sagrado Coração de Jesus. E o que podemos pedir ao Sagrado Fígado? Ou ao Sagrado Pâncreas?
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Não há pecado, há consequências. Pecado é apenas o descumprimento de um preceito religioso. Não prejudica ninguém.
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Que valor tem a penitência? Em que nos beneficia ou à comunidade? Por que Deus não se contenta com nosso sincero arrependimento? Por que ele quer que paguemos por nossos pecados com sofrimento auto-imposto? Ou será que ele gosta de nos ver sofrer, como vingança?
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Em que contexto é justo que Deus mate o filho de David e prostitua suas mulheres como castigo por um crime que apenas David cometeu? Que ensinamento devemos tirar desta passagem? O que Deus quis nos dizer com isto? 2 Samuel 12:10-14: "Pois bem! A espada nunca mais se afastará de sua família, porque você me desprezou e tomou a mulher de Urias, o heteu, para se casar com ela. Assim diz Javé: Eu farei com que a desgraça surja contra você de dentro de sua própria casa. Pegarei suas mulheres e as darei a outro diante de seus olhos, e ele dormirá com suas mulheres debaixo da luz deste sol. Você agiu às escondidas, mas eu farei tudo isso diante de todo o Israel e em pleno dia". David disse a Natã: "Pequei contra Javé". Então Natã disse a David: "Javé perdoou o seu pecado. Você não morrerá. Mas, por ter ultrajado a Javé, com seu comportamento, o filho que você teve morrerá".
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- "Vejam como os cristãos se comportaram ao longo dos séculos. Se Jesus disse "Julguem a árvore pelos seus frutos", então o cristianismo é uma árvore lamentável" - Steve Locks("Criticism of the resurrection" )
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- "Se Deus quer acabar com o mal mas não consegue, então ele não é omnipotente. Se Deus pode acabar com o mal mas não o faz, então ele é mau. Se Deus quer e pode, então de onde vem o mal? Se Deus nem pode nem quer, então por quê chamá-lo Deus?" - Epicuro (filósofo grego, c. 341-270 a.C.)
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A Igreja passou 2000 anos descrevendo o inferno como um lugar cheio de fogo e tortura. Agora ela diz que o sofrimento é apenas a ausência de Deus, o arrependimento por se ter escolhido a opção errada. Se só ao chegar lá os pecadores vão realmente entender que estavam errados, como afirmar que a escolha foi consciente e informada? Pelo contrário, em Lucas 16:19-31 conta-se a parábola do rico no inferno que pede que seus irmãos ainda vivos sejam sejam avisados do que lhe aconteceu para que não acabem como ele, o que lhe é negado. A explicação, ridícula, é a de que, se não acreditaram em Abraão e nos profetas, também não vão acreditar se os mortos lhes aparecerem (por que não?!). Conclui-se que seus irmãos não sabiam do risco que corriam. E não é permitido ajudá-los. Deixem que se danem. Note-se que o condenado tinha bom coração. Ele poderia perfeitamente desejar que seus irmãos sofressem também. Outro absurdo é que Lázaro, o pobre, foi para o céu após uma vida de sofrimento enquanto que o rico foi para o inferno após uma vida de prazeres. Em outras palavras, por um instante de sofrimento, uma eternidade no céu e, por um instante de prazer, uma eternidade no inferno. Uma punição infinitamente desproporcional por uma falta cometida por quem não tinha total consciência de seus atos. E uma recompensa também desproporcional por uma vida de sofrimentos não necessariamente escolhida pelo sofredor e sim imposta a ele.
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Mateus 19:09: "Eu, por isso, digo a vocês: quem se divorciar de sua mulher, a não ser em caso de fornicação, e casar-se com outra, comete adultério". Por que então a Igreja proíbe o divórcio e novo casamento em todo e qualquer caso? Aliás, nada é dito nesta passagem sobre o marido que fornica.
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Testemunhos alheios não prevalecem sobre a nossa experiência pessoal. É mais provável que testemunhas mintam ou se enganem do que os milagres que elas relatam realmente tenham acontecido. Se o testemunho contradiz nosso bom senso, é razoável considerar que o testemunho seja falso. Afirmações extraordinárias requerem provas extraordinárias.
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De acordo com 2 Samuel 24:11, Davi fez um censo do povo. Isto gerou a ira de Jeová e, como punição, ele permitiu que Davi escolhesse entre sete anos de fome, uma viagem de três meses perseguido pelos inimigos ou três dias de pestes. Davi, tendo confiança em Deus, escolheu três dias de pestes; e então, Deus, o piedoso, para vingar os erros de Davi, matou setenta mil homens inocentes. Diante das mesmas circunstâncias, o que o diabo teria feito? (Sobre a Bíblia-Robert Ingersoll)
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1 João 02:27: "Vocês receberam de Jesus a unção que permanece em vocês, e já não têm necessidade de que alguém os ensine; pelo contrário, como a unção dele, que é verdadeira e não mentirosa, lhes ensina tudo aquilo que Jesus lhes tinha ensinado, permaneçam com ele" Pelo visto, é do interesse da Igreja que a unção de Deus não permaneça em nós, caso contrário ela se tornará dispensável. Se Deus nos falasse diretamente, não precisaríamos de seus ritos, pompas, catedrais, de suas tortuosas e contraditórias elocubrações, cheias de palavras vazias, vãs tentativas de explicar o que não existe.
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Deus afogou toda a humanidade, exceto por um velho bêbado e alguns poucos de seus parentes, embora, como ser omnipotente, tivesse opções menos radicais. Reservou um território para um povo e o ajudou a exterminar os habitantes originais, inclusive crianças de peito ou ainda no ventre da mãe. Permitiu que seus protegidos estuprassem as mulheres dos vencidos. Se estes, e muitos outros episódios semelhantes, são exemplos do conceito de moral e ética divinas, como afirmar que um mundo ateu mergulharia na desordem e no crime? Os critérios morais de Deus não requerem explicação. Está certo porque ele assim o definiu. Ateus são humanos e, como tal, imperfeitos, mas ao menos estabelecem regras de conduta com base na interação pacífica com o próximo, no mútuo benefício e na compaixão e não simplesmente "porque eu assim o quis". Entre ateus, a teoria está sujeita às necessidades práticas. Deus não tem tais limites. O que impede que ele decida dar a Terra a uma raça extraterrestre e a ajude a nos derrotar e devorar? Se tudo o que Deus faz é bom por definição, nossas definições de bem e mal não se aplicam a ele e teremos que aceitar seus atos ainda que nos pareçam absurdos e injustos. Se Deus é bom porque seus atos estão de acordo com um padrão externo e absoluto de bem e mal, ateus não dependerão dele para fazer o que é certo. Se os critérios morais de Deus são, por definição, incompreensíveis, então eles são arbitrários do nosso ponto de vista. E não temos como julgar se são bons.
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- "Veja se consegue entender: um terço de Deus engravidou uma mulher com o único propósito de dar à luz outro terço de si mesmo, o qual, décadas depois, morreria para que o primeiro terço pudesse salvar os humanos de sua própria ira. Na verdade, o segundo terço não morreu, apenas se foi, e o terceiro terço (aquele que engravidou a mulher) veio ajudar as pessoas a se darem conta de que o segundo terço realmente morreu para que o primeiro terço não tivesse necessidade de enviar a todos os humanos para o inferno, que ele criou com o propósito expresso de castigá-los porque o incomodavam"- Liz (abril de 2000)
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"Deus criou o mundo, uma árvore, um homem e uma mulher e lhes disse para não comer da árvore, embora já soubesse que comeriam, pois pode ver o futuro. Assim que comeram da árvore, Deus os amaldiçoou e permaneceram malditos até que Deus tomou 1/3 de si mesmo e o transformou em um homem, que morreu mas na verdade não morreu, pois ressuscitou e voltou a ser parte de Deus outra vez, acabando assim com a maldição, mas a maldição na realidade não acabou, porque se não crermos em tudo o que está acima, Deus nos torturará para sempre porque é infinitamente bom" - John Hattan (agosto de 2000)
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Não é possível que todas as religiões sejam verdadeiras ao mesmo tempo mas é bem possível que todas seja falsas.
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- "Não é lógico se acreditar num deus omnipotente e omnisciente que cria humanos defeituosos e então os culpa por seus próprios erros" - Gene Roddenberry
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"A vontade de Deus é diretamente proporcional à opinião pública " - David Paul Gladden
"Ninguém tem o direito neste planeta de adorar a outro deus que não Jeová. Portanto, o Estado não pode ser responsável por defender o suposto direito a adorar um ídolo que alguém possa exigir"
- Joseph Morecraft (Chalcedon Presbyterian Church)
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- "Eu quero que vocês se deixem tomar pela intolerância. Eu quero que vocês se encham de ódio. Sim, o ódio é bom (...) O nosso objetivo é sermos uma nação cristã. Temos um dever bíblico, somos chamados por Deus para conquistar este país. Não queremos liberdade de expressão. Não queremos pluralismo".
- Randall Terry (Operation Rescue)
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- "Temos que transformar qualquer um que tente nos deter em discípulos seguidores da Bíblia".
- Jay Grimstead (Coalition on Revival)
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- "Não acho que os ateus devam ser considerados cidadãos ou que devam ser considerados patriotas. Esta é uma nação temente a Deus".
- George Bush (pai, o primeiro da sua dinastia a tornar-se Presidente dos Estados Unidos)
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- "George Bush não foi eleito pela maioria dos votos nos Estados Unidos, ele foi indicado por Deus".
- General Williams
Deus mentiu a Adão e Eva ao dizer que morreriam se comessem a maçã (Gen. 02:17). A serpente disse a verdade (Gen. 03:05). Até hoje, cada centímetro conquistado pela ciência é um centímetro que as religiões tiveram que ceder.
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"No Egito antigo, a odontologia era uma ciência relativamente avançada. Múmias foram encontradas com suas cáries obturadas, pontes e tratamento de canal. Os judeus consideravam tais práticas uma forma de mutilação e os cristãos europeus acreditavam que era blasfêmia alterar a obra do Criador, já que teríamos sido criados à sua imagem. Se os dentes doessem, era castigo pelos pecados ou obra do demônio. Quatro mil anos depois que Imhotep tratou suas cáries, George Washington teve que substituir seus dentes estragados por toscas imitações em osso. Os cristãos fizeram à odontologia o que fizeram à astronomia e demais artes e ciências. Queimaram bibliotecas como a de Alexandria, assustados e incomodados pelo conhecimento e pelos fatos históricos acumulados, que já existiam antes de Cristo e diminuíam sua importância" (adaptado de Tom Robbins, "Half Asleep in Frog Pajamas")
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"Os cananeus eram muito maus. Adoravam ídolos em lugar do verdadeiro Deus, sacrificavam suas crianças, praticavam o homosexualismo, bestialismo e adultério. Deus mandou que os israelitas os matassem todos, homens, mulheres e crianças. Isto parece terrível e cruel. Mas vamos imaginar que houvesse 2.000, 10.000 deles. Se deixados vivos, eles se reproduziriam e em 50 ou 100 anos seriam 100.000, 1 milhão e todos eles teriam que ir para o inferno. Mas Deus, em seu amor, levou-os enquanto eram poucos para não ter que levar muitos depois" (adaptado de Pat Robertson, no programa de TV "The 700 Club", em 06/maio/1985)
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Para que haja um debate, é preciso que os dois lados admitam a possibilidade de mudar de idéia. É inútil argumentar com uma pessoa que já decidiu, antes de me ouvir, que eu estou errado. Não importa o que eu diga, não entrará em sua cabeça. Parece-lhe inconcebível que eu tenha razão. Ela prefere que as coisas sejam do jeito que ela pensa e simplesmente "não quer" que eu esteja certo. Agarra-se a uma ilusão que a conforta e rejeita a dura realidade. Talvez alguma coisa a deixe confusa mas logo achará uma explicação. Uma explicação que ela não examinará a fundo pois já estará satisfeita de tê-la encontrado. Se ela acredita que 2+2=5, pode até admitir que a minha demonstração faça sentido e aceitar que 2+2 realmente pareçam ser 4. Entretanto, ela "sabe" que a resposta é 5 e que é a nossa limitada inteligência que não nos permite entender as razões superiores que fazem com que o resultado seja 5, contra toda a evidência. Critica minha teimosia em querer que tudo seja racionalmente provado, a minha "arrogância" em querer que "Deus" se explique. Trata-me com o ar superior de quem conhece a verdade e diz, condescendente, que um dia eu também a descobrirei. Em suma, não é possível discutir com gente que tem certeza de coisas que não podem ser demonstradas e cuja crença se baseia em sentimentos. O caminho para a sabedoria passa pela dúvida. Certezas impedem que a mente cresça e devem ser substituídas por hipóteses provisórias, aceitáveis até prova em contrário.
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Quando confrontados com os absurdos e atrocidades da Bíblia, crentes alegam que é preciso considerar o contexto, a época. Isto é verdade quando se trata de um relato puramente histórico. Não é possível julgar uma tribo primitiva que viveu há mais de 2500 anos segundo os critérios atuais. Da mesma forma, entretanto, eles têm que entender que os conceitos religiosos desses povos não se aplicam à nossa época. E por que uma parte é aceitável e outra não? Como definir o que ainda está valendo? Quais são os critérios? Somos nós que decidimos o que Deus quis dizer? E por que cada época "decide" diferente? A palavra de Deus não deveria ser eterna e imutável? Por exemplo, a Bíblia permite e regulamenta a escravidão. Em nenhum momento, nem no Antigo nem no Novo Testamento, ela a condena. Se a Bíblia é a suposta "palavra de Deus", com que autoridade nós proibimos a escravidão hoje em dia? Por outro lado, se é errado hoje, também era errado há 2500 anos. Filósofos gregos já escreviam contra a escravidão séculos antes de Cristo, o que mostra que o povo daquela época podia entender conceitos de ética que julgamos ter surgido apenas recentemente. Por que a "palavra de Deus" teve que ser corrigida? Por que ela não era perfeita desde o início? Por que Deus ordenou que os judeus cometessem tantos crimes em vez de começar a educá-los desde o primeiro instante? A verdade, que os crentes não aceitam, é que cada povo cria o deus que lhe convém, um deus que "manda" com que eles façam aquilo que eles já faziam. Um deus que aprova e justifica seu modo de vida. Um deus criado à imagem e semelhança do homem.
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Não conhecemos nenhum desses homens que escreveram a Bíblia. Por que temos que acreditar que foram inspirados? Por que acreditar que uns realmente foram e outros não? Como saber se as profecias não foram, na verdade, escritas depois que os fatos ocorreram? Por que os profetas se contradizem e a maioria das profecias não se cumpriu? Qual o propósito de profecias tão vagas e obscuras que ninguém consegue entender? Por que o livro do profeta Enoch foi eliminado da Bíblia se até o final do século IV ele era aceito por todos os cristãos? Por que aceitamos a decisão do papa de eliminá-lo? Por que não aceitamos que Maomé também foi inspirado? Como decidimos quem é inspirado ou não? Ou deixamos que os outros decidam por nós, sem exigir provas? Como decidimos se um maluco qualquer que anda pelas ruas anunciando o fim do mundo é inspirado ou não? Há tantos malucos hoje em dia, será que no passado eram todos santos e falavam diretamente com Deus? Sabemos responder com certeza a tudo isto? Ou fechamos os olhos e dizemos que a fé nos basta?
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- "Houve um tempo em que a filosofia da Igreja governava os Estados. [...] Então o sacerdócio e o império estavam ligados por um entendimento feliz e a troca amigável de favores" - Papa Leão XIII (encíclica "Immortale Dei", 01/novembro/ 1885). Esta é poca ficou conhecida como a Idade das Trevas.
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- "As crianças pequenas que começaram a viver no útero de suas mães e tenham morrido ali ou que, tendo nascido um instante antes, tenham abandonado este mundo sem o sacramento do sagrado batismo [...] deverão ser castigadas com a eterna tortura do fogo que não se apaga" (de "Hell, a Christian doctrine"-M.J. Gauvin, W. Teller, H. Cutner)
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- "Uma vida longa e corrompida seguida por cinco minutos de graça perfeita te faz ir para o céu. Uma vida igualmente longa de decência e boas obras seguidas por um momento de impaciência em que tomas o nome de Deus em vão, se nesse momento morres do coração serás maldito por toda a eternidade. É assim que funciona?" - Robert Heinlein
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- "As vítimas do segredo da confissão me vêm à mente. Para preservar a confiança da sociedade no segredo do sacramento, os indivíduos devem estar dispostos a sofrer grandes injustiças, inclusive a morte. [...] Os cidadãos de uma nação inteira podem ser obrigados a suportar um enorme grau de injustiça da parte de um tirano porque os magnicídios frequentes ou uma revolução debilitariam excessivamente a estrutura da sociedade" - Padre John Sasaki (membro da Pontifícia Comissão sobre População e Problemas de Família, 1965)
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- "Examinem alguns fragmentos de pseudociência e encontrarão um manto de proteção, um polegar para chupar, algo a que se agarrar. E o que nós oferecemos em troca? A incerteza, a insegurança! "- Isaac Asimov (1920-1992, escritor e divulgador científico)
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- "Seria muito bonito se houvesse um Deus que criou o mundo, uma Providência benevolente, uma ordem moral e uma vida após a morte. Não parece curioso que tudo isto seja exatamente como desejaríamos que fossem as coisas? " - Sigmund Freud
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- "Os homens acham que a epilepsia é divina simplesmente porque não a entendem. Mas se chamassem divino a tudo que não entendem, tudo acabaria sendo divino - Hipócrates
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- "Se todas as conquistas da ciência fossem eliminadas amanhã, não haveria mais médicos, apenas curandeiros, nem transportes mais rápidos que os cavalos, nem computadores, livros impressos nem agricultura mais avançada que a de simples subsistência. Se todas as conquistas dos teólogos fossem eliminadas, alguém notaria a diferença? Até o lado mau da ciência, como as bombas e os barcos baleeiros guiados por sonar, funciona! A teologia não faz nada, não altera nada, não significa nada. O que nos faz pensar que a teologia serve para alguma coisa? - Richard Dawkins ("The Emptiness of Theology", em "Free Inquiry", primavera de 1998)
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- "Não é por acidente, estejam certos, que as escrituras cristãs fazem do pai do conhecimento uma serpente viscosa, furtiva e abominável - H. L. Mencken
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- "A verdade em assuntos de religião é simplesmente a opinião que sobreviveu" - Oscar Wilde (1854-1900, autor anglo-irlandês)
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- "Céu e Terra, centro e circunferência,, foram criados juntos, no mesmo instante, e as nuvens cheias de água [...] Isto aconteceu e o homem foi criado pela Trindade no dia 23 de outubro de 4004 AC, às nove da manhã" - John Lightfoot (vicechanceler da Universidade de Cambridge, 1859)
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- "Não acreditem em nada só porque lhes foi dito. Não acreditem na tradição apenas porque foi passada de geração em geração. Não acreditem em nada só porque está escrito nos seus livros sagrados. Não acreditem em nada apenas por respeito à autoridade de seus mestres. Mas qualquer coisa que, depois do devido exame e análise, vocês achem que leva ao bem, ao benefício e ao bem-estar de todos os seres - nesta doutrina creiam e aferrem-se a ela e a tomem como guia" - Siddhartha Gautama(o Buda)
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"Duvidem de tudo. Encontrem sua própria luz" (últimas palavras de Buda, segundo a tradição Theravada)
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- "Devemos investigar e aceitar o resultados. Se não resistem a estes testes, até as palavras de Buda devem ser rejeitadas - Tenzin Gyats (14º Dalai Lama, 1988)
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"O bom cristão deve permanecer alerta contra os matemáticos e todos aqueles que fazem profecias vazias. Existe o perigo de que os matemáticos tenham feito uma aliança com o demônio para obscurecer o espírito e confinar o homem às amarras do Inferno" (Santo Agostinho de Hipona, Pai da Igreja)
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"Parece-me que tudo o que é necessário para convencer uma pessoa razoável de que a Bíblia é uma simples invenção humana - uma invenção de bárbaros - é lê-la. Leia a Bíblia como você leria qualquer outro livro. Pense nela como você pensaria a respeito de qualquer outro. Tire dos olhos a venda do respeito reverente. Tire do coração o fantasma do medo e expulse do trono do seu cérebro a serpente da superstição. Leia então a Santa Bíblia e você se espantará por ter, algum dia, suposto que um ser de infinita sabedoria, bondade e pureza foi o autor de tal ignorância e tal atrocidade" (Robert G. Ingersoll, "The Gods", 1872)
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"As igrejas costumavam ganhar suas discussões com ateus e hereges mandando-os para a fogueira, o que prova claramente que o Diabo existe mas não serve como evidência de que há um deus"(Ben N. Lindsey e Wainwright Evans, "The Revolt of Modern Youth", 1925
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"Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força, e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. Mas se sua crença se baseia na fé, você perceberá que a discussão é inútil e, portanto, recorrerá à força, ou na forma de perseguição ou anestesiando e distorcendo as mentes das crianças no que é chamado "educação" " (Bertrand Russell)
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"Para que tenham valor, os pensamentos do homem têm que ser livres. Sob a influência do medo, o cérebro se paraliza e, em lugar de corajosamente resolver os problemas por si mesmo, adotará assustado a solução de outros. Se a maioria dos homens se prostra ao solo diante de qualquer príncipe ou rei, o que pensar da infinita abjeção de suas pequenas almas diante do seu suposto criador e deus? Em tais circunstâncias, que valor podem ter seus pensamentos?" (Robert G. Ingersoll, "The Gods", 1872)
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Ateus não têm certeza de nada. Questionam, duvidam. E ninguém mata - ou dá a vida - por uma dúvida. Ninguém tenta impor suas dúvidas aos outros. Crentes o fazem porque têm a certeza de estar com a verdade. Por ela podem até matar ou morrer. Regimes comunistas, oficialmente ateus, são criticados por perseguirem as religiões. Mas o que eles realmente fazem é substituir uma religião mística por uma religião materialista, uma ideologia. Também têm dogmas, santos e mártires. Como pregam a reforma deste mundo, aqui e agora, procuram exterminar as concorrentes que prometem a felicidade no outro e que, como dizem, são o "ópio do povo" por defenderem o conformismo e a resignação. Como toda a religião, entretanto, apegam-se a exterioridades e ritos sem importância, veneram seus líderes e seus "livros sagrados". Impõem às sociedades dominadas os seus conceitos distorcidos do que é "melhor para todos" e perseguem os hereges.
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- "Se duvido logo penso ... se penso logo existo" - René Descartes (1596-1650)
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"...aqueles que difundem os medos apocalípticos crêem de boa-fé que é o Todo-Poderoso quem vai enfim fazer justiça. Mas não se dão conta de que são eles que aspiram a uma vingança de que Deus não será senão o executor." - Jean Delumeau (História do medo no Ocidente)
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- "Todas as doenças dos cristãos podem ser atribuídas aos demônios. Eles atormentam principalmente os batizados há pouco, até mesmo recém-nascidos sem culpa" - S.Agostinho( 354-430)
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- "Se a vida fosse encontrada em outro planeta, ela também teria sido contaminada pelo pecado original e necessitaria ser salva" - Piero Coda (professor de teologia em Roma, em declaração ao Vaticano, segundo a "Ecumenical News International")
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Talvez os judeus não devam ser julgados segundo critérios modernos pelas atrocidades que a Bíblia descreve em Josué, Samuel e outros. Por outro lado, por que aceitar como verdadeiras as palavras escritas por uma tribo de bárbaros primitivos sobre o que lhes teria dito seu deus? Como saber se eles não entenderam errado ou adaptaram a mensagem à sua realidade e conveniência? Se eles afirmam que o próprio Yaveh ordenou que cometessem tantas atrocidades (ou que as cometeu ele mesmo), ou nada do que dizem sobre seu deus é confiável ou, se for verdade, seu deus é um monstro e não deveria ser venerado nem obedecido. Se Deus existe, deveria ofender-se com a imagem que a Bíblia faz dele. Algumas coisas não podem ser tomadas fora de contexto. Por exemplo: é normal que índios vivam nus em suas aldeias no meio da floresta, mesmo que não possamos fazer o mesmo numa cidade grande. Por outro lado, para que contexto podemos apelar que justifique o comportamento de um pai que estupra a filha de 8 anos? Que valor podem ter as palavras de um homem assim? Da mesma forma, que critérios temos para filtrar ou decodificar a verdadeira mensagem de Deus à humanidade contida nas palavras de gente que extermina povos inteiros, incluindo os animais, rasga a barriga das gestantes para arrancar os fetos, poupando apenas as virgens, para estuprá-las, e diz que seu deus o ordenou? Tudo o que temos é uma colcha de retalhos escrita por auto-intitulados profetas ou mestres, sobre os quais pouco ou nada sabemos, cheia de enigmas, absurdos e contradições. Tentar criar "mensagens" a partir da Bíblia significa apenas inventar uma religião segundo critérios pessoais e interpretações sem base lógica. Não é o desejo dos crentes de que haja uma "mensagem" e um "contexto" que vai fazer com que existam. Alguns crentes criticam os que "só abrem a Bíblia para procurar defeitos, em vez de olhar para o que há de bom". No caso do pai citado acima, talvez devamos nos concentrar no fato de que é um cidadão respeitável, que faz caridade e vai à igreja todos os domingos, e não dar tanta importância a pequenos detalhes de sua vida pessoal ...
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"Não dêem aos cães o que é santo, nem atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se, despedaçar vocês" (Mateus 07:06). Parece que Jesus considera que algumas pessoas não são dignas de receber a doutrina e que arriscar-se ao martírio para convertê-las não tem valor. Recomenda aos discípulos sacudir a poeira dos pés e seguir em frente, desprezando os seres inferiores que não aceitam a "verdade" e questionam seus ensinamentos.
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Atos 05:09-10 - "Então Pedro disse: 'Por que vocês fizeram acordo para tentar o Espírito do Senhor? Veja! Os que foram enterrar seu marido estão chegando. Eles vão levar você também!" No mesmo instante, Safira caiu aos pés de Pedro e morreu. Quando os jovens entraram, a encontraram morta e a levaram para enterrar junto do marido". Mensagem: pague o prometido ou o bom Deus o matará. Bom Deus ou chefão mafioso?
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Marcos 16:15-16: "Então Jesus disse-lhes: "Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade. Quem acreditar e for batizado, será salvo. Quem não acreditar, será condenado". João 15:06: "Quem não fica unido a mim será jogado fora como um ramo, e secará. Esses ramos são ajuntados, jogados no fogo e queimados." Mensagem: acredite sem questionar ou queime no inferno para sempre. Isto são Boas Novas ou o decreto de um tirano?
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Marcos 16:17-18: "Os sinais que acompanharão aqueles que acreditarem são estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem cobras ou beberem algum veneno, não sofrerão nenhum mal; quando colocarem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados." Como nada disto aconteceu, deduz-se que ninguém acreditou. Ou, se acreditaram, foram enganados.
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"Valores morais e éticos independem de se ter uma religião. Não é um livro sagrado que deve nos dizer o que é certo, somos nós que devemos julgar se o livro sagrado e o deus que ele descreve são bons" (adaptado de Steve Locks)
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A Bíblia está cheia de contradições que os crentes tentam explicar com o argumento de que é preciso estudar o texto na língua original, que houve erros de tradução, que temos que pesquisar os costumes e a mentalidade da época em que os livros foram escritos. Isto se aplica a quaisquer escritos de civilizações antigas mas não à suposta "palavra de Deus". Um deus omnisciente e omnipotente poderia ter feito com que sua mensagem, tão importante, fosse de uma clareza cristalina para todos, em qualquer lugar e em qualquer época. Não deveria ser necessário se aprender uma língua morta e ficar sujeito a interpretações disparatadas. Se as traduções são imprecisas e a mensagem não está ao alcance das pessoas comuns, Deus falhou ao nos transmitir sua vontade. Se há erros e imprecisões na tradução, por que não no original, já que também foi escrito por seres humanos? Se a Bíblia tem erros, se é contraditória, não é confiável e não deve ser levada em conta. Aqueles que tentam interpretá-la são ainda menos confiáveis. Constróem hipóteses a partir de um livro duvidoso.
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- "Com base em que critérios dizemos que Deus é perfeito? Como podemos definir "perfeição"? Se é um conceito absoluto, que Deus tem que seguir, então há algo externo a Deus. Se "perfeição" foi definida a partir da natureza de Deus, então a palavra não quer dizer nada. É apenas um sinônimo para "Deus" e seu significado vai variar conforme as qualidadades que atribuímos a Deus" - Dan Barker ("Loosing faith in faith")
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- "Tudo o que ouvimos é uma opinião, não um fato. Tudo o que vemos é uma perspectiva, não a verdade" - Marco Aurélio
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"Se Cristo ressurgiu dos mortos, por que ele não apareceu a seus inimigos? Por que ele não chamou Caifás, o sumo sacerdote? Por que não fez outra entrada triunfal em Jerusalém? Se ele ressuscitou realmente, por que não fez isto em público, na presença de seus perseguidores? Por que este, o maior dos milagres, tinha de ser feito em segredo, num canto? Este era um milagre que poderia ser visto por grande multidão
(...)
- "um que poderia ter convencido centenas de milhares. Depois da história da ressurreição, a ascensão se tornou uma necessidade. Eles tinham que se livrar do cadáver. - Robert Green Ingersoll (1894, "About the holy Bible")
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- "Você pode citar cem trechos da Bíblia para mostrar que Deus é um tirano sanguinário mas se os crentes acharem duas ou três passagens que dizem "Deus é amor" vão lhe dizer que é você que está tomando as coisas fora de contexto" - Dan Barker
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- "Depois de ouvir o relato de duas testemunhas diferentes sobre um acidente, você começa a duvidar dos historiadores" - Dave Barry
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John Kennedy foi morto quando desfilava em carro aberto diante de uma multidão. A cena foi filmada e o assassino preso. Se até hoje não há um consenso sobre o que aconteceu, que credibilidade podem ter as Escrituras, escritas décadas ou séculos depois dos supostos fatos por gente que nem estava lá e das quais não nos chegou nenhum original, apenas cópias divergentes? Nossos olhos podem nos enganar. Nisto se baseiam os espetáculos de mágica e prestidigitação. Nossa memória tende a filtrar os acontecimentos passados, eliminando as coisas ruins e destacando as boas, o que nos leva a suspirar pelos "bons velhos tempos". Memórias confusas, relatos obscuros, lendas e convicções podem se misturar na cabeça de gente desesperada, dando origem a um passado que nunca existiu mas que, com o tempo e a repetição, se torna "fato".
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Mateus 21:18-19: "Na manhã seguinte, voltando para a cidade, Jesus ficou com fome. Viu uma figueira perto do caminho, foi até lá, mas não achou nada, a não ser folhas, pois ainda não era a época de figos. Então Jesus disse à figueira: "Que você nunca mais dê frutos." E, no mesmo instante, a figueira secou". Se ele tinha poderes para secar a figueira, também tinha para fazê-la dar frutos. Que lição podemos tirar disto a não ser que Jesus era sujeito a ataques de raiva contra seres indefesos e inocentes?
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1 Timóteo 04:01-03: "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, para dar atenção a espíritos sedutores e a doutrinas demoníacas. Serão seduzidos por homens hipócritas e mentirosos, que têm a própria consciência como que marcada a ferro quente. Eles proibirão o casamento, exigirão abstinência de certos alimentos, embora Deus tenha criado essas coisas para serem recebidas com ação de graças por aqueles que têm fé e conhecem a verdade". Ou seja, o Espírito diz claramente que o celibato dos padres e a abstinência de carne durante a Páscoa são doutrinas demoníacas. E como estão durando esses últimos tempos...
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Muita gente pede graças ao Sagrado Coração de Jesus. E o que podemos pedir ao Sagrado Fígado? Ou ao Sagrado Pâncreas?
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Não há pecado, há consequências. Pecado é apenas o descumprimento de um preceito religioso. Não prejudica ninguém.
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Que valor tem a penitência? Em que nos beneficia ou à comunidade? Por que Deus não se contenta com nosso sincero arrependimento? Por que ele quer que paguemos por nossos pecados com sofrimento auto-imposto? Ou será que ele gosta de nos ver sofrer, como vingança?
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Em que contexto é justo que Deus mate o filho de David e prostitua suas mulheres como castigo por um crime que apenas David cometeu? Que ensinamento devemos tirar desta passagem? O que Deus quis nos dizer com isto? 2 Samuel 12:10-14: "Pois bem! A espada nunca mais se afastará de sua família, porque você me desprezou e tomou a mulher de Urias, o heteu, para se casar com ela. Assim diz Javé: Eu farei com que a desgraça surja contra você de dentro de sua própria casa. Pegarei suas mulheres e as darei a outro diante de seus olhos, e ele dormirá com suas mulheres debaixo da luz deste sol. Você agiu às escondidas, mas eu farei tudo isso diante de todo o Israel e em pleno dia". David disse a Natã: "Pequei contra Javé". Então Natã disse a David: "Javé perdoou o seu pecado. Você não morrerá. Mas, por ter ultrajado a Javé, com seu comportamento, o filho que você teve morrerá".
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- "Vejam como os cristãos se comportaram ao longo dos séculos. Se Jesus disse "Julguem a árvore pelos seus frutos", então o cristianismo é uma árvore lamentável" - Steve Locks("Criticism of the resurrection" )
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- "Se Deus quer acabar com o mal mas não consegue, então ele não é omnipotente. Se Deus pode acabar com o mal mas não o faz, então ele é mau. Se Deus quer e pode, então de onde vem o mal? Se Deus nem pode nem quer, então por quê chamá-lo Deus?" - Epicuro (filósofo grego, c. 341-270 a.C.)
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A Igreja passou 2000 anos descrevendo o inferno como um lugar cheio de fogo e tortura. Agora ela diz que o sofrimento é apenas a ausência de Deus, o arrependimento por se ter escolhido a opção errada. Se só ao chegar lá os pecadores vão realmente entender que estavam errados, como afirmar que a escolha foi consciente e informada? Pelo contrário, em Lucas 16:19-31 conta-se a parábola do rico no inferno que pede que seus irmãos ainda vivos sejam sejam avisados do que lhe aconteceu para que não acabem como ele, o que lhe é negado. A explicação, ridícula, é a de que, se não acreditaram em Abraão e nos profetas, também não vão acreditar se os mortos lhes aparecerem (por que não?!). Conclui-se que seus irmãos não sabiam do risco que corriam. E não é permitido ajudá-los. Deixem que se danem. Note-se que o condenado tinha bom coração. Ele poderia perfeitamente desejar que seus irmãos sofressem também. Outro absurdo é que Lázaro, o pobre, foi para o céu após uma vida de sofrimento enquanto que o rico foi para o inferno após uma vida de prazeres. Em outras palavras, por um instante de sofrimento, uma eternidade no céu e, por um instante de prazer, uma eternidade no inferno. Uma punição infinitamente desproporcional por uma falta cometida por quem não tinha total consciência de seus atos. E uma recompensa também desproporcional por uma vida de sofrimentos não necessariamente escolhida pelo sofredor e sim imposta a ele.
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Mateus 19:09: "Eu, por isso, digo a vocês: quem se divorciar de sua mulher, a não ser em caso de fornicação, e casar-se com outra, comete adultério". Por que então a Igreja proíbe o divórcio e novo casamento em todo e qualquer caso? Aliás, nada é dito nesta passagem sobre o marido que fornica.
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Testemunhos alheios não prevalecem sobre a nossa experiência pessoal. É mais provável que testemunhas mintam ou se enganem do que os milagres que elas relatam realmente tenham acontecido. Se o testemunho contradiz nosso bom senso, é razoável considerar que o testemunho seja falso. Afirmações extraordinárias requerem provas extraordinárias.
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De acordo com 2 Samuel 24:11, Davi fez um censo do povo. Isto gerou a ira de Jeová e, como punição, ele permitiu que Davi escolhesse entre sete anos de fome, uma viagem de três meses perseguido pelos inimigos ou três dias de pestes. Davi, tendo confiança em Deus, escolheu três dias de pestes; e então, Deus, o piedoso, para vingar os erros de Davi, matou setenta mil homens inocentes. Diante das mesmas circunstâncias, o que o diabo teria feito? (Sobre a Bíblia-Robert Ingersoll)
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1 João 02:27: "Vocês receberam de Jesus a unção que permanece em vocês, e já não têm necessidade de que alguém os ensine; pelo contrário, como a unção dele, que é verdadeira e não mentirosa, lhes ensina tudo aquilo que Jesus lhes tinha ensinado, permaneçam com ele" Pelo visto, é do interesse da Igreja que a unção de Deus não permaneça em nós, caso contrário ela se tornará dispensável. Se Deus nos falasse diretamente, não precisaríamos de seus ritos, pompas, catedrais, de suas tortuosas e contraditórias elocubrações, cheias de palavras vazias, vãs tentativas de explicar o que não existe.
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Deus afogou toda a humanidade, exceto por um velho bêbado e alguns poucos de seus parentes, embora, como ser omnipotente, tivesse opções menos radicais. Reservou um território para um povo e o ajudou a exterminar os habitantes originais, inclusive crianças de peito ou ainda no ventre da mãe. Permitiu que seus protegidos estuprassem as mulheres dos vencidos. Se estes, e muitos outros episódios semelhantes, são exemplos do conceito de moral e ética divinas, como afirmar que um mundo ateu mergulharia na desordem e no crime? Os critérios morais de Deus não requerem explicação. Está certo porque ele assim o definiu. Ateus são humanos e, como tal, imperfeitos, mas ao menos estabelecem regras de conduta com base na interação pacífica com o próximo, no mútuo benefício e na compaixão e não simplesmente "porque eu assim o quis". Entre ateus, a teoria está sujeita às necessidades práticas. Deus não tem tais limites. O que impede que ele decida dar a Terra a uma raça extraterrestre e a ajude a nos derrotar e devorar? Se tudo o que Deus faz é bom por definição, nossas definições de bem e mal não se aplicam a ele e teremos que aceitar seus atos ainda que nos pareçam absurdos e injustos. Se Deus é bom porque seus atos estão de acordo com um padrão externo e absoluto de bem e mal, ateus não dependerão dele para fazer o que é certo. Se os critérios morais de Deus são, por definição, incompreensíveis, então eles são arbitrários do nosso ponto de vista. E não temos como julgar se são bons.
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- "Veja se consegue entender: um terço de Deus engravidou uma mulher com o único propósito de dar à luz outro terço de si mesmo, o qual, décadas depois, morreria para que o primeiro terço pudesse salvar os humanos de sua própria ira. Na verdade, o segundo terço não morreu, apenas se foi, e o terceiro terço (aquele que engravidou a mulher) veio ajudar as pessoas a se darem conta de que o segundo terço realmente morreu para que o primeiro terço não tivesse necessidade de enviar a todos os humanos para o inferno, que ele criou com o propósito expresso de castigá-los porque o incomodavam"- Liz (abril de 2000)
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"Deus criou o mundo, uma árvore, um homem e uma mulher e lhes disse para não comer da árvore, embora já soubesse que comeriam, pois pode ver o futuro. Assim que comeram da árvore, Deus os amaldiçoou e permaneceram malditos até que Deus tomou 1/3 de si mesmo e o transformou em um homem, que morreu mas na verdade não morreu, pois ressuscitou e voltou a ser parte de Deus outra vez, acabando assim com a maldição, mas a maldição na realidade não acabou, porque se não crermos em tudo o que está acima, Deus nos torturará para sempre porque é infinitamente bom" - John Hattan (agosto de 2000)
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Não é possível que todas as religiões sejam verdadeiras ao mesmo tempo mas é bem possível que todas seja falsas.
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- "Não é lógico se acreditar num deus omnipotente e omnisciente que cria humanos defeituosos e então os culpa por seus próprios erros" - Gene Roddenberry
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"A vontade de Deus é diretamente proporcional à opinião pública " - David Paul Gladden
VIII cont.)
O cristianismo é produto de tendências naturais de uma época; aproveitadas espertamente pelos líderes do cristianismo. O judeu pobre e oprimido não tendo para quem apelar, passou a esperar de Deus aquilo que o seu semelhante lhe negava. O sacerdote valendo-se do deplorável estado de espírito de uma população faminta, e sobretudo desesperançada, ressuscitou a um, dentre os velhos deuses, para restaurar a esperança do povo judeu. E assim, surgiu mais um mito solar, mais um deus com todos os atributos divinos, tal como os que antecederam. O novo deus solar em questão é Jesus Cristo.
Conforme temos dito repetidas vezes, o cristianismo tomou por empréstimo tudo quanto se fez necessário à sua formação Assim, todos os ensinamentos atribuídos a Cristo, foram copiados dos povos com os quais os judeus tiveram convivência. A sua moral, a moral que Cristo teria ensinado, aprendeu-a com os filósofos que o antecederam em muitos Séculos.
De sorte que não há inovações em nenhum setor ou aspecto do cristianismo. Antigos povos, milênios antes adoraram seus deuses semelhantemente.
Dentre as máximas adotadas pelo cristianismo, comentaremos a seguinte: 'Não faças aos outros o que não queres que a ti seja feito". Este ensinamento não teria partido de Jesus, conforme pretendem os cristãos, não sendo sequer uma máxima cristã, originariamente.
Encontrá-la-emos em Confúcio, e ainda no bhramanismo, no budismo e no mazdeismo, fundado por Zoroastro. Era uma orientação filosófica e religiosa, adotada pelos hindus.
A originalidade do cristianismo, consistiu apenas em criar as penas eternas, um absurdo desumano e irracional. Enquanto isso, o mazdeismo cria a possibilidade de regeneração do pior bandido, admitindo mesmo a sua plena reintegração no seio da sociedade.
O perdão aos inimigos, foi muito antes de Jesus, aconselhado por Pitágoras.
Os egípcios religiosos praticavam uma moral muito elevada. No "Livro dos Mortos" encontramos a confissão negativa, de acordo com a qual, a alma do morto comparecia ante o tribunal de Osiris e proferia em alta voz as suas más ações.
O sentimento de igualdade e fraternidade para com os homens, foi ensinado por Filon. O cristianismo adotou os seus ensinamentos, atribuindo-os a Jesus. São de Filon, as seguintes palavras: "Os que exaltam as grandezas do mundo como sendo um bem, devem ser reprimidos." "A distinção humana está na inteligência e na justiça, embora partam do nosso escravo, comprado com o nosso dinheiro." "Porque hás de ser sempre orgulhoso e te achares superior aos outros?" "Quem te trouxe ao mundo? Nu vieste nu morrerás, não recebendo de Deus senão o tempo entre o nascimento e a morte, para que o apliques na concórdia e na justiça repudiando todos os vícios e todas as qualidades que tornam o homem um animal". "A boa vontade e o amor entre os homens são a fonte de todos os bens que podem existir". Como vemos, não há nada de novo no cristianismo.
Platão salientou a felicidade que existe na prática da virtude. Ensinou a tolerância à injúria e aos maus tratos, e condenou o suicídio. Recomendou o humanismo, a castidade e o pudor, e condenou a volúpia, a vingança e o apego demasiado aos bens. Sua moral baseou-se na exaltação da alma, no desprezo dos sentidos e na vida contemplativa. O Padre Nosso foi copiado de Platão. Quem conhece bem a obra de Platão, percebe os traços comuns entre a mesma e o cristianismo. Filon inspirou-se em Platão, e a Igreja, na obra de Filon que helenizou o judaísmo.
Aristóteles afirmou que a comunidade repousa no amor e na justiça. Admitia a escravatura, mas libertou os seus escravos. Poderiam existir escravos, mas não a seu serviço. A comunidade deveria instruir a todos, independentemente da classe social, com o que ensinou o evangelho aos
Evangelhos.
A abolição do sacrifício sangrento não foi introduzida pelo cristianismo. Não lhe cabe tal mérito. Gélon, da Sicília, firmando a paz com os cartagineses, estipulou como condição a supressão do sacrifício de vidas animais aos seus deuses.
Sêneca aconselhava o domínio das paixões, a insensibilidade à dor e ao prazer. Recomendava igualmente a indulgência para com os escravos, dizendo que todos os homens são iguais. Referia-se ao céu como fazem os cristãos, afirmando que todos são filhos de um mesmo pai. Concebia como pátria, o universo. Os homens deveriam ajudarem-se e amarem-se mutuamente. Enquanto isso, o humanismo cristão limitou-se apenas aos irmãos de fé. O bem, visa somente a salvação da alma, o que é egoísmo, mas nunca humanismo. Sêneca manifestou-se contrário à pena de morte, o cristianismo ao contrario, é responsável por inúmera execuções. Admitia a tolerância mesmo em face da culpa. Ao invés de perseguir e punir, por que não persuadir, ensinar e converter?
Epícteto e Marco Aurélio foram bons professores dos cristãos. Os filósofos greco-romanos foram grandes mestres da moral cristã e da consolação, sem que para isto criassem empresas, negócios nem castas. O cristianismo existente antes de Jesus Cristo, já pregava a moral anterior ao martírio do Gôlgota. A moral cristã não veio de Jesus Cristo nem dos EvangeIhos, mas nasceu da tendência natural para o aperfeiçoamento do homem. Não fosse a destruição sistemática de antigas bibliotecas, determinada pelo clero no intuito de preservar os seus escusos interesses, hoje seria possível patentear com documentos à mão, que a moral anterior a cristã, era bem melhor do que esta, tendo-lhe servido de modelo. Assim, vê-se que a moral jamais foi patrimônio de castas ou de indivíduos, sendo uma lenta conquista da humanidade, com ou sem religião e mesmo contra ela. Por isso é que o mundo racionaliza-se continuamente; e avança sempre no sentido do seu aperfeiçoamento. A bondade humana independe da idéia religiosa. A razão ensina-nos o que devemos ao nosso meio social, independentemente da fé e da religião. Para justificar o aparecimento de Jesus, fez-se necessário recorrer a uma moral, que no entanto, já era um patrimônio da humanidade. Jesus nada mais foi do que a materialização de qualidades que já existiam. Por isso, mesmo em morai. Jesus foi ator e não autor. O cristianismo apenas sistematizou e industrializou essa velha moral, estabelecendo-a como um endoso comércio. A Igreja é responsável pela deturpação dessa moral. Havia a moral pela moral que foi substituída pela moral bíblica em que só se é bom para ganhar o céu.
Superpondo-se um grupo empresarialmente forte, extinguiu-se a moral individual.
Pesquisas recentes e estudos comparados, têm demonstrado que a mitologia judaico-cristã é bem anterior ao própriojudaísmo, quando se percebe que dogmas como o da imortalidade da alma, da ressurreição e do Verbo encarnado, são muito anteriores ao cristianismo.
A imortalidade da alma já era multimilenar quando os judeus foram levados cativos para a Babilônia.
Zoroastro ensinara, muito antes, ser a alma imortal, e que essa imortalidade seria produto de uma opção humana. O livre arbítrio levaria o homem a escolher uma vida que o levaria ou não à imortalidade. O erro e o mal produziriam a morte definitiva, a prática do bem, a imortalidade.
Do mesmo modo, na Ciropédia, bem anterior a Zoroastro, lê-se que Ciro, moribundo, disse: "Não creio que a alma que vive em um corpo mortal se extinga desde que saia dele, e que a capacidade de pensar desapareça apenas porque deixou o corpo que não tem como pensar por si
mesmo". Por outro lado, Einstein, pouco antes de morrer declarou não crer que algo sobrasse do ser vivo, após a morte.
Os egípcios, os hindus, os sumérios, os hititas e os fenícios criam na imortalidade da alma.
A ressurreição foi um dos fundamentos do Zend-Avesta. Zoroastro também ensinou que o fim do mundo seria precedido por um grande acontecimento a ser predito por profetas. Os persas tiveram os seus profetas que foram Ascedermani e Ascerdemat, os quais passaram à Bíblia sob os novos nomes de Enock e Elias, entidades míticas, como se vê. Desses mitos, surgiram o Talmud e os Evangelhos, o que mostra que em religião, a idéia original pertence à noite dos tempos.
A doutrina do Verbo já era antiquíssima no Egito. Deus teria gerado Kneph - a palavra, o Verbo - que é igual ao pai. Da união de Deus com o Verbo nasceu o fogo, a vida, Fta, a vida de todos os seres.
O monoteísmo e a Santíssima Trindade eram crenças muito antigas na Índia. Os deuses únicos e os deuses secundários são uma velha doutrina oriental. A religião greco-romana já possuía o seu Apoio e Zeus, acolitados por uma porção de deuses secundários. Essas velhas lendas deram origem ao Deus do cristianismo, com toda sua corte de santos e anjos. O politeísmo de há muito vinha caminhando para o monoteísmo. Os gregos já haviam concebido a idéia de um intermediário entre os homens e Júpiter, que era Apoio, tendo-se encarnado para redimir os homens.
Porfírio citou o seguinte oráculo de Serapis: "Deus é antes e depois e ao mesmo tempo, é o Verbo e o Espírito, como um e outro".
O mundo antigo cria em um Deus único, pai de todas as coisas, afirmou Máximo de Tiro. O povo então já dizia: Deus o sabe! Deus o quer! Deus o abençoe! Os oráculos só se referiam a Deus e não aos deuses.
Os apologistas do cristianismo, tais como Eusébio, Agostinho, Lactâncio, Justino, Atanásio e muitos outros, ensinavam que unidade de Deus era conhecida desde a mais remota antigüidade. Os órficos, inclusive, admitiam-na.
Na Bíblia, ao ser traduzida para o grego e para o latim, o nome de Deus passou a ser muitas vezes Senhor, Dominus, para ficar conforme o nome do Deus-sol do mitraísmo.
O amor a Deus foi a base de todas as religiões copiadas pelo judaísmo. Isaías falava de Deus como Pai Celestial. Ezequiel dizia que Deus não queria a morte do pecador, preferindo antes a sua conversão. O justo viverá eternamente pela fé. São palavras de Habacuc, repetidas por Paulo em Gálatas, 3.2.
Como vimos, a doutrina do Verbo vem de Platão, tendo sido este o intermediário entre os metafísicos e os cristãos. Foi ele quem concebeu a idéia de separação do corpo da alma, e pôs aquele na dependência desta. Na sua opinião, a terra era o desterro da alma. Foi o criador do sistema filosófico da decadência moral do homem, fazendo dos sentidos uma ameaça, do mundo um mal, e da eternidade o delírio, o sonho.
Cícero e Sêneca tinham idéias cristãs, mas não conheceram a Jesus Cristo nem ao cristianismo. Agostinho leu as obras de Cícero e trocou o maniqueísmo pelo cristianismo. A Igreja procurou destruir as principais obras de Cícero e de Sêneca para que a posteridade não percebesse que eles não tinham sido cristãos, seguidores de Cristo, mas, apenas as suas idéias coincidiam com as que o cristianismo esposou.
O cristianismo nasceu da helenização do judaísmo. Os cristãos terapeutas abandonaram o judaísmo ortodoxo, porque este tinha posto de lado o culto nacional do templo e o sacrifício Pascal, retirando-se para uma vida contemplativa nos montes, longe dos homens e dos negócios. Estabeleceram uma sociedade comunal, considerando o casamento um apego à carne, um empecilho à salvação da alma, com o que proscreveram os principais prazeres da vida, exaltando o celibato e a pobreza, como os essênios, além de aconselhar a caridade.
Eusébio chamou aos terapeutas de cristãos sem Cristo. Para ele, um terapeuta era um autêntico cristão. Isto levou Strauss a escrever: "Os terapeutas, os essênios e os cristãos dão sempre muito o que pensar
A doutrina dos essênios, a moral dos terapeutas, a encarnação do Verbo, vinda do judaísmo helenizado, é o cristianismo de Filon. Desse modo, Filon foi criador do cristianismo, sem o saber. Ele refere-se ao Verbo nos termos da mitologia egípcia, sem contudo, mencionar a crença em Jesus Cristo.
Salomão fez da sabedoria divina a criação. O Livro da Sabedoria define a natureza desse principio intermediário, transformando o pensamento vago do rei judeu sobre a sabedoria da doutrina do Verbo.
Sirac, em "Eclesiástico", faz a doutrina do Verbo ser mais precisa: "A sabedoria vem de Deus, estando sempre com ele. Foi criada antes de todas as coisas. A voz da inteligência existe desde o principio. O Verbo de Deus no mais alto do céu, é a fonte da sabedora"! Filon disse que o Verbo se fizera humano. Segundo ele, Deus era infalível e inacessível a inteligência humana, não nos alcançando senão pela graça divina. Para ele ainda, o Verbo não era apenas a palavra, mas a imagem visível de Deus. O Verbo seria o Ungido do Senhor, o ideal da natureza, o Adão Celeste. É a doutrina da encarnação do Verbo, tomando a forma humana. O Verbo é o intermediário entre Deus e os homens. Diz ainda que o Verbo é o pão da vida. Por ai vemos que não foi o Cristo o criador do cristianismo, mas este é que o criou.
Clemente de Alexandria, Origenes ou Paulo, assim como os primeiros padres do cristianismo, jamais se referiram a Jesus Cristo como tendo sido um homem que tivesse caminhado do Horto ao Gólgota, mas tiveram-no apenas como o Verbo, conforme a doutrina de Platão e de Filon.
La Sagesse
O cristianismo é produto de tendências naturais de uma época; aproveitadas espertamente pelos líderes do cristianismo. O judeu pobre e oprimido não tendo para quem apelar, passou a esperar de Deus aquilo que o seu semelhante lhe negava. O sacerdote valendo-se do deplorável estado de espírito de uma população faminta, e sobretudo desesperançada, ressuscitou a um, dentre os velhos deuses, para restaurar a esperança do povo judeu. E assim, surgiu mais um mito solar, mais um deus com todos os atributos divinos, tal como os que antecederam. O novo deus solar em questão é Jesus Cristo.
Conforme temos dito repetidas vezes, o cristianismo tomou por empréstimo tudo quanto se fez necessário à sua formação Assim, todos os ensinamentos atribuídos a Cristo, foram copiados dos povos com os quais os judeus tiveram convivência. A sua moral, a moral que Cristo teria ensinado, aprendeu-a com os filósofos que o antecederam em muitos Séculos.
De sorte que não há inovações em nenhum setor ou aspecto do cristianismo. Antigos povos, milênios antes adoraram seus deuses semelhantemente.
Dentre as máximas adotadas pelo cristianismo, comentaremos a seguinte: 'Não faças aos outros o que não queres que a ti seja feito". Este ensinamento não teria partido de Jesus, conforme pretendem os cristãos, não sendo sequer uma máxima cristã, originariamente.
Encontrá-la-emos em Confúcio, e ainda no bhramanismo, no budismo e no mazdeismo, fundado por Zoroastro. Era uma orientação filosófica e religiosa, adotada pelos hindus.
A originalidade do cristianismo, consistiu apenas em criar as penas eternas, um absurdo desumano e irracional. Enquanto isso, o mazdeismo cria a possibilidade de regeneração do pior bandido, admitindo mesmo a sua plena reintegração no seio da sociedade.
O perdão aos inimigos, foi muito antes de Jesus, aconselhado por Pitágoras.
Os egípcios religiosos praticavam uma moral muito elevada. No "Livro dos Mortos" encontramos a confissão negativa, de acordo com a qual, a alma do morto comparecia ante o tribunal de Osiris e proferia em alta voz as suas más ações.
O sentimento de igualdade e fraternidade para com os homens, foi ensinado por Filon. O cristianismo adotou os seus ensinamentos, atribuindo-os a Jesus. São de Filon, as seguintes palavras: "Os que exaltam as grandezas do mundo como sendo um bem, devem ser reprimidos." "A distinção humana está na inteligência e na justiça, embora partam do nosso escravo, comprado com o nosso dinheiro." "Porque hás de ser sempre orgulhoso e te achares superior aos outros?" "Quem te trouxe ao mundo? Nu vieste nu morrerás, não recebendo de Deus senão o tempo entre o nascimento e a morte, para que o apliques na concórdia e na justiça repudiando todos os vícios e todas as qualidades que tornam o homem um animal". "A boa vontade e o amor entre os homens são a fonte de todos os bens que podem existir". Como vemos, não há nada de novo no cristianismo.
Platão salientou a felicidade que existe na prática da virtude. Ensinou a tolerância à injúria e aos maus tratos, e condenou o suicídio. Recomendou o humanismo, a castidade e o pudor, e condenou a volúpia, a vingança e o apego demasiado aos bens. Sua moral baseou-se na exaltação da alma, no desprezo dos sentidos e na vida contemplativa. O Padre Nosso foi copiado de Platão. Quem conhece bem a obra de Platão, percebe os traços comuns entre a mesma e o cristianismo. Filon inspirou-se em Platão, e a Igreja, na obra de Filon que helenizou o judaísmo.
Aristóteles afirmou que a comunidade repousa no amor e na justiça. Admitia a escravatura, mas libertou os seus escravos. Poderiam existir escravos, mas não a seu serviço. A comunidade deveria instruir a todos, independentemente da classe social, com o que ensinou o evangelho aos
Evangelhos.
A abolição do sacrifício sangrento não foi introduzida pelo cristianismo. Não lhe cabe tal mérito. Gélon, da Sicília, firmando a paz com os cartagineses, estipulou como condição a supressão do sacrifício de vidas animais aos seus deuses.
Sêneca aconselhava o domínio das paixões, a insensibilidade à dor e ao prazer. Recomendava igualmente a indulgência para com os escravos, dizendo que todos os homens são iguais. Referia-se ao céu como fazem os cristãos, afirmando que todos são filhos de um mesmo pai. Concebia como pátria, o universo. Os homens deveriam ajudarem-se e amarem-se mutuamente. Enquanto isso, o humanismo cristão limitou-se apenas aos irmãos de fé. O bem, visa somente a salvação da alma, o que é egoísmo, mas nunca humanismo. Sêneca manifestou-se contrário à pena de morte, o cristianismo ao contrario, é responsável por inúmera execuções. Admitia a tolerância mesmo em face da culpa. Ao invés de perseguir e punir, por que não persuadir, ensinar e converter?
Epícteto e Marco Aurélio foram bons professores dos cristãos. Os filósofos greco-romanos foram grandes mestres da moral cristã e da consolação, sem que para isto criassem empresas, negócios nem castas. O cristianismo existente antes de Jesus Cristo, já pregava a moral anterior ao martírio do Gôlgota. A moral cristã não veio de Jesus Cristo nem dos EvangeIhos, mas nasceu da tendência natural para o aperfeiçoamento do homem. Não fosse a destruição sistemática de antigas bibliotecas, determinada pelo clero no intuito de preservar os seus escusos interesses, hoje seria possível patentear com documentos à mão, que a moral anterior a cristã, era bem melhor do que esta, tendo-lhe servido de modelo. Assim, vê-se que a moral jamais foi patrimônio de castas ou de indivíduos, sendo uma lenta conquista da humanidade, com ou sem religião e mesmo contra ela. Por isso é que o mundo racionaliza-se continuamente; e avança sempre no sentido do seu aperfeiçoamento. A bondade humana independe da idéia religiosa. A razão ensina-nos o que devemos ao nosso meio social, independentemente da fé e da religião. Para justificar o aparecimento de Jesus, fez-se necessário recorrer a uma moral, que no entanto, já era um patrimônio da humanidade. Jesus nada mais foi do que a materialização de qualidades que já existiam. Por isso, mesmo em morai. Jesus foi ator e não autor. O cristianismo apenas sistematizou e industrializou essa velha moral, estabelecendo-a como um endoso comércio. A Igreja é responsável pela deturpação dessa moral. Havia a moral pela moral que foi substituída pela moral bíblica em que só se é bom para ganhar o céu.
Superpondo-se um grupo empresarialmente forte, extinguiu-se a moral individual.
Pesquisas recentes e estudos comparados, têm demonstrado que a mitologia judaico-cristã é bem anterior ao própriojudaísmo, quando se percebe que dogmas como o da imortalidade da alma, da ressurreição e do Verbo encarnado, são muito anteriores ao cristianismo.
A imortalidade da alma já era multimilenar quando os judeus foram levados cativos para a Babilônia.
Zoroastro ensinara, muito antes, ser a alma imortal, e que essa imortalidade seria produto de uma opção humana. O livre arbítrio levaria o homem a escolher uma vida que o levaria ou não à imortalidade. O erro e o mal produziriam a morte definitiva, a prática do bem, a imortalidade.
Do mesmo modo, na Ciropédia, bem anterior a Zoroastro, lê-se que Ciro, moribundo, disse: "Não creio que a alma que vive em um corpo mortal se extinga desde que saia dele, e que a capacidade de pensar desapareça apenas porque deixou o corpo que não tem como pensar por si
mesmo". Por outro lado, Einstein, pouco antes de morrer declarou não crer que algo sobrasse do ser vivo, após a morte.
Os egípcios, os hindus, os sumérios, os hititas e os fenícios criam na imortalidade da alma.
A ressurreição foi um dos fundamentos do Zend-Avesta. Zoroastro também ensinou que o fim do mundo seria precedido por um grande acontecimento a ser predito por profetas. Os persas tiveram os seus profetas que foram Ascedermani e Ascerdemat, os quais passaram à Bíblia sob os novos nomes de Enock e Elias, entidades míticas, como se vê. Desses mitos, surgiram o Talmud e os Evangelhos, o que mostra que em religião, a idéia original pertence à noite dos tempos.
A doutrina do Verbo já era antiquíssima no Egito. Deus teria gerado Kneph - a palavra, o Verbo - que é igual ao pai. Da união de Deus com o Verbo nasceu o fogo, a vida, Fta, a vida de todos os seres.
O monoteísmo e a Santíssima Trindade eram crenças muito antigas na Índia. Os deuses únicos e os deuses secundários são uma velha doutrina oriental. A religião greco-romana já possuía o seu Apoio e Zeus, acolitados por uma porção de deuses secundários. Essas velhas lendas deram origem ao Deus do cristianismo, com toda sua corte de santos e anjos. O politeísmo de há muito vinha caminhando para o monoteísmo. Os gregos já haviam concebido a idéia de um intermediário entre os homens e Júpiter, que era Apoio, tendo-se encarnado para redimir os homens.
Porfírio citou o seguinte oráculo de Serapis: "Deus é antes e depois e ao mesmo tempo, é o Verbo e o Espírito, como um e outro".
O mundo antigo cria em um Deus único, pai de todas as coisas, afirmou Máximo de Tiro. O povo então já dizia: Deus o sabe! Deus o quer! Deus o abençoe! Os oráculos só se referiam a Deus e não aos deuses.
Os apologistas do cristianismo, tais como Eusébio, Agostinho, Lactâncio, Justino, Atanásio e muitos outros, ensinavam que unidade de Deus era conhecida desde a mais remota antigüidade. Os órficos, inclusive, admitiam-na.
Na Bíblia, ao ser traduzida para o grego e para o latim, o nome de Deus passou a ser muitas vezes Senhor, Dominus, para ficar conforme o nome do Deus-sol do mitraísmo.
O amor a Deus foi a base de todas as religiões copiadas pelo judaísmo. Isaías falava de Deus como Pai Celestial. Ezequiel dizia que Deus não queria a morte do pecador, preferindo antes a sua conversão. O justo viverá eternamente pela fé. São palavras de Habacuc, repetidas por Paulo em Gálatas, 3.2.
Como vimos, a doutrina do Verbo vem de Platão, tendo sido este o intermediário entre os metafísicos e os cristãos. Foi ele quem concebeu a idéia de separação do corpo da alma, e pôs aquele na dependência desta. Na sua opinião, a terra era o desterro da alma. Foi o criador do sistema filosófico da decadência moral do homem, fazendo dos sentidos uma ameaça, do mundo um mal, e da eternidade o delírio, o sonho.
Cícero e Sêneca tinham idéias cristãs, mas não conheceram a Jesus Cristo nem ao cristianismo. Agostinho leu as obras de Cícero e trocou o maniqueísmo pelo cristianismo. A Igreja procurou destruir as principais obras de Cícero e de Sêneca para que a posteridade não percebesse que eles não tinham sido cristãos, seguidores de Cristo, mas, apenas as suas idéias coincidiam com as que o cristianismo esposou.
O cristianismo nasceu da helenização do judaísmo. Os cristãos terapeutas abandonaram o judaísmo ortodoxo, porque este tinha posto de lado o culto nacional do templo e o sacrifício Pascal, retirando-se para uma vida contemplativa nos montes, longe dos homens e dos negócios. Estabeleceram uma sociedade comunal, considerando o casamento um apego à carne, um empecilho à salvação da alma, com o que proscreveram os principais prazeres da vida, exaltando o celibato e a pobreza, como os essênios, além de aconselhar a caridade.
Eusébio chamou aos terapeutas de cristãos sem Cristo. Para ele, um terapeuta era um autêntico cristão. Isto levou Strauss a escrever: "Os terapeutas, os essênios e os cristãos dão sempre muito o que pensar
A doutrina dos essênios, a moral dos terapeutas, a encarnação do Verbo, vinda do judaísmo helenizado, é o cristianismo de Filon. Desse modo, Filon foi criador do cristianismo, sem o saber. Ele refere-se ao Verbo nos termos da mitologia egípcia, sem contudo, mencionar a crença em Jesus Cristo.
Salomão fez da sabedoria divina a criação. O Livro da Sabedoria define a natureza desse principio intermediário, transformando o pensamento vago do rei judeu sobre a sabedoria da doutrina do Verbo.
Sirac, em "Eclesiástico", faz a doutrina do Verbo ser mais precisa: "A sabedoria vem de Deus, estando sempre com ele. Foi criada antes de todas as coisas. A voz da inteligência existe desde o principio. O Verbo de Deus no mais alto do céu, é a fonte da sabedora"! Filon disse que o Verbo se fizera humano. Segundo ele, Deus era infalível e inacessível a inteligência humana, não nos alcançando senão pela graça divina. Para ele ainda, o Verbo não era apenas a palavra, mas a imagem visível de Deus. O Verbo seria o Ungido do Senhor, o ideal da natureza, o Adão Celeste. É a doutrina da encarnação do Verbo, tomando a forma humana. O Verbo é o intermediário entre Deus e os homens. Diz ainda que o Verbo é o pão da vida. Por ai vemos que não foi o Cristo o criador do cristianismo, mas este é que o criou.
Clemente de Alexandria, Origenes ou Paulo, assim como os primeiros padres do cristianismo, jamais se referiram a Jesus Cristo como tendo sido um homem que tivesse caminhado do Horto ao Gólgota, mas tiveram-no apenas como o Verbo, conforme a doutrina de Platão e de Filon.
La Sagesse
VII cont.)
Desde há muito, a religião tem servido para moderar os impulsos humanos, sobretudo, daqueles que pertencem a uma classe social menos favorecida.
Salientamos o prejuízo que o mundo tem sofrido, com o rebaixamento mental, imposto com as crenças e superstições religiosas, com o que o conhecimento sofre uma estagnação sensível.
No entanto, o homem tem-se deixado levar pelas crenças e práticas religiosas, sem que nenhum benefício lhe advenha em retribuição. O homem tem feito tudo por si mesmo, apesar de sua religiosidade. A única classe beneficiada realmente com a religião, é a dos sacerdotes.
Retornamos ao assunto em pauta, após uma rápida digressão. A Bíblia cita dez patriarcas que teriam morrido em idade avançada, antes do dilúvio. Contudo, essa lenda provém da tradição caldáica, segundo a qual, dez reis governaram durante 432 anos. Da mesma forma, as lendas hindus, egípcias, árabes, chinesas ou germânicas fazem referência a homens que teriam tido uma longa vida, como a do Matusalém da Bíblia.
Igualmente a lenda de Abraão, que deveria sacrificar o seu filho Isaac, procede de lendas anteriores ao judaísmo. O livro das profecias hindus, relata uma história igual. Ramatsariar conta que Adgitata, protegido de Bhrama, por ser um homem de bem, teve um filho que nasceu tão milagrosamente como Jesus. Entretanto, Bhrama para experimentá-lo, ordena-lhe que sacrificasse o filho. Ele obedece, mas Bhrama impede-o no momento exato, seu filho seria o pai de uma virgem, a qual por sua vez, seria a mãe de deus-homem.
José e a mulher de Putifar, foi a cópia de uma velha lenda egípcia, conforme documentos recentemente traduzidos. Era uma história intitulada "Os dois irmãos".
Emílio Bossi relatando o achado, dá a palavra a Jacolliot: "Um homem da Índia, fez leis políticas e religiosas; chamava-se Manu. Esse mesmo Manu, foi o legislador egípcio, Manas. Um cretense vai ao Egito estudar as instituições que pretende dar ao seu pais, e a história confirma-nos isto dizendo que esse cretense foi Minos. Enfim, o libertador dos escravos judeus chamava-se Moisés, que teria recebido as leis das mãos do próprio Jeová. Temos então, Manu, Manes, Minos e Moisés, os quatro nomes que predominaram no mundo antigo. Aparecem nos albores de quatro diversos povos para representar o mesmo papel, rodeados da mesma auréola misteriosa, os quatro são legisladores, grandes sacerdotes e fundadores das sociedades teocráticas e sacerdotais. Esses quatro nomes têm a mesma raiz sânscrita. O hinduismo deu origem ao judaísmo. Por isso, de Jeseu Krishna fizeram Jesus Cristo.
Documentos recentemente estudados, mostram terem sido os hindus os prováveis colonizadores do Egito. A documentação demonstra que o conhecimento nasceu do saber hindu.
A assiriologia mostra que a lenda de Moisés foi copada da de Sargão I, rei acádio, que igualmente teria sido salvo em um cesto deixado no rio, a deriva.
A lenda de Sansão é outro exemplo. Sansão representa o sol. O poder que lhe foi atribuído é o mesmo dos deuses solares. E assim, examinando os escritos de antigas civilizações, chegamos ao conhecimento das origens de tudo o que a Bíblia narra como fatos reais. Concluímos então que Jesus Cristo nada mais representa, que uma cópia das lendas e mitos dos deuses, adorados por povos os mais remotos e variados.
Percebendo a importância da luz do sol sobre a terra, o homem imaginou que essa luz seria uma emanação protetora de Deus. Da idéia de que existia um único sol, surgiu o monoteísmo, isto é, a crença em um só Deus.
Das palavras Devv e Divv, que em sânscrito significam sol e luminoso, originou-se a palavra deus. Daí, em grego, a palavra Zeus; em latim; deo; para os irlandeses, dias; em italiano dio, etc.
A parte do tempo em que a terra recebe a luz do sol recebeu o nome dia em oposição ao período de trevas, a noite. O dia teria sido um presente divino, graças à luz solar. Conseguindo produzir o fogo, aumentou a crença humana no deus sol. Graças ao fogo, o homem pode libertar-se de um dos seus maiores inimigos que era o frio, assim como passou a cozinhar os seus alimentos. Devendo, cada vez mais a vida ao calor, a gratidão do homem para com o sol cresceu ainda mais. Foi assim que nasceu o mito solar, do qual Jesus Cristo é o último rebento.
Por uma série de ilações, chegaram igualmente à concepção do significado místico da cruz. Dos raios solares foi criada uma cruz, espargindo raios por todos os lados. Da mesma forma foi a Idéia do Espírito Santo, um espírito benfazejo, que irradia a bondade divina. Depois a seqüência mística do sol, o fogo e o vento, dando origem a Salvitri, Agni e Vayu, do mito védico.
O rito védico celebra o nascimento de Salvitri, o deus-sol em 25 de dezembro, no solstício, quando aparecem as refulgentes estrelas. As estrelas trazem a boa nova, a perspectiva de boas colheitas. Daí, os sacrifícios e os ritos propiciatórios, oferecidos ao deus-sol.
Assim, os cristãos encontraram o seu Jesus Cristo.
A vida dos deuses redentores é a vida do sol. Por isso, todos eles tiveram suas datas de nascimento fixadas em 25 de dezembro: Mitra, Horus e Jesus Cristo. Também é simbólica a ressurreição na primavera, tempo da germinação e das folhas novas. Baseando-se nisto, Aristóteles e Platão admitiram uma certa racionalidade dos que adoravam o sol.
Heródoto e Estrabão diziam que Mitra era o deus-sol, tendo por emblema um sol radiante. Plutarco conta que o culto de Mitra veio para a Sicília, trazido pelos piratas do mar. Em escavações feitas no solo italiano, foram encontradas placas de barro solidificados ao sol, trazendo esta inscrição: "Deo Soli Invicto Mitrae", lembrando o deus dos persas.
Niceto escreveu que certos povos adoraram a Mitra como o deus do fogo, outros como sendo o deus-sol.
Júlio Fírmino Materno disse que Mitra era a personificação do deus fogo, enquanto Aquelau, considerava-o o deus-sol.
São Paulino descreveu os mistérios de Mitra como sendo os de um deus solar e redentor. Karneki, rei hindo-escita, no começo de nossa era, mandou cunhar moedas em que se vê a efígie de Mitra dentro de um sol radiante. Mitra ainda era representado com um disco solar na cabeça, segurando um globo com a mão esquerda. Do mesmo modo, os cristãos representam Jesus Cristo. Era o Senhor. Ao surgir o cristianismo, os cristãos primitivos ainda chamavam o sol de "Dominus", com o que, lentamente foi absorvendo o ritual mitráico.
No Egito, o sol era o "Pai Celestial". Um obelisco trazido para o Circo Máximo de Roma, trazia esta inscrição: "O grande Deus, o justo Deus, o todo esplendente", tendo um sol espargindo seus raios para todos os lados.
Da mesma forma, todos os deuses dos índios americanos, pertenciam ao rito solar, assim como os deuses dos hindus, dos chineses e japoneses. Os caldeus adorando o sol como seu deus, dedicaram-lhe a cidade de Sípara, onde ardia o fogo sagrado, eternamente, em sua honra. Em Edessa e em Palmira foram encontrados templos dedicados ao deus-sol. Orfeu considerava o sol como sendo o deus maior. Agamenon disse que o sol era o deus que tudo via e de que tudo provinha.
Os judeus e os líderes do cristianismo, para a formação deste, só tiveram de adaptar as crenças e rituais antigos a um novo personagem: Jesus Cristo. Toda a roupagem necessária para vestir o novo deus preexistia. Apenas fazia-se necessário amoldá-la um pouco.
Tendo em vista o completo silêncio histórico a respeito de Jesus Cristo, bem como as evidentes ligações deste com o mito dos deuses-solares, Dupuis escreveu o seguinte: "Um deus nascido de uma virgem, no solstício do inverno, que ressuscita na Páscoa, no equinócio da primavera, depois de haver descido ao inferno; um deus que leva atrás de si doze apóstolos, correspondentes às doze constelações; que põe o homem sob o império da luz, não pode ser mais que um deus solar, copiado de tantos outros deuses heliosísticos em que abundavam as religiões orientais. No céu da esfera armilar dos magos e dos caldeus, via-se um menino colocado entre os braços de uma virgem celestial, a que Eratóstenes dá como Ísis, mãe de Horus. Seu nascimento foi a 25 de dezembro. Era a virgem das constelações zodiacais. Graças aos raios solares, a virgem pode ser mãe sem deixar de ser virgem... Via-se uma jovem "Seclanidas de Darzana", que em árabe é "Adrenadefa", e significa virgem pura, casta, imaculada e bela... Está assentada e dá de mamar a um filho que alguns chamam de Jesus e nós, de Cristo.
Já vimos que Jesus repete todos os mistérios dos deuses solares e redentores, pelo que Heródoto, Plutarco, Lactâncio e Firmico puderam afirmar que esse deus redentor é o sol. De modo que Jesus é apenas mais um deus solar.
Ainda hoje, grande parte do rito cristão é de origem solar. Na Bíblia, encontramos estas palavras: "Deus estabeleceu sua tenda no sol", e ainda "Sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol da justiça e vossa vida estará em seus raios".
João diz que "o verbo é a lei, a luz e a vida, a luz que Ilumina a vista de todos os mortais, a luz do mundo". E ainda chama a Jesus de o "cordeiro", o "Agnus Dei qui tollit peccata mundi". Com isto, o Apocalipse fez de Jesus o "cordeiro pascal", e a Igreja adorou-o sob a forma de um cordeiro até o ano de 680. Era o Cristo o Áries zodiacal, vindo de Agnus, com a significação de fogo, o sol condensado.
Origenes justificava a adoração do sol, tendo em vista a sua luz sensível e também pelo aspecto espiritual.
Tertuliano reconheceu que o dogma da ressurreição tem sua origem na religião persa de Mitra. Para S. Crisóstomo, Jesus era o sol da justiça, para Sinésio, o sol intelectual. Fírmico Materno descreveu Jesus baixando ao inferno, esplendente como o sol.
O domingo, o dia do Senhor. o dia do descanso, procede de Dominus, o deus-sol. o Senhor.
Segundo Teodoro e Cirilo, para o maniqueus Cristo era o sol. Os Saturnílianos acreditavam que a alma tinha substância solar, deixando o corpo e voltando para o sol, de onde proviera, após a morte.
O antigo rito do batismo determinava que o catecúmeno voltasse o rosto, em primeiro lugar para o ocidente, para retirar de si a satanás, símbolo das trevas.
Igualmente as festas do sábado santo, são reminiscências do mito da luta do sol contra as trevas, na Páscoa. As orações desse ofício são cópia dos hinos védicos. A palavra aleluia, que era o grito de alegria dos persas, adoradores do sol, quando na Páscoa festejavam a sua volta, significa: elevado e brilhante.
Foram necessários muitos séculos para que a igreja pudesse alienar um pouco do que lembrava que o seu culto era de um deus solar. Entretanto, a história escrita é inflexível, e demonstra que todos os deuses redentores ou solares foram tão adorados quanto o mitológico Jesus Cristo. E embora tenham havido longas fases em que foram impostos a ferro e fogo, nem por isto deixaram de cair, nada mais sendo hoje do que o pó do passado religioso do homem.
O certo é que Jesus Cristo é mitológico de origem, natureza e significação. O seu surgimento ocorreu para atender ê tendência religiosa e mística da maioria, que ainda hoje teme as realidades da vida, e portanto, procura para orientar-se, algo fora da esfera humana, na esperança
de assim conseguir superar a si mesmo, e aos obstáculos que surgem quotidianamente.
Desde há muito, a religião tem servido para moderar os impulsos humanos, sobretudo, daqueles que pertencem a uma classe social menos favorecida.
Salientamos o prejuízo que o mundo tem sofrido, com o rebaixamento mental, imposto com as crenças e superstições religiosas, com o que o conhecimento sofre uma estagnação sensível.
No entanto, o homem tem-se deixado levar pelas crenças e práticas religiosas, sem que nenhum benefício lhe advenha em retribuição. O homem tem feito tudo por si mesmo, apesar de sua religiosidade. A única classe beneficiada realmente com a religião, é a dos sacerdotes.
Retornamos ao assunto em pauta, após uma rápida digressão. A Bíblia cita dez patriarcas que teriam morrido em idade avançada, antes do dilúvio. Contudo, essa lenda provém da tradição caldáica, segundo a qual, dez reis governaram durante 432 anos. Da mesma forma, as lendas hindus, egípcias, árabes, chinesas ou germânicas fazem referência a homens que teriam tido uma longa vida, como a do Matusalém da Bíblia.
Igualmente a lenda de Abraão, que deveria sacrificar o seu filho Isaac, procede de lendas anteriores ao judaísmo. O livro das profecias hindus, relata uma história igual. Ramatsariar conta que Adgitata, protegido de Bhrama, por ser um homem de bem, teve um filho que nasceu tão milagrosamente como Jesus. Entretanto, Bhrama para experimentá-lo, ordena-lhe que sacrificasse o filho. Ele obedece, mas Bhrama impede-o no momento exato, seu filho seria o pai de uma virgem, a qual por sua vez, seria a mãe de deus-homem.
José e a mulher de Putifar, foi a cópia de uma velha lenda egípcia, conforme documentos recentemente traduzidos. Era uma história intitulada "Os dois irmãos".
Emílio Bossi relatando o achado, dá a palavra a Jacolliot: "Um homem da Índia, fez leis políticas e religiosas; chamava-se Manu. Esse mesmo Manu, foi o legislador egípcio, Manas. Um cretense vai ao Egito estudar as instituições que pretende dar ao seu pais, e a história confirma-nos isto dizendo que esse cretense foi Minos. Enfim, o libertador dos escravos judeus chamava-se Moisés, que teria recebido as leis das mãos do próprio Jeová. Temos então, Manu, Manes, Minos e Moisés, os quatro nomes que predominaram no mundo antigo. Aparecem nos albores de quatro diversos povos para representar o mesmo papel, rodeados da mesma auréola misteriosa, os quatro são legisladores, grandes sacerdotes e fundadores das sociedades teocráticas e sacerdotais. Esses quatro nomes têm a mesma raiz sânscrita. O hinduismo deu origem ao judaísmo. Por isso, de Jeseu Krishna fizeram Jesus Cristo.
Documentos recentemente estudados, mostram terem sido os hindus os prováveis colonizadores do Egito. A documentação demonstra que o conhecimento nasceu do saber hindu.
A assiriologia mostra que a lenda de Moisés foi copada da de Sargão I, rei acádio, que igualmente teria sido salvo em um cesto deixado no rio, a deriva.
A lenda de Sansão é outro exemplo. Sansão representa o sol. O poder que lhe foi atribuído é o mesmo dos deuses solares. E assim, examinando os escritos de antigas civilizações, chegamos ao conhecimento das origens de tudo o que a Bíblia narra como fatos reais. Concluímos então que Jesus Cristo nada mais representa, que uma cópia das lendas e mitos dos deuses, adorados por povos os mais remotos e variados.
Percebendo a importância da luz do sol sobre a terra, o homem imaginou que essa luz seria uma emanação protetora de Deus. Da idéia de que existia um único sol, surgiu o monoteísmo, isto é, a crença em um só Deus.
Das palavras Devv e Divv, que em sânscrito significam sol e luminoso, originou-se a palavra deus. Daí, em grego, a palavra Zeus; em latim; deo; para os irlandeses, dias; em italiano dio, etc.
A parte do tempo em que a terra recebe a luz do sol recebeu o nome dia em oposição ao período de trevas, a noite. O dia teria sido um presente divino, graças à luz solar. Conseguindo produzir o fogo, aumentou a crença humana no deus sol. Graças ao fogo, o homem pode libertar-se de um dos seus maiores inimigos que era o frio, assim como passou a cozinhar os seus alimentos. Devendo, cada vez mais a vida ao calor, a gratidão do homem para com o sol cresceu ainda mais. Foi assim que nasceu o mito solar, do qual Jesus Cristo é o último rebento.
Por uma série de ilações, chegaram igualmente à concepção do significado místico da cruz. Dos raios solares foi criada uma cruz, espargindo raios por todos os lados. Da mesma forma foi a Idéia do Espírito Santo, um espírito benfazejo, que irradia a bondade divina. Depois a seqüência mística do sol, o fogo e o vento, dando origem a Salvitri, Agni e Vayu, do mito védico.
O rito védico celebra o nascimento de Salvitri, o deus-sol em 25 de dezembro, no solstício, quando aparecem as refulgentes estrelas. As estrelas trazem a boa nova, a perspectiva de boas colheitas. Daí, os sacrifícios e os ritos propiciatórios, oferecidos ao deus-sol.
Assim, os cristãos encontraram o seu Jesus Cristo.
A vida dos deuses redentores é a vida do sol. Por isso, todos eles tiveram suas datas de nascimento fixadas em 25 de dezembro: Mitra, Horus e Jesus Cristo. Também é simbólica a ressurreição na primavera, tempo da germinação e das folhas novas. Baseando-se nisto, Aristóteles e Platão admitiram uma certa racionalidade dos que adoravam o sol.
Heródoto e Estrabão diziam que Mitra era o deus-sol, tendo por emblema um sol radiante. Plutarco conta que o culto de Mitra veio para a Sicília, trazido pelos piratas do mar. Em escavações feitas no solo italiano, foram encontradas placas de barro solidificados ao sol, trazendo esta inscrição: "Deo Soli Invicto Mitrae", lembrando o deus dos persas.
Niceto escreveu que certos povos adoraram a Mitra como o deus do fogo, outros como sendo o deus-sol.
Júlio Fírmino Materno disse que Mitra era a personificação do deus fogo, enquanto Aquelau, considerava-o o deus-sol.
São Paulino descreveu os mistérios de Mitra como sendo os de um deus solar e redentor. Karneki, rei hindo-escita, no começo de nossa era, mandou cunhar moedas em que se vê a efígie de Mitra dentro de um sol radiante. Mitra ainda era representado com um disco solar na cabeça, segurando um globo com a mão esquerda. Do mesmo modo, os cristãos representam Jesus Cristo. Era o Senhor. Ao surgir o cristianismo, os cristãos primitivos ainda chamavam o sol de "Dominus", com o que, lentamente foi absorvendo o ritual mitráico.
No Egito, o sol era o "Pai Celestial". Um obelisco trazido para o Circo Máximo de Roma, trazia esta inscrição: "O grande Deus, o justo Deus, o todo esplendente", tendo um sol espargindo seus raios para todos os lados.
Da mesma forma, todos os deuses dos índios americanos, pertenciam ao rito solar, assim como os deuses dos hindus, dos chineses e japoneses. Os caldeus adorando o sol como seu deus, dedicaram-lhe a cidade de Sípara, onde ardia o fogo sagrado, eternamente, em sua honra. Em Edessa e em Palmira foram encontrados templos dedicados ao deus-sol. Orfeu considerava o sol como sendo o deus maior. Agamenon disse que o sol era o deus que tudo via e de que tudo provinha.
Os judeus e os líderes do cristianismo, para a formação deste, só tiveram de adaptar as crenças e rituais antigos a um novo personagem: Jesus Cristo. Toda a roupagem necessária para vestir o novo deus preexistia. Apenas fazia-se necessário amoldá-la um pouco.
Tendo em vista o completo silêncio histórico a respeito de Jesus Cristo, bem como as evidentes ligações deste com o mito dos deuses-solares, Dupuis escreveu o seguinte: "Um deus nascido de uma virgem, no solstício do inverno, que ressuscita na Páscoa, no equinócio da primavera, depois de haver descido ao inferno; um deus que leva atrás de si doze apóstolos, correspondentes às doze constelações; que põe o homem sob o império da luz, não pode ser mais que um deus solar, copiado de tantos outros deuses heliosísticos em que abundavam as religiões orientais. No céu da esfera armilar dos magos e dos caldeus, via-se um menino colocado entre os braços de uma virgem celestial, a que Eratóstenes dá como Ísis, mãe de Horus. Seu nascimento foi a 25 de dezembro. Era a virgem das constelações zodiacais. Graças aos raios solares, a virgem pode ser mãe sem deixar de ser virgem... Via-se uma jovem "Seclanidas de Darzana", que em árabe é "Adrenadefa", e significa virgem pura, casta, imaculada e bela... Está assentada e dá de mamar a um filho que alguns chamam de Jesus e nós, de Cristo.
Já vimos que Jesus repete todos os mistérios dos deuses solares e redentores, pelo que Heródoto, Plutarco, Lactâncio e Firmico puderam afirmar que esse deus redentor é o sol. De modo que Jesus é apenas mais um deus solar.
Ainda hoje, grande parte do rito cristão é de origem solar. Na Bíblia, encontramos estas palavras: "Deus estabeleceu sua tenda no sol", e ainda "Sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol da justiça e vossa vida estará em seus raios".
João diz que "o verbo é a lei, a luz e a vida, a luz que Ilumina a vista de todos os mortais, a luz do mundo". E ainda chama a Jesus de o "cordeiro", o "Agnus Dei qui tollit peccata mundi". Com isto, o Apocalipse fez de Jesus o "cordeiro pascal", e a Igreja adorou-o sob a forma de um cordeiro até o ano de 680. Era o Cristo o Áries zodiacal, vindo de Agnus, com a significação de fogo, o sol condensado.
Origenes justificava a adoração do sol, tendo em vista a sua luz sensível e também pelo aspecto espiritual.
Tertuliano reconheceu que o dogma da ressurreição tem sua origem na religião persa de Mitra. Para S. Crisóstomo, Jesus era o sol da justiça, para Sinésio, o sol intelectual. Fírmico Materno descreveu Jesus baixando ao inferno, esplendente como o sol.
O domingo, o dia do Senhor. o dia do descanso, procede de Dominus, o deus-sol. o Senhor.
Segundo Teodoro e Cirilo, para o maniqueus Cristo era o sol. Os Saturnílianos acreditavam que a alma tinha substância solar, deixando o corpo e voltando para o sol, de onde proviera, após a morte.
O antigo rito do batismo determinava que o catecúmeno voltasse o rosto, em primeiro lugar para o ocidente, para retirar de si a satanás, símbolo das trevas.
Igualmente as festas do sábado santo, são reminiscências do mito da luta do sol contra as trevas, na Páscoa. As orações desse ofício são cópia dos hinos védicos. A palavra aleluia, que era o grito de alegria dos persas, adoradores do sol, quando na Páscoa festejavam a sua volta, significa: elevado e brilhante.
Foram necessários muitos séculos para que a igreja pudesse alienar um pouco do que lembrava que o seu culto era de um deus solar. Entretanto, a história escrita é inflexível, e demonstra que todos os deuses redentores ou solares foram tão adorados quanto o mitológico Jesus Cristo. E embora tenham havido longas fases em que foram impostos a ferro e fogo, nem por isto deixaram de cair, nada mais sendo hoje do que o pó do passado religioso do homem.
O certo é que Jesus Cristo é mitológico de origem, natureza e significação. O seu surgimento ocorreu para atender ê tendência religiosa e mística da maioria, que ainda hoje teme as realidades da vida, e portanto, procura para orientar-se, algo fora da esfera humana, na esperança
de assim conseguir superar a si mesmo, e aos obstáculos que surgem quotidianamente.
VI cont.)
O passado religioso do homem está repleto de deuses solares e redentores.
Na índia, temos Vishnu, um deus que se reencarnou nove vezes para sofrer pelos pecados dos homens. No oitavo avatar foi Krishna e no nono, Buda. Krishna foi igualmente um deus redentor, nascido de uma virgem pura e bela, chamada Devanaguy. Sua vinda messiânica, foi predita com muita antecedência, conforme se vê no Atharva, no Vedangas e no Vedanta. O deus Vishnu teria aparecido à Lacmy, mãe da virgem Devanaguy, informando que a filha iria ter um filho-deus, e qual o nome que deveria dar-lhe. Mandou que não deixasse a filha casar-se, para que se cumprissem os desígnios de deus. Tal teria acontecido 3.500 anos a.C. no Palácio de Madura. O filho de Devanaguy, destronaria seu tio. Para evitar que acontecesse o que estava anunciado, Devanaguy teria sido encerrada em uma torre, com guardas na porta. Mas, apesar de tudo a profecia de Poulastrya cumpriu-se, "O espírito divino de Vishnu atravessou o muro e se uniu à sua amada". Certa noite, ouviu-se uma música celestial, e uma luz iluminou a prisão quando Viscohnu apareceu em toda a sua majestade e esplendor. O espirito e a luz de deus ofuscaram a virgem, encarnando-se. E ela concebeu. Uma forte ventania, rompeu a muralha da prisão quando Krishna nasceu. A virgem foi arrebatada para Nanda onde Krishna foi criado, lugar este, ignorado do rajá.
Os pastores teria recebido aviso celeste do nascimento de Krishna, e então teriam ido adorá-lo, levando-lhe presentes. Então, o rajá mandou matar todas as criancinhas recém-nascidas, mas Krishna conseguiu escapar. Aos 16 anos, Krishna abandonou a família e saiu pela Índia pregando sua doutrina, ressuscitando os mortos e curando os doentes. Todo o mundo corria para vê-lo e ouvi-lo. E todos diziam: "Este é o redentor prometido a nossos pais". Cercou-se de discípulos, aos quais falava por meio de parábolas, para que assim, só eles pudessem continuar pregando suas idéias.
Certo dia, os soldados quiseram matar Krishna, quando seus discípulos amedrontados fugiram. O Mestre repreendendo-os, e chamou-os de homens de pouca fé, com e que reagiram e expulsaram os soldados.
Crendo que Krishna fosse uma das muitas transmigrações divinas, chamaram-no "Jazeu", o nascido da fé. As mulheres de povo perfumavam-no e incensavam-no, adorando-o.
Chegando sua hora, Krishna foi para as margens do rio Ganges, entrando na água. De uma árvore, atiraram-lhe uma flecha que o matou. O assassino teria sido condenado a vagar pelo mundo. Quando os discípulos procuraram recolher o corpo, não o encontraram mais porque, então, já teria subido para o céu.
Depois, Vishnu tê-lo-ia mandado novamente à terra, pela nona vez, receberia o nome de Buda.
O nascimento de Buda teria sido, igualmente, revelado em sonhos à sua mãe. Nasceu em um palácio, sendo filho de um príncipe hindu. Ao nascer, uma luz maravilhosa teria iluminado o mundo. Os cegos enxergaram, os surdos ouviram, os mudos falaram, os paralíticos andaram, os presos foram soltos e uma brisa agradável correu pelo mundo. A terra deu mais frutos, as flores ganharam mais cores e fragrância, levando ao céu um inebriante perfume. Espíritos protetores vigiaram o palácio, para que nada de mal acontecesse á mãe. Buda, logo ao nascer, pôs-se de pé maravilhando os presentes.
Uma estrela brilhante, teria surgido no céu no dia do seu nascimento. Nasceu também, nesse mesmo dia, a árvore de Bó a cuja sombra o menino deus descansaria. Entre os que foram ver Buda, estava um velho, que como Semeão, recebeu o dom da profecia. Sua tristeza seria não poder assistir à glória de Buda, por ser muito velho.
Buda teria maravilhado os doutores da lei com a sua sabedoria. Com poucos anos de idade, teria começado sua pregação. Teria ficado durante 49 dias sob árvore de Bó, e sido tentado várias vezes pelo demônio. Pregando em Benares convertera muita gente. O mais célebre de seus discursos recebeu o nome de "Sermão da Montanha". Após sua morte apareceria também aos seus discípulos, trazendo a cabeça aureolada. Davadatta traí-lo-ia do mesmo modo que Judas a Jesus. Nada tendo escrito, os seus discípulos recolheriam os seus ensinamentos orais. Buda também tivera os seus discípulos prediletos, e seria um revoltado contra o poder abusivo dos sacerdotes bramânicos. Mais tarde, o budismo ficaria dividido em muitas seitas, como o cristianismo.
Quando missionários cristãos estiveram na índia, ficaram impressionados e começaram a perceber como nasceu o romance da vida de Jesus. O Papa do budismo, o Dalai-Lama, também se diz ser infalível.
Mitra, um deus redentor dos persas, foi o traço de união entre o cristianismo e o budismo. Cristo foi um novo avatar, destinado aos ocidentais. Mitra era o intermediário entre Ormuzd e o homem. Era chamado de Senhor e nasceu em uma gruta, no dia 25 de dezembro. Sua mãe também era virgem antes e depois do parto. Uma estrela teria surgido no Oriente. anunciando seu nascimento. Vieram os magos com presentes de incenso, ouro e mirra, e adoraram-no. Teria vivido e morrido como Jesus. Após a morte, a ressurreição em seguida.
Fírmico descreveu como era a cerimônia dos sacerdotes persas, carregando a imagem de Mitra em um andor pelas ruas, externando profunda dor por sua morte.
Por outro lado, festejavam alegremente a ressurreição, acendendo os círios pascais e ungindo a imagem com perfumes. O Sumo Sacerdote gritava para os crentes que Mitra ressuscitara, indo para o céu para proteger a humanidade.
Os ritos do budismo, do mitraísmo e do cristianismo são muito semelhantes.
Horus foi o deus solar e redentor dos egípcios. Horus, como os deuses já citados, também nasceria de uma virgem. O nascimento de Horus era festejado a 25 de dezembro.
Amenófis III criou um mito religioso, que depois foi adaptado ao cristianismo. Trata-se da anunciação, concepção, nascimento e adoração de Iath. Nas paredes do templo, em Luxor, encontram-se os referidos mistérios.
Baco, o deus do vinho, foi também um deus salvador. Teria feito muitos milagres, inclusive a transformação da água em vinho e a multiplicação dos peixes. Em criança, também quiseram matá-lo.
Adonis era festejado durante oito dias, sendo quatro de dor e quatro de alegria; As mulheres faziam as lamentações, como as carpideiras pagas de Portugal. O rito do Santo Sepulcro foi copiado do de Adonis. Apagavam todos os círios, ficando apenas um aceso, o qual representava a esperança da ressurreição. O círio aceso ficava semi-escondido, só reaparecendo totalmente no momento da ressurreição, quando então o pranto das mulheres era substituído por uma grande alegria.
Também os fenícios, muitos milênios antes, já tinham o rito da paixão, do qual copiaram o rito da paixão de Cristo.
Todos os deuses redentores passaram pelo inferno, durante os três dias entre a morte e a ressurreição. Isto é o que teria acontecido com Baco, Osiris, Krishna, Mitra e Adonis. Nestes três dias, os crentes visitavam os seus defuntos, segundo Dupuis, em "L' Origine des tous les cultes".
Todos os deuses redentores eram também deuses-sol, como Átis, na Frígia; Balenho, entre os celtas; Joel, entre os germanos; Fo, entre os chineses.
Assim, antes de Jesus Cristo, o mundo já tivera inúmeros redentores. Com este ligeiro apanhado da mitologia dos deuses, deixamos patente a origem do romance do Gólgota. Acreditamos ter esclarecido, quais as fontes aonde os criadores do cristianismo foram buscar inspiração.
O precedente estudo permite-nos constatar que, nas diversas épocas da história, as religiões transformam-se, variando em razão da complexidade, cada vez maior das sociedades em que elas existem.
Vimos que a crença em um deus redentor, é muito anterior ao judaísmo sempre ligado à ânsia da necessidade de redenção das tremendas aflições do populacho. Quanto a Jesus Cristo, resultou de uma série de mitos, que os hebreus copiaram dos babilônicos, dos egípcios e de outros povos, visando com isto dar consistência ao judaísmo.
Estudos filológicos forneceram as bases para o estabelecimento de um traço de união, entre as crenças dos deuses orientais e o judaísmo. Tomemos por exemplo, as palavras Ahoura-Mazzda e Jeová, que significam "O que é". Partindo de velhas lendas orientais, e baseando-se na origem comum da palavra, foi compilado o Gênese, numa tentativa de explicar a criação do mundo. Segundo o Zend-Avesta, o Ser Eterno criou o céu e a terra, o sol a lua, as estrelas, tudo em seis períodos, aparecendo o homem por último.
O descanso foi posto no sétimo dia.
Manu havia ensinado muito antes, que no começo tudo eram trevas, quando Bhrama dispersou-as, criou e movimentou a água, em seguida produziu os deuses secundários, os anjos dirigidos por Mossura, os quais posteriormente rebelar-se-iam contra Deus. Veio então Shiva, e arrojou-os ao inferno. Shiva tornou-se a terceira pessoa da Santíssima Trindade Bhramânica em conseqüência das sucessivas invasões bárbaras sofridas pela Índia. Os bárbaros crendo em Shiva, o deus da lascívia e do sensualismo, impuseram sua inclusão, com o que surgiu a trindade divina de Bhrama.
Manu ensinara igualmente que Deus criara o homem e a mulher, fazendo-os apenas inferior a Devas, isto é, Deus. O primeiro homem recebera o nome de Adima ou Adam, e a primeira mulher, Heva, significando o complemento da vida. Foram postos no paraíso celeste e receberam ordem de procriar. Deveriam adorar a Deus, não podendo sair do paraíso. Mas, um dia, indo ver o que havia fora dali, desapareceram. Bhrama perdoou-os mas, expulsou-os, condenando-os a trabalhar para viver. E disse que por haverem desobedecido, a terra, tornar-se-ia má, porque o espírito do mal dela se apoderara.
Entretanto, mandaria seu filho Vishnu, que se encarnando em uma virgem, redimiria a humanidade, libertando-a definitivamente do pecado da desobediência.
Ormuzd teria prometido ao primeiro casal humano que, se fossem bons, seriam felizes na terra. Mas, Arimã mandou que um demônio em forma de serpente, aconselhasse a desobedecerem a deus. Comeram os frutos que Arimã lhes deu, acabou a felicidade humana, e todos os que nascessem daí em diante, seriam infelizes. Sendo levados cativos para a Babilônia, os judeus ali encontraram tal lenda. Libertos, voltando à Judéia, trouxeram essa crendice, como também a crença da imortalidade da alma e da vida futura, dos espíritos bons e espíritos maus, surgindo daí, os anjos Gabriel, Miguel e Rafael, os querubins e serafins. Nasceu daí, o mito do diabo, o anjo rebelado.
A palavra paraíso é o termo persa que significa jardim. Os persas, os hindus, os egípcios e os gregos criam no paraíso. Da mesma forma, todos eles criam no inferno. Entretanto, as crenças antigas desconheciam as penas eternas, que foram criadas pelo cristianismo, aliás, uma das poucas coisas originárias dessa crença. Também o purgatório, naturalmente, é outra novidade do cristianismo, sendo desconhecido do judaísmo. A idéia do purgatório vem de Platão, que havia dividido as almas em puras, curáveis e incuráveis.
Os filhos de Adima e Heva haviam-se tornado numerosos e maus. Por isso, Deus mandou o dilúvio para matá-los. Mas, deu ordem a Vadasuata para construir um barco e nele entrar com a família, devido ao fato de ser um homem virtuoso. Deveria levar consigo, além da família, um casal de cada espécie de animal existente: Esta é a história do dilúvio relatada nos Vedas, e que foi incluída na Bíblia dos cristãos.
As origens do cristianismo repousam, incontestavelmente, nas lendas e crenças dos deuses mitológicos, não apenas dos judeus, mas também de outros povos.
Os caldeus e os fenícios, como os judeus haviam-se especializado no comércio, e por dever de ofício, alfabetizaram-se. Assim, sabendo ler e escrever, puderam copiar as lendas e o folclore dos povos com os quais comerciavam e conviviam, os quais puderam adquirir longevidade e fixar-se melhor na memória humana.
Sendo comerciantes por excelência, os judeus perceberam que a religião poderia tornar-se uma boa mercadoria, através da qual adviria o domínio de muitos povos e vontades. Desta forma, tendo compilado o que julgaram mais interessante ou mais proveitoso em relação aos seus propósitos, passaram a difundir pelo mundo as suas idéias religiosas. Com isto, o conhecimento e a razão, foram substituídos pelas crendices e superstições religiosas.
O passado religioso do homem está repleto de deuses solares e redentores.
Na índia, temos Vishnu, um deus que se reencarnou nove vezes para sofrer pelos pecados dos homens. No oitavo avatar foi Krishna e no nono, Buda. Krishna foi igualmente um deus redentor, nascido de uma virgem pura e bela, chamada Devanaguy. Sua vinda messiânica, foi predita com muita antecedência, conforme se vê no Atharva, no Vedangas e no Vedanta. O deus Vishnu teria aparecido à Lacmy, mãe da virgem Devanaguy, informando que a filha iria ter um filho-deus, e qual o nome que deveria dar-lhe. Mandou que não deixasse a filha casar-se, para que se cumprissem os desígnios de deus. Tal teria acontecido 3.500 anos a.C. no Palácio de Madura. O filho de Devanaguy, destronaria seu tio. Para evitar que acontecesse o que estava anunciado, Devanaguy teria sido encerrada em uma torre, com guardas na porta. Mas, apesar de tudo a profecia de Poulastrya cumpriu-se, "O espírito divino de Vishnu atravessou o muro e se uniu à sua amada". Certa noite, ouviu-se uma música celestial, e uma luz iluminou a prisão quando Viscohnu apareceu em toda a sua majestade e esplendor. O espirito e a luz de deus ofuscaram a virgem, encarnando-se. E ela concebeu. Uma forte ventania, rompeu a muralha da prisão quando Krishna nasceu. A virgem foi arrebatada para Nanda onde Krishna foi criado, lugar este, ignorado do rajá.
Os pastores teria recebido aviso celeste do nascimento de Krishna, e então teriam ido adorá-lo, levando-lhe presentes. Então, o rajá mandou matar todas as criancinhas recém-nascidas, mas Krishna conseguiu escapar. Aos 16 anos, Krishna abandonou a família e saiu pela Índia pregando sua doutrina, ressuscitando os mortos e curando os doentes. Todo o mundo corria para vê-lo e ouvi-lo. E todos diziam: "Este é o redentor prometido a nossos pais". Cercou-se de discípulos, aos quais falava por meio de parábolas, para que assim, só eles pudessem continuar pregando suas idéias.
Certo dia, os soldados quiseram matar Krishna, quando seus discípulos amedrontados fugiram. O Mestre repreendendo-os, e chamou-os de homens de pouca fé, com e que reagiram e expulsaram os soldados.
Crendo que Krishna fosse uma das muitas transmigrações divinas, chamaram-no "Jazeu", o nascido da fé. As mulheres de povo perfumavam-no e incensavam-no, adorando-o.
Chegando sua hora, Krishna foi para as margens do rio Ganges, entrando na água. De uma árvore, atiraram-lhe uma flecha que o matou. O assassino teria sido condenado a vagar pelo mundo. Quando os discípulos procuraram recolher o corpo, não o encontraram mais porque, então, já teria subido para o céu.
Depois, Vishnu tê-lo-ia mandado novamente à terra, pela nona vez, receberia o nome de Buda.
O nascimento de Buda teria sido, igualmente, revelado em sonhos à sua mãe. Nasceu em um palácio, sendo filho de um príncipe hindu. Ao nascer, uma luz maravilhosa teria iluminado o mundo. Os cegos enxergaram, os surdos ouviram, os mudos falaram, os paralíticos andaram, os presos foram soltos e uma brisa agradável correu pelo mundo. A terra deu mais frutos, as flores ganharam mais cores e fragrância, levando ao céu um inebriante perfume. Espíritos protetores vigiaram o palácio, para que nada de mal acontecesse á mãe. Buda, logo ao nascer, pôs-se de pé maravilhando os presentes.
Uma estrela brilhante, teria surgido no céu no dia do seu nascimento. Nasceu também, nesse mesmo dia, a árvore de Bó a cuja sombra o menino deus descansaria. Entre os que foram ver Buda, estava um velho, que como Semeão, recebeu o dom da profecia. Sua tristeza seria não poder assistir à glória de Buda, por ser muito velho.
Buda teria maravilhado os doutores da lei com a sua sabedoria. Com poucos anos de idade, teria começado sua pregação. Teria ficado durante 49 dias sob árvore de Bó, e sido tentado várias vezes pelo demônio. Pregando em Benares convertera muita gente. O mais célebre de seus discursos recebeu o nome de "Sermão da Montanha". Após sua morte apareceria também aos seus discípulos, trazendo a cabeça aureolada. Davadatta traí-lo-ia do mesmo modo que Judas a Jesus. Nada tendo escrito, os seus discípulos recolheriam os seus ensinamentos orais. Buda também tivera os seus discípulos prediletos, e seria um revoltado contra o poder abusivo dos sacerdotes bramânicos. Mais tarde, o budismo ficaria dividido em muitas seitas, como o cristianismo.
Quando missionários cristãos estiveram na índia, ficaram impressionados e começaram a perceber como nasceu o romance da vida de Jesus. O Papa do budismo, o Dalai-Lama, também se diz ser infalível.
Mitra, um deus redentor dos persas, foi o traço de união entre o cristianismo e o budismo. Cristo foi um novo avatar, destinado aos ocidentais. Mitra era o intermediário entre Ormuzd e o homem. Era chamado de Senhor e nasceu em uma gruta, no dia 25 de dezembro. Sua mãe também era virgem antes e depois do parto. Uma estrela teria surgido no Oriente. anunciando seu nascimento. Vieram os magos com presentes de incenso, ouro e mirra, e adoraram-no. Teria vivido e morrido como Jesus. Após a morte, a ressurreição em seguida.
Fírmico descreveu como era a cerimônia dos sacerdotes persas, carregando a imagem de Mitra em um andor pelas ruas, externando profunda dor por sua morte.
Por outro lado, festejavam alegremente a ressurreição, acendendo os círios pascais e ungindo a imagem com perfumes. O Sumo Sacerdote gritava para os crentes que Mitra ressuscitara, indo para o céu para proteger a humanidade.
Os ritos do budismo, do mitraísmo e do cristianismo são muito semelhantes.
Horus foi o deus solar e redentor dos egípcios. Horus, como os deuses já citados, também nasceria de uma virgem. O nascimento de Horus era festejado a 25 de dezembro.
Amenófis III criou um mito religioso, que depois foi adaptado ao cristianismo. Trata-se da anunciação, concepção, nascimento e adoração de Iath. Nas paredes do templo, em Luxor, encontram-se os referidos mistérios.
Baco, o deus do vinho, foi também um deus salvador. Teria feito muitos milagres, inclusive a transformação da água em vinho e a multiplicação dos peixes. Em criança, também quiseram matá-lo.
Adonis era festejado durante oito dias, sendo quatro de dor e quatro de alegria; As mulheres faziam as lamentações, como as carpideiras pagas de Portugal. O rito do Santo Sepulcro foi copiado do de Adonis. Apagavam todos os círios, ficando apenas um aceso, o qual representava a esperança da ressurreição. O círio aceso ficava semi-escondido, só reaparecendo totalmente no momento da ressurreição, quando então o pranto das mulheres era substituído por uma grande alegria.
Também os fenícios, muitos milênios antes, já tinham o rito da paixão, do qual copiaram o rito da paixão de Cristo.
Todos os deuses redentores passaram pelo inferno, durante os três dias entre a morte e a ressurreição. Isto é o que teria acontecido com Baco, Osiris, Krishna, Mitra e Adonis. Nestes três dias, os crentes visitavam os seus defuntos, segundo Dupuis, em "L' Origine des tous les cultes".
Todos os deuses redentores eram também deuses-sol, como Átis, na Frígia; Balenho, entre os celtas; Joel, entre os germanos; Fo, entre os chineses.
Assim, antes de Jesus Cristo, o mundo já tivera inúmeros redentores. Com este ligeiro apanhado da mitologia dos deuses, deixamos patente a origem do romance do Gólgota. Acreditamos ter esclarecido, quais as fontes aonde os criadores do cristianismo foram buscar inspiração.
O precedente estudo permite-nos constatar que, nas diversas épocas da história, as religiões transformam-se, variando em razão da complexidade, cada vez maior das sociedades em que elas existem.
Vimos que a crença em um deus redentor, é muito anterior ao judaísmo sempre ligado à ânsia da necessidade de redenção das tremendas aflições do populacho. Quanto a Jesus Cristo, resultou de uma série de mitos, que os hebreus copiaram dos babilônicos, dos egípcios e de outros povos, visando com isto dar consistência ao judaísmo.
Estudos filológicos forneceram as bases para o estabelecimento de um traço de união, entre as crenças dos deuses orientais e o judaísmo. Tomemos por exemplo, as palavras Ahoura-Mazzda e Jeová, que significam "O que é". Partindo de velhas lendas orientais, e baseando-se na origem comum da palavra, foi compilado o Gênese, numa tentativa de explicar a criação do mundo. Segundo o Zend-Avesta, o Ser Eterno criou o céu e a terra, o sol a lua, as estrelas, tudo em seis períodos, aparecendo o homem por último.
O descanso foi posto no sétimo dia.
Manu havia ensinado muito antes, que no começo tudo eram trevas, quando Bhrama dispersou-as, criou e movimentou a água, em seguida produziu os deuses secundários, os anjos dirigidos por Mossura, os quais posteriormente rebelar-se-iam contra Deus. Veio então Shiva, e arrojou-os ao inferno. Shiva tornou-se a terceira pessoa da Santíssima Trindade Bhramânica em conseqüência das sucessivas invasões bárbaras sofridas pela Índia. Os bárbaros crendo em Shiva, o deus da lascívia e do sensualismo, impuseram sua inclusão, com o que surgiu a trindade divina de Bhrama.
Manu ensinara igualmente que Deus criara o homem e a mulher, fazendo-os apenas inferior a Devas, isto é, Deus. O primeiro homem recebera o nome de Adima ou Adam, e a primeira mulher, Heva, significando o complemento da vida. Foram postos no paraíso celeste e receberam ordem de procriar. Deveriam adorar a Deus, não podendo sair do paraíso. Mas, um dia, indo ver o que havia fora dali, desapareceram. Bhrama perdoou-os mas, expulsou-os, condenando-os a trabalhar para viver. E disse que por haverem desobedecido, a terra, tornar-se-ia má, porque o espírito do mal dela se apoderara.
Entretanto, mandaria seu filho Vishnu, que se encarnando em uma virgem, redimiria a humanidade, libertando-a definitivamente do pecado da desobediência.
Ormuzd teria prometido ao primeiro casal humano que, se fossem bons, seriam felizes na terra. Mas, Arimã mandou que um demônio em forma de serpente, aconselhasse a desobedecerem a deus. Comeram os frutos que Arimã lhes deu, acabou a felicidade humana, e todos os que nascessem daí em diante, seriam infelizes. Sendo levados cativos para a Babilônia, os judeus ali encontraram tal lenda. Libertos, voltando à Judéia, trouxeram essa crendice, como também a crença da imortalidade da alma e da vida futura, dos espíritos bons e espíritos maus, surgindo daí, os anjos Gabriel, Miguel e Rafael, os querubins e serafins. Nasceu daí, o mito do diabo, o anjo rebelado.
A palavra paraíso é o termo persa que significa jardim. Os persas, os hindus, os egípcios e os gregos criam no paraíso. Da mesma forma, todos eles criam no inferno. Entretanto, as crenças antigas desconheciam as penas eternas, que foram criadas pelo cristianismo, aliás, uma das poucas coisas originárias dessa crença. Também o purgatório, naturalmente, é outra novidade do cristianismo, sendo desconhecido do judaísmo. A idéia do purgatório vem de Platão, que havia dividido as almas em puras, curáveis e incuráveis.
Os filhos de Adima e Heva haviam-se tornado numerosos e maus. Por isso, Deus mandou o dilúvio para matá-los. Mas, deu ordem a Vadasuata para construir um barco e nele entrar com a família, devido ao fato de ser um homem virtuoso. Deveria levar consigo, além da família, um casal de cada espécie de animal existente: Esta é a história do dilúvio relatada nos Vedas, e que foi incluída na Bíblia dos cristãos.
As origens do cristianismo repousam, incontestavelmente, nas lendas e crenças dos deuses mitológicos, não apenas dos judeus, mas também de outros povos.
Os caldeus e os fenícios, como os judeus haviam-se especializado no comércio, e por dever de ofício, alfabetizaram-se. Assim, sabendo ler e escrever, puderam copiar as lendas e o folclore dos povos com os quais comerciavam e conviviam, os quais puderam adquirir longevidade e fixar-se melhor na memória humana.
Sendo comerciantes por excelência, os judeus perceberam que a religião poderia tornar-se uma boa mercadoria, através da qual adviria o domínio de muitos povos e vontades. Desta forma, tendo compilado o que julgaram mais interessante ou mais proveitoso em relação aos seus propósitos, passaram a difundir pelo mundo as suas idéias religiosas. Com isto, o conhecimento e a razão, foram substituídos pelas crendices e superstições religiosas.
V cont.)
A revelação de Deus aos homens, é outra lenda cuja origem perde-se na noite dos tempos.
Muitos séculos antes do surgimento do judaísmo, Zoroastro ou Zaratrusta havia criado uma religião, segundo a qual havia uma eterna luta entre o bem e o mal. Aura Mazzda ou Ormuzd, o deus do fogo e da luz, representavam o bem em luta contra Angra Maniú ou Iarina, o deus das trevas. Nessa luta, Ormuzd foi auxiliado por seu filho Mitra, o espírito do bem e da justiça, mediador entro Ormuzd e os homens. Ormuzd mandou seu filho à terra, o qual nasceu de uma virgem pura e bela, que o concebeu através de um raio de sol. Morreu e ressuscitou em seguida.
Essa religião foi levada para Sicília pelos marinheiros persas, nos últimos séculos da era passada.
Inventando o cristianismo, os judeus nada mais fizeram do que sincretizar o judaísmo ortodoxo com a religião de Mitra, sem esquecer de Osíris e Átis, cujas religiões eram também muito aceitas em Roma e Alexandria.
Vestígios do mitraísmo foram encontrados em escavações recentes, feitas em Óstia, os quais datam do século I.
O mitraísmo era praticado em catacumbas, em grutas e em subterrâneos. O cristianismo copiou-lhe a prática. Daí porque disseram que Jesus nascido em uma gruta e nos primeiros tempos, o cristianismo foi praticado em catacumbas.
Assim sendo os cristãos foram para a catacumbas, não fugindo das autoridades imperiais, mas tão somente para observar o ritual mitraico.
Os mitraicos também davam seus banquetes subterrâneos eram os banquetes pessoais comum nos ritos solares e no judaísmo. Em ambos, havia o rito do pão e do vinho.
Mitra, o Sol Invictos, era festejado em dezembro, como Jesus.
Outras aproximações entre o culto de Mitra e o de Jesus, no cristianismo: o uso da cruz do Sol Radiante, a cruz do Sol Invictus a qual expandia raios; o uso da pia batismal com a água benta, as refeições comunais, a destinação do domingo para o descanso em homenagem ao Senhor; a águia e o touro do ritual mitraico, foram tomados para símbolos dos evangelistas Marcos e Lucas. Antigos quadros e painéis trazem a figura dos evangelistas com a cabeça desses animais.
Do judaísmo, copiaram a crença da imortalidade da alma, a vida no além, o Inferno, o diabo, a ressurreição, o dia do juízo; práticas e crenças igualmente existentes no mitraísmo. Graças a esses espertos arranjos, durante muito tempo, o crente freqüentou indiferentemente o templo cristão, de Mitra ou de Ísis, crendo estar na Igreja antiga, onde iam consultar o oráculo.
Por isso, Teofilo, em Alexandria, mandou construir um templo cristão ao lado de um templo de Ísis, onde se anunciava o oráculo, quando as profecias vinham de uma revelação astral, mediante a camuflagem das vozes de antigos bispos ali enterrados.
Uma das coisas que favoreceram o cristianismo, foi a abolição do sacrifício sangrento. Muitos correram a abraçar a nova crença para escapar de morte em um desses atos propiciatórios.
Spinosa e Hobbes, no século XVIII. mostraram que o Pentateuco foi composto no século II a.C. graças ao que o sacerdote judeu havia aprendido no cativeiro babilônio, fato que aconteceu no século IV a.C. Em seguida, mostraram uma série de contradições quanto à cronologia. Em uma das fontes, apresentam Adão e Eva como tendo sido criados ao mesmo tempo, enquanto em outra informam que ela havia sido feita de uma costela de Adão. Em uma, o homem aparece antes dos outros animais, na outra os animais surgem primeiro.
Levantamentos arqueológicos do começo do século XX, levados a efeito nos subsolos da Babilônia, provaram que o Deuteronômio resultou, em grande parte, do que os sacerdotes judeus haviam copiado da legislação religiosa, civil e criminal de Hamurabi, a qual por sua vez resultara do que se sabia da civilização acádia, e que naqueles tempos já era vetusta. Isaías ao profetizar acerca de diversos reis de várias épocas, mostra que seu nome foi inventado séculos depois dos fatos haverem ocorrido. Um desses reis foi Dano, rei persa que governou em 538 a.C., quando libertou os judeus do cativeiro.
Herodes morreu no ano IV A.C., foi responsabilizado pela matança dos inocentes, para compor o controvertido romance da fuga para o Egito.
Tudo o que até agora temos relatado, constituí provas evidentes de que a Bíblia não tem a antigüidade nem a veracidade que lhe pretendem imprimir.
Os zilotas que seguiam a linha comunista dos essênios, combatiam tanto os judeus ricos como a ocupação romana. Os essênios ao professar, faziam votos de pobreza, quando juravam nada contar da seita para os estranhos e nada ocultar dos companheiros. Era um dos ramos do judaísmo em que não mais se oferecia sacrifício sangrento, o que foi copiado pelo cristianismo.
Os Evangelhos foram compostos para enquadrar Jesus no que está previsto no versículo 17 do salmo 22.
De modo que, Jesus não passou de um ator arranjado para representar o drama do Gólgota. Cumpriu as Escritas como ator e não como sujeito de uma vida real.
Reimarus, filósofo alemão que morreu em 1768, estudou a fundo a história de Jesus. Chegou a conclusões irrefutáveis, que assombraram a Igreja muito mais do que Copérnico ou Darwin. Disse que se Jesus tivesse mesmo existido, seria quando muito, um político ambicioso que fracassara completamente em suas conspirações contra o governo.
Emmanuel Kant foi o primeiro filósofo que conseguiu racional e inteligentemente, expulsar Jesus da história humana, através de uma impressionante e profunda exegese do herói do cristianismo.
Volney, em "As Rumas de Palmira", após regressar de uma longa viagem de pesquisas sobre antigüidade clássica pelo Oriente Médio, elaborou o trabalho acima referido, no qual nega a existência física de Jesus Cristo.
Arthur Drews, igualmente viveu muitos anos na Palestina, dedicando-se ao estudo de sua história antiga, concluiu que Jesus Cristo jamais foi um acontecimento palestino. Examinou todos os lugares pelos quais os evangelistas, pretenderam tivesse Jesus passado. Constatou então, que o cristianismo foi totalmente estruturado em mitos, entretanto, organizado de modo a assumir o aspecto de verdade incontestável, a ser imposta pela Igreja. Todavia, para sorte nossa, homens estudiosos e inteligentes, contestam as falsas verdades elaboradas pelo cristianismo, com argumentos irretorquíveis.
Dupuis disse que, aqueles que fizeram de Jesus um homem, conseguiram enganar tanto quanto os que o transformaram em um deus. Em suas observações, deixa patente que o romance de Jesus, nada mais é do que a repetição das velhas lendas dos deuses solares. Vejamos suas palavras: "Quando tivermos feito ver que a pretensa história de um deus que nasceu de uma virgem, no solstício do inverno, depois de haver descido aos infernos, de um deus que arrasta consigo um cortejo de doze apóstolos, - os doze signos solares - cujo chefe tem todos os atributos de Jano, um deus vencedor do deus das trevas, que faz transitar o homem império da luz e que repara os males da natureza, não passa de uma fábula solar... ser-lhe-á pouco menos indiferente examinar se houve algum príncipe chamado Hércules, visto haver-se provado que o ser consagrado por um culto, sob o nome de Jesus Cristo é o Sol, e que o maravilhoso da lenda ou do poema tem por objeto este astro, então parecerá que os cristãos tem a mesma religião que os índios do Peru, a quem os primeiros fizeram degolar".
Albert Kalthoft diz que Jesus personifica o movimento sócio-econômico, que no século I sublevava o escravo, o pobre e o proletário. O seu messianismo foi espertamente aproveitado pelos líderes dos judeus da diáspora.aqueles que exploravam a desgraça do judeu pobre em benefício próprio. Acrescenta que a divergência que existe entre os quatro evangelistas, resultam das várias tendências daquele movimento social revolucionário nascido em Roma, do qual a versão palestina é apenas o reflexo.
Salonmon Reinach, em "Orheus", salienta o completo silêncio dos autores contemporâneos de Jesus Cristo, acerca de sua pretensa existência. Tal silêncio, verifica-se tanto entre os escritores judeus, como entre os não judeus. Examina em profundidade as "Acta Pilati" e constata que os acontecimentos que o cristianismo situou em seu governo, não foram do que ressuscitou no equinócio da primavera, de seu conhecimento, e assim sendo Pilatos jamais soube qualquer coisa a respeito de Jesus Cristo.
Pierre Louis Couchoud afirma que a existência real de Jesus é indemonstrável, do ponto de vista histórico. E acrescenta que as referências feitas por Flávio Josefo a Jesus, não passam de falsificação de textos, sobejamente provada hoje pelos peritos da crítica histórica.
Os maiores movimentos históricos tiveram como origem os mitos, cujo papel social é dar forma aos anseios inconscientes do povo. Compara, inclusive, a lenda de Jesus com a de Guilherme Tell, na Suíça. Todos sabem tratar-se de uma lenda nacional, todavia, Guilherme Tell é ali reverenciado como herói verdadeiro e real. Seu nome promove a união política dos cantões, embora falem línguas diferentes.
É possível que o mesmo aconteça em relação a Jesus e o cristianismo. Estando em jogo interesses de ordem social, política e sobretudo, econômica, os líderes cristãos preferem deixar o mito de pé, pois enquanto houver cristãos, sua profissão estará garantida e os lucros continuarão sendo por eles auferidos.
O que se faz necessário é que o povo seja esclarecido acerca dos assuntos de crenças e religiões nos termos da verdade, da razão e da lógica, afim de que, se libertando dos velhos preconceitos e tabus, possa enfim ver o mundo e as coisas em sua realidade objetiva.
E não ignoramos qual a realidade objetiva que predomina no cristianismo: é a exploração dos menos aquinhoados intelectual e economicamente.
Quem mais contribui para as campanhas da Igreja, são aqueles que menos possuem, cuja mente encontra-se obstruída pelas idéias e crenças religiosas. Sua pobreza material, alia-se à pobreza intelectual.
Uma boa dose de conhecimentos científicos, é certamente a melhor maneira de remover os obstáculos à libertação do homem, criados pelos lideres religiosos, em suas pregações. Entretanto, sabemos que nem sempre é possível a aquisição de tais conhecimentos. Muitos são os fatores que se interpõem entre o homem pobre, o operário, o trabalhador e a cultura. Um desses fatores, por sinal, muito ponderável, é o econômico-financeiro. Como fazer para ir à escola, comprar livros, etc, se tem que trabalhar duro pela vida, e o que ganha mal dá para sobreviver?
Bem poucos são os que conseguem reunir os conhecimentos necessários, que lhe permitam enxergar mais longe, e romper as invisíveis cadeias que os prendem aos dogmas e preconceitos ultrapassados pela razão e pela ciência.
O mais cômodo para aqueles deserdados será esperar a recompensa das agruras da vida no céu, após a morte. Afinal de contas, os padres e os pastores estão aí para isto: vender Deus e o céu a grosso e no varejo.
Tobias Barreto escreveu estes inolvidáveis versos:
"Se é sempre o mesmo engodo;
Se o homem chora e continua escravo;
De que foi que Jesus salvar-nos veio?
Poderá alguém responder a tal interrogação
satisfatoriamente? Provavelmente não.
É possível que movido pela mesma razão, Proudhon tenha escrito: "Os que me falam em religião, querem o meu dinheiro ou a minha liberdade". Desta forma em poucas palavras, ficou bem claro o sentido e o objetivo da religião: subtrair ao indivíduo a sua liberdade de pensamento e de ação, e com ela, o seu dinheiro.
Vimos assim, que os únicos autores que poderiam ter escrito a respeito de Jesus Cristo, e como tal foram apresentados pela Igreja, foram Flávio Josefo, Tácito Suetonio e Plínio.
Invocando o testamento de tais escritores, pretendeu a Igreja provar que Jesus Cristo teve existência física, e incutir como verdade na mente dos povos, todo o romance que gira em torno da personalidade fictícia de Jesus.
Contudo, a ciência histórica através de métodos modernos de pesquisa, demonstra hoje que os autores em questão, foram falsificados em seus escritos. Estão evidenciadas súbitas mudanças de assunto, para intercalações feitas posteriormente por terceiros. Após a prática da fraude, o regresso ao assunto originalmente abordado pelo autor.
Tomemos, primeiramente, Flávio Josefo como exemplo. Ele escreveu a história dos acontecimentos judeus, na época em que pretensamente Jesus teria existido. Os falsificadores aproveitaram-se então de seus escritos e acrescentaram; "Naquele tempo, nasceu Jesus, homem sábio, se é que se pode chamar homem, realizando coisas admiráveis e ensinando a todos os que quisessem inspirar-se na verdade. Não foi só seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos, Era o Cristo. Sendo acusado por nossos chefes, do nosso país ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não o abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia após sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras mil coisas milagrosas. A sociedade cristã que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome que usa".
Depois deste trecho, passa a expor um assunto bem diferente no qual refere-se a castigos militares infligidos ao populacho de Jerusalém. Mais adiante, fala de alguém que conseguira seus intentos junto a uma certa dama fazendo-se passar como sendo a humanização do deus Anubis, graças aos ardis dos sacerdotes de Ísis. As palavras a Flávio atribuídas, são as de um apaixonado cristão. Flávio jamais escreveria tais palavras, porquanto, além de ser um judeu convicto, era um homem culto e dotado de uma inteligência excepcional.
O próprio Padre Gillet, reconheceu em seus escritos ter havido falsificações nos textos de Flávio, afirmando ser inacreditável que ele seja o autor das citações que lhe foram imputadas.
Além disso, as polêmicas de Justino, Tertuliano, Orígenes e Cipriano contra os judeus e os pagãos, demonstram que Flávio não escreveu nem uma só palavra a respeito de Jesus. Estranhando o seu silêncio, classificaram-no de partidário e faccioso. No entanto um escritor com o seu mérito, escreveria livros inteiros acerca de Jesus, e não apenas um trecho. Bastaria, para isto, que o fato realmente tivesse acontecido. Seu silêncio no caso, é mais eloqüente do que as próprias palavras.
Exibindo os escritos de Flávio, Fócio afirmava que nenhum judeu contemporâneo de Jesus, ocupara-se dele. A luta de Fócio, que viveu entre os anos de 820 a 895, e foi patriarca de Constantinopla, teve ensejo justamente por achar desnecessário a Igreja lançar mãos de meios escusos para provar a existência de Jesus. Disse que bastaria um exemplar autêntico não adulterado pela Igreja, e fora do seu alcance, para por em evidência as fraudes praticadas com o objetivo de dominar de qualquer forma. Embora crendo em Jesus, Cristo, combateu vivamente os meios sub-reptícios empregados pelos Papas, razão porque foi destituído do patriarcado bizantino e excomungado. De suas 280 obras, apenas restou o "Myriobiblion", tendo o resto sido consumido, provavelmente por ordem do Papa.
Tácito escreveu: "Nero, sem armar grande ruído, submeteu a processos e a penas extraordinárias aos que o vulgo chamava de cristãos, por causa do ódio que sentiam por suas atrapalhadas. O autor fora Cristo, a quem no reinado de Tibério, Pôncio Pilatos supliciara. Apenas reprimida essa perniciosa superstição, fez novamente das suas, não só na Judéia, de onde proviera todo o mal, senão na própria Roma, para onde de confluíram de todos os pontos os sectários, fazendo coisas as mais audazes e vergonhosas. Pela confissão dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de incendiários professando um ódio mortal ao Gênero humano".
Conhecendo muito bem o grego e o latim Tácito não 4confundiria referências feitas aos seguidores de Cristo com os de Crestus. As incoerências observadas nessa intercalação demonstram não se tratar dos cristãs de Cristo, nem a ele se referir. Lendo-se o livro em questão, percebe-se perfeitamente o momento da interpelação. Afirmar que fora Cristo o instigador dos arruaceiros, é uma calúnia contra o próprio Cristo. E conforme já referimos anteriormente, os cristãos seguidores de Cristo, eram muito pacatos e não procuravam despertar atenção das autoridades para si. Como dizer em um dado momento que eles eram retraídos, e em seguida, envolvê-los em brigas coisas piores? É apenas mais uma das contradições de que está repleta a história da Igreja.
Ganeval afirma que foram expulsos de Roma os hebreus e os egípcios, por seguirem a mesma superstição. Deduz-se então que não se referia aos cristãos, seguidores de Jesus Cristo. Referia-se aos Essênios, seguidores de Crestus, vindos de Alexandria. A Igreja não conseguiu por as mãos nos livros de Ganeval o que contribuiu ponderavelmente para lançar uma luz sobre a verdade. Por intermédio de seus escritos, surgiu a possibilidade de provar-se a quais cristãos, exatamente, referia-se Tácito.
Suetônio teria sido mais breve em seu comentário a respeito do assunto. Escreveu que "Roma expulsou os judeus instiqados por Crestus, porque promoviam tumultos".
É evidente também, a falsificação praticada em uma carta de Plínio a Trajano, quando perguntava o que fazer aos cristãos, assunto já abordado anteriormente. O referido texto, após competente exame grafotécnico, revelou-se adulterado. É como se Plínio quisesse demonstrar, não apenas a existência histórica de Jesus, mas, sua divindade, simbolizando a adoração dos cristãos. É o quanto basta para evidenciar a fraude.
Se Jesus Cristo realmente tivesse existido, a Igreja não teria necessidade de falsificar os escritos desses escritores e historiadores. Haveria, certamente, farta e autêntica documentação a seu respeito, detalhando sua vida, suas obras, seus ensinamentos e sua morte. Aqueles que o omitiram, se tivesse de fato existido, teria sido por eles abundantemente falado. Os mínimos detalhes de sua maravilhosa vida, seriam objeto de vasta explanação. Entretanto, em documentos históricos não se encontram referências dignas de crédito, autênticas e aceitáveis pela história. Em tais documentos, tudo o que fala de Jesus e sua vida é produto da má-fé, da burla, de adulterações e intercalações determinadas pelos líderes cristãos. Tudo foi feito de modo a ocultar a verdade. Quando a verdade esta ausente ou oculta, a mentira prevalece. E há um provérbio popular que diz: "A mentira tem pernas curtas". Significa que ela não vai muito longe, sem que não seja apanhada. Em relação ao cristianismo, isto já, aconteceu. Um número crescente de pessoas, vai a cada dia que passa, tomando conhecimento da verdade. E assim, restam baldados os esforços da Igreja, no que concerne aos ardis empregados na camuflagem da verdade, visando alcança escusos objetivos.
A revelação de Deus aos homens, é outra lenda cuja origem perde-se na noite dos tempos.
Muitos séculos antes do surgimento do judaísmo, Zoroastro ou Zaratrusta havia criado uma religião, segundo a qual havia uma eterna luta entre o bem e o mal. Aura Mazzda ou Ormuzd, o deus do fogo e da luz, representavam o bem em luta contra Angra Maniú ou Iarina, o deus das trevas. Nessa luta, Ormuzd foi auxiliado por seu filho Mitra, o espírito do bem e da justiça, mediador entro Ormuzd e os homens. Ormuzd mandou seu filho à terra, o qual nasceu de uma virgem pura e bela, que o concebeu através de um raio de sol. Morreu e ressuscitou em seguida.
Essa religião foi levada para Sicília pelos marinheiros persas, nos últimos séculos da era passada.
Inventando o cristianismo, os judeus nada mais fizeram do que sincretizar o judaísmo ortodoxo com a religião de Mitra, sem esquecer de Osíris e Átis, cujas religiões eram também muito aceitas em Roma e Alexandria.
Vestígios do mitraísmo foram encontrados em escavações recentes, feitas em Óstia, os quais datam do século I.
O mitraísmo era praticado em catacumbas, em grutas e em subterrâneos. O cristianismo copiou-lhe a prática. Daí porque disseram que Jesus nascido em uma gruta e nos primeiros tempos, o cristianismo foi praticado em catacumbas.
Assim sendo os cristãos foram para a catacumbas, não fugindo das autoridades imperiais, mas tão somente para observar o ritual mitraico.
Os mitraicos também davam seus banquetes subterrâneos eram os banquetes pessoais comum nos ritos solares e no judaísmo. Em ambos, havia o rito do pão e do vinho.
Mitra, o Sol Invictos, era festejado em dezembro, como Jesus.
Outras aproximações entre o culto de Mitra e o de Jesus, no cristianismo: o uso da cruz do Sol Radiante, a cruz do Sol Invictus a qual expandia raios; o uso da pia batismal com a água benta, as refeições comunais, a destinação do domingo para o descanso em homenagem ao Senhor; a águia e o touro do ritual mitraico, foram tomados para símbolos dos evangelistas Marcos e Lucas. Antigos quadros e painéis trazem a figura dos evangelistas com a cabeça desses animais.
Do judaísmo, copiaram a crença da imortalidade da alma, a vida no além, o Inferno, o diabo, a ressurreição, o dia do juízo; práticas e crenças igualmente existentes no mitraísmo. Graças a esses espertos arranjos, durante muito tempo, o crente freqüentou indiferentemente o templo cristão, de Mitra ou de Ísis, crendo estar na Igreja antiga, onde iam consultar o oráculo.
Por isso, Teofilo, em Alexandria, mandou construir um templo cristão ao lado de um templo de Ísis, onde se anunciava o oráculo, quando as profecias vinham de uma revelação astral, mediante a camuflagem das vozes de antigos bispos ali enterrados.
Uma das coisas que favoreceram o cristianismo, foi a abolição do sacrifício sangrento. Muitos correram a abraçar a nova crença para escapar de morte em um desses atos propiciatórios.
Spinosa e Hobbes, no século XVIII. mostraram que o Pentateuco foi composto no século II a.C. graças ao que o sacerdote judeu havia aprendido no cativeiro babilônio, fato que aconteceu no século IV a.C. Em seguida, mostraram uma série de contradições quanto à cronologia. Em uma das fontes, apresentam Adão e Eva como tendo sido criados ao mesmo tempo, enquanto em outra informam que ela havia sido feita de uma costela de Adão. Em uma, o homem aparece antes dos outros animais, na outra os animais surgem primeiro.
Levantamentos arqueológicos do começo do século XX, levados a efeito nos subsolos da Babilônia, provaram que o Deuteronômio resultou, em grande parte, do que os sacerdotes judeus haviam copiado da legislação religiosa, civil e criminal de Hamurabi, a qual por sua vez resultara do que se sabia da civilização acádia, e que naqueles tempos já era vetusta. Isaías ao profetizar acerca de diversos reis de várias épocas, mostra que seu nome foi inventado séculos depois dos fatos haverem ocorrido. Um desses reis foi Dano, rei persa que governou em 538 a.C., quando libertou os judeus do cativeiro.
Herodes morreu no ano IV A.C., foi responsabilizado pela matança dos inocentes, para compor o controvertido romance da fuga para o Egito.
Tudo o que até agora temos relatado, constituí provas evidentes de que a Bíblia não tem a antigüidade nem a veracidade que lhe pretendem imprimir.
Os zilotas que seguiam a linha comunista dos essênios, combatiam tanto os judeus ricos como a ocupação romana. Os essênios ao professar, faziam votos de pobreza, quando juravam nada contar da seita para os estranhos e nada ocultar dos companheiros. Era um dos ramos do judaísmo em que não mais se oferecia sacrifício sangrento, o que foi copiado pelo cristianismo.
Os Evangelhos foram compostos para enquadrar Jesus no que está previsto no versículo 17 do salmo 22.
De modo que, Jesus não passou de um ator arranjado para representar o drama do Gólgota. Cumpriu as Escritas como ator e não como sujeito de uma vida real.
Reimarus, filósofo alemão que morreu em 1768, estudou a fundo a história de Jesus. Chegou a conclusões irrefutáveis, que assombraram a Igreja muito mais do que Copérnico ou Darwin. Disse que se Jesus tivesse mesmo existido, seria quando muito, um político ambicioso que fracassara completamente em suas conspirações contra o governo.
Emmanuel Kant foi o primeiro filósofo que conseguiu racional e inteligentemente, expulsar Jesus da história humana, através de uma impressionante e profunda exegese do herói do cristianismo.
Volney, em "As Rumas de Palmira", após regressar de uma longa viagem de pesquisas sobre antigüidade clássica pelo Oriente Médio, elaborou o trabalho acima referido, no qual nega a existência física de Jesus Cristo.
Arthur Drews, igualmente viveu muitos anos na Palestina, dedicando-se ao estudo de sua história antiga, concluiu que Jesus Cristo jamais foi um acontecimento palestino. Examinou todos os lugares pelos quais os evangelistas, pretenderam tivesse Jesus passado. Constatou então, que o cristianismo foi totalmente estruturado em mitos, entretanto, organizado de modo a assumir o aspecto de verdade incontestável, a ser imposta pela Igreja. Todavia, para sorte nossa, homens estudiosos e inteligentes, contestam as falsas verdades elaboradas pelo cristianismo, com argumentos irretorquíveis.
Dupuis disse que, aqueles que fizeram de Jesus um homem, conseguiram enganar tanto quanto os que o transformaram em um deus. Em suas observações, deixa patente que o romance de Jesus, nada mais é do que a repetição das velhas lendas dos deuses solares. Vejamos suas palavras: "Quando tivermos feito ver que a pretensa história de um deus que nasceu de uma virgem, no solstício do inverno, depois de haver descido aos infernos, de um deus que arrasta consigo um cortejo de doze apóstolos, - os doze signos solares - cujo chefe tem todos os atributos de Jano, um deus vencedor do deus das trevas, que faz transitar o homem império da luz e que repara os males da natureza, não passa de uma fábula solar... ser-lhe-á pouco menos indiferente examinar se houve algum príncipe chamado Hércules, visto haver-se provado que o ser consagrado por um culto, sob o nome de Jesus Cristo é o Sol, e que o maravilhoso da lenda ou do poema tem por objeto este astro, então parecerá que os cristãos tem a mesma religião que os índios do Peru, a quem os primeiros fizeram degolar".
Albert Kalthoft diz que Jesus personifica o movimento sócio-econômico, que no século I sublevava o escravo, o pobre e o proletário. O seu messianismo foi espertamente aproveitado pelos líderes dos judeus da diáspora.aqueles que exploravam a desgraça do judeu pobre em benefício próprio. Acrescenta que a divergência que existe entre os quatro evangelistas, resultam das várias tendências daquele movimento social revolucionário nascido em Roma, do qual a versão palestina é apenas o reflexo.
Salonmon Reinach, em "Orheus", salienta o completo silêncio dos autores contemporâneos de Jesus Cristo, acerca de sua pretensa existência. Tal silêncio, verifica-se tanto entre os escritores judeus, como entre os não judeus. Examina em profundidade as "Acta Pilati" e constata que os acontecimentos que o cristianismo situou em seu governo, não foram do que ressuscitou no equinócio da primavera, de seu conhecimento, e assim sendo Pilatos jamais soube qualquer coisa a respeito de Jesus Cristo.
Pierre Louis Couchoud afirma que a existência real de Jesus é indemonstrável, do ponto de vista histórico. E acrescenta que as referências feitas por Flávio Josefo a Jesus, não passam de falsificação de textos, sobejamente provada hoje pelos peritos da crítica histórica.
Os maiores movimentos históricos tiveram como origem os mitos, cujo papel social é dar forma aos anseios inconscientes do povo. Compara, inclusive, a lenda de Jesus com a de Guilherme Tell, na Suíça. Todos sabem tratar-se de uma lenda nacional, todavia, Guilherme Tell é ali reverenciado como herói verdadeiro e real. Seu nome promove a união política dos cantões, embora falem línguas diferentes.
É possível que o mesmo aconteça em relação a Jesus e o cristianismo. Estando em jogo interesses de ordem social, política e sobretudo, econômica, os líderes cristãos preferem deixar o mito de pé, pois enquanto houver cristãos, sua profissão estará garantida e os lucros continuarão sendo por eles auferidos.
O que se faz necessário é que o povo seja esclarecido acerca dos assuntos de crenças e religiões nos termos da verdade, da razão e da lógica, afim de que, se libertando dos velhos preconceitos e tabus, possa enfim ver o mundo e as coisas em sua realidade objetiva.
E não ignoramos qual a realidade objetiva que predomina no cristianismo: é a exploração dos menos aquinhoados intelectual e economicamente.
Quem mais contribui para as campanhas da Igreja, são aqueles que menos possuem, cuja mente encontra-se obstruída pelas idéias e crenças religiosas. Sua pobreza material, alia-se à pobreza intelectual.
Uma boa dose de conhecimentos científicos, é certamente a melhor maneira de remover os obstáculos à libertação do homem, criados pelos lideres religiosos, em suas pregações. Entretanto, sabemos que nem sempre é possível a aquisição de tais conhecimentos. Muitos são os fatores que se interpõem entre o homem pobre, o operário, o trabalhador e a cultura. Um desses fatores, por sinal, muito ponderável, é o econômico-financeiro. Como fazer para ir à escola, comprar livros, etc, se tem que trabalhar duro pela vida, e o que ganha mal dá para sobreviver?
Bem poucos são os que conseguem reunir os conhecimentos necessários, que lhe permitam enxergar mais longe, e romper as invisíveis cadeias que os prendem aos dogmas e preconceitos ultrapassados pela razão e pela ciência.
O mais cômodo para aqueles deserdados será esperar a recompensa das agruras da vida no céu, após a morte. Afinal de contas, os padres e os pastores estão aí para isto: vender Deus e o céu a grosso e no varejo.
Tobias Barreto escreveu estes inolvidáveis versos:
"Se é sempre o mesmo engodo;
Se o homem chora e continua escravo;
De que foi que Jesus salvar-nos veio?
Poderá alguém responder a tal interrogação
satisfatoriamente? Provavelmente não.
É possível que movido pela mesma razão, Proudhon tenha escrito: "Os que me falam em religião, querem o meu dinheiro ou a minha liberdade". Desta forma em poucas palavras, ficou bem claro o sentido e o objetivo da religião: subtrair ao indivíduo a sua liberdade de pensamento e de ação, e com ela, o seu dinheiro.
Vimos assim, que os únicos autores que poderiam ter escrito a respeito de Jesus Cristo, e como tal foram apresentados pela Igreja, foram Flávio Josefo, Tácito Suetonio e Plínio.
Invocando o testamento de tais escritores, pretendeu a Igreja provar que Jesus Cristo teve existência física, e incutir como verdade na mente dos povos, todo o romance que gira em torno da personalidade fictícia de Jesus.
Contudo, a ciência histórica através de métodos modernos de pesquisa, demonstra hoje que os autores em questão, foram falsificados em seus escritos. Estão evidenciadas súbitas mudanças de assunto, para intercalações feitas posteriormente por terceiros. Após a prática da fraude, o regresso ao assunto originalmente abordado pelo autor.
Tomemos, primeiramente, Flávio Josefo como exemplo. Ele escreveu a história dos acontecimentos judeus, na época em que pretensamente Jesus teria existido. Os falsificadores aproveitaram-se então de seus escritos e acrescentaram; "Naquele tempo, nasceu Jesus, homem sábio, se é que se pode chamar homem, realizando coisas admiráveis e ensinando a todos os que quisessem inspirar-se na verdade. Não foi só seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos, Era o Cristo. Sendo acusado por nossos chefes, do nosso país ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não o abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia após sua morte, como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras mil coisas milagrosas. A sociedade cristã que ainda hoje subsiste, tomou dele o nome que usa".
Depois deste trecho, passa a expor um assunto bem diferente no qual refere-se a castigos militares infligidos ao populacho de Jerusalém. Mais adiante, fala de alguém que conseguira seus intentos junto a uma certa dama fazendo-se passar como sendo a humanização do deus Anubis, graças aos ardis dos sacerdotes de Ísis. As palavras a Flávio atribuídas, são as de um apaixonado cristão. Flávio jamais escreveria tais palavras, porquanto, além de ser um judeu convicto, era um homem culto e dotado de uma inteligência excepcional.
O próprio Padre Gillet, reconheceu em seus escritos ter havido falsificações nos textos de Flávio, afirmando ser inacreditável que ele seja o autor das citações que lhe foram imputadas.
Além disso, as polêmicas de Justino, Tertuliano, Orígenes e Cipriano contra os judeus e os pagãos, demonstram que Flávio não escreveu nem uma só palavra a respeito de Jesus. Estranhando o seu silêncio, classificaram-no de partidário e faccioso. No entanto um escritor com o seu mérito, escreveria livros inteiros acerca de Jesus, e não apenas um trecho. Bastaria, para isto, que o fato realmente tivesse acontecido. Seu silêncio no caso, é mais eloqüente do que as próprias palavras.
Exibindo os escritos de Flávio, Fócio afirmava que nenhum judeu contemporâneo de Jesus, ocupara-se dele. A luta de Fócio, que viveu entre os anos de 820 a 895, e foi patriarca de Constantinopla, teve ensejo justamente por achar desnecessário a Igreja lançar mãos de meios escusos para provar a existência de Jesus. Disse que bastaria um exemplar autêntico não adulterado pela Igreja, e fora do seu alcance, para por em evidência as fraudes praticadas com o objetivo de dominar de qualquer forma. Embora crendo em Jesus, Cristo, combateu vivamente os meios sub-reptícios empregados pelos Papas, razão porque foi destituído do patriarcado bizantino e excomungado. De suas 280 obras, apenas restou o "Myriobiblion", tendo o resto sido consumido, provavelmente por ordem do Papa.
Tácito escreveu: "Nero, sem armar grande ruído, submeteu a processos e a penas extraordinárias aos que o vulgo chamava de cristãos, por causa do ódio que sentiam por suas atrapalhadas. O autor fora Cristo, a quem no reinado de Tibério, Pôncio Pilatos supliciara. Apenas reprimida essa perniciosa superstição, fez novamente das suas, não só na Judéia, de onde proviera todo o mal, senão na própria Roma, para onde de confluíram de todos os pontos os sectários, fazendo coisas as mais audazes e vergonhosas. Pela confissão dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de incendiários professando um ódio mortal ao Gênero humano".
Conhecendo muito bem o grego e o latim Tácito não 4confundiria referências feitas aos seguidores de Cristo com os de Crestus. As incoerências observadas nessa intercalação demonstram não se tratar dos cristãs de Cristo, nem a ele se referir. Lendo-se o livro em questão, percebe-se perfeitamente o momento da interpelação. Afirmar que fora Cristo o instigador dos arruaceiros, é uma calúnia contra o próprio Cristo. E conforme já referimos anteriormente, os cristãos seguidores de Cristo, eram muito pacatos e não procuravam despertar atenção das autoridades para si. Como dizer em um dado momento que eles eram retraídos, e em seguida, envolvê-los em brigas coisas piores? É apenas mais uma das contradições de que está repleta a história da Igreja.
Ganeval afirma que foram expulsos de Roma os hebreus e os egípcios, por seguirem a mesma superstição. Deduz-se então que não se referia aos cristãos, seguidores de Jesus Cristo. Referia-se aos Essênios, seguidores de Crestus, vindos de Alexandria. A Igreja não conseguiu por as mãos nos livros de Ganeval o que contribuiu ponderavelmente para lançar uma luz sobre a verdade. Por intermédio de seus escritos, surgiu a possibilidade de provar-se a quais cristãos, exatamente, referia-se Tácito.
Suetônio teria sido mais breve em seu comentário a respeito do assunto. Escreveu que "Roma expulsou os judeus instiqados por Crestus, porque promoviam tumultos".
É evidente também, a falsificação praticada em uma carta de Plínio a Trajano, quando perguntava o que fazer aos cristãos, assunto já abordado anteriormente. O referido texto, após competente exame grafotécnico, revelou-se adulterado. É como se Plínio quisesse demonstrar, não apenas a existência histórica de Jesus, mas, sua divindade, simbolizando a adoração dos cristãos. É o quanto basta para evidenciar a fraude.
Se Jesus Cristo realmente tivesse existido, a Igreja não teria necessidade de falsificar os escritos desses escritores e historiadores. Haveria, certamente, farta e autêntica documentação a seu respeito, detalhando sua vida, suas obras, seus ensinamentos e sua morte. Aqueles que o omitiram, se tivesse de fato existido, teria sido por eles abundantemente falado. Os mínimos detalhes de sua maravilhosa vida, seriam objeto de vasta explanação. Entretanto, em documentos históricos não se encontram referências dignas de crédito, autênticas e aceitáveis pela história. Em tais documentos, tudo o que fala de Jesus e sua vida é produto da má-fé, da burla, de adulterações e intercalações determinadas pelos líderes cristãos. Tudo foi feito de modo a ocultar a verdade. Quando a verdade esta ausente ou oculta, a mentira prevalece. E há um provérbio popular que diz: "A mentira tem pernas curtas". Significa que ela não vai muito longe, sem que não seja apanhada. Em relação ao cristianismo, isto já, aconteceu. Um número crescente de pessoas, vai a cada dia que passa, tomando conhecimento da verdade. E assim, restam baldados os esforços da Igreja, no que concerne aos ardis empregados na camuflagem da verdade, visando alcança escusos objetivos.
IV cont.)
Diz-se que a Bíblia, o livro sagrado dos cristãos, do qual se valem eles para provar a existência de seu Deus e Jesus Cristo, seu filho unigênito, foi escrito sob a inspiração divina. O Próprio Deus te-lo-ia escrito, através de homens inspirados por ele, claro. A doutrina cristã ensina que Deus, além de onipotente, é onipresente e onisciente. Sendo dotado de tais atributos, - onisciência e onipresença, - seria de se esperar que Deus ao ditar aos homens inspirados o que deveriam escrever, não se restringisse apenas ao relato das coisas, fatos ou lugares então conhecidos pelos homens.
Sendo onipresente, deveria estar no universo inteiro. Conhecê-lo e levá-lo ao conhecimento dos homens, e não apenas limitar-se a falar dos povos ou lugares que todos conheciam ou sabiam existir.
Sendo onisciente, deveria saber de todas s coisas de modo certo, correto, exato e assim inspirar ou ensinar.
Todavia, aconteceu justamente o contrário. A Bíblia escrita por homens inspirados por Deus onipresente e onisciente, está repleta de erros os mais vulgares e incoerentes, revelando total ignorância acerca da verdade e de tudo mais.
Vejamos apenas um exemplo. Diz a Bíblia que o sol, a lua e as estrelas foram criadas em função da terra: para iluminá-la. Seria o centro do universo, então, o que é totalmente falso.
Hoje, ou melhor, há muito tempo todos sabemos que a terra é apenas um grão de areia perdido na imensidão do universo, sendo mesmo uma das menores porções que o compõe, inclusive dentro do sistema solar de que faz parte.
Como teria Josué feito parar o sol, afim de prolongar o dia e ganhar sua batalha contra os canamitas, sem acarretar uma catástrofe? Decididamente, quem escreveu tais absurdos, sendo homem sujeito a falhas e erros, é perdoável. Entretanto, sendo um Deus onipresente e onisciente, ou por sua inspiração, é inconcebível. E mais inconcebível ainda é que o homem moderno permaneça escravo desta ou de qualquer outra religião. Dispondo de modernos meios de difusão e divulgação da cultura, o homem não pode ignorar o quanto é falsa a doutrina cristã, além de absurda, o mesmo estendendo-se a qualquer outra forma de culto ou religião. Como entender que sendo Deus onipresente e onisciente, não saberia que todos os corpos do universo possuem movimento, e que este os mantém dentro de sua órbita, sem atropelos ou abalroamento?
Quando Jeová resolveu disciplinar o comportamento dos hebreus, marcou encontro com Moisés, no Monte Sinai, para lhe entregar as tábuas da lei. Fato idêntico acontecera muito antes. quando Hamurabi teria recebido das mãos do deus Schamash, a legislação dos babilônios no século XVII a.C.. A mesma foi encontrada em Susa, uma das grandes metrópoles do então poderoso império babilônio, encontrando-se atualmente guardada no Museu do Louvre, em Paris.
No que concerne aos Evangelhos, foram escritos em número de 315, copiando-se sempre uns aos outros. No Concílio de Nicéia, tal número foi reduzido para 40 e destes foram sorteados os 4 que até hoje estão vigorando.
A. Laterre, entre outros escritores, assinala ter sido o Evangelho de Marcos o mais antigo, e haver servido de paradigma para os outros, os quais não guardaram sequer fidelidade ao original, dando margem a choques e entrechoques de doutrina.
Após o Evangelho de Marcos, começaram a surgir os demais que alcançando elevado número, foram reduzidos. A escolha não visou os melhores, o que seria lógico, mas baseou-se tão somente, no prestigio político dos bispos das regiões onde haviam sido compostos.
A. Laterre patenteou igualmente, em "Jesus e sua doutrina", que a lenda composta pelos fundadores do cristianismo para ser admitida pelos homens como verdade, fora copiada de fontes mitológicas muito anteriores ao próprio judaísmo, remontando aos antigos deuses indús, persas ou chineses.
No século II, quando começou a aparecer a biografia de Jesus, havia apenas o interesse político e material em se manter a sua santa personalidade idealizada.
Constantino, no século IV, tendo verificado que suas legiões haviam-se tornado reticentes no cumprimento de suas ordens contra os cristãos, resolveu mudar de tática e aderir ao cristianismo. Percebendo que os bispos de Alexandria, Jerusalém, Edessa e Roma tinham a força necessária para fazer-lhe oposição, sentiu-se na contingência de ceder politicamente, com o objetivo de conseguir obediência total e unificar o império. De sorte que sua adesão ou conversão ao cristianismo, não se baseou em uma convicção intima, espiritual, porém, resultou de conveniências políticas.
Embora não crendo na religião cristã, percebeu que a cruz dar-lhe-ia a força que lhe faltava, para tornar-se o imperador único e obedecido cegamente. Daí, a história do sonho que tivera antes de uma batalha, segundo o qual vira a cruz desenhada no céu e estas palavras escritas abaixo: "in hoc signo vincis", com este sinal, vencerás. Não era cristão verdadeiro, apenas fingia sê-lo para conseguir os seus objetivos.
Dujardin conta-nos que o cristianismo só surgiu a partir do ano 30, graças a um rito em que se via a morte e a ressurreição de Jesus, o qual seria uma divindade pre-cristã. Nesta seita, os seus adeptos denominavam-se apóstolos, significando missionários, os que traziam uma mensagem nova. Os apóstolos desse Jesus, juravam terem-no visto, após sua morte, ressuscitar e ascender ao céu. Entretanto, não era este o Jesus dos cristãos.
O Padre Aífred Loisy, diante do enorme descrédito que o mito do cristianismo vinha sofrendo nos meios cultos de Paris, resolveu pesquisar-lhe as origens, visando assim desfazer as objeções apresentadas de modo seguro e bem fundamentado. Buscava a verdade para mostrá-la aos demais. Entretanto, ao fazer seus estudos, o Padre Loisy constatou que, realmente a crítica havia se baseado em fatos incontestáveis. Por uma questão de honra, não poderia ocultar o resultado de suas pesquisas, publicando-o logo em seguida. Sendo tal resultado, contrário fundamentalmente aos cânones da Igreja, foi expulso de sua cátedra de Filosofia, na Universidade de Paris e excomungado pelo Papa, em 1908.
O Pe. Loisy havia concluído que os documentos nos quais a Igreja firmara-se para organizar sua doutrina, provieram do ritual essênio. Jesus Cristo não tivera vida física. Era apenas o reaproveitamento da lenda essênia do Crestus, o seu Messias.
Verificou-se também que as Paulinianas, de origem insegura, haviam sido refundidas em vários pontos fundamentais e por diversas vezes, antes de serem incluídas definitivamente nos Evangelhos. Do mesmo modo chegou à conclusão de que os Evangelhos não poderiam servir de base para a história, nem para provar a vida de Jesus dada a sua inautenticidade.
Por sorte sua, já não mais existia a Santa Inquisição; do contrário, o sábio Padre Loisy teria sido queimado vivo.
Os documentos relativos ao governo de Pilatos na Judéia, nada relatam a respeito de alguém que se intitulando de Jesus Cristo, o Messias ou o enviado de Deus, tenha sido preso, condenado e crucificado com assentimento ou mesmo contra sua vontade, conforme narram os evangelhos. Não tomou conhecimento jamais de que um homem excepcional, praticasse coisas maravilhosas e sobrenaturais, ressuscitando mortos e curando doentes ao simples toque de suas mãos, ou com uma palavra, apenas.
Se Pôncio Pilatos, cuja existência é real e historicamente provável, e que estava no centro dos acontecimentos da época como governador da Judéia, ignorou completamente a existência tumultuada de Jesus, é que de fato ele não existiu. Alguém que pelos atos que lhe são atribuídos, chega mesmo ao cúmulo de ser aclamado "Rei dos Judeus" por uma multidão exaltada, como efe o foi, não poderia passar despercebido pelo governador da região.
O imperador Tibério, inclusive, jamais soube de tais ocorrências na Judéia.
Estranho que ninguém o informasse de que um povo, que estava sob o seu domínio, aclamava um novo rei. Ilógico. A ele, Tibério, é que caberia nomear um rei, governador ou procurador.
Prosper Alfaric, em L'Ecole de la Raison, assinala as invencíveis dificuldades do cristianismo em conciliar a fé com a razão. Por isso, a nova crença teve de apoderar-se das lendas e crenças dos deuses solares, tais como Osíris, Mitra, Ísis, Átis e Hórus, quando da elaboração de sua doutrina. Expôs, igualmente, que os documentos descobertos em Coumrã, em 1947, eram o elo que faltava para patentear que Cristo é o Crestus dos essênios, uma outra seita judia.
O cristianismo nada mais é, então, do que o sincretismo das diversas seitas judias, misturadas às crenças e religiões dos deuses solares, por serem as religiões que vinham predominando há séculos.
A palavra "evangelho" em grego significa "boa nova", já figura na Odisséia de Homero, Século XII, a.C.. Foi depois encontrada também ruma inscrição em Priene, na Jônia, numa frase comemorativa e de endeusamento de Augusto, no seu aniversário, significando a "boa nova" no trono. E isto ocorreu muito antes de idealizarem Jesus Cristo.
Conforme já mencionamos anteriormente, no inicio do cristianismo, os evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente reduzidos para 4, no Concílio de Nicéia. Tal número, indica perfeitamente as várias formas de interpretação local das crenças religiosas da orla mediterrânea, acerca da idéia messiânica lançada pelos sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado Irineu a escrever o seguinte: "Há apenas 4 Evangelhos, nem mais um, nem menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os ignorantes e os insolentes é que andam falseando a verdade". A verdade da Igreja, dizemos nós.
Haviam então, os Evangelhos dos naziazenos, dos judeus, dos egípcios, dos ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé, entre outros, 03 quais foram queimados, restando apenas os 4 sorteados e oficializados no Concílio de Nicéia.
Celso, erudito romano, contemporâneo de Irineu, entre os anos 170 e 180, disse: "Certos fiéis modificaram o primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro e mais vezes, para poder assim subtrai-los às refutações".
Foi necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as divergências mais acentuadas, sendo adotada a de Hesíquies, de Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía e a de Luciano, de Antióquia. Mesmo assim, só na de Luciano existem 3500 passagens redigidas diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos não são fonte segura e original.
Os Evangelhos que trazem a palavra "segundo", que em grego é "cata", não vieram diretamente dos pretensos evangelistas.
A discutível origem dos Evangelhos, explica porque os documentos mais antigos não fazem referência à vida terrena de Jesus.
Nos Evangelhos, as contradições são encontradas com muita freqüência. Em Marcos., por exemplo, em 1-1,17: "a linhagem de Jesus vem de Abraão, em 42 gerações"; ao passso que em Lucas. 2 - 23, 28 lê-se que proviera diretamente de Adão e Eva, sendo que de Abraão a Jesus teriam havido 43 gerações.
Eusébio comentando o assunto e não sabendo como dirimir a questão, disse: "Seja lá o que for, só o Evangelho anuncia a verdade".(?)
Tais divergências, entretanto, parecem indicar que os Evangelhos não se destinavam inicialmente à posteridade, visando tão somente a catequese imediata de povos isolados uns dos outros. Os escritos destinados a um povo dificilmente seriam conhecidos dos outros.
O Evangelho de Mateus teria sido destinado aos judeus, arranjado para agradá-los. Por isso, não fala nos vaticínios nem no Messias.
Por isso ainda é que puseram na boca de Jesus as palavras seguintes: "Não vim para abolir as leis dos profetas, mas sim para cumpri-las". Tudo indica ter sido feito em Alexandria, porquanto, o original em hebraico jamais existiu. Baur provou, entretanto, que as Epístolas são anteriores aos Evangelhos e o Apocalipse, o mais antigo de todos, do ano 68. Todos os escritos do cristianismo desse tempo, falam apenas no Logos, o Cordeiro Pascoal, imolado desde o princípio dos tempos, referindo-se à personalidade ideal de Jesus Cristo.
Justino, filósofo e apologista cristão, escrevendo em torno do ano 150, não emprega a palavra Evangelho nem uma vez. Isto mostra que ele ainda nessa época, ignorava-a, não tendo conhecimento de sua existência. Justino ignorava igualmente as paulinianas, Paulo e os Atos dos apóstolos, o que prova que foram inventados posteriormente.
Marcião no ano de 140, trouxe as Epístolas à Roma, as quais não foram inicialmente consideradas merecedoras de fé. Sofreu rigorosa triagem, sendo cortada muita coisa que não convinha à Igreja. Marcião fora contemporâneo de Justino. As Epístolas trazidas por ele, eram endereçadas aos Romanos, aos Gálatas e aos Coríntios. Apresentavam Jesus como um Deus encarnado. Teria nascido de uma mulher e sofrera o martírio para resgatar os pecados da humanidade, isto é, dos ocidentais porque os orientais não tomaram conhecimento da personalidade de Jesus, seus milagres e sua pregação e do seu romance religioso.
Engels constatou que as Epístolas são 60 anos mais novas do que o Apocalipse. E ainda, os cristãos contrários ao bispo de Roma, rejeitaram-nas durante séculos. Foi o que se deu com os ebionitas e os severianos, conforme Eusébio escreveu e Justino confirmou.
O Apocalipse fala em um cordeiro com sete cornos e sete olhos, o qual foi imolado desde a fundação do mundo (13-8). O Apocalipse foi composto apenas em 68, sendo o mais antigo de todos os escritos cristãos.
Lutero e Swinglio disseram que o Apocalipse foi incluído nos Evangelhos por engano, tendo a Igreja de inventar, por isso a ordem cronológica dos seus livros.
Hoje se pode provar que o Apocalipse surgiu entre os anos 68 e 70; os Evangelhos, no século II e o Atos dos Apóstolos são os mais recentes de todos.
Eusébio em sua "História Eclesiástica':, 4-23, diz: "Compus as Epistolas conforme a vontade do irmão: mas, os 'apóstolos do diabo' tacharam-nas de inverídicas contando-lhes certas coisas e acrescentando outras".
Irineu, ao mesmo tempo ordenava ao copista: "Confronta toda cópia com este original utilizado por ti, e corrige-a cuidadosamente". Não te esqueças de reproduzir em tua cópia o pedido que te faço.
Essas citações servem para medirmos que tipo de santidade havia entre os bispos e seus calígrafos, na arte eusebiana de eméritos falsificadores de documentos importantes.
Com isto, deram autenticidade a todas as invencionices do cristianismo e legitimaram sua liderança na posse material do que pertencia aos outros.
Irineu ainda registrou o seguinte: "Ouvi dizer que não acreditam esteja isto nos Evangelhos, se não se encontrar nos arquivos", Ao que Eusébio respondera: "É preciso demonstrá-lo".
Uma excelente prova da existência de Jesus, seria uma comunicação feita por Pilatos a seu respeito. Entretanto, tal documento não existe.
Justino, instado pelos falsificadores, referiu-se a Jesus, contudo, dada a sua honradez pessoal, no caso do seu escrito ser autêntico, fê-lo de modo inseguro e hesitante.
Tertuliano que é mas seguro do que ele, afirmou que esse valioso documento deverá ser encontrado nos arquivos imperiais. Contudo, a Igreja apesar de haver se apoderado de Roma a partir do século IV, não teve a coragem de apresentar essa indispensável jóia documentária, a qual de certo seria refutada pela ciência e pejo conhecimento.
Mesmo assim, a partir do século IV, essa prova espúria foi produzida, contudo, a Igreja não teve a petulância de submetê-la à grafotécnica.
Daniel Rops, embora fosse um apaixonado cristão, reconheceu a veracidade dessa falsificação dizendo que: "a que arranjaram era uma carta enviada a Cláudio, que reinou de 41 a 44, e não a Tibério, sob cujo governo Pilatos fora Procurador da Judéia".
No Apocalipse João escreveu: "Se alguém acrescentar alguma coisa nisto, Deus castigará com as penas descritas neste livro; se alguém cortar qualquer coisa, Deus cortará sua parte na árvore da vida e na cidade santa descrita neste livro". Ai está mais uma prova de como as falsificações eram usuais na fase da Igreja nascente.
O mais interessante é essa gente falar em Deus, como se fosse coisa cuja existência já tivesse sido provada, não se justificando mais que o conhecimento e a razão estudassem as bases dessa existência.
Os padres mostravam-se estar de tal modo familiarizados com Deus e sua vontade, que por isso achavam certo e justo julgar e queimar vivos a todos os que deles discordassem.
Entretanto, embora dessem a impressão de estar em contato com Deus, usavam de processos criminosos, dos quais todos os ociosos usam para sacar contra o seu meio social. Assim é que hoje se pode provar que o cristianismo, foi construído sobre um terreno atapetado de mentiras, falsificações e mistificações.
O Novo Testamento atualmente oficializado, é cópia de um texto grego do século IV.
É exatamente o sinótico descoberto em 1859, em um convento do Monte Sinai, onde vem informada a origem grega. Os originais do mesmo estão guardados nos museus do Vaticano e de Londres. Foram publicados com as devidas corrigendas, feitas por Hesíquios, de Alexandria.
Um papiro encontrado no Egito, em 1931, apresenta-nos uma ordem cronológica totalmente diferente da oficializada pela Igreja.
Atualmente, as fontes testamentárias aceitáveis são as do século II em diante, provindas de Justino, Taciano, Atenágoras e Irineu e outros, os quais são considerados os verdadeiros criadores do cristianismo.
Taciano foi o "bem amado" discípulo de Justino. Ele, entretanto, omite a genealogia de Jesus, dizendo apenas que ele descendia de reis judeus, de modo muito vago, divergindo assim da orientação oficializada.
Irineu foi que sistematizou o cristianismo. Foi ele a fonte em que Eusébio inspirou-se. Por isso é que daí em diante seria obrigatória a confrontação entre os dois textos. O bispo de Cesaréia fora encarregado pelo todo poderoso bispo de Roma, de falsificar tudo quanto prejudicasse os interesses materiais da Igreja de então. De modo que, por onde passou a mão de Eusébio, foi tudo conspurcado criminosamente contra a verdade.
Eusébio foi realmente um bispo que cria apaixonadamente na divindade de Jesus Cristo contudo, já conhecia o poder que possuia o bispo de Roma.
Graças a Eusébio e outros iguais a ele, tornou-se uma temeridade descrer-se na verdade oficializada pela Igreja.
Após tantas falsificações, todos ficaram realmente inseguros quanto á verdadeira origem do cristianismo, tal a tumultuação impressa por Eusébio.
Tertuliano e Clemente de Alexandria, lutaram um pouco para sanar essas fontes, anulando boa parte do que restara das criminosas unhas de Eusébio.
Jacob Buckhardt examinando essa documentação, concluiu que o Novo Testamento merece confiança.
Em Coumrã, em 1947, como á vimos foram encontrados documentos com escrita em hebraico e não em grego, falando em Crestus não em Cristo. Ali, Habacuc refere-se à perseguição sofrida por essa seita judia, assim como a morte de Crestus, igualmente traído por Judas, um sacerdote dissidente. A Igreja ao ter conhecimento da existência de tais documentos, pretendeu informar que Crestus era o Cristo de sua criação, contudo, verificou-se que eles datavam de pelo menos um século antes do lançamento do romance do Gólgota. Além disso, continham revelações contrárias aos interesses da Igreja. Eles relatam as lutas de morte em que viviam as diversas seitas do judaísmo.
A Didaquê não pôde entrar nos Evangelhos, devendo silenciar completamente a respeito da pretensa passagem de Jesus pela terra.
De qualquer forma, a lenda que existia em torno no nome de Crestus, foi aproveitada na época porque sendo uma seita comunista, suas pregações iriam servir para atrair ao cristianismo a atenção dos escravos, em luta contra os seus senhores, a eterna luta do pobre contra o riço.
Escavações feitas em Jerusalém, desenterraram velhos cemitérios, onde foram encontradas muitas cruzes do século I e mesmo anteriores. Todavia, apesar de já ser usada nessa época, só a partir do século IV é que a Igreja iria oficializá-la como seu emblema. Levantamentos arqueológicos posteriores provariam que a cruz já era um piedoso emblema usado desde há milênios.
Orígenes polemizando contra Celso, um dos mais cultos escritores romanos de seu tempo, e que mais combateram as bases falsas da Igreja e de Jesus Cristo, acusa Flávio Josefo por não haver admitido a existência de Jesus. Flávio não poderia referir-se a Jesus nem ao cristianismo porque ambos foram arranjados depois de sua morte. Assim, os livros de Flávio que falam de Jesus, foram compostos, ou melhor, falsificados muito tempo após sua morte, no decorrer do século III, conforme as conclusões alcançadas pelos mestres da Escola de Tubingen.
Sêneca que foi preceptor de Nero, suicidando-se para não ser assassinado por ele, já pensava mais ou menos como os cristãos. Do que se conclui que as idéias de que se serviu o cristianismo para se fundamentar, são emprestadas das lendas que giravam em torno de outros Cristos Messias, assim como de outros cultos. Nada tendo, portanto, de original. Sêneca acreditava em um Deus único e imaterializável.
Por tudo isso, vemos que os líderes do cristianismo, nada mais fizeram do que se apropriarem das idéias já existentes. Apenas tiveram o cuidado de promover as modificações necessárias, com vistas a melhor consecução dos seus objetivos materiais.
Sêneca, embora não fazendo em seus escritos qualquer alusão à existência de Jesus Cristo, teve muitos de seus escritos aproveitados pelo cristianismo nascente.
Em Tácito, escritor do século II, encontram-se referências a respeito de Jesus e seus adeptos. Contudo, exames grafotécnicos demonstraram que tais referências são falsas, e resultam de visível adulteração dos seus escritos.
Suetônio que existiu quando Jesus teria vivido, escreveu a "História dos Doze Césares," relatando os fatos de seu tempo. Referindo-se aos judeus e sua religião, apenas falou em "distúrbios de judeus exaltados em torno de Crestus". Por aí se vê que ele não se referia aos cristãos, porquanto, eles sempre se mostraram humildes e obedientes à ordem constituída, evidentemente afim de passar, tanto quanto possível, despercebidos. Desse modo, iriam solapando o poder imperial, manhosamente, como realmente aconteceu.
Suetônio escreveu ainda que haviam supliciado alguns cristãos, que eram gente que se dedicava demasiado a tolas superstições, orientadas por uma idéia malfazeja. Disse mais que Nero tivera de mandar expulsar os judeus de Roma, porque eles estavam sempre se sublevando, instigados por Crestus.
Os cristãos estavam sempre organizados de modo a atrair aos escravos, sem contudo, desagradar às autoridades. Assim sendo, jamais provocariam tumultos. Os cristãos aos quais Suetônio refere-se, poderiam ser os zilotas, os essênios ou os terapeutas, mas nunca os cristãos de Jesus Cristo, porquanto, conforme já dissemos acima, os cristãos eram ensinados a não provocarem desordens.
Plínio, o Jovem, viveu entre os anos 62 e 113, tendo sido sub-pretor da Bitínia. Na carta enviada ao imperador, perguntava como agir em relação aos cristãos, ao que Trajano teria respondido, que agisse apenas contra os que não renegassem à nova fé. Entretanto, não ficou evidenciado a quais cristãos, exatamente, eram feitas as referências: se aos crestãos ou aos cristãos. De qualquer forma, a carta em questão, após ser submetida a exames grafotécnicos e métodos rádio-carbônicos, revelou-se haver sido falsificada.
Justiniano, Imperador romano, mandou queimar os escritos de Porfírio, através de um edito, em 448, alegando que: "impelido pela loucura, escrevera contra a santa fé cristã".
Vespasiano ao morrer disse: "Que desgraça! Acreditei que me havia tornado um deus imortal!". Suas palavras justificam-se pela credulidade supersticiosa. Partindo do preceito ensinado pelos judeus, aliás um falso preceito, de que Cristo havia subido ao céu com corpo e alma, não seria de estranhar que os imperadores pretendessem tornarem-se deuses, afim de escapar ao inapelável destino dos que nascem. a morte.
Calígula, por isso, fizera-se coroar como Deus-Sol, o Sol Invictus, o Helius. Nessa época o Império romano embora em declínio, ainda dominava uma porção de províncias afastadas de Roma.
O homem espoliado pela força bruta, unificada em torno das regiões sentindo não ser possível contar com a justiça humana, passa a esperar pela justiça dos deuses. Mas, mesmo assim, teriam de apelar para os deuses dos pobres e não dos ricos, privilegiados e poderosos.
Conta a lenda que Osíris, o deus solar dos egípcios, foi morto por seu irmão Seth, o qual dividiu o corpo em 14 pedaços e os espalhou pelo mundo afora. Ísis, sua esposa e irmã. saiu em busca dos pedaços, levando seu filho Hórus ao colo. Todos os anos o povo fazia a festa de Ísis, relembrando o acontecimento. Havendo conseguido juntar todas a partes do corpo, Osíris ressuscitou passando a ser incensado como o deus da morte e da sombra. Fora uma ressurreição conseguida pelo amor da esposa. Ísis separou a terra do céu, traçou a órbita dos astros, criou a navegação e destruiu todos os tiranos. Comandava os rios, as vagas e os ventos. Seu culto assemelhava-se muito ao de Astartê, de Adônis e de Átis, religiões muito aparentadas entre si, dominando toda a orla do Mediterrâneo. Seu culto era uma reminiscência do culto de Tamus, um deus babilônio, cuja doutrina ensinava que os deuses nasciam e renasciam, ressuscitando-se.
O judaísmo, e mais tarde o cristianismo, beberam dessas fontes grande parte da sua liturgia.
No cristianismo, encontramos Ísis representada pela Virgem Maria e Hórus transformado em Jesus Cristo. Maria e Jesus, fugindo de Herodes e indo para o Egito, é a mesma lenda de Ísis e Hórus, fugindo de Seth.
O Deus-Homem que morria e ressuscitava, já era uma velha "crença religiosa" naqueles tempos. O cristianismo apenas deu novos nomes e novas roupagens aos deuses de velhas crenças.
Diz-se que a Bíblia, o livro sagrado dos cristãos, do qual se valem eles para provar a existência de seu Deus e Jesus Cristo, seu filho unigênito, foi escrito sob a inspiração divina. O Próprio Deus te-lo-ia escrito, através de homens inspirados por ele, claro. A doutrina cristã ensina que Deus, além de onipotente, é onipresente e onisciente. Sendo dotado de tais atributos, - onisciência e onipresença, - seria de se esperar que Deus ao ditar aos homens inspirados o que deveriam escrever, não se restringisse apenas ao relato das coisas, fatos ou lugares então conhecidos pelos homens.
Sendo onipresente, deveria estar no universo inteiro. Conhecê-lo e levá-lo ao conhecimento dos homens, e não apenas limitar-se a falar dos povos ou lugares que todos conheciam ou sabiam existir.
Sendo onisciente, deveria saber de todas s coisas de modo certo, correto, exato e assim inspirar ou ensinar.
Todavia, aconteceu justamente o contrário. A Bíblia escrita por homens inspirados por Deus onipresente e onisciente, está repleta de erros os mais vulgares e incoerentes, revelando total ignorância acerca da verdade e de tudo mais.
Vejamos apenas um exemplo. Diz a Bíblia que o sol, a lua e as estrelas foram criadas em função da terra: para iluminá-la. Seria o centro do universo, então, o que é totalmente falso.
Hoje, ou melhor, há muito tempo todos sabemos que a terra é apenas um grão de areia perdido na imensidão do universo, sendo mesmo uma das menores porções que o compõe, inclusive dentro do sistema solar de que faz parte.
Como teria Josué feito parar o sol, afim de prolongar o dia e ganhar sua batalha contra os canamitas, sem acarretar uma catástrofe? Decididamente, quem escreveu tais absurdos, sendo homem sujeito a falhas e erros, é perdoável. Entretanto, sendo um Deus onipresente e onisciente, ou por sua inspiração, é inconcebível. E mais inconcebível ainda é que o homem moderno permaneça escravo desta ou de qualquer outra religião. Dispondo de modernos meios de difusão e divulgação da cultura, o homem não pode ignorar o quanto é falsa a doutrina cristã, além de absurda, o mesmo estendendo-se a qualquer outra forma de culto ou religião. Como entender que sendo Deus onipresente e onisciente, não saberia que todos os corpos do universo possuem movimento, e que este os mantém dentro de sua órbita, sem atropelos ou abalroamento?
Quando Jeová resolveu disciplinar o comportamento dos hebreus, marcou encontro com Moisés, no Monte Sinai, para lhe entregar as tábuas da lei. Fato idêntico acontecera muito antes. quando Hamurabi teria recebido das mãos do deus Schamash, a legislação dos babilônios no século XVII a.C.. A mesma foi encontrada em Susa, uma das grandes metrópoles do então poderoso império babilônio, encontrando-se atualmente guardada no Museu do Louvre, em Paris.
No que concerne aos Evangelhos, foram escritos em número de 315, copiando-se sempre uns aos outros. No Concílio de Nicéia, tal número foi reduzido para 40 e destes foram sorteados os 4 que até hoje estão vigorando.
A. Laterre, entre outros escritores, assinala ter sido o Evangelho de Marcos o mais antigo, e haver servido de paradigma para os outros, os quais não guardaram sequer fidelidade ao original, dando margem a choques e entrechoques de doutrina.
Após o Evangelho de Marcos, começaram a surgir os demais que alcançando elevado número, foram reduzidos. A escolha não visou os melhores, o que seria lógico, mas baseou-se tão somente, no prestigio político dos bispos das regiões onde haviam sido compostos.
A. Laterre patenteou igualmente, em "Jesus e sua doutrina", que a lenda composta pelos fundadores do cristianismo para ser admitida pelos homens como verdade, fora copiada de fontes mitológicas muito anteriores ao próprio judaísmo, remontando aos antigos deuses indús, persas ou chineses.
No século II, quando começou a aparecer a biografia de Jesus, havia apenas o interesse político e material em se manter a sua santa personalidade idealizada.
Constantino, no século IV, tendo verificado que suas legiões haviam-se tornado reticentes no cumprimento de suas ordens contra os cristãos, resolveu mudar de tática e aderir ao cristianismo. Percebendo que os bispos de Alexandria, Jerusalém, Edessa e Roma tinham a força necessária para fazer-lhe oposição, sentiu-se na contingência de ceder politicamente, com o objetivo de conseguir obediência total e unificar o império. De sorte que sua adesão ou conversão ao cristianismo, não se baseou em uma convicção intima, espiritual, porém, resultou de conveniências políticas.
Embora não crendo na religião cristã, percebeu que a cruz dar-lhe-ia a força que lhe faltava, para tornar-se o imperador único e obedecido cegamente. Daí, a história do sonho que tivera antes de uma batalha, segundo o qual vira a cruz desenhada no céu e estas palavras escritas abaixo: "in hoc signo vincis", com este sinal, vencerás. Não era cristão verdadeiro, apenas fingia sê-lo para conseguir os seus objetivos.
Dujardin conta-nos que o cristianismo só surgiu a partir do ano 30, graças a um rito em que se via a morte e a ressurreição de Jesus, o qual seria uma divindade pre-cristã. Nesta seita, os seus adeptos denominavam-se apóstolos, significando missionários, os que traziam uma mensagem nova. Os apóstolos desse Jesus, juravam terem-no visto, após sua morte, ressuscitar e ascender ao céu. Entretanto, não era este o Jesus dos cristãos.
O Padre Aífred Loisy, diante do enorme descrédito que o mito do cristianismo vinha sofrendo nos meios cultos de Paris, resolveu pesquisar-lhe as origens, visando assim desfazer as objeções apresentadas de modo seguro e bem fundamentado. Buscava a verdade para mostrá-la aos demais. Entretanto, ao fazer seus estudos, o Padre Loisy constatou que, realmente a crítica havia se baseado em fatos incontestáveis. Por uma questão de honra, não poderia ocultar o resultado de suas pesquisas, publicando-o logo em seguida. Sendo tal resultado, contrário fundamentalmente aos cânones da Igreja, foi expulso de sua cátedra de Filosofia, na Universidade de Paris e excomungado pelo Papa, em 1908.
O Pe. Loisy havia concluído que os documentos nos quais a Igreja firmara-se para organizar sua doutrina, provieram do ritual essênio. Jesus Cristo não tivera vida física. Era apenas o reaproveitamento da lenda essênia do Crestus, o seu Messias.
Verificou-se também que as Paulinianas, de origem insegura, haviam sido refundidas em vários pontos fundamentais e por diversas vezes, antes de serem incluídas definitivamente nos Evangelhos. Do mesmo modo chegou à conclusão de que os Evangelhos não poderiam servir de base para a história, nem para provar a vida de Jesus dada a sua inautenticidade.
Por sorte sua, já não mais existia a Santa Inquisição; do contrário, o sábio Padre Loisy teria sido queimado vivo.
Os documentos relativos ao governo de Pilatos na Judéia, nada relatam a respeito de alguém que se intitulando de Jesus Cristo, o Messias ou o enviado de Deus, tenha sido preso, condenado e crucificado com assentimento ou mesmo contra sua vontade, conforme narram os evangelhos. Não tomou conhecimento jamais de que um homem excepcional, praticasse coisas maravilhosas e sobrenaturais, ressuscitando mortos e curando doentes ao simples toque de suas mãos, ou com uma palavra, apenas.
Se Pôncio Pilatos, cuja existência é real e historicamente provável, e que estava no centro dos acontecimentos da época como governador da Judéia, ignorou completamente a existência tumultuada de Jesus, é que de fato ele não existiu. Alguém que pelos atos que lhe são atribuídos, chega mesmo ao cúmulo de ser aclamado "Rei dos Judeus" por uma multidão exaltada, como efe o foi, não poderia passar despercebido pelo governador da região.
O imperador Tibério, inclusive, jamais soube de tais ocorrências na Judéia.
Estranho que ninguém o informasse de que um povo, que estava sob o seu domínio, aclamava um novo rei. Ilógico. A ele, Tibério, é que caberia nomear um rei, governador ou procurador.
Prosper Alfaric, em L'Ecole de la Raison, assinala as invencíveis dificuldades do cristianismo em conciliar a fé com a razão. Por isso, a nova crença teve de apoderar-se das lendas e crenças dos deuses solares, tais como Osíris, Mitra, Ísis, Átis e Hórus, quando da elaboração de sua doutrina. Expôs, igualmente, que os documentos descobertos em Coumrã, em 1947, eram o elo que faltava para patentear que Cristo é o Crestus dos essênios, uma outra seita judia.
O cristianismo nada mais é, então, do que o sincretismo das diversas seitas judias, misturadas às crenças e religiões dos deuses solares, por serem as religiões que vinham predominando há séculos.
A palavra "evangelho" em grego significa "boa nova", já figura na Odisséia de Homero, Século XII, a.C.. Foi depois encontrada também ruma inscrição em Priene, na Jônia, numa frase comemorativa e de endeusamento de Augusto, no seu aniversário, significando a "boa nova" no trono. E isto ocorreu muito antes de idealizarem Jesus Cristo.
Conforme já mencionamos anteriormente, no inicio do cristianismo, os evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente reduzidos para 4, no Concílio de Nicéia. Tal número, indica perfeitamente as várias formas de interpretação local das crenças religiosas da orla mediterrânea, acerca da idéia messiânica lançada pelos sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado Irineu a escrever o seguinte: "Há apenas 4 Evangelhos, nem mais um, nem menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os ignorantes e os insolentes é que andam falseando a verdade". A verdade da Igreja, dizemos nós.
Haviam então, os Evangelhos dos naziazenos, dos judeus, dos egípcios, dos ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé, entre outros, 03 quais foram queimados, restando apenas os 4 sorteados e oficializados no Concílio de Nicéia.
Celso, erudito romano, contemporâneo de Irineu, entre os anos 170 e 180, disse: "Certos fiéis modificaram o primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro e mais vezes, para poder assim subtrai-los às refutações".
Foi necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as divergências mais acentuadas, sendo adotada a de Hesíquies, de Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía e a de Luciano, de Antióquia. Mesmo assim, só na de Luciano existem 3500 passagens redigidas diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos não são fonte segura e original.
Os Evangelhos que trazem a palavra "segundo", que em grego é "cata", não vieram diretamente dos pretensos evangelistas.
A discutível origem dos Evangelhos, explica porque os documentos mais antigos não fazem referência à vida terrena de Jesus.
Nos Evangelhos, as contradições são encontradas com muita freqüência. Em Marcos., por exemplo, em 1-1,17: "a linhagem de Jesus vem de Abraão, em 42 gerações"; ao passso que em Lucas. 2 - 23, 28 lê-se que proviera diretamente de Adão e Eva, sendo que de Abraão a Jesus teriam havido 43 gerações.
Eusébio comentando o assunto e não sabendo como dirimir a questão, disse: "Seja lá o que for, só o Evangelho anuncia a verdade".(?)
Tais divergências, entretanto, parecem indicar que os Evangelhos não se destinavam inicialmente à posteridade, visando tão somente a catequese imediata de povos isolados uns dos outros. Os escritos destinados a um povo dificilmente seriam conhecidos dos outros.
O Evangelho de Mateus teria sido destinado aos judeus, arranjado para agradá-los. Por isso, não fala nos vaticínios nem no Messias.
Por isso ainda é que puseram na boca de Jesus as palavras seguintes: "Não vim para abolir as leis dos profetas, mas sim para cumpri-las". Tudo indica ter sido feito em Alexandria, porquanto, o original em hebraico jamais existiu. Baur provou, entretanto, que as Epístolas são anteriores aos Evangelhos e o Apocalipse, o mais antigo de todos, do ano 68. Todos os escritos do cristianismo desse tempo, falam apenas no Logos, o Cordeiro Pascoal, imolado desde o princípio dos tempos, referindo-se à personalidade ideal de Jesus Cristo.
Justino, filósofo e apologista cristão, escrevendo em torno do ano 150, não emprega a palavra Evangelho nem uma vez. Isto mostra que ele ainda nessa época, ignorava-a, não tendo conhecimento de sua existência. Justino ignorava igualmente as paulinianas, Paulo e os Atos dos apóstolos, o que prova que foram inventados posteriormente.
Marcião no ano de 140, trouxe as Epístolas à Roma, as quais não foram inicialmente consideradas merecedoras de fé. Sofreu rigorosa triagem, sendo cortada muita coisa que não convinha à Igreja. Marcião fora contemporâneo de Justino. As Epístolas trazidas por ele, eram endereçadas aos Romanos, aos Gálatas e aos Coríntios. Apresentavam Jesus como um Deus encarnado. Teria nascido de uma mulher e sofrera o martírio para resgatar os pecados da humanidade, isto é, dos ocidentais porque os orientais não tomaram conhecimento da personalidade de Jesus, seus milagres e sua pregação e do seu romance religioso.
Engels constatou que as Epístolas são 60 anos mais novas do que o Apocalipse. E ainda, os cristãos contrários ao bispo de Roma, rejeitaram-nas durante séculos. Foi o que se deu com os ebionitas e os severianos, conforme Eusébio escreveu e Justino confirmou.
O Apocalipse fala em um cordeiro com sete cornos e sete olhos, o qual foi imolado desde a fundação do mundo (13-8). O Apocalipse foi composto apenas em 68, sendo o mais antigo de todos os escritos cristãos.
Lutero e Swinglio disseram que o Apocalipse foi incluído nos Evangelhos por engano, tendo a Igreja de inventar, por isso a ordem cronológica dos seus livros.
Hoje se pode provar que o Apocalipse surgiu entre os anos 68 e 70; os Evangelhos, no século II e o Atos dos Apóstolos são os mais recentes de todos.
Eusébio em sua "História Eclesiástica':, 4-23, diz: "Compus as Epistolas conforme a vontade do irmão: mas, os 'apóstolos do diabo' tacharam-nas de inverídicas contando-lhes certas coisas e acrescentando outras".
Irineu, ao mesmo tempo ordenava ao copista: "Confronta toda cópia com este original utilizado por ti, e corrige-a cuidadosamente". Não te esqueças de reproduzir em tua cópia o pedido que te faço.
Essas citações servem para medirmos que tipo de santidade havia entre os bispos e seus calígrafos, na arte eusebiana de eméritos falsificadores de documentos importantes.
Com isto, deram autenticidade a todas as invencionices do cristianismo e legitimaram sua liderança na posse material do que pertencia aos outros.
Irineu ainda registrou o seguinte: "Ouvi dizer que não acreditam esteja isto nos Evangelhos, se não se encontrar nos arquivos", Ao que Eusébio respondera: "É preciso demonstrá-lo".
Uma excelente prova da existência de Jesus, seria uma comunicação feita por Pilatos a seu respeito. Entretanto, tal documento não existe.
Justino, instado pelos falsificadores, referiu-se a Jesus, contudo, dada a sua honradez pessoal, no caso do seu escrito ser autêntico, fê-lo de modo inseguro e hesitante.
Tertuliano que é mas seguro do que ele, afirmou que esse valioso documento deverá ser encontrado nos arquivos imperiais. Contudo, a Igreja apesar de haver se apoderado de Roma a partir do século IV, não teve a coragem de apresentar essa indispensável jóia documentária, a qual de certo seria refutada pela ciência e pejo conhecimento.
Mesmo assim, a partir do século IV, essa prova espúria foi produzida, contudo, a Igreja não teve a petulância de submetê-la à grafotécnica.
Daniel Rops, embora fosse um apaixonado cristão, reconheceu a veracidade dessa falsificação dizendo que: "a que arranjaram era uma carta enviada a Cláudio, que reinou de 41 a 44, e não a Tibério, sob cujo governo Pilatos fora Procurador da Judéia".
No Apocalipse João escreveu: "Se alguém acrescentar alguma coisa nisto, Deus castigará com as penas descritas neste livro; se alguém cortar qualquer coisa, Deus cortará sua parte na árvore da vida e na cidade santa descrita neste livro". Ai está mais uma prova de como as falsificações eram usuais na fase da Igreja nascente.
O mais interessante é essa gente falar em Deus, como se fosse coisa cuja existência já tivesse sido provada, não se justificando mais que o conhecimento e a razão estudassem as bases dessa existência.
Os padres mostravam-se estar de tal modo familiarizados com Deus e sua vontade, que por isso achavam certo e justo julgar e queimar vivos a todos os que deles discordassem.
Entretanto, embora dessem a impressão de estar em contato com Deus, usavam de processos criminosos, dos quais todos os ociosos usam para sacar contra o seu meio social. Assim é que hoje se pode provar que o cristianismo, foi construído sobre um terreno atapetado de mentiras, falsificações e mistificações.
O Novo Testamento atualmente oficializado, é cópia de um texto grego do século IV.
É exatamente o sinótico descoberto em 1859, em um convento do Monte Sinai, onde vem informada a origem grega. Os originais do mesmo estão guardados nos museus do Vaticano e de Londres. Foram publicados com as devidas corrigendas, feitas por Hesíquios, de Alexandria.
Um papiro encontrado no Egito, em 1931, apresenta-nos uma ordem cronológica totalmente diferente da oficializada pela Igreja.
Atualmente, as fontes testamentárias aceitáveis são as do século II em diante, provindas de Justino, Taciano, Atenágoras e Irineu e outros, os quais são considerados os verdadeiros criadores do cristianismo.
Taciano foi o "bem amado" discípulo de Justino. Ele, entretanto, omite a genealogia de Jesus, dizendo apenas que ele descendia de reis judeus, de modo muito vago, divergindo assim da orientação oficializada.
Irineu foi que sistematizou o cristianismo. Foi ele a fonte em que Eusébio inspirou-se. Por isso é que daí em diante seria obrigatória a confrontação entre os dois textos. O bispo de Cesaréia fora encarregado pelo todo poderoso bispo de Roma, de falsificar tudo quanto prejudicasse os interesses materiais da Igreja de então. De modo que, por onde passou a mão de Eusébio, foi tudo conspurcado criminosamente contra a verdade.
Eusébio foi realmente um bispo que cria apaixonadamente na divindade de Jesus Cristo contudo, já conhecia o poder que possuia o bispo de Roma.
Graças a Eusébio e outros iguais a ele, tornou-se uma temeridade descrer-se na verdade oficializada pela Igreja.
Após tantas falsificações, todos ficaram realmente inseguros quanto á verdadeira origem do cristianismo, tal a tumultuação impressa por Eusébio.
Tertuliano e Clemente de Alexandria, lutaram um pouco para sanar essas fontes, anulando boa parte do que restara das criminosas unhas de Eusébio.
Jacob Buckhardt examinando essa documentação, concluiu que o Novo Testamento merece confiança.
Em Coumrã, em 1947, como á vimos foram encontrados documentos com escrita em hebraico e não em grego, falando em Crestus não em Cristo. Ali, Habacuc refere-se à perseguição sofrida por essa seita judia, assim como a morte de Crestus, igualmente traído por Judas, um sacerdote dissidente. A Igreja ao ter conhecimento da existência de tais documentos, pretendeu informar que Crestus era o Cristo de sua criação, contudo, verificou-se que eles datavam de pelo menos um século antes do lançamento do romance do Gólgota. Além disso, continham revelações contrárias aos interesses da Igreja. Eles relatam as lutas de morte em que viviam as diversas seitas do judaísmo.
A Didaquê não pôde entrar nos Evangelhos, devendo silenciar completamente a respeito da pretensa passagem de Jesus pela terra.
De qualquer forma, a lenda que existia em torno no nome de Crestus, foi aproveitada na época porque sendo uma seita comunista, suas pregações iriam servir para atrair ao cristianismo a atenção dos escravos, em luta contra os seus senhores, a eterna luta do pobre contra o riço.
Escavações feitas em Jerusalém, desenterraram velhos cemitérios, onde foram encontradas muitas cruzes do século I e mesmo anteriores. Todavia, apesar de já ser usada nessa época, só a partir do século IV é que a Igreja iria oficializá-la como seu emblema. Levantamentos arqueológicos posteriores provariam que a cruz já era um piedoso emblema usado desde há milênios.
Orígenes polemizando contra Celso, um dos mais cultos escritores romanos de seu tempo, e que mais combateram as bases falsas da Igreja e de Jesus Cristo, acusa Flávio Josefo por não haver admitido a existência de Jesus. Flávio não poderia referir-se a Jesus nem ao cristianismo porque ambos foram arranjados depois de sua morte. Assim, os livros de Flávio que falam de Jesus, foram compostos, ou melhor, falsificados muito tempo após sua morte, no decorrer do século III, conforme as conclusões alcançadas pelos mestres da Escola de Tubingen.
Sêneca que foi preceptor de Nero, suicidando-se para não ser assassinado por ele, já pensava mais ou menos como os cristãos. Do que se conclui que as idéias de que se serviu o cristianismo para se fundamentar, são emprestadas das lendas que giravam em torno de outros Cristos Messias, assim como de outros cultos. Nada tendo, portanto, de original. Sêneca acreditava em um Deus único e imaterializável.
Por tudo isso, vemos que os líderes do cristianismo, nada mais fizeram do que se apropriarem das idéias já existentes. Apenas tiveram o cuidado de promover as modificações necessárias, com vistas a melhor consecução dos seus objetivos materiais.
Sêneca, embora não fazendo em seus escritos qualquer alusão à existência de Jesus Cristo, teve muitos de seus escritos aproveitados pelo cristianismo nascente.
Em Tácito, escritor do século II, encontram-se referências a respeito de Jesus e seus adeptos. Contudo, exames grafotécnicos demonstraram que tais referências são falsas, e resultam de visível adulteração dos seus escritos.
Suetônio que existiu quando Jesus teria vivido, escreveu a "História dos Doze Césares," relatando os fatos de seu tempo. Referindo-se aos judeus e sua religião, apenas falou em "distúrbios de judeus exaltados em torno de Crestus". Por aí se vê que ele não se referia aos cristãos, porquanto, eles sempre se mostraram humildes e obedientes à ordem constituída, evidentemente afim de passar, tanto quanto possível, despercebidos. Desse modo, iriam solapando o poder imperial, manhosamente, como realmente aconteceu.
Suetônio escreveu ainda que haviam supliciado alguns cristãos, que eram gente que se dedicava demasiado a tolas superstições, orientadas por uma idéia malfazeja. Disse mais que Nero tivera de mandar expulsar os judeus de Roma, porque eles estavam sempre se sublevando, instigados por Crestus.
Os cristãos estavam sempre organizados de modo a atrair aos escravos, sem contudo, desagradar às autoridades. Assim sendo, jamais provocariam tumultos. Os cristãos aos quais Suetônio refere-se, poderiam ser os zilotas, os essênios ou os terapeutas, mas nunca os cristãos de Jesus Cristo, porquanto, conforme já dissemos acima, os cristãos eram ensinados a não provocarem desordens.
Plínio, o Jovem, viveu entre os anos 62 e 113, tendo sido sub-pretor da Bitínia. Na carta enviada ao imperador, perguntava como agir em relação aos cristãos, ao que Trajano teria respondido, que agisse apenas contra os que não renegassem à nova fé. Entretanto, não ficou evidenciado a quais cristãos, exatamente, eram feitas as referências: se aos crestãos ou aos cristãos. De qualquer forma, a carta em questão, após ser submetida a exames grafotécnicos e métodos rádio-carbônicos, revelou-se haver sido falsificada.
Justiniano, Imperador romano, mandou queimar os escritos de Porfírio, através de um edito, em 448, alegando que: "impelido pela loucura, escrevera contra a santa fé cristã".
Vespasiano ao morrer disse: "Que desgraça! Acreditei que me havia tornado um deus imortal!". Suas palavras justificam-se pela credulidade supersticiosa. Partindo do preceito ensinado pelos judeus, aliás um falso preceito, de que Cristo havia subido ao céu com corpo e alma, não seria de estranhar que os imperadores pretendessem tornarem-se deuses, afim de escapar ao inapelável destino dos que nascem. a morte.
Calígula, por isso, fizera-se coroar como Deus-Sol, o Sol Invictus, o Helius. Nessa época o Império romano embora em declínio, ainda dominava uma porção de províncias afastadas de Roma.
O homem espoliado pela força bruta, unificada em torno das regiões sentindo não ser possível contar com a justiça humana, passa a esperar pela justiça dos deuses. Mas, mesmo assim, teriam de apelar para os deuses dos pobres e não dos ricos, privilegiados e poderosos.
Conta a lenda que Osíris, o deus solar dos egípcios, foi morto por seu irmão Seth, o qual dividiu o corpo em 14 pedaços e os espalhou pelo mundo afora. Ísis, sua esposa e irmã. saiu em busca dos pedaços, levando seu filho Hórus ao colo. Todos os anos o povo fazia a festa de Ísis, relembrando o acontecimento. Havendo conseguido juntar todas a partes do corpo, Osíris ressuscitou passando a ser incensado como o deus da morte e da sombra. Fora uma ressurreição conseguida pelo amor da esposa. Ísis separou a terra do céu, traçou a órbita dos astros, criou a navegação e destruiu todos os tiranos. Comandava os rios, as vagas e os ventos. Seu culto assemelhava-se muito ao de Astartê, de Adônis e de Átis, religiões muito aparentadas entre si, dominando toda a orla do Mediterrâneo. Seu culto era uma reminiscência do culto de Tamus, um deus babilônio, cuja doutrina ensinava que os deuses nasciam e renasciam, ressuscitando-se.
O judaísmo, e mais tarde o cristianismo, beberam dessas fontes grande parte da sua liturgia.
No cristianismo, encontramos Ísis representada pela Virgem Maria e Hórus transformado em Jesus Cristo. Maria e Jesus, fugindo de Herodes e indo para o Egito, é a mesma lenda de Ísis e Hórus, fugindo de Seth.
O Deus-Homem que morria e ressuscitava, já era uma velha "crença religiosa" naqueles tempos. O cristianismo apenas deu novos nomes e novas roupagens aos deuses de velhas crenças.
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