O Circo Eleitoral

Por incrível que pareça, há quem, por estupidez, ingenuidade ou hipocrisia oportunista misturada com muita cara-de-pau, ande a tentar engajar-me na liça político-partidária da “Merdaleja de Baixo” (onde, por um infeliz acaso, eu desperdicei demasiado tempo da minha vida).
Estou farto de afirmar que não acredito nem compactuo com a palhaçada do circo eleitoral (neste caso são as autárquicas). Mais desmoralizante e subversivo do que chafurdar na merda para a combater – aceitando os termos da gentalha que domina a pocilga -, é desprezá-la por completo – por muito que a sua influência negativa pese na minha vida. E depois que venham os políticos carreiristas e até corruptos falar na abstenção de forma ofensiva para quem a pratica (ex.: que o povo é ignorante, indolente, apático; indiferente aos perigos que põem em causa os tachos da “democracia” pra lamentar, etc...).
Dão-se ares de importância – com se fossem essenciais à prática da verdadeira democracia; como se fossem honestos, justos, solidários, altruístas, competentes...Como se não fossem todos adoradores do deus do capital...
(No Brasil até é proibida a abstenção! Bem, em Portugal, quem se quiser candidatar a cargos públicos tb poderá ter problemas sérios...)
Devem estar Lembrados do Cavaco querendo nos assustar com a afirmação: “sou eu ou o caos”...
Apesar de eles fazerem de tudo (têm os média na mão) para nos convencer do contrário, existem alternativas viáveis. Muitas. As ONG poderão fornecer vias bem mais interessantes.
Eu ainda acredito no comunalismo (que nada tem que ver com a aberração ideológica e ditatorial do comunismo outrora comandado pela URSS); na cooperação libertária (provavelmente o sentido da vida para a nossa espécie); na ecologia e no biorregionalismo; no conhecimento verdadeiro e na inteligência ao serviço das comunidades empenhadas em desenvolver e manter relações harmoniosas com as respectivas biorregiões; no que é sustentável e contribui para a nossa saúde, felicidade e crescimento pessoal, por ser essencial e passível de ser auferido por todos.
Como tal, estou-me a cagar para instituições de exploração rapace, que legitimam assimetrias sociais e atentados à natureza; que abusam da corrupção e da coerção, e são sustentadas por pessoas que nunca tiveram o mínimo de respeito nem por mim nem pelos meus desideratos.

Querem o nosso voto como um cheque em branco para que os políticos e os seus verdadeiros senhores possam encher a pança tranquilamente (?) nos próximos 4 anos (quem vier atrás que limpe e feche a porta!...)?! Então suponho que não seria de todo imoral eu negociar um cargo de Adido Cultural ou de Czar do Paul dos Patudos, Montados Adjacentes e Natureza em Geral... Não obrigado. Não troco a minha dignidade por um monte de promessas furadas – cuja eventual concretização quase sempre atenta contra aquilo que eu mais amo.
Pretenderem que eu alinhe com o pessoal que agita bandeirinhas de partidos políticos (a estridência dos seus pregoes soa inequivocamente ao raspar no fundo dos tachos...), é tão ridículo quanto ofensivo. Já nem tem graça observar como essa récua se quer agarrar a uma têta que só dá leite azedo, embora os mais oportunistas o considerem a bebida dos deuses. É um jogo viciado e podre de raiz!
É inadmissível que os que não se molestam na inutilidade de dar votos a políticos (carregando a “marca da besta” na testa, mesmo que sob uma franjinha conveniente...), lhes seja negada a legitimidade de participar da coisa pública, reivindicando direitos fundamentais no dia-a-dia. “Como perdeste a oportunidade de te manifestar nas urnas, agora fica quieto e calado.” O quê ?!?! Puta-que-os-pariu!
E nem me venham com a chantagem emocional barata, em jeito de descargo de consciência e de homenagem anônima, invocando o seguinte argumento:”eu voto porque muita gente sofreu horrores durante a ditadura fascista para que nós tenhamos o direito de votar”. Pois, mas eu conheci e conheço algumas dessas corajosas vítimas do fascismo (em vários países) e, curiosamente, quase todas elas, de tão desiludidas, se mantêm à margem da cloaca político-partidária..

Sou um adulto inteligente, esclarecido, idealista e responsável. Tampouco sou facilmente intimidado. Não estou completamente perdido nem desvalido para me resignar a aceitar pacificamente o estado de infantilidade mentecapta dos que “precisam” da tutoria vampírica de políticos, igrejas, corporações e forcas armadas. Nem sequer quero ter a menor proximidade com os advogados, os economistas e académicos em geral que os servem. Todos eles representam podres poderes.
Salvo raras excepções, os políticos estão desfasados (é o que aspiram...) da realidade dos menos desfavorecidos; tb não sabem a ponta d´um corno sobre o património natural que nos sustenta a todos (as suas equipas de assessores e técnicos de variados ramos partilha dessa ignorância e falta de interesse). Aliás, os políticos são principescamente pagos para botar faladura e tomar decisões cruciais acerca de uma miríade de assuntos sobre os quais não têm o menor domínio, regendo-se por uma deletéria e insustentável cartilha “desenvolvimentista” e, por vezes, até popularucha. O patrocínio e gestão de desastres sempre proporcionam oportunidades de comércio para os senhores do capital.

Mesmo para os que se limitam a ver os “bonecos” neste blog, se tiverem 2 dedos de testa, facilmente perceberão que eu nada tenho a provar à mediocridade/tacanhez atroz que grassa entre os meus detratores. (Se eu estivesse interessado em protagonismo fácil e sem méritos próprios, bastaria colocar uma farda de escoteiro e fazer auto-retratos sempre que saísse à rua nessa figurinha ridícula que faz lembrar os tempos do Salazar e do Hitler. Certamente que o pasquim papa-hóstias local publicaria essas fotos. A propósito, sugiro que mudem o nome dos escoteiros para “Mocidade de Neocruzados”. Faz mais sentido.)
É sabido que o povo português gosta de autarcas corruptos, e sempre cai no conto do cimento & alcatrão. Não obstante, gostaria de pensar que não serão cretinos ao ponto de reeleger “líderes” que praticamente só servem interesses próprios assim como os dos poderosos que os manipulam; que perseguem sem tréguas os seus opositores políticos e até se fazem acompanhar de gorilas para os intimidar; que criaram um clima de ataques e contra ataques terroristas; que montaram uma rede (mesmo recrutando garotos) espiões e delatores; que foram ao cúmulo de atacar uma idosa enferma, amorosa e inocente (o ataque constou de safanões, insultos, ameaças de violação e de morte, exposição de genitália; comentários xenófobo-colonialistas...), apenas para tentarem calar a voz dissidente do seu filho ausente, que, por sua vez, fora roubado directamente pelo presidente da autarquia e pela sua vereadora de estimação (vocês sabem de quem eu estou a falar...). como tal barbárie ficou impune, certamente que se espera que os esbirros continuem a fazer vítimas – que tal as vossas mães?!;
Promovem-se nos bastidores do poder até com recurso a sinistras sociedades secretas. Protagonizam peixeiradas freqüentes e dizem disparates a granel. São umas bestas despóticas e ignorantes que, ao contrário da pose pública (gastando uma obscena quantia de dinheiro do erário público e das suas máquinas de propaganda partidária em lavagem de imagem), não têm o menor interesse em patrocinar actividades culturais relevantes em projectos de longo prazo que agremiem os maiores valores da comunidade independentemente das suas cores políticas. Ao invés, sistematicamente boicotam os projectos de interesse público que não são da sua autorias, propostos por pessoas fora da máfia camarária e do partido na me de cima;
Nos seus freqüentes abusos de poder, mercadejam sinecuras;
Acabaram de matar a Vala Real, deixando o Paul dos Patudos quase na mesma situação desgraçada;
Traíram completamente os objectivos de projectos apresentados como marcos de respeito à natureza e às crianças, transformando-os em fachadas para campos de golf , condomínios para a elite e pistas de MotoCross....
Enfim, muito mais se poderia acrescentar a esta lista de vilanias. Na verdade, em nada me surpreenderia se voltassem a dar poder a estes pulhas - a Vanda Gama-Slides, para além de uma ladra doentiamente ambiciosa e quizilenta, não passa de uma fraude! Já deixei de me ralar com isso. Apenas estou um pouco curioso se o bem senso vai prevalecer, ou deixar-se-ão seduzir pela propaganda recenante e pelos ossos prometidos? Tal inclui os discursos absurdamente panagíricos e laudatórios de outro bloguista local que certamente gosta de se masturbar pensando na Gama-Slides, enquanto ele se imagina na pele de um agigantado velho com poderes mágicos; de longos cabelos e barba imaculadamente brancos como a sua túnica; de cajado em riste e uma voz capaz de comandar um exército de criaturas fantásticas. Esse FDP traiçoeiro e covarde, na sua multiplicação de personagens e personalidades esquizofrênicas, julga-se mais espertinho do que todos os que o rodeiam, cultivando uma figurinha digna de pena (um misto de atoleimado e de pernóstico) , enquanto se delicia com patifarias atribuídas às suas identidades secretas (cada uma mais parva que a outra, sobretudo quando se afirma como o grande amigo do J. Cristo, mas age mais como Judas). Como não tem nem capital nem talento para levar avante uma rádio local, usa os blogs para envenenar colegas, caluniando-os e ameaçando-os; e conspira para a consolidação de idéias bem à direita do espectro político. O pior é que se faz de amiguinho de todos para caçar fofocas (nas quase injecta a sua peçonha) e até inventa intrigas graves para denunciar colegas de trabalho (nomeadamente da Biblioteca Municipal, que se contam entre as melhores pessoas que eu por aí conheci) junto da sua querida patroa, lambuzando-lhe as mãos e manchando as cuecas. E o pessoal vai engolindo estas patifarias com a desculpa de que “coitado, é meio (?!) deficiente mental”...é, todos temos problemas e limitações sociais, mas os limites do aceitável há muito que foram ultrapassados.