domingo, agosto 13, 2006

O Inferno Estival
Há cerca de 2 décadas que na Galiza ocorrem cerca de 50% dos incêndios florestais que assolam Espanha. Mas a Galiza tem uma elevada pluviosidade e as temperaturas, mesmo no Verão, costumam ser amenas. Pelo contrário, na quente e seca Andaluzia existem extensos bosques teoricamente muito mais vulneráveis aos fogos, mas que raramente ardem. Porquê?! Porque a Galiza caiu no mesmo erro que Portugal, apostando nas merda das monoculturas de pinheiros e de eucaliptos. Agora queixam-se… e, nesse infernal ciclo viciosos, a atmosfera vai ficando saturada de gases com efeito de estufa, e o clima continua a aquecer.
Vejam o exemplo na da Andaluzia, onde as autoridades investiram a sério e com considerável competência na prevenção aos incêndios (envolvendo até os reformados e as ONG). Algo de semelhante aconteceu recentemente na Grécia. Nesse país (que até há pouco tempo costumava ser a ovelha negra da Europa comunitária, mas que agora tem uma economia melhor que a de Portugal…) o número de incêndios florestais reduziu-se drasticamente, passando para apenas 7% dos que ocorrem no nosso país da treta.
Isso, continuem a investir nos eucaliptais e nos pinhais serranos (que as autoridades oficiais chamam de “floresta”…), e em breve poderão envolver na pretensa cabala dos incendiários os tipos da Al Qaeda, pois o interior do país está a ficar perigosamente parecido com as safaras montanhas do Afeganistão…
A principal causa de incêndios “florestais” em Portugal é falta de ordenamento florestal - urge que o Estado e os particulares se unam para rearborizar com árvores autóctones visando uma exploração sustentável a longo prazo! Isso inclui a valorização do Bem Ambiental que a verdadeira floresta presta a toda a sociedade!
Em termos de culpabilidade deste flagelo, em segundo lugar está a negligência. E que grande admiração, até parece que não lideramos as piores estatísticas da U E, nomeadamente a dos acidentes de trabalho e os de viação. Acresce a falta de sensibilidade ambiental e de tradição nestas temáticas que domina o povo português.
Em terceiro lugar estão as negociatas que envolvem os fogos.
A conveniente (para os poderes instituídos) ideia feita de que são pirómanos (pleonasticamente) dementes que agem isoladamente ou se organizam num género de seita satânica, conspirando para tornar o país um mar de chamas sempre que o calor aperta, é um disparate! É claro que há pessoas com graves problemas de saúde mental, bem como filhos da puta que usam o fogo como arma de vingança – e tanto uns como outros por vezes são utilizados por pessoas que fazem dos incêndios um chorudo negócio -, mas nos milhares de incêndios “florestais” que todos os anos assolam o nosso país, essas situações são mais a excepção do que a regra. Ainda assim, cada vez que a GNR ou a PJ deita as mãos a um incendiário, os juízes mandam-nos para casa, como sempre acontece quando se tratam de crimes contra natura…
Para piorar as coisas, os nossos bombeiros não estão devidamente preparados para este combate.
Os militares também deveriam fazer valer os ordenados que nos chulam, trabalhando na prevenção dos fogos – durante todo o ano, pois os trabalhos de “limpeza” de matos, devem fazer-se antes do estio começar.

PB

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