quarta-feira, agosto 23, 2006

A Câmara Municipal de Alpiarça não cessa de dar lições às outras autarquias de como enfiar barretes “ambientalistas”.
Já que tanto se vangloria de ser «cabeça de fila» (sic) do RIPIDURABLE, deveria assumir as responsabilidades inerentes a essa honra e portar-se minimamente à altura dos objectivos desse projecto. Já basta de Portugal ser sempre a piada de mau gosto da Europa, passando todos nós por caloteiros irresponsáveis no que toca à gestão dos dinheiros comunitários! O paul dos Patudos tem uma importância relevante no contexto europeu (e com um potencial enorme!) e o RIPIDURABLE é destinado à conservação da natureza, à educação ambiental e até à promoção de actividades socio-económicas (ambientalmente) sustentáveis, cumprindo os reais objectivos da Agenda 21 local . Não deveríamos permitir que se transforme numa jogada de escroques ligados á especulação imobiliária. Que lógica tem gastar o dinheiro do RIPIDURABLE numa operação cosmética, em que se ajardina um pedacito do paul, colocam-se passadiços elevados e observatórios por entre eflúvios pestilentos do lixo escondido sob uma camada de terra (não impermeabilizada), entre muitas outras fontes de grave poluição; tudo isto como se fossem meros elementos decorativos, engodos literalmente para “inglês ver”, com o intuito de “valorizar” um maldito campo de golfe e muito cimento que se lhe seguirá (se o deixarmos!).
Todos os executivos camarários desta terrinha trataram o paul como se este fosse um imenso depósito de todo o género de materiais poluentes e onde qualquer atentado ambiental era permitido. (Pergunto-me se os alpiarcenses serão merecedores desse tesouro natural que, se estivesse num país a sério, seria uma área protegida motivo de orgulho e fonte de riqueza para as populações locais…)
Da mesma forma, a vala de Alpiarça continua a ser “tratada” como uma cloaca desprezível (não obstante fazerem uma hipócrita referência a ela no novo símbolo da vila).
Mas este executivo camarário, solerte como só ele, resolveu que, ao invés de fazer algo para proteger a natureza, bastava inventar uma “área protegida” fantasma! Agora já não precisamos ir até ao Tejo Internacional, ou ao Douro Int., ou à Ria Formosa para vermos um Parque Natural, aparentemente, temos um em Alpiarça... Assim o “atesta” uma placa - do ICN!!! – colocada logo à entrada da vila ( de quem vem de Almeirim, logo na primeira rotunda junto à barragem). Certamente que ninguém na autarquia alguma vez leu os estatutos de um verdadeiro Parque Natural, mas garanto-vos que uns 10 hectares de areia e uns poucos eucaliptos e pinheiros, rodeados por uma vedação de arame, apesar de guardarem um punhado de cavalos Sorraia, não são, em absoluto, um Parque Natural! (Como é que essas placas erróneas têm – ilegal e impunemente - o símbolo do ICN, é que eu gostaria de saber…)
Já há vários meses disse aos senhores políticos que tirassem de lá a placa que já induziu em erro vários naturalistas e que tem sido motivo de cachota por parte de alguns conhecidos meus que, de vez em quando, vêm até Alpiarça ver a passarada do nosso paul. (Se todos os erros da autarquia fossem deste calibre, e se fossem igualmente fáceis de corrigir, teríamos todos uma qualidade de vida muito superior…) Como, para “variar”, ignoraram a voz da razão, devemos concluir que é um erro intencional? Nesse caso, proponho que, para engordar a lista de atracções turísticas e enfunar a nossa auto estima bairrista com embustes, coloquem-se placas a indicar o Solidó, mas com a seguinte inscrição «Mansão Playboy» ou «Ilha dos Amores»; o campo de futebol deveria passar a ser assinalado como «Estádio Nacionla» ou «Santuário»; o Patacão poderia ser «Ruínas pré-históricas» (assim não teriam que reparar nada…). E o que poderíamos chamar ao edifício da autarquia? «A Caverna de Ali Babá e os…» Aceitam-se sugestões…
PB

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