terça-feira, dezembro 29, 2009

“Os crentes não acreditam nas religiões e nos deuses dos outros. Os ateus também não.”

“Se Cristo realmente disse “Eu não vim trazer a paz mas a espada”, esta é a única profecia do Novo Testamento que se cumpriu.”
Robert Green Ingersoll

“Por que somos tão presunçosos a ponto de achar que um ser infinito precisa do nosso louvor?”
Robert Green Ingersoll

“Não é lícito ao Estado nem aos indivíduos ignorar as obrigações religiosas ou tratar como iguais as demais religiões.”
Papa Leão XIII

“Acho muito bonito que os pobres aceitem sua sorte, que a compartilhem com a paixão de Cristo.”
Madre Teresa de Calcutá

“Eu não acredito que qualquer tipo de religião deva jamais ser introduzida no sistema público de ensino dos Estados Unidos.”
Thomas Edison

“Eu não acho que fomos feitos pra coisa alguma, nós somos apenas produtos da evolução. Você pode até dizer ‘Nossa, sua vida deve ser horrível já que não acredita que há um propósito’, mas eu não ligo.”
James Watson

“O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.”
André Díspore Cancian

“O Evolucionismo é uma mistura de fatos e teorias. O Criacionismo não é nenhum deles.”
Autor Desconhecido

“Fundamentalismo é nunca ter que admitir os próprios erros.”
Autor Desconhecido

“Suponhamos que a evolução das espécies não ocorreu. Por que teríamos automaticamente que aceitar a versão do Gênesis para a criação? Cada povo tem seu próprio mito da criação. Não é a Bíblia contra o evolucionismo, é a Bíblia contra os egípcios, maias, nórdicos, gregos, celtas…”
Judith Hayes

“Uma visita ao hospício mostra que a fé não prova nada.”
Friedrich Nietzsche

“Se Deus existisse, a fé se tornaria desnecessária e todas as religiões entrariam em colapso.”
Ron Barrier

“É melhor ser escravo no Brasil e salvar sua alma que viver livre na África e perdê-la.”
Padre Antônio Vieira

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Em 1560 uma forte epidemia de varíola matou a maioria dos índios que se encontravam nas missões, contribuindo para o desespero desse grupo étnico que contemplava a sua própria extinção. Sendo naturalmente supersticiosos, sem os conhecimentos científicos que nos séc.s XIX e XX se desenvolveram na Europa, tendemos a interpretar as doenças (em especial as que são novidade) como uma intervenção nefasta de entidades e forças sobrenaturais (ex.: demónios), associados a complexos de culpa. Quando essas patologias fatais/letais chegam com os nossos inimigos [humanos], é inevitável pensarmos em guerra biológica (mesmo desconhecendo esse termo moderno). Os padres das missões tampouco conseguiam vencer a varíola, dando prioridade aos baptismos in extremis. Tal prática passou a ser encarada pelos índios como um “golpe de misericórdia”, parte de uma sinistra cabala conduzida pelos europeus para acabar com eles. ( Ronaldo Vainfas, 2006)

Quando se torna dominante uma nova ameaça que pretende extinguir um estilo de vida tradicional e todo o seu sentido, o conseqüente sentimento de impotência extrema perante um inimigo aparentemente invencível pelos meios convencionais de resistência, geralmente procura-se o consolo e escapatória (alienação?) espiritual na religião. Neste situação crítica, os cultos emergentes tendem a nutrir-se da ufania nostálgica por um passado cheio de glórias cujo reflexo no presente vai ficando cada vez mais embaçado, tornando-se até alvo de desrespeito pelo jovens apenas familiarizados com uma realidade demasiado penosa. A busca pela reestruturação e renovação social tende a apelar aos poderes sobrenaturais, adaptando e canibalizando novos elementos até da cultura alóctone que os oprime.


No séc. XVI um movimento messiânico de características milenaristas surgiu entre os índios tupi na Bahia. Radialmente, começou a espalhar-se pelo litoral (e teve o seu auge em 1585). Os seus líderes eram pajés (pajés-açu) dos mais conceituados entre a sua etnia, pois, para além de curandeiros e guardiões da sua cultura, acreditava-se que tinham o poder de comunicar directamente com o espírito dos mortos, convocando-os para os seus objectivos – que não eram modestos: recuperariam o mitológico paraíso tupi, a “terra sem males”, onde seria invertido o jugo colonialista: massacre dos escravocratas e tornar servos dos índios os restantes estrangeiros. Havia também castigos terríveis para os índios colaboracionistas ou simplesmente resignados à exploração de que eram vítimas.
Estas profecias foram apelativas até para os escravos negros, alguns dos quais aderiram ao novo culto que tinha matizes sincréticas. E isto porque os seus líderes tinham sido criados em missões. O principal deles fora rebaptizado como António, mas dizia ser a reencarnação de Tamandaré (o mito primordial dos tupinambás, cujo nome significa “o salvo das águas”, o que poderá leva a extrapolações geminadas com o mito judaico-cristão de Moisés), para além de se autoproclamar Papa. (Não seria certamente pela sua modéstia que mais impressionava os seus seguidores.) Como se isso fosse pouco, a sua mulher (muito activa no culto Tupanasu) denominava-se Santa Maria Mãe de Deus. Não é, pois, de admirar, que as rebeliões indígenas desse cariz fossem chamadas de “santidades”.
A Igreja e a Coroa portuguesa não podiam tolerar tamanha heresia que ameaçava a ordem estabelecida de acordo com os interesses dos europeus, até porque esta seita incentivava os escravos indígenas a se rebelarem, fugindo dos seus opressores brancos, ou mesmo atacando-os fisicamente.

Consta que os tupis e os guaranis há muito que acalentavam um mito edénico, a que chamavam y vy mara ey / I Vi Mara Ei (ou seja, “Terra Sem Males”). Tal como outros mitos deste género encontrado na generalidade das culturas humanas, a terra prometida era idealizada em pressupostos sobrenaturais e até pleonasticamente contra natura; obviamente que não no sentido de agressão irresponsável à natureza silvestre, mas pela materialização dos anseios humanos por vencer as regras que a natureza nos impõe e que caracteriza a nossa humanidade.
Trata-se da nostalgia de uma perfeição quimérica extrapolada para uma utopia biorregional; um estado espírito que se quer ver refletido no horizonte geográfico.
A maioria de nós deseja ver-se livre da decadência física, da doença, da dor; da escassez de alimentos e outras privações físicas; e da maior e mais velha das angústias: a morte. Focando para além do nosso umbigo, na esfera social, seria óptimo a erradicação dos conflitos; a conquista da serenidade budista, livre de desejos irrealizados, bem como a harmonia total com um ambiente cornucopiano.

Tudo isto providenciado por um deus particular, o criador do mundo, que para estes povos seria Nhanderuvussu, operando milagres a partir da sua oca mágica situada no centro do paraíso.
Ironicamente, enquanto muitos europeus recém chegados à América do Sul ali queriam ver a materialização do seu paraíso bíblico,(começando por Colombo) , os tupis e guaranis geralmente procuravam o seu paraíso para Oriente, algures onde o sol “se levanta”, talvez do outro lado do oceano. Segundo o Prof. Hernani Donato, os índios tupi, aproximadamente a cada 25 anos, faziam migrações em massa (podiam chegar aos milhares de peregrinos) em busca do referido paraíso. Num árduo e perigoso périplo, cujo destino geográfico era a meta que desvalorizava as adversidades físicas e as contingências temporais.
A última vez que tal aconteceu foi no final do séc. XIX, e só terminou em 1912. Das centenas de índios que iniciaram essa migração , poucas dezenas deram-na por término, quando o etnólogo Curt Nimuendaju os ajudou a estabelecerem um assentamento onde hoje é a reserva Araribá.
A maior dessas migrações registadas pelos europeus, aconteceu em 1549. Desta feita, uns 14 mil tupis fizeram uma rota inversa. Partindo do litoral brasileiro, rumaram até aos Andes peruanos, onde alguns antropólogos situam a sua proveniência étnica. Quase inevitavelmente, foram desafortunados: apenas 3 centenas deles alcançaram Chachapoya, onde terminou a saga dramática, já que foram postos na ferros pelos espanhóis que os consideraram espiões dos portugueses.




quarta-feira, dezembro 23, 2009


Oi Leila!
Está tudo bem com a "Princesa do Bananal"?
Como raios te posso enviar os textos prometidos, se tu me deste um endereço electrónico expirado/bloqueado?! Cria uma conta no Gmail, por favor!
cuida-te e diverte-te!
Paulo

domingo, dezembro 20, 2009


Survival celebrates 40 years of success in campaign for tribal peoples’ rights 15 DecemberNews & media

The human rights organization Survival International celebrates its 40th birthday this month, and is highlighting the huge advances in tribal peoples’ rights since 1969.

Survival focuses on supporting tribes under threat, and its campaigns alongside tribal people and local organizations have achieved many remarkable successes, including:

• The creation of the Yanomami Park in Brazil in 1992. A fifth of the Yanomami Indians had died in seven years after goldminers invaded their land, but since their territory was legally protected their numbers have recovered and are increasing
• India’s recognition of the Jarawa tribe’s right to choose their own future, 2004. The Indian government had planned in the 1990s forcibly to settle the isolated Jarawa of the Andaman Islands in villages outside their forest, which would have destroyed them
• The Kalahari Bushmen landmark court victory in 2006. The Bushmen were evicted from the Central Kalahari in 2002 to make way for future diamond mining. With Survival’s support they fought and won a case in the Botswana High Court, which affirmed their right to live on their land. Survival’s campaign with the Bushmen also targeted De Beers diamond company, which abandoned its exploration on the Bushmen’s land.

As the only organization dedicated to campaigning for tribal peoples worldwide, Survival has also supported tribal people in bringing about broader changes which help them better defend their rights. Survival’s director Stephen Corry says, ‘Tribal peoples’ rights are now enshrined in international law, and in the constitutions of many countries, particularly in South America. The indigenous movement worldwide is more vocal and powerful than it has ever been. Uncontacted tribes threatened with extinction are the focus of international public attention for the first time.

‘Attitudes are changing too: tribal peoples, once reviled as ‘primitive’ or patronised as ‘noble savages’, are much better understood now as the vibrant, contemporary societies they really are.

‘All of these things have changed for the better since 1969. Yet we continue to see the extinction of entire tribes. Tribal people are still disregarded, thrown off their land, and in too many cases, killed by those who want their land or what’s underneath it.

‘I’m incredibly proud of Survival’s many successes in the defence of tribal peoples’ rights. But there is a long way to go before we can say our job is done.’

Notes for editors:

Survival International does not claim sole responsibility for the developments listed above or below. Survival works closely with indigenous communities and organizations, and its campaigns serve to amplify existing indigenous struggles on a global stage. Other organizations and individuals also played a part in many of the victories cited here.

In addition to those mentioned above, notable successes include:

• 1974: Helping the Andoke tribe of Colombia, decimated during the rubber boom, buy themselves out of debt bondage.
• 1987: The World Bank ceased its funding of the Indonesian government’s hugely controversial ‘Transmigration’ programme, which moved millions of Indonesians from the central islands to remote areas such as Papua, displacing Papuan tribes from their land.
• 1989-1990: Survival funded an emergency healthcare project for the Yanomami in Brazil, stemming the spread of malaria that was decimating the tribe. The project was later developed by Brazilian NGOs, who trained Yanomami as healthcare workers.
• 1993: The Colombian government created a reserve for the nomadic Nukak Indians. The reserve was enlarged in 1997.
• 1997: The Bangladeshi government signed a Peace Accord with the Jumma tribes of the Chittagong Hill Tracts, committing the government to removing military camps from the area and ending violence and theft of the Jummas’ land. Most of the provisions of the accord have yet to be implemented, but the current government has committed itself to doing so.
• 1999: A regional governor issued a five-year moratorium on all oil licences on the land of the Yugan Khanty hunter-gatherers in Siberia. Such exploration in other areas had polluted forests and rivers, and made the land uninhabitable for the Khanty.
• 2002: India’s Supreme Court ordered the closure of a highway running through the land of the Jarawa tribe. However, the road remains open, in violation of the court order.
• 2003: Following a twenty-year campaign by Survival, the Brazilian government legally protected the land of the nomadic Awá tribe, some of whom are uncontacted. Invasion of their land by outsiders had brought disease and violence, killing many Awá.
• 2007: The conservation organization African Parks withdrew from its agreement with the Ethiopian government to manage the Omo National Park, home of the Mursi and other tribes. African Parks had failed to consult the tribes, and had banned them from hunting and cultivating food in the park.

Mining company’s scare tactics against human rights NGO 14 DecemberNews & media

Metals giant Vedanta Resources’ Indian subsidiary has launched an unprecedented attack on Survival International, apparently to drive its researchers out of an area where the company is planning to mine.

The mining company has falsely accused Survival of ‘forcedly interacting’ with the Dongria Kondh tribe who live around the area earmarked for mining, and of causing ‘unrest.’ Vedanta has prompted a police investigation into Survival, with officers making a late night visit to a hotel where they believed Survival researchers were staying.

Survival researchers were in the Niyamgiri area of Orissa, east India, to talk with members of the Dongria Kondh community whose future is threatened by a proposed Vedanta mine on their sacred mountain.

Pavan Kaushik, Vedanta Group’s head of corporate communications, wrote to journalists alleging that ‘foreign NGOs including Survival International… are provoking innocent tribal’s to defame the government and the company’. In the letter, he attacked ‘foreigners’ for ‘freely moving in the region’ and alleged that they were circulating ‘false information’. The letter also invites journalists to contact the regional Superintendent of Police, who is named as available for interview.

In September the British government ruled that Vedanta had repeatedly failed to respect the human rights of the Dongria Kondh, demanding a change in the company’s behaviour. The government asked Survival to report back on what steps Vedanta had taken to implement these ‘essential’ changes before the end of the year.

Gordon Bennett, a London barrister who represented the Kalahari Bushmen in their historic win over the Botswana government, has been acting on behalf of the Dongria Kondh in their complaint over Vedanta’s behaviour, and accompanied the Survival researchers.

He said today, ‘We have not circulated any false information about Vedanta’s mining activities. All the information we have given the Dongria has been culled from Vedanta’s own mining plan, which it has never troubled to discuss with the Dongria itself. We have not ‘forcedly interacted’ with the Dongrias: on the contrary we have been warmly welcomed by all those we have been able to meet.

‘We have not provoked ‘innocent tribals’ to defame either the government or Vedanta. It is true to say however that feelings run high in Niyamgiri and that many Dongria regard Vedanta with suspicion and distrust. They believe that their way of life is under serious threat.

‘We have done nothing to create ‘misunderstanding’. It is Vedanta which has done this, both by its refusal to meet with us, and more importantly by its repeated failure either to consult the Dongria about its plans for their sacred hills, or to pay any regard to their views.’

He added, ‘If Vedanta has nothing to hide, it is difficult to understand why it has gone out of its way to obstruct our inquiries. Their press release is entirely without foundation.’

Survival researcher Dr. Jo Woodman is available for interview in India on +91 9953 409 060. For other media enquiries please contact Miriam Ross on +(44) (0)20 7687 8734 or mr@survivalinternational.org

Vedanta’s letter to journalists
Foreign NGOs creating unrest in Lanjigarh

Date: Wed, 9 Dec 2009 17:14:18 +0530
From: “Pavan Kaushik”

Dear Sir,

You may kindly like to go through the background below which is a serious matter as foreign NGOs are creating unrest in Lanjigarh and provoking people to talk against the government and the company. I would request if you could kindly depute some one to do this story please.. I have also mentioned the phone numbers of SP Kalahandi and also the COO of Vedanta in Lanjigarh for any reference or talking over phone please.

Ill be grateful if you could kindly take up this issue please.

Regards

Pavan Kaushik
Head – Corporate Communication
Vedanta Group
Phone: 9928844499

Foreign NGOs creating unrest in Lanjigarh

Recently the statement of Hon’ble Steel and Mines Minister of Orissa, Mr. Raghunath Mohanty, stating that ‘Not a single tribal family would be displaced due to this mining project’ and also that ‘No Dongria Kondha tribe live at the proposed mining area of Lanjigarh located between Rayagada and Kalahandi districts’ has been a lot unrest in the foreign NGOs who have been circulating a lot of false information about the entire mining activity in Orissa.

There has been a sudden movement of foreigners / foreign NGOs in Lanjigarh, Kalahandi district in the past few days. Strangely foreigners coming on tourist visa from countries like Italy, Germany, Australia, Denmark, UK etc. have become frequent and they are freely moving in the region. These people have been forcedly interacting with local tribals and disturbing their peace. A local NGO is supporting the visits. The local people have taken this very seriously and are opposing their entry into their region. The unrest has also got reported to local police authorities who are now looking into the matter of this sudden movement of foreign NGOs including Survival International. These foreign NGOs are provoking innocent tribals to defame the government and the company, Vedanta Group. This is being done to create misunderstanding and an environment of unrest before the visit of Central Team of MoEF that is scheduled to visit the Niyamgiri shortly.

The world is taking note of India starting bauxite mining after a gap of over 25 years. Once the bauxite mine at Niyamgiri starts, India will be placed as one of the largest aluminium producer in the world.

Niyamgiri range of hills has 250 sq. cm large foot print. The actual mineralization area in the proposed mining project is only 3.5% KM, that also having a depth of about 30 metres on the top. This truth has put a complete dent on the false information being circulated by these foreign NGOs that proposed mining will completely destroy the Niyamgiri mountain. Actually speaking, Bauxite extraction will actually benefit the environment, because it removes a hard rocky layer called laterite which would allow rain water to percolate deep inside the soil, increasing afforestation post-mining. Vedanta highlighted that with the use of best technology the plant is meeting all the required compliances in respect of air and water pollution, rather Lanjigarh Refinery is amongst the few in the world to have attained zero discharge status.

The Orissa government has constituted a Special Purpose Vehicle (SPV) in the name of Lanjigarh Project Area Development Foundation (LDADF), with contribution of State Government as 25%, Orissa Mining Corporation as 26% and Sterlite Industries Ltd as 49%, as directed by the Supreme Court. The Revenue Divisional Commissioner (RDC) – Southern Division is the Chairman of the Special Purpose Vehicle which on its first meeting itself decided to take up development projects worth Rs. 17.70 crore in the areas of health, education, road, infrastructure development that are required for the upliftment of Dongria and Kutia Kondha tribes, the Minister added.

Earlier, the Hon’ble Supreme Court of India, while granting permission vide the judgement dated August 8, 2008, had looked all aspects including tribal development, wild life impact, environment impact, and sustainable development in the area connected with this project, taking into account all arguments, and came to the conclusion that starting mining operation at Niyamgiri Hills, subject to fulfilment of all statutory requirement, will definitely give a boost to the development of the entire area. Since mining is an important source of revenue generation, such projects should be encouraged along with principle of sustainable development so that these areas can be brought to the main line, the Hon’ble Court had observed.

The Hon’ble Supreme Court of India also observed that there is abject poverty in the area and the area is lacking with regards to health, education, infrastructure, communication, to name a few. On the recommendation of the apex court, the Company agreed for investing 5% of the profit or Rs. 10 crore, which ever is more, from this project, for the developmental works within 50 km of the project area.

Vedanta has been saying this all along that bauxite is a hard rock that exists above 900 metres from the surface and therefore the Niyamgiri hills are neither crop nor inhabitants-friendly.

The bauxite-alumina project at Lanjigarh in Kalahandi district in Orissa would initiate investment of over Rs. 10,000 crore by Vedanta. Over 5000 local people have worked to build the Lanjigarh Plant. Kalahandi district of Orissa is one of the most backward district in India and the project is expected to change the profile of the entire district bringing considerable direct and indirect employment, infrastructure development, community development, social-economic development and empowerment.

Mines are generally located in the remote areas and development of such projects not only bring prosperity of that area but also add considerable value to the State’s exchequer.

India is a mineral rich country and at par with countries like Canada, Australia, South Africa and Brazil. The minerals have contributed significantly to the GDP’s of these countries and have become alternative source of revenue to the government. The same model should work for India as well.

Regards

Pavan

You can speak to the following two people on the above:-

1. Chief Operating Officer of Lanjigarh, Dr. Mukesh Kumar. His mobile number is +91 9937251216.

2. SP Kalahandi is Mr. Manohar Das – +91 9437158022, 06670230207, 06670230216

terça-feira, dezembro 15, 2009







Através da sua filosofia pseudocientífica, René Descartes consolidou uma ideia há muito defendida pela Igreja: que a mente é uma entidade com vida própria, independente do cérebro/neurofisiologia; sobretudo via a necessidade de desassociar a mente do restante corpo físico. Essa epistomologia cavou, ou aprofundou o fosso que separa o ser dos objectos degradantes, perecíveis, ilusórios, impuros; enfim, da natureza e da nossa fragilidade animal . Apesar de ter ficado conhecido como “o rei da dúvida”, o seu questionamento obsessivo não o livrou de dar continuidade a preconceitos que são basilares das religiões abraâmicas (seguindo também a tradição platónica). Assim, Descartes “confirmou” até para os laicos que apenas os homens tinham “alma”, assim como sensibilidade e verdadeiros sentimentos. Os animais (ditos irracionais) não passariam de máquinas para nosso usufruto, numa hierarquia monolítica e irreconciliável.
Este filósofo teve uma fortíssima influência na cultura Ocidental, e ainda hoje os conservadores algo empedernidos insistem nesta visão. Felizmente que até a ciência já confirmou que entre a nossa espécie e os outros animais (pelo menos os vertebrados) a base emocional é a mesma, apenas divergindo em graus de complexidade e intensidade.
É chocante, mas pude constatar que, nos dias que correm, no Pantanal bem como noutras regiões do Brasil, se castram cavalos com extrema crueldade; sem anestesia; nem sequer suturam a ferida. A única “caridade” que condescendem (meramente por razões económicas) aos eqüinos é uma injecção de antibiótico. Enquanto um cavalo é barbaramente mutilado, as próximas vítimas são obrigadas a assistir bem ao lado, tremendo de pavor.



É um erro revisionista grosseiro tentar ver o padre António Vieira (1608-1697) como um defensor dos oprimidos, segundo os actuais padrões morais e político-filosóficos. Entre o padre Vieira e Dom Pedro Casaldáliga há um fosso ideológico profundo que só poderá ser preenchido pelo zietgeist (espírito da época).
Vieira tinha consciência do inferno quotidiano que arrostavam os escravos [no Brasil]. Tal certamente que chocava a sua sensibilidade – que não era, em absoluto, igualitária. Incapaz de pensar fora da cartilha jesuíta, ele acreditava que os escravos eram seres inferiores que necessitavam da “salvação” espiritual oferecida pela Igreja, pois eram oriundos de uma “terra de danação” (sic); ou seja, onde predominava o paganismo animista.
Se Vieira pretendia agitar consciências entre a elite escravocrata, junto das suas principais vítimas a intenção era contrária; deveria incutir-lhes uma atitude de mansa resignação. No seu “Sermão Décimo Quarto” (de 1653), Vieira, dirigindo-se a escravos de um engenho baiano, assevera que inveja a triste condição deles – equiparável ao sofrimento de Cristo entre os homens – já que tal lhes “garantiria” um cantinho no reino dos céus. A seu ver, tudo o que penassem à sombra da cruz seria melhor do que terem continuado em áfrica, dominada por “demónios e vícios abominantes”.
Na verdade, ele pouco se preocupou com a escravidão dos negros, que era uma prática com tradição mesmo em Portugal. Até no Brasil era normal os clérigos possuírem escravos maioritariamente oriundos de África. (É curioso que, devido a alguns atritos que Vieira teve com a Inquisição, esta última, esmiuçando o passado do polémico padre à procura de podres incriminantes, foi incapaz de determinar se no seu sangue corriam genes negros ou ameríndios; só sabiam que estava “contaminado” com uma dessas “raças inferiores”. )
Vieira chegou mesmo a sugerir a intensificação do contingente de escravos negros e a sua relocação para o norte, a fim de que os fazendeiros pudessem prescindir da mão-de-obra indígena.
Embora mais notória e alvo de algumas aclamações ingênuas, a defesa de Vieira em nome dos índios seguia a mesma tortuosa linha argumentativa. No que concerne ao modo como os fazendeiros maltratavam os seus escravos, o que mais afligia Vieira era o facto de esses ricos colonos descuravam as suas obrigações evangélicas na doutrinação dos índios; matando-os de trabalho, não sobrava nem tempo nem disposição para a “palavra do Senhor”. Vieira queria os índios ordeiros e leais, súbditos tanto do Rei de Portugal como de Cristo. (Recorde-se que vez alguma a bíblia condena a escravatura; Cristo até sugeriu que essa prática iria continuar no seu reino de mil anos, após o Armagedão...) Assim, se a “salvação” dos índios passava por retirá-los da tirania dos fazendeiros, seria somente para os colocar em missões sob a custódia da Companhia de Jesus, onde eram catequizados e convertidos em trabalhadores obedientes e orgulhosos da sua nova condição europeizada. Mas essas missões sofriam ataques freqüentes de milícias caucasianas – que ele descreveu como perpetradores de um genocídio indígena! Vieira admirava as qualidades guerreiras dos índios. Por isso, visionava para eles outra utilidade: deveriam fundar um exército, à laia de cruzados, para defender, com sangue derramado, os interesses da sua ordem religiosa. A idéia de que os índios tinham o direito de continuar a viver do seu modo tradicional, tal como o tinham feito por milhares de anos antes da chegada de Colombo ao Novo Mundo, estava fora de cogitação para o padre Vieira.
Este homem sempre namorou o poder mundano das régias esferas políticas, influenciando directamente governantes. Era ainda um mestre da oratória e um exímio artífice das letras. Se houve uma causa que ele abraçou energicamente foi a de tentar impedir a deportação e expropriação dos judeus em Portugal (embora os quisesse ver convertidos ao cristianismo), pois ele acreditava que eram indispensáveis investidores na construção de um império ultramarino; chegando a profetizar a ascensão de uma monarquia universal liderada por um príncipe português.



Viagem redentora


Apenas sobreviveram 4 dos 600 homens que integraram a expedição liderada por Pánfilo de Narváez em 1528. Alvar N. Cabeza de Vaca, por ter narrado a sua fabulosa aventura na corte espanhola, chegando mesmo a deixá-la escrita para a posteridade, tornou-se o mais conhecido desses sobreviventes. Este homem tinha 38 anos quando a ambição o levou a desembarcar na Florida. Inspirado pelas descobertas e pelos saques riquíssimos conseguidos pelos seus compatriotas (sob o comando de Cortez), Cabeza de Vaca, que era um veterano de guerra, tendo derramado muito sangue em conflitos na Europa, estava disposto a empilhar tantos cadáveres de indígenas quanto fossem necessários para se apossar das riquezas das míticas cidades douradas do novo continente. Mas, como as “terras selvagens” e os seus povos não queriam ser conquistados, os espanhóis sofreram mais agruras do que podiam suportar. Acima de tudo, a verdadeira riqueza que lá se encontrava só poderia ser descoberta e experimentada se os europeus se abrissem a um processo redentor de metamorfose espiritual-civilizacional, deixando-se possuir pelo Espírito da Terra.
Frederick Turner, no seu livro – fundamental! – intitulado “O Espírito Ocidental Contra a Natureza”, diz-nos que foi isso o que aconteceu ao espanhol Cabeza de Vaca e aos seus três companheiros que conseguiram alcançar a Nova Espanha em 1536, percorrendo, desde 1528, milhares de Kms por territórios aparentemente hostis, que hoje correspondem à Florida, ao Texas e ao México.
Frederick Turner é um excelente escritor assim como um ecofilósofo de primeira. As suas ideias adequam-se de forma perfeita ao que eu gostaria de acreditar. O problema é que, embora infrequente, me tenho deparado com dados palusíveis que contradizem algumas das mais sedutoras ideias defendidas pelo referido autor. Tal faz-me recuar para a barricada do meu cepticismo familiar, reavaliando posições.

Passaram os primeiros 6 anos como escravos entre as tribos que habitavam o litoral da região actualmente conhecida como o Texas, sentindo-se maltratados tanto pelos seus captores (que conheciam bem a crueldade e iniquidade dos espanhóis), como pela natureza que não correspondia às suas noções de paraíso idílico... quando finalmente conseguiram escapar, iniciaram uma saga que, por mais desafios físicos que tenha representado, poderá ter sido fundamentalmente uma viagem de purificação e de crescimento espiritual.
Arrastados por dramáticas contingências, estes europeus não faziam ideia de que estavam prestes a ser protagonistas das mais mirabolantes, irónicas e inspiradoras aventuras do colonialismo genocida perpetrado pelos europeus.
Numa das tribos que os acolheu (ou os escravizou?), foram feitos ajudantes de curandeiros/xamãs, e consta que não se deram nada mal nessas novas tarefas. Ainda não sentiam que tinham descoberto uma insuspeita vocação (ou dom?) e muito menos estavam conscientes da auroral e telúrica epifania que despontava nas suas mentes confusas.
Continuando a fugir em direcção à civilização, a sua fama benfazeja precedia-os e por todo o lado as tribos queriam acolher os curandeiros brancos, coagindo-os a ajudar os desfalecido. Com o tempo, todos eles acabaram por assumir-se como curandeiros (miscigenando o pouco que conheciam entre as religiões dos dois continentes em colisão cultural), tornando-se lendária a sua competência. +++ A seu favor, além de uma estranha sorte, contava ainda um atractivo exótico. Os indígenas ficaram deveras espantados com o aspecto deste europeu assim como dos seus companheiros – incluindo um marroquino de pele escura.
Acrescentavam-lhes uma “aurea sobrenatural”, pois eles agiam de forma de forma oposta ao que era esperado do seu povo e sobretudo dos seus líderes.
Os índios estavam estavam extremamente receptivos a este género de visões.

+++ Actualmente restam poucos xamânes nómadas. Sem recurso à tecnologia, provavelmente os calauaias (que alguns especulam serem herdeiros dos misteriosos saberes místico-medicinais que se desenvolveram em Tihuanaco) são os que percorrem as maiores distâncias por toda a América do Sul.
Tal como o próprio Cabeza de Vaca relatou, a credulidade dos índios transformou a sua rota de fuga num movimento messiânico. Uma multidão seguia-os e a fama dos estrangeiros precedia a sua chegada às povoações indígenas, onde as pessoas lhes entregavam as suas riquezas materiais implorando-lhes por curas milagrosas. Pelo menos inicialmente, os atemorizados e confusos europeus, sabendo-se impotentes para fazer prevalecer a sua vontade pela força das armas, reagiram da outra maneira mais típica da sua cultura: oportunismo e impostura.
Para eles tudo não passava de pantomima fraudolenta, limitando-se a imitar alguns gestos ritualísticos dos curandeiros locais, acrescentando-lhes o sinal da cruz e uma Ave Maria (sic). Cabeza de Vaca assevera ter chegado a emular o maior truque místco (do mito) de Jesus Cristo: “ressuscitou” um índio!
A credulidade espiritual e a auto-sugestão (histérica) dos seus seguidores conduziu a uma tal dependência psicológica que chegou a provocar uma tragédia/catástrofe numa das aldeias em que os anfitriões se mostraram demasiado relutantes (através da súplica pacífica) em os deixar partir. Os estrangeiros perderam a paciência e protestaram irados. Tal atitude – antagónica com a cultura de cordialidade dos índios, sobretudo no que diz respeito aos assuntos do foro sacrossanto - causou um pânico generalisado – ao ponto de muitos índios adecerem, oito dos quais chegaram mesmo a perecer vítimas de distúrbios psicossomáticos. O pior é que esse incidente dramático só fez aumentar a fama dos seus alegados poderes sobrenaturais. E assim prosseguiram a improvável saga, escudados por um temor reverente superior ao que os índios atribuiam aos feiticeiros/curandeiros das suas etnias.



Nao creio que seja uma ingenuidade excessivamente lírica, deduzir que, à medida que aprendiam e adoptavam os costumes dos ameríndios seus anfitriões, descobriram a essência da felicidade que transcende as particularidades/idiossincrasias culturais; o elo espiritual que une todos os homens e estes à natureza que os sustenta. Durante anos cultivaram o prazer de praticar a generosidade abnegada e a pobreza material, indispensáveis à riqueza, ao fortalecimento e à credibilidade espiritual. Sentiram-se agraciados pelas dádivas da natureza; contribuiram para a cura de doentes que neles confiaram inteiramente; apaziguaram disputas e conquistaram a amizade e o respeito daqueles que inicialmente odiavam e temiam (muitos dos quais passaram a ser seus companheiros de viagem).


Regressados à civilização, ninguém queria aceitar que eles se tinham “indianizado” devido ao velho pavor (típico da tradição judaico-cristã) de que civilização é um artifício precário que tende a “degenerar”, assilvestrando. Os seus relatos fantásticos foram distorcidos para alimentar a quimera do ouro americano e os redimidos pareceram esquecer o que aprenderam entre os ameríndios, voltando a contagiar-se com a febre mortal da ganância; pelo menos metade deles voltou a juntar-se a expedições e perderam a vida à procura do ouro na terra onde tinham encontrado o maior dos bens.

Convivência...

sexta-feira, dezembro 11, 2009

"Human history becomes more and more a race between education and catastrophe."

- H. G. Wells

“Não há cultura que não se ampare no sagrado, quer seja ele religioso ou não. Mesmo os laicos do Ocidente europeu estão ligados ao sagrado: o sagrado da igauladade, da liberdade e da fraternidade.” – Alberto da Costa e Silva
“O vendedor de nitratos é como um traficante de drogas que, depois de prender um rapaz com a primeira dose, está certo de ter achado um cliente fiel até à morte.” – Laura Conti


“Nada é maravilhoso demais para ser verdade.” – Michael Faraday

“Todo o optimista é mal informado.” – Paulo Francis

"Malditas todas as cercas que nos impedem de amar!" - [Dom] Pedro Casaldáliga

quinta-feira, dezembro 10, 2009

“Milhões de hectares para [serem transformados em] madeira que estão ociosos, e outros milhões que as comunidades [indígenas] não cultivam nem cultivarão, para além de centenas de depósitos de minerais que não se podem trabalhar pelo tabu de ideologias superadas, por preguiça ou pela lei do cachorro do chacareiro: se eu não faço, ninguém pode fazer. O velho comunista anticapitalista do séc. XIX se disfarçou de proteccionista no séc. XX; e troca outra vez de camiseta no séc. XXI para ser ambientalista... Criaram a figura do nativo silvícola não integrado em nome do qual milhões de hectares não podem ser explorados. ” – Alan Garcia, Presidente da República do Peru . este filho-da-puta é mais um neoliberal lacaio de Washington e do grande capital, que tem sido conivente e até mesmo ordenado detenções arbitrárias, espancamentos e massacres de comunidades indígenas que se opõem à venda da selva (sobretudo para as companhias petrolíferas, madeireiros. Essa luta está a acontecer agora. Informem-se junto das ONG (ex.: Human Rights Watch e Amnistia Internacional)