Na nova agenda cultural a nossa vereadora prova que agarrou com unhas e dentes a carreira política, optando pelo típico “nim” dos políticos no que respeita ao referendo para a despenalização (até às 10 semanas) do aborto. (Às vezes pergunto-me se a mulherzinha tem algum macaco escondido na sua casa que esteja treinado para escrever lhe aqueles textos imbecis?...) Nem sequer tem coragem para seguir as directrizes do seu partido (que, a contra gosto dos guterristas, optou pelo SIM) e, falando sem dizer nada (como é seu apanágio), indica-nos que detém o monopólio de um tal “bom senso” institucionalizado que é a solução para esta celeuma em relação ao aborto. Dá vontade de lhe colocar junto à janela do seu quarto e a altas horas da noite (como acontece com o alarme da CMA…) um altifalante repetindo a música «Senhas» da Adriana Calcanhoto…
Realmente, até agora a tipa só mostrou alguma competência em roubar diapositivos…
Já agora, deixem-me dizer-vos que não é forçando mulheres a levar avante gravidezes indesejadas que vamos equilibrar a taxa de natalidade com a de mortalidade, invertendo a tendência para o envelhecimento da população europeia. (Para tal, devemos apostar na saúde, na educação e na recuperação ambiental, para além de deixarmos entrar mais emigrantes jovens, apostando no emprego digno para todos; reduzir as assimetrias sociais e combater a sinistralidade nas estradas,...)
Até compreendo que os papa-hóstias se indignem ante a perspectiva de que os seus impostos sirvam para custear abortos legais. Mas, desde quando é que o Estado nos dá a opção de decidirmos (para além da quase inutilidade do voto pontual) sobre a aplicação do dinheiro que nos exturque?! Creio que cerca de 99% dos meus impostos serve para financiar coisas que se situam nos antípodas dos meus ideais. Ademais, já todos custeamos com os nossos impostos as intervenções de emergência de abortos clandestinos que correram mal. (E ainda há médicos filhos-da-puta que denunciam à polícia essas desgraçadas!! Bem sei o que eles mereciam…)
Votar “Não” é patrocinar a continuação do lucrativo negócio dos abortos clandestinos, onde as mulheres estão totalmente desamparadas perante uma sociedade hipocritamente repressiva. Até vos dou um exemplo. A Clínica de Oiã (perto de Aveiro) é a que mais abortos “de luxo” faz em Portugal. É gerida por um casal. Ela é uma bimba asquerosa que até no Verão anda de casacos de pele e coberta de ouro e de pedras preciosas. É assim que vai trabalhar para a sua clínica (sempre em carros de luxo topo de gama) e despacha as mulheres (a maioria das quais ainda garotas) que recorrem aos seus serviços, cuspindo nos dedos gordos enquanto conta as notas (claro que não aceitam cheques, transferência bancária; as clientes nem sequer têm direito a uma ficha clínica, por forma a parecer que nunca ali estiveram). O marido dela é o cirurgião que faz o trabalho sujo. É um idoso já devia estar aposentado há pelo menos 20 anos e está farto de dar cabo de mulheres com intervenções mal feitas. As frequentes vítimas desses “acidentes” têm depois de escolher entre morrer de infecções e/ou de hemorragias, ou então ir a um hospital e arriscar serem denunciadas à policia…
Pois bem, a manda-chuva da clínica de Oiã anda a fazer campanha pelo “Não”… Pois claro, não vá a concorrência estragar-lhe o negócio. (refiro-me às novas clínicas da especialidade, não às “parteiras” de vão de escada.)
O “Não” vai impedir que haja uma oportunidade de dar o devido apoio às mulheres aflitas com gravidezes indesejadas, a fim de que possam melhor decidir (sob orientação de profissionais de saúde, incluindo psicólogos e assistentes sociais) sobre o que fazer com o seu corpo.
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