O País vai mal... é verdade! É preciso continuar a pedir sacrifícios aos portugueses. Mas como é que chegámos tão fundo? Não há dinheiro, dizem...
Já agora, talvez seja bom verificar em que condições e nível de vida andam aqueles que pedem sacrifícios ao português médio e ao que vive com o salário mínimo.
É isso que este texto pretende: abrir os olhos de todos para a hipocrisia dos nossos governantes.
Isto é apenas uma gota
no OCEANO chamado Portugal!
Tudo o que vai aparecer neste texto não é ficção! Acontece em Portugal. País com regime democrático à beira mar plantado. Vamos lá...
Demorou até um pouco para ver se não dava nas vistas. Mas a Festa continua...
Segundo a revista Focus (pág.25), a EDP conta com um novo assessor jurídico. Foi nomeado pelo ex-Ministro António Mexia (actual presidente executivo da EDP) e vai ganhar cerca de EUR 10.000/mês
Quem é ele? Perguntam vocês...
Pensem um pouco... Mais um bocadinho...
Não era fácil:
- Pedro Santana Lopes (MAIS UM JOB)
A opinião pública é fabricada por quem? Pela COMUNICAÇÃO SOCIAL.
E porque é preciso ter os jornalistas na mão.... O subsistema de saúde "dos fazedores de opinião" é INTOCÁVEL!!!
A Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas é dirigida por uma comissão administrativa cuja presidente é a mãe do ministro António Costa (PS) e do Director-Adjunto da Informação da SIC, Ricardo Costa.
Maria Antónia Palla Assis Santos - como não tem o "Costa", passa despercebida...
O Ministro José António Vieira da Silva (PS) declarou, em Maio último, que esta Caixa manteria o mesmo estatuto!
Isso inclui regalias e compensações muito superiores às vigentes na função pública (ADSE), SNS e os outros subsistemas de saúde.
Um quadro superior da GALP, admitido em 2002, saiu com uma indemnização de 290.000 euros, em 2004. Tinha entrado na GALP pela mão de António Mexia (PSD) e saiu de lá para a REFER, quando Mexia passou a ser Ministro das Obras Públicas e Transportes.
O filho de Miguel Horta e Costa (CDS-PPD), recém-licenciado, entrou para lá com 28 anos e a receber, desde logo, 6600 euros mensais.
Freitas do Amaral foi consultor da empresa, entre 2003 e 2005, por 6350 euros/mês, além de gabinete e seguro de vida no valor de 70 meses de ordenado.
Manuel Queiró (CDS - “o braço direito do Algarve”, casado com a Celeste da Caixa Geral de Depósitos Cardona), do PP, era administrador da área de imobiliário (?) 8.000euros/mês.
A contratação de um administrador espanhol passou por serem-lhe (ao Manuel) oferecidos 15 anos de antiguidade (é o que receberá na hora da saída), pagamento da casa e do colégio dos filhos, entre outras regalias.
Guido Albuquerque, cunhado de Morais Sarmento, foi sacado da ESSO para a GALP. Custo: 17 anos de antiguidade, ordenado de 17.400 euros e seguro de vida igual a 70 meses de ordenado.
Ferreira do Amaral, presidente do Conselho de Administração. Um cargo não executivo (?) era remunerado de forma simbólica: 3.000 euros por mês, pelas presenças. Mas, pouco depois da nomeação, passou a receber PPRs no valor de 10.000 euros, o que dá um ordenado "simbólico" de 13.000 euros...
Outros exemplos avulsos, ainda na GALP:
- Um engenheiro agrónomo que foi trabalhar para a área financeira a 10.000 euros por mês;
- A especialista em Finanças que foi para Marketing por 9800 euros/mês...
- Neste momento, o presidente da Comissão executiva ganha 30.000 euros e os vogais 17.500.
- Com os novos aumentos, Murteira Nabo passa de 15.000 para 20.000 euros mensais.
Assim, este dream team à moda de Portugal, pode dar cobertura a um bando de sanguessugas que não têm outro mérito senão o cartão de militante. Ou o pagamento de um qualquer favor político...
PESO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS NA POPULAÇÃO ACTIVA (Dados de 2004)
(Fonte EUROSTAT, publicado no Correio da Manhã)
Suécia---------------- 33,3%
Dinamarca----------- 30,4%
Bélgica---------------- 28,8%
Reino Unido--------- 27,4%
Finlândia------------- 26,4%
Holanda-------------- 25,9%
França---------------- 24,6%
Alemanha------------ 24%
Hungria--------------- 22%
Eslováquia------------ 21,4%
Áustria---------------- 20,9%
Grécia---------------- 20,6%
Irlanda---------------- 20,6%
Polónia---------------- 19,8%
Itália------------------- 19,2%
República Checa--- 19,2%
PORTUGAL--------- 17,9%
Espanha-------------- 17,2%
Luxemburgo---------- 16%
Não há pois funcionários públicos a mais. Há sectores em falta e outros em excesso.
A reforma administrativa deverá começar por mudar o seguinte:
- Cada ministro deste e de outros governos tem, para seu serviço pessoal e sob as suas ordens directas, uma média de 136 pessoas (entre secretários e subsecretários de estado, chefes de gabinete, funcionários do gabinete, assessores, secretárias e motoristas) e 56 viaturas, apenas CINCO vezes mais que no resto da Europa.
E a verdade que saiu do programa «Prós e Contras» da RTP de 22 de Maio foi que temos uma comunicação social corrupta e ao serviço de quem tem muito dinheiro.
Nestes dias, a ideia que mais uma vez a comunicação social vendeu à opinião pública, foi a da necessidade de 200 mil despedimentos na função pública.
Resulta que somos o 3º país da U.E. com menor percentagem de funcionários públicos na população activa.
Assim se informa e se faz política em Portugal.
Em Setembro de 2002 foi publicada na II Série do Diário da República a aposentação do Exmº. Senhor Juiz Desembargador Dr. José Manuel Branquinho de Oliveira Lobo, a quem foi atribuído o número de pensionista 438.881.
De facto, no dia 1 de Abril de 2002 o Dr. Branquinho Lobo havia sido sujeito a uma “Junta Médica” que, por força de uma doença do foro psiquiátrico, considerou a sua incapacidade para estar ao serviço do Estado, o que foi determinante para a sua passagem à aposentação.
O Dr. Branquinho Lobo passou a auferir uma pensão de aposentação no montante
de € 5.320,00.
Contudo, por resolução proferida no dia 30 de Julho de 2004, o Conselho de Ministros do Governo do Dr. Pedro Santana Lopes nomeou o Dr. Branquinho Lobo como Director Nacional da Polícia de Segurança Pública.
Desde então, o Dr. Branquinho Lobo acumula a sua pensão de aposentação por incapacidade com o vencimento de Director Nacional da P.S.P!!!!!
ANíBAL CAVACO SILVA
Actualmente recebe três pensões pagas pelo Estado, distribuídas da seguinte forma:
- € 4.152,00 - Banco de Portugal.
- € 2.328,00 - Universidade Nova de Lisboa.
- € 2.876,00 - Por sido primeiro-ministro.
Podendo acumulá-las com o vencimento de P.R. !
Porque será que, o Expresso, o Público, o Independente, o Correio da Manhã e o Diário de Notícias, não abordaram este caso, mas trataram os outros conhecidos, elevando-os quase à categoria de escândalos, será que vão fazer o mesmo que fizeram com os outros???
Não será por coisas destas a falência da Segurança Social?
Li, há semanas, numa pequena notícia do Expresso, que prescreveu uma dívida de 700.000 Euros, de IRS de António Carrapatoso, figura de proa da Telecel/Vodafone e destacado dirigente do PSD. Porque razão prescreveu esta dívida? Porque razão não se procedeu à cobrança coerciva, dado que o contribuinte em causa não tem, nem nunca teve, paradeiro desconhecido?
Aliás, António Carrapatoso nunca deixou de aparecer, com alguma frequência, nos écrans da televisão para entrevistas e comentários, onde sempre defendeu as virtudes do "sistema" em que vivemos e que nos é imposto (pudera!!!!!!). Esta dívida não pode prescrever porque se trata de dinheiro devido ao Estado, ou seja a TODOS NÓS.
Os CTT pagaram 19 mil euros a Luís Felipe Scolari por uma palestra de 45 minutos, que teve como tema algo do tipo «Como fortalecer o espírito de grupo» no dia 14 de Janeiro de 2005, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, durante um Encontro dos Correios de Portugal.
A decoração custou mais de 430 mil euros e havia dois carros de luxo. A despesa efectivamente facturada entre 8 de Julho de 2002 e 31 de Maio de 2005, com a decoração do gabinete do presidente do Conselho da Administração dos CTT, Carlos Horta e Costa, bem como a sua sala de visitas e ainda das salas de visitas e refeições custou 430.691 euros. Carlos Horta e Costa teve à sua disposição, entre 2002 e 2005, um Jaguar S Type (a renda para o adquirir custou cerca de 50.758 euros) e um Mercedes Benz S320CDI (comprado em Abril de 2004 por 84 mil euros). Assim, o Relatório da Inspecção-Geral das Obras Públicas conclui haver «indícios de má gestão» e «falta de contenção de uma empresa que gere dinheiros públicos», pelo anterior Conselho de Administração que liderou os CTT entre 8 de Julho de 2002 e 31 de Maio de 2005.
Sabe-se dia 27 no Público que a advogada Vera Sampaio foi contratada como assessora pelo membro do Governo Senhor Doutor Manuel Pedro Cunha da Silva Pereira, Ministro da Presidência.
Como a tarefa não é muito cansativa foi autorizada a continuar a dar aulas numa qualquer universidade privada onde ganha uns tostões para compor o salário e poder aspirar a ter uma vidinha um pouco mais desafogada.
O facto de ser filha do Senhor ex-presidente não teve nada a ver com este reconhecimento das suas capacidades, juro pela saúde do Engenheiro Sócrates.
Há famílias a quem a mão do Senhor toca com a sua graça. Ámen.
Neste caso soube-se há tempos que o filhote depois de se ter formado foi logo para consultor da Portugal Telecom, onde certamente porá toda a sua experiência ao serviço de todos nós.
Agora, como já ontem se disse, calhou a sorte à maninha e lá vai ela toda lampeira em part-time para o desgoverno, onde certamente porá toda a sua experiência ao serviço de todos nós.
Com apenas 50 anos de idade e gozando de plena saúde, o socialista Vasco Franco, número 2 do PS na Câmara de Lisboa durante as presidências de Sampaio e de Soares, está já reformado com uma pensão de 3.035 euros, um valor bastante acima do seu vencimento como vereador. Foi aposentado como técnico superior de 1ª classe – apesar de as suas habilitações literárias serem equivalentes ao 9º ano.
Entrou para o Ministério da Administração Interna em 1972 e dos 30 anos passados só ali cumpriu sete de dedicação exclusiva; três foram para o serviço militar e os restantes 20 na vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro. Vasco Franco diz que a lei o autoriza a contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro: triplicar o salário.
Já depois de ter entregue o pedido de reforma, Vasco Franco foi convidado para administrador da Sanest (uma sociedade de capitais públicos), com um ordenado líquido de 4000 euros mensais. Foi convidado pelo presidente da Câmara da Amadora, cuja mulher é secretária de Vasco Franco na Câmara de Lisboa.
A acumulação de vencimentos foi autorizada mas o salário de administrador é reduzido em 50% – para 2000 euros – a partir de Julho, mês em que se inicia a reforma, disse ao EXPRESSO Vasco Franco.
A somar aos mais de 5000 euros da reforma e do lugar de administrador, Vasco Franco recebe ainda mais 900 euros de outra reforma, por ter sido ferido em combate (!?) em Moçambique já depois do 25 de Abril (????????) e cerca de 250 euros em senhas de presença pela actuação como vereador sem pelouro.
Contas feitas, o novo reformado triplicou o salário que auferia no activo, ganhando agora mais de 1200 contos limpos. Além de carro, motorista, secretária, assessores e telemóvel.
Nem tudo vai mal nesta nossa República (Pelo menos para alguns!) Com as eleições legislativas de 20/Fevereiro, metade dos 230 deputados não foram eleitos. Os que saíram regressaram às suas anteriores actividades sem, contudo saírem tristes ou cabisbaixos. Quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, por Lei (deles) a um subsídio que dizem de reintegração (coitados, tem de voltar para esta selva que é a luta pelo pão de cada dia nos seus antigos lugares de administração ou de profissionais liberais tão mal pagos, como sabemos):
Um mês de salário (3.449 euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo.
Desta maneira um deputado que o tenha sido durante um ano recebe dois salários (6.898 euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários (68.980 euros). Feitas as contas e os deputados que saíram, o Erário Público desembolsou mais de 2.500.000 euros!
No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de reforma (mesmo que não tenham 60 anos!). Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos.
(Segue Lista)
Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:
Almeida Santos........................ 4.400, euros;
Medeiros Ferreira..................... 2.800, euros;
Manuela Aguiar......................... 2.800, euros;
Pedro Roseta............................ 2.800, euros;
Helena Roseta........................... 2.800, euros;
Narana Coissoró . .................... 2.800, euros;
Álvaro Barreto........................... 3.500, euros;
Vieira de Castro..........................2.800, euros;
Leonor Beleza . ........................ 2.200, euros;
Isabel Castro............................. 2.200, euros;
José Leitão................................ 2.400, euros;
Artur Penedos............................1.800, euros;
Bagão Félix............................... 1.800, euros.
(Vêem? Tadinhos destes "desconhecidos",
que se não fosse esta esmola estavam a comer na Mitra)
Quanto aos ilustres reintegrados , encontramos os seguintes:
Luís Filipe Pereira 26.890, euros / 9 anos de serviço;
Sónia Fortuzinhos 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço;
Maria Santos 62.000, euros /9 anos de serviço;
Paulo Pedroso 48.000, euros / 7 anos e meio de serviço
(e ainda vamos ver se não vai receber indemnizações pelo processo Casa Pia);
David Justino 38.000, euros / 5 anos e meio de serviço;
Ana Benavente 62.000 , euros / 9 anos de serviço;
M.ª Carmo Romão 62.000, euros / 9 anos de serviço;
Luís Nobre Guedes 62.000 , euros / 9 anos e meio de serviço.
A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente na última legislatura, isto é, 3 anos, o suficiente para terem recebido cerca de 20.000 euros cada !
É ESTA A CLASSE POLÍTICA QUE TEM A LATA DE PEDIR SACRIFÍCIOS AOS PORTUGUESES PARA DEBELAR A CRISE!!!!!!
Serão os políticos os únicos malandros?
Não! 9 em cada 10 aposentados com mais de 5.000 euros mensais foram juízes !!!
Lista de Aposentados no ano de 2005 (Janeiro a Novembro) com pensões de luxo:
São os seguintes os valores em Euros:
Janeiro
Ministério da Justiça
5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Março
Ministério da Justiça
7148.12 procurador-geral Adjunto Procuradoria-Geral República
5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5484.41 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Empresas Públicas e Sociedades Anónimas
6082.48 Jurista CTT Correios Portugal SA
Abril
Ministério da Justiça
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5338.40 Procuradora-Geral Adjunta
Procuradoria-Geral República - Antigos Subscritores
6193.34 Professor Auxiliar Convidado
Maio
Ministério da Justiça
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
5460.37 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5338.40 Procuradora-Geral Adjunta Procuradoria-Geral República
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Junho
Ministério da Justiça
5663.51 Juiz Conselheiro Supremo Tribunal Administrativo
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Julho
Ministério da Justiça
5182.91 Juiz Direito Conselho Superior Magistratura
5182.91 Procurador República Procuradoria-Geral República
5307.63 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Agosto
Ministério da Justiça
5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Conservadora Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5043.12 Notária Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Conservador 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5027.65 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5159.57 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Ajudante Principal Direcção Geral Registos Notariado
5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
5173.46 Notário 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
Vítor Constâncio governador do Banco de Portugal
ganha 272.628 € por ano, ou seja quase 3.894 contos MENSAIS, 14 meses/ano.
Outros ordenados chorudos do Banco de Portugal :
O Vice-governador, António Pereira Marta - 244.174 €/ano
O Vice-governador, José Martins de Matos - 237.198 €/ano
José Silveira Godinho - 273.700 €/ano
Vítor Rodrigues Pessoa - 276.983 €/ano
Manuel Ramos Sebastião - 227.233 €/ano
O Vice-governador, António Pereira Marta até acumula com o seu salário com a sua pensão como reformado … do Banco de Portugal.
Aliás, o Vítor Rodrigues Pessoa, também tem uma reforma adicional de 39.101 €/ano
Total 316.084 €/ano
e o José Silveira Godinho também acumula com uma pensão do BP, mais 139.550 €/ano
Total 413.250 €/ano
Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças recebeu durante os dois meses em que esteve no Executivo 4600 euros mensais de ordenado e uma reforma de 8.000 euros do Banco de Portugal.
Mira Amaral saiu da Caixa Geral de Depósitos (CGD) com uma reforma de gestor 18.000 euros. Na altura acumulava uma pensão de 1,8 mil euros, como deputado e 16.000 euros como líder executivo da CGD.
O que me choca não é o valor da reforma. É o facto de Mira Amaral poder auferir desta reforma - paga pelos contribuintes - ao fim de apenas um ano e nove meses!!!!!!
Esta situação é profundamente escandalosa e tem repercussões que afectam a própria credibilidade do regime democrático.
Esta forma aparentemente ligeira como é gasto o dinheiro dos contribuintes é grave pelo acto em si e pelo seu impacto na legitimidade do Estado para impor novas formas de captar receita.
Quando os juízes dizem que vão para a greve, nós começamos a perceber porquê...
António Marinho (Jornal Expresso 17 de Setembro) refere os seguintes privilégios dos magistrados :
1) Recebem um subsídio de renda de casa no valor de 700 EUR mensais, mesmo que residam em casa própria. E, se forem casados com outro magistrado, habitando em casa própria cada um deles recebe esse subsídio (logo, 1400 EUR). A situação atinge mesmo o absurdo já que até os magistrados aposentados ou jubilados incorporam esse subsídio nas suas reformas (!?), nas mesmas condições dos que se encontram no activo. Mais ainda: O subsídio de renda de casa dos magistrados está isento de IRS, após acórdão do STA, ou seja, decisões dos magistrados. Será possível que alguém possa auferir uma remuneração permanente, que essa remuneração entre no cálculo da reforma, mas que esteja isenta de IRS?????
2) Os magistrados do Supremo Tribunal Administrativo, do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal Constitucional que residam fora da área da Grande Lisboa recebem ajudas de custo precisamente quando se deslocam para o seu local de trabalho. A situação torna-se tanto mais incompreensível quanto é certo que os referidos magistrados usufruem de viagens totalmente gratuitas em todos os transportes públicos terrestres e fluviais, incluindo os comboios Alfa.
Aeroporto da Ota
(por Miguel Sousa Tavares)
Uma história de 2 aeroportos:
Áreas:
Aeroporto de Malaga: 320 hectares
Aeroporto de Lisboa: 520 hectares.
Pistas:
Aeroporto de Malaga: 1 pista,
Aeroporto de Lisboa: 2 pistas.
Tráfego(2004):
Aeroporto de Malaga: 12 milhões de passageiros, taxa de crescimento, 7% a 8% ao ano.
Aeroporto de Lisboa: 10,7 milhões de passageiros, taxa de crescimento 4,5% ao ano.
Soluções para o aumento de capacidade:
Malaga: 1 novo terminal, investimento de 191 milhões de euros, capacidade 20 milhões de passageiros/ano. O aeroporto continua a 8 Km da cidade e continua a ter uma só pista.
Lisboa: 1 novo aeroporto, 3.000 a 5.000 milhões de euros, solução faraónica a 40Km da cidade.
E o que dá sermos ricos com o dinheiro dos outros e pobres com o próprio espirito. Ou então alguém tem de tirar os dividendos dos terrenos comprados nos últimos anos. Ninguém investiga isto? E preciso fazer alguma coisa.
Pelo menos divulguem estes documentos,
ou faremos parte de um grupo de "Otários" silenciosos.
Depois de apresentar este texto só posso dizer que tenho vergonha
de ser português em Portugal.
Gostava de viver numa verdadeira Democracia!
Todos com o mesmo sistema de saúde;
Todos a pagarem impostos;
Todos a terem reformas merecidas e justas;
Todos com o mesmo sistema de Justiça
e não um para os ricos (intocáveis) e outro para os pobres.
Peço a quem ler esta mensagem que a divulgue e que se tiver conhecimento de mais casos que me envie para eu compilar tudo para mostrar a todos o país onde vivemos
tiago.lab@gmail.com
terça-feira, fevereiro 13, 2007
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Na nova agenda cultural a nossa vereadora prova que agarrou com unhas e dentes a carreira política, optando pelo típico “nim” dos políticos no que respeita ao referendo para a despenalização (até às 10 semanas) do aborto. (Às vezes pergunto-me se a mulherzinha tem algum macaco escondido na sua casa que esteja treinado para escrever lhe aqueles textos imbecis?...) Nem sequer tem coragem para seguir as directrizes do seu partido (que, a contra gosto dos guterristas, optou pelo SIM) e, falando sem dizer nada (como é seu apanágio), indica-nos que detém o monopólio de um tal “bom senso” institucionalizado que é a solução para esta celeuma em relação ao aborto. Dá vontade de lhe colocar junto à janela do seu quarto e a altas horas da noite (como acontece com o alarme da CMA…) um altifalante repetindo a música «Senhas» da Adriana Calcanhoto…
Realmente, até agora a tipa só mostrou alguma competência em roubar diapositivos…
Já agora, deixem-me dizer-vos que não é forçando mulheres a levar avante gravidezes indesejadas que vamos equilibrar a taxa de natalidade com a de mortalidade, invertendo a tendência para o envelhecimento da população europeia. (Para tal, devemos apostar na saúde, na educação e na recuperação ambiental, para além de deixarmos entrar mais emigrantes jovens, apostando no emprego digno para todos; reduzir as assimetrias sociais e combater a sinistralidade nas estradas,...)
Até compreendo que os papa-hóstias se indignem ante a perspectiva de que os seus impostos sirvam para custear abortos legais. Mas, desde quando é que o Estado nos dá a opção de decidirmos (para além da quase inutilidade do voto pontual) sobre a aplicação do dinheiro que nos exturque?! Creio que cerca de 99% dos meus impostos serve para financiar coisas que se situam nos antípodas dos meus ideais. Ademais, já todos custeamos com os nossos impostos as intervenções de emergência de abortos clandestinos que correram mal. (E ainda há médicos filhos-da-puta que denunciam à polícia essas desgraçadas!! Bem sei o que eles mereciam…)
Votar “Não” é patrocinar a continuação do lucrativo negócio dos abortos clandestinos, onde as mulheres estão totalmente desamparadas perante uma sociedade hipocritamente repressiva. Até vos dou um exemplo. A Clínica de Oiã (perto de Aveiro) é a que mais abortos “de luxo” faz em Portugal. É gerida por um casal. Ela é uma bimba asquerosa que até no Verão anda de casacos de pele e coberta de ouro e de pedras preciosas. É assim que vai trabalhar para a sua clínica (sempre em carros de luxo topo de gama) e despacha as mulheres (a maioria das quais ainda garotas) que recorrem aos seus serviços, cuspindo nos dedos gordos enquanto conta as notas (claro que não aceitam cheques, transferência bancária; as clientes nem sequer têm direito a uma ficha clínica, por forma a parecer que nunca ali estiveram). O marido dela é o cirurgião que faz o trabalho sujo. É um idoso já devia estar aposentado há pelo menos 20 anos e está farto de dar cabo de mulheres com intervenções mal feitas. As frequentes vítimas desses “acidentes” têm depois de escolher entre morrer de infecções e/ou de hemorragias, ou então ir a um hospital e arriscar serem denunciadas à policia…
Pois bem, a manda-chuva da clínica de Oiã anda a fazer campanha pelo “Não”… Pois claro, não vá a concorrência estragar-lhe o negócio. (refiro-me às novas clínicas da especialidade, não às “parteiras” de vão de escada.)
O “Não” vai impedir que haja uma oportunidade de dar o devido apoio às mulheres aflitas com gravidezes indesejadas, a fim de que possam melhor decidir (sob orientação de profissionais de saúde, incluindo psicólogos e assistentes sociais) sobre o que fazer com o seu corpo.
Realmente, até agora a tipa só mostrou alguma competência em roubar diapositivos…
Já agora, deixem-me dizer-vos que não é forçando mulheres a levar avante gravidezes indesejadas que vamos equilibrar a taxa de natalidade com a de mortalidade, invertendo a tendência para o envelhecimento da população europeia. (Para tal, devemos apostar na saúde, na educação e na recuperação ambiental, para além de deixarmos entrar mais emigrantes jovens, apostando no emprego digno para todos; reduzir as assimetrias sociais e combater a sinistralidade nas estradas,...)
Até compreendo que os papa-hóstias se indignem ante a perspectiva de que os seus impostos sirvam para custear abortos legais. Mas, desde quando é que o Estado nos dá a opção de decidirmos (para além da quase inutilidade do voto pontual) sobre a aplicação do dinheiro que nos exturque?! Creio que cerca de 99% dos meus impostos serve para financiar coisas que se situam nos antípodas dos meus ideais. Ademais, já todos custeamos com os nossos impostos as intervenções de emergência de abortos clandestinos que correram mal. (E ainda há médicos filhos-da-puta que denunciam à polícia essas desgraçadas!! Bem sei o que eles mereciam…)
Votar “Não” é patrocinar a continuação do lucrativo negócio dos abortos clandestinos, onde as mulheres estão totalmente desamparadas perante uma sociedade hipocritamente repressiva. Até vos dou um exemplo. A Clínica de Oiã (perto de Aveiro) é a que mais abortos “de luxo” faz em Portugal. É gerida por um casal. Ela é uma bimba asquerosa que até no Verão anda de casacos de pele e coberta de ouro e de pedras preciosas. É assim que vai trabalhar para a sua clínica (sempre em carros de luxo topo de gama) e despacha as mulheres (a maioria das quais ainda garotas) que recorrem aos seus serviços, cuspindo nos dedos gordos enquanto conta as notas (claro que não aceitam cheques, transferência bancária; as clientes nem sequer têm direito a uma ficha clínica, por forma a parecer que nunca ali estiveram). O marido dela é o cirurgião que faz o trabalho sujo. É um idoso já devia estar aposentado há pelo menos 20 anos e está farto de dar cabo de mulheres com intervenções mal feitas. As frequentes vítimas desses “acidentes” têm depois de escolher entre morrer de infecções e/ou de hemorragias, ou então ir a um hospital e arriscar serem denunciadas à policia…
Pois bem, a manda-chuva da clínica de Oiã anda a fazer campanha pelo “Não”… Pois claro, não vá a concorrência estragar-lhe o negócio. (refiro-me às novas clínicas da especialidade, não às “parteiras” de vão de escada.)
O “Não” vai impedir que haja uma oportunidade de dar o devido apoio às mulheres aflitas com gravidezes indesejadas, a fim de que possam melhor decidir (sob orientação de profissionais de saúde, incluindo psicólogos e assistentes sociais) sobre o que fazer com o seu corpo.
A propósito da gripe aviária...
Comunicado de Imprensa
31 de Outubro 2006
Mais informações em www.spea.pt
Proibição de importação de Aves na Europa
deve ser mantida
A 27 de Outubro celebrou ]se a proibição, pela Comissão Europeia, da
importação de aves selvagens para a União Europeia (EU). A SPEA,
representante portuguesa da BirdLife International, apela à Comissão para
que esta proibição se torne permanente dadas as suas implicações
conservacionistas, na Europa e nos países de onde as espécies são
originárias.
A UE importa 90% de todas as aves selvagens transaccionadas
internacionalmente – 1 a 2 milhões de aves por ano, e a SPEA / BirdLife
mantém que deverá haver uma proibição na importação de todas as aves
capturadas na natureza, salvo se forem apresentados benefícios para a
conservação da espécie em causa. O comércio de aves contribuiu para o
declínio de pelo menos 88 espécies de aves ameaçadas a nível internacional, e
mais de 3000 espécies são capturadas para venda como animais de estimação.
Aves como os papagaios do Senegal, araras, e mesmo o Tucano de Toco
(famoso pela publicidade à cerveja Guinness), são capturados, transportados
durante grandes distâncias em más condições e depois vendidos. Sem o
controlo adequado ou uma efectiva proibição, este comércio também põe em
perigo a saúde da vida selvagem nativa da Europa, do gado e mesmo das
pessoas!
Segundo Luís Costa, “a SPEA acredita que com a revisão da proibição prevista
para Dezembro, e com o aumento da pressão dos comerciantes de aves para a
levantar, é agora tempo para uma análise séria da questão do tráfico de aves
selvagens. A Comissão deve ter em conta a ameaça às espécies de aves, a falta
de avaliações e estudos científicos, e o facto de, apesar de investigação e
monitorização sobre o assunto, não haver histórias relacionadas com o
comércio de aves selvagens com final feliz, nem sinais de comércio sustentável.
Pedimos à Comissão que mantenha, por isso, a proibição permanentemente
por razões conservacionistas.”
O sistema actual de regulação do comércio de aves selvagens exige que sejam
apresentadas provas de que este não causa danos às populações selvagens
antes da suspensão das importações, e o número de espécies a que estas
regulações se aplica é reduzido, em comparação com o número actual
transaccionado. Com a falta de informação científica vigente, as
regulamentações estão sempre desactualizadas face à realidade do mercado, e
assim, apesar das espécies poderem estar a diminuir a um ritmo acelerado, a
sua comercialização continua a ser legal. Se a proibição for levantada sem a
necessária informação científica, as espécies de aves estão em sério perigo de
extinção.
Factos simples que contam a história:
• A excessiva exploração (para alimentação, animais de estimação, etc)
tem contribuído fortemente para a extinção de 52 das 133 (40%)
espécies de aves consideradas Extintas nos últimos 500 anos, e ainda
contribui para a quase extinção de 63 entre 179 (35%) espécies de aves
Criticamente em Perigo (em Estado Crítico, segundo o Livro Vermelho
da UICN de 2004)
• O comércio mundial de aves, ao nível nacional e internacional,
contribui também para o estatuto de ameaça de 169 das 1988 (10%)
espécies de aves Ameaçadas ou Quase Ameaçadas.
• Mais de 60 por cento de algumas espécies de aves capturadas para o
comércio como animais de estimação, morre antes de chegar ao seu
destino, significando um aumento na captura de aves, para sustentar a
procura.
• A Lista Vermelha da UICN de 2006 apresenta 36% de todos os
papagaios como Ameaçados ou Quase Ameaçados e 49 das 94 espécies
em risco (52%) são comercializadas.
“Alguns dos opositores a qualquer proibição dizem que esta vai fomentar o
comércio clandestino, mas não temos visto qualquer evidência desta situação,
mas antes constatado que o tráfico tem diminuído após a proibição temporária
por parte da UE”.
Mais uma vez, os factos suportam os nossos argumentos:
• Na Itália, o Corpo Regional Florestal do Nordeste relatou recentemente
que o comércio legal de aves não listadas na CITES estava a encobrir o
tráfico, e que tem havido uma redução significativa das importações
legais e ilegais, desde a proibição da UE.
• Na Hungria, a autoridade que regula a CITES relatou não ter realizado
mais apreensões de aves selvagens após a proibição total, concluindo
que o comércio não se tornou clandestino.
• Na Bélgica, foram apreendidas 2865 aves em 2003, 476 em 2004 e 3117
em 2005, mas não houve nenhuma desde Novembro de 2005.
• No Reino Unido o Governo afirmou que “Não há evidências que
sugiram o aumento das apreensões de aves selvagens importadas
ilegalmente para o RU”
A SPEA acredita que as aves poderiam ser importadas para a UE se os
comerciantes provassem que as suas aquisições eram parte integrante de um
programa de gestão baseado em conhecimentos científicos, e que como tal seria
benéfico para a conservação das espécies. O uso legítimo de aves importadas
poderia também incluir actividades como a educação ambiental e conservação
em jardins zoológicos, e investigação. Se a proibição for levantada sem o
controlo apropriado a funcionar, espécies como o Papagaio ]cinzento, já
dizimados no seu estado selvagem, poderão chegar ao ponto de declínio da
arara ]azul, já extinta na natureza, em especial devido ao comércio de aves.
Existe apoio popular para deslegitimar o insustentável comércio de aves
selvagens. Há poucas justificações para tal, pois aves criadas em cativeiro são
animais de estimação muito mais dóceis e milhares de aves selvagens seriam
salvas de mortes lentas e completamente evitáveis. Os lucros do tráfico ficam
nas mãos de intermediários e importadores, não impulsionando as economias
locais, não sendo assim sustentado o argumento de que as comunidades locais
sofreriam com a proibição deste comércio. Muitos países em todo o Mundo,
incluindo o Brasil, os EUA, a Índia e a Austrália, proibiram o comércio de aves
selvagens, por forma a proteger as suas próprias espécies, e já é tempo de a UE
deixar de ficar para trás e apanhar o “comboio pela conservação”.
A SPEA / BirdLife espera que quaisquer discussões sobre a proibição vejam
mais além do que o argumento actual da “gripe das aves” – que embora
válido, não é crucial para a proibição total do comércio de aves selvagens para
dentro da UE.
O risco de extinção para todas as espécies de animais e plantas é
avaliado segundo um padrão definido pela Comissão de Sobrevivência
de Espécies da UICN. Detalhes em http://www.iucn.org/themes/ssc/.
• O estatuto de conservação das espécies de aves divide ]se nas seguintes
categorias: Extinto, Extinto na natureza, Criticamente em perigo, Em
Perigo, Vulnerável, Dependente de Conservação e Quase Ameaçado.
• As aves globalmente ameaçadas estão distribuídas de forma desigual e
encontram ]se principalmente na região neo ]tropical e no sudeste
asiático. Contudo, a responsabilidade política para a conservação das
espécies ameaçadas é partilhada, havendo 219 territórios com pelo
menos uma espécie de ave ameaçada.
• Numa revisão bibliográfica, a RSPB constatou que poucas crias de aves
são retiradas do seu ninho quando as espécies são protegidas, e que o
sucesso reprodutor aumenta, pois sofrem menor perturbação humana
(Animal Conservation). Num segundo estudo, sobre a cacatua ]de ]crista ]
amarela – uma espécie existente na Indonésia – verificou ]se que a sua
população duplicou após a proibição de comercialização da espécie
(Cahill et al – Oryx: 40 (2)).
• O Papagaio ]cinzento ]africano é um dos animais de estimação mais
popular, sendo apreciado pelas suas capacidades de mimo, bem como
pela sua atractiva plumagem. Os registos da CITES mostram que
quase 360.000 papagaios desta espécie são exportados ilegalmente ou
morrem antes de chegarem às lojas de animais de estimação. Devido
ao tráfico de animais de estimação, as populações desta espécie estão a
diminuir na maior parte dos 23 países em que se encontra. Estas aves
estão à venda por mais de €750/casal.
• A captura de jovens crias não é a única razão para o declínio das
populações de aves exóticas, utilizadas como animais de estimação. A
perda de habitat, o comércio de penas e uma época de reprodução com
más condições climatéricas também são relevantes para este declínio.
No entanto, os cientistas consideram que populações vulneráveis pelo
tráfico de animais poderão sofrer mais facilmente com os outros
factores.
• O Wild Conservation Act de 1992 fez reduzir o número de papagaios
importados para os EUA, de 100.000 para poucas centenas em 1996. A
quantidade de importações de aves não aumentou em outros países,
sugerindo que esta legislação teve maior efeito na redução na captura
de crias no ninho, do que na procura de outros países, por parte dos
comerciantes de aves, para a sua venda.
• Resultados de um estudo de 2001 na América do Sul, mostram que a
proibição da importação de aves raras para os EUA em 1992, fez
diminuir significativamente a captura ilegal de papagaios selvagens
nesta região, ao invés de motivar o seu comércio clandestino.
• O Estudo de Mercado realizado pela RSPB concluiu que 92 por cento
dos inquiridos no Reino Unido e na Alemanha, desaprovavam o
comércio de aves selvagens em oposição a 1% e 2% de aprovação no
RU e na Alemanha respectivamente. O estudo foi conduzido pela
BMRB International, e realizado no Reino Unido nos dias 17 e 18 de
Junho de 2006, com uma amostra de 1003 indivíduos, com idades
iguais ou superiores a 16 anos, e na Alemanha nos dias 17 e 23 de
Junho do mesmo ano, com uma amostra de 1000 pessoas com idades
de iguais ou superiores a 14 anos.
Comunicado de Imprensa
31 de Outubro 2006
Mais informações em www.spea.pt
Proibição de importação de Aves na Europa
deve ser mantida
A 27 de Outubro celebrou ]se a proibição, pela Comissão Europeia, da
importação de aves selvagens para a União Europeia (EU). A SPEA,
representante portuguesa da BirdLife International, apela à Comissão para
que esta proibição se torne permanente dadas as suas implicações
conservacionistas, na Europa e nos países de onde as espécies são
originárias.
A UE importa 90% de todas as aves selvagens transaccionadas
internacionalmente – 1 a 2 milhões de aves por ano, e a SPEA / BirdLife
mantém que deverá haver uma proibição na importação de todas as aves
capturadas na natureza, salvo se forem apresentados benefícios para a
conservação da espécie em causa. O comércio de aves contribuiu para o
declínio de pelo menos 88 espécies de aves ameaçadas a nível internacional, e
mais de 3000 espécies são capturadas para venda como animais de estimação.
Aves como os papagaios do Senegal, araras, e mesmo o Tucano de Toco
(famoso pela publicidade à cerveja Guinness), são capturados, transportados
durante grandes distâncias em más condições e depois vendidos. Sem o
controlo adequado ou uma efectiva proibição, este comércio também põe em
perigo a saúde da vida selvagem nativa da Europa, do gado e mesmo das
pessoas!
Segundo Luís Costa, “a SPEA acredita que com a revisão da proibição prevista
para Dezembro, e com o aumento da pressão dos comerciantes de aves para a
levantar, é agora tempo para uma análise séria da questão do tráfico de aves
selvagens. A Comissão deve ter em conta a ameaça às espécies de aves, a falta
de avaliações e estudos científicos, e o facto de, apesar de investigação e
monitorização sobre o assunto, não haver histórias relacionadas com o
comércio de aves selvagens com final feliz, nem sinais de comércio sustentável.
Pedimos à Comissão que mantenha, por isso, a proibição permanentemente
por razões conservacionistas.”
O sistema actual de regulação do comércio de aves selvagens exige que sejam
apresentadas provas de que este não causa danos às populações selvagens
antes da suspensão das importações, e o número de espécies a que estas
regulações se aplica é reduzido, em comparação com o número actual
transaccionado. Com a falta de informação científica vigente, as
regulamentações estão sempre desactualizadas face à realidade do mercado, e
assim, apesar das espécies poderem estar a diminuir a um ritmo acelerado, a
sua comercialização continua a ser legal. Se a proibição for levantada sem a
necessária informação científica, as espécies de aves estão em sério perigo de
extinção.
Factos simples que contam a história:
• A excessiva exploração (para alimentação, animais de estimação, etc)
tem contribuído fortemente para a extinção de 52 das 133 (40%)
espécies de aves consideradas Extintas nos últimos 500 anos, e ainda
contribui para a quase extinção de 63 entre 179 (35%) espécies de aves
Criticamente em Perigo (em Estado Crítico, segundo o Livro Vermelho
da UICN de 2004)
• O comércio mundial de aves, ao nível nacional e internacional,
contribui também para o estatuto de ameaça de 169 das 1988 (10%)
espécies de aves Ameaçadas ou Quase Ameaçadas.
• Mais de 60 por cento de algumas espécies de aves capturadas para o
comércio como animais de estimação, morre antes de chegar ao seu
destino, significando um aumento na captura de aves, para sustentar a
procura.
• A Lista Vermelha da UICN de 2006 apresenta 36% de todos os
papagaios como Ameaçados ou Quase Ameaçados e 49 das 94 espécies
em risco (52%) são comercializadas.
“Alguns dos opositores a qualquer proibição dizem que esta vai fomentar o
comércio clandestino, mas não temos visto qualquer evidência desta situação,
mas antes constatado que o tráfico tem diminuído após a proibição temporária
por parte da UE”.
Mais uma vez, os factos suportam os nossos argumentos:
• Na Itália, o Corpo Regional Florestal do Nordeste relatou recentemente
que o comércio legal de aves não listadas na CITES estava a encobrir o
tráfico, e que tem havido uma redução significativa das importações
legais e ilegais, desde a proibição da UE.
• Na Hungria, a autoridade que regula a CITES relatou não ter realizado
mais apreensões de aves selvagens após a proibição total, concluindo
que o comércio não se tornou clandestino.
• Na Bélgica, foram apreendidas 2865 aves em 2003, 476 em 2004 e 3117
em 2005, mas não houve nenhuma desde Novembro de 2005.
• No Reino Unido o Governo afirmou que “Não há evidências que
sugiram o aumento das apreensões de aves selvagens importadas
ilegalmente para o RU”
A SPEA acredita que as aves poderiam ser importadas para a UE se os
comerciantes provassem que as suas aquisições eram parte integrante de um
programa de gestão baseado em conhecimentos científicos, e que como tal seria
benéfico para a conservação das espécies. O uso legítimo de aves importadas
poderia também incluir actividades como a educação ambiental e conservação
em jardins zoológicos, e investigação. Se a proibição for levantada sem o
controlo apropriado a funcionar, espécies como o Papagaio ]cinzento, já
dizimados no seu estado selvagem, poderão chegar ao ponto de declínio da
arara ]azul, já extinta na natureza, em especial devido ao comércio de aves.
Existe apoio popular para deslegitimar o insustentável comércio de aves
selvagens. Há poucas justificações para tal, pois aves criadas em cativeiro são
animais de estimação muito mais dóceis e milhares de aves selvagens seriam
salvas de mortes lentas e completamente evitáveis. Os lucros do tráfico ficam
nas mãos de intermediários e importadores, não impulsionando as economias
locais, não sendo assim sustentado o argumento de que as comunidades locais
sofreriam com a proibição deste comércio. Muitos países em todo o Mundo,
incluindo o Brasil, os EUA, a Índia e a Austrália, proibiram o comércio de aves
selvagens, por forma a proteger as suas próprias espécies, e já é tempo de a UE
deixar de ficar para trás e apanhar o “comboio pela conservação”.
A SPEA / BirdLife espera que quaisquer discussões sobre a proibição vejam
mais além do que o argumento actual da “gripe das aves” – que embora
válido, não é crucial para a proibição total do comércio de aves selvagens para
dentro da UE.
O risco de extinção para todas as espécies de animais e plantas é
avaliado segundo um padrão definido pela Comissão de Sobrevivência
de Espécies da UICN. Detalhes em http://www.iucn.org/themes/ssc/.
• O estatuto de conservação das espécies de aves divide ]se nas seguintes
categorias: Extinto, Extinto na natureza, Criticamente em perigo, Em
Perigo, Vulnerável, Dependente de Conservação e Quase Ameaçado.
• As aves globalmente ameaçadas estão distribuídas de forma desigual e
encontram ]se principalmente na região neo ]tropical e no sudeste
asiático. Contudo, a responsabilidade política para a conservação das
espécies ameaçadas é partilhada, havendo 219 territórios com pelo
menos uma espécie de ave ameaçada.
• Numa revisão bibliográfica, a RSPB constatou que poucas crias de aves
são retiradas do seu ninho quando as espécies são protegidas, e que o
sucesso reprodutor aumenta, pois sofrem menor perturbação humana
(Animal Conservation). Num segundo estudo, sobre a cacatua ]de ]crista ]
amarela – uma espécie existente na Indonésia – verificou ]se que a sua
população duplicou após a proibição de comercialização da espécie
(Cahill et al – Oryx: 40 (2)).
• O Papagaio ]cinzento ]africano é um dos animais de estimação mais
popular, sendo apreciado pelas suas capacidades de mimo, bem como
pela sua atractiva plumagem. Os registos da CITES mostram que
quase 360.000 papagaios desta espécie são exportados ilegalmente ou
morrem antes de chegarem às lojas de animais de estimação. Devido
ao tráfico de animais de estimação, as populações desta espécie estão a
diminuir na maior parte dos 23 países em que se encontra. Estas aves
estão à venda por mais de €750/casal.
• A captura de jovens crias não é a única razão para o declínio das
populações de aves exóticas, utilizadas como animais de estimação. A
perda de habitat, o comércio de penas e uma época de reprodução com
más condições climatéricas também são relevantes para este declínio.
No entanto, os cientistas consideram que populações vulneráveis pelo
tráfico de animais poderão sofrer mais facilmente com os outros
factores.
• O Wild Conservation Act de 1992 fez reduzir o número de papagaios
importados para os EUA, de 100.000 para poucas centenas em 1996. A
quantidade de importações de aves não aumentou em outros países,
sugerindo que esta legislação teve maior efeito na redução na captura
de crias no ninho, do que na procura de outros países, por parte dos
comerciantes de aves, para a sua venda.
• Resultados de um estudo de 2001 na América do Sul, mostram que a
proibição da importação de aves raras para os EUA em 1992, fez
diminuir significativamente a captura ilegal de papagaios selvagens
nesta região, ao invés de motivar o seu comércio clandestino.
• O Estudo de Mercado realizado pela RSPB concluiu que 92 por cento
dos inquiridos no Reino Unido e na Alemanha, desaprovavam o
comércio de aves selvagens em oposição a 1% e 2% de aprovação no
RU e na Alemanha respectivamente. O estudo foi conduzido pela
BMRB International, e realizado no Reino Unido nos dias 17 e 18 de
Junho de 2006, com uma amostra de 1003 indivíduos, com idades
iguais ou superiores a 16 anos, e na Alemanha nos dias 17 e 23 de
Junho do mesmo ano, com uma amostra de 1000 pessoas com idades
de iguais ou superiores a 14 anos.
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
Há mais de 500 anos, Leonardo da Vinci, um dos maiores génios de todos os tempos (e que era também vegetariano), vaticinou que chegaria o dia em que matar um animal (por divertimento) seria considerado tão grave quanto matar uma pessoa. O mestre renascentista, apesar de ser algo misantropo, depositou demasiada fé na evolução da nossa sociedade…
No primeiro domingo de Setembro fui até ao Paul dos Patudos com o intuito de observar como se comportariam os caçadores na abertura da época cinegética. (Na verdade, estes tipos nunca dão tréguas aos animais silvestres, limitando-se a trocar as cana de pesca pelas espingardas. Muitos antes de poderem disparar a tudo o quase mexo no chamado regime desordenado, são ainda sócios de zonas de caça onde caçam o resto do ano.) Ao fim de tantos anos a assistir a matanças gratuitas, penso sempre que já tenho o estômago suficientemente calejado para estas merdas, mas nunca é assim. Invariavelmente, Fico por demais transtornado.
Um grupo de energúmenos limitou-se a esperar junto aos dormitórios das aves aquáticas e dos estorninhos. Os disparos intensificaram-se ao crepúsculo e seguiram noite adentro, quando mal dava para ver sombras no céu, quanto mais para identificar espécies. A matança foi covardemente fácil e estupidamente inútil. Nem sequer têm a menor intenção de ir buscar os corpos das suas vítimas! Cerca de uma dúzia de espingardeiros conseguiram, ininterruptamente, disparar pelo menos 2 centenas de vezes (e, que eu saiba, os cartuchos não são à borla – mas as vidas de espécies que a todos nós pertencem, são…). O massacre é o seu único divertimento. Uns quantos estavam à volta de ETAR (do lado de fora da cerca) disparando para os patos (algumas das espécies são “protegidas” por Lei…) que já estavam pousados ou se preparavam para o fazer. Um monte de cadáveres ficou a boiar literalmente na merda. Suponho que estes filhos da puta se devem sentir orgulhosos destas manifestações de pseudovirilidade, estando-se a cagar para tudo o que seja responsabilidade social e ambiental. Cheguei a falar com um deles quando se preparava para partir ao volante o seu automóvel. Apenas queria saber se ele conhecia as espécies que tinha acabado de matar – para nada! Previsivelmente, o tipo respondeu-me com ameaças de violência física. O costume. Mas deu para notar que, se eu lhe tivesse chegado um fósforo ao pé da boca, o imbecil converter-se-ia num lança-chamas vivo, tal era o evidente estado de alcoolémia!
Há quem enalteça a caça, como um “desporto” que privilegia a convivência masculina (claro que tb existem mulheres espingardeiras, mas por cá geralmente essas são projectos de tias que se limitam a ir às batidas aos javalis e/ou aos veados em herdades de luxo). O que eu por lá vi foi um bando de barrigudos a disparar junto dos carros, confraternizando mais com as cervejas e com os cigarros de que entre os “irmãos de armas”. (Uma das coisa de que eu gostava mais quando vivia na Serra da Lousã, era que raramente se ouvia um tiro. Teoricamente, estava disponível para qualquer caçador lá ir fazer misérias, mas a porra é que a orografia é mesmo íngreme e nos sítios onde existe uma maior riqueza de fauna, não dá para lá ir de carro – nem com um jipe. Assim, estes desportistas –matadores da zona preferiam ir até ao Alentejo dar tiros em perdizes e em coelhos de galinheiro, do que puxar pelas pernas serra acima… Agora que reintroduziram os veados e os corços, a caça passou a ser muito mais elitista por aquelas bandas; qualquer idiota com a carteia bem nutrida e com uma carabina de mira telescópica com infravermelhos pode abatê-los sem mexer outros músculos para além dos indispensáveis para carregar no gatilho.)
Da Direcção Geral das Florestas não vale a pena esperar nada de bom, mas porque raios o SEPNA de Santarém ou de Almeirim nunca vão até ao nosso paul fiscalizar estes - e muitos outros – atentados ambientais?! Será que ainda não perceberam que o paul dos Patudos é a maior e mais ameaçada jóia ambiental desta região? Porque é que sempre que lhes telefono à hora em que são consumadas estas carnificinas (em que se cometem muitas ilegalidades), nunca estão disponíveis?! Como é que é possível que o referido paul se converta num importante (à escala europeia) santuário para a vida selvagem, se basta um punhado de parvalhões para manter os bichos aterrorizados, fugindo para longe? E o que dizer das muitas espécies protegidas que por lá continuam a ser chumbadas?
Durante décadas os caçadores fizeram do paul um acmpo de extermínio sem tréguas. A sociedade, nomeadamente a comunidade local, não pode continuar a permitir esse triste “espectáculo” ! Temos que pressionar as autoridades “competentes” a fim de acabarmos com esta guerra contra a natureza que a todos prejudica (até aos caçadores). E não pensem que eu vou conseguir fazer isso sozinho.
A caça, nas nossas latitudes, tornou-se numa caricatura grotesca e perversa de uma actividade que outrora contribuiu não só para a mera sobrevivência da nossa espécie, mas também para o nosso desenvolvimento físico, intelectual e social.
«O amor inteligente, simultaneamente cordial, ao campo, é um dos mais refinados produtos da civilização e da cultura. Quem verdadeiramente ama a natureza nela não vê peças de caça.» – Miguel Unamuno
«Existe uma diferença fundamental entre animais a preço e apreço pelos animais. O apreço é incompatível com tornar vítimas os objectos queridos.»- Carlos Herrera
Em Portugal os critérios “selectivos” do morticínio gratuito continuam a basear-se, em grande medida, num sobejamente conhecido lema (em jeito de remoque de mau gosto) dos caçadores:” acima de mosquito, abaixo de guarda”… Nada disto deveria surpreender num país que consagra mais direitos de usufruto do território aos caçadores do que aos restantes cidadãos – que são a esmagadora maioria.
demasiados séculos de perseguição implacável (com um notório acréscimo de violência a partir de 1974) fizeram com que os animais que habitam estas paragens estejam sujeitos a um stress elevadíssimo, permanentemente aterrorizados com a nossa presença; a sua sobrevivência depende sobretudo da capacidade de se esquivarem aos humanos (no caso mais agudo dos mamíferos, o sigilo fantasmal que os caracteriza é o seu melhor segurode vida). E não é para menos, só na Península ibérica são chacinados anualmente entre 50 a 90 milhões de animais – um bem comum a todos - para deleite de apenas 2% dos cidadãos! Este holocausto cinegético, nos últimos quatro séculos já levou à extinção 270 espécies de vertebrados! E há ainda que considerar as milhares de mortes obscuras devido ao plumbismo (ou envenenamento causado pelo chumbo).
No primeiro domingo de Setembro fui até ao Paul dos Patudos com o intuito de observar como se comportariam os caçadores na abertura da época cinegética. (Na verdade, estes tipos nunca dão tréguas aos animais silvestres, limitando-se a trocar as cana de pesca pelas espingardas. Muitos antes de poderem disparar a tudo o quase mexo no chamado regime desordenado, são ainda sócios de zonas de caça onde caçam o resto do ano.) Ao fim de tantos anos a assistir a matanças gratuitas, penso sempre que já tenho o estômago suficientemente calejado para estas merdas, mas nunca é assim. Invariavelmente, Fico por demais transtornado.
Um grupo de energúmenos limitou-se a esperar junto aos dormitórios das aves aquáticas e dos estorninhos. Os disparos intensificaram-se ao crepúsculo e seguiram noite adentro, quando mal dava para ver sombras no céu, quanto mais para identificar espécies. A matança foi covardemente fácil e estupidamente inútil. Nem sequer têm a menor intenção de ir buscar os corpos das suas vítimas! Cerca de uma dúzia de espingardeiros conseguiram, ininterruptamente, disparar pelo menos 2 centenas de vezes (e, que eu saiba, os cartuchos não são à borla – mas as vidas de espécies que a todos nós pertencem, são…). O massacre é o seu único divertimento. Uns quantos estavam à volta de ETAR (do lado de fora da cerca) disparando para os patos (algumas das espécies são “protegidas” por Lei…) que já estavam pousados ou se preparavam para o fazer. Um monte de cadáveres ficou a boiar literalmente na merda. Suponho que estes filhos da puta se devem sentir orgulhosos destas manifestações de pseudovirilidade, estando-se a cagar para tudo o que seja responsabilidade social e ambiental. Cheguei a falar com um deles quando se preparava para partir ao volante o seu automóvel. Apenas queria saber se ele conhecia as espécies que tinha acabado de matar – para nada! Previsivelmente, o tipo respondeu-me com ameaças de violência física. O costume. Mas deu para notar que, se eu lhe tivesse chegado um fósforo ao pé da boca, o imbecil converter-se-ia num lança-chamas vivo, tal era o evidente estado de alcoolémia!
Há quem enalteça a caça, como um “desporto” que privilegia a convivência masculina (claro que tb existem mulheres espingardeiras, mas por cá geralmente essas são projectos de tias que se limitam a ir às batidas aos javalis e/ou aos veados em herdades de luxo). O que eu por lá vi foi um bando de barrigudos a disparar junto dos carros, confraternizando mais com as cervejas e com os cigarros de que entre os “irmãos de armas”. (Uma das coisa de que eu gostava mais quando vivia na Serra da Lousã, era que raramente se ouvia um tiro. Teoricamente, estava disponível para qualquer caçador lá ir fazer misérias, mas a porra é que a orografia é mesmo íngreme e nos sítios onde existe uma maior riqueza de fauna, não dá para lá ir de carro – nem com um jipe. Assim, estes desportistas –matadores da zona preferiam ir até ao Alentejo dar tiros em perdizes e em coelhos de galinheiro, do que puxar pelas pernas serra acima… Agora que reintroduziram os veados e os corços, a caça passou a ser muito mais elitista por aquelas bandas; qualquer idiota com a carteia bem nutrida e com uma carabina de mira telescópica com infravermelhos pode abatê-los sem mexer outros músculos para além dos indispensáveis para carregar no gatilho.)
Da Direcção Geral das Florestas não vale a pena esperar nada de bom, mas porque raios o SEPNA de Santarém ou de Almeirim nunca vão até ao nosso paul fiscalizar estes - e muitos outros – atentados ambientais?! Será que ainda não perceberam que o paul dos Patudos é a maior e mais ameaçada jóia ambiental desta região? Porque é que sempre que lhes telefono à hora em que são consumadas estas carnificinas (em que se cometem muitas ilegalidades), nunca estão disponíveis?! Como é que é possível que o referido paul se converta num importante (à escala europeia) santuário para a vida selvagem, se basta um punhado de parvalhões para manter os bichos aterrorizados, fugindo para longe? E o que dizer das muitas espécies protegidas que por lá continuam a ser chumbadas?
Durante décadas os caçadores fizeram do paul um acmpo de extermínio sem tréguas. A sociedade, nomeadamente a comunidade local, não pode continuar a permitir esse triste “espectáculo” ! Temos que pressionar as autoridades “competentes” a fim de acabarmos com esta guerra contra a natureza que a todos prejudica (até aos caçadores). E não pensem que eu vou conseguir fazer isso sozinho.
A caça, nas nossas latitudes, tornou-se numa caricatura grotesca e perversa de uma actividade que outrora contribuiu não só para a mera sobrevivência da nossa espécie, mas também para o nosso desenvolvimento físico, intelectual e social.
«O amor inteligente, simultaneamente cordial, ao campo, é um dos mais refinados produtos da civilização e da cultura. Quem verdadeiramente ama a natureza nela não vê peças de caça.» – Miguel Unamuno
«Existe uma diferença fundamental entre animais a preço e apreço pelos animais. O apreço é incompatível com tornar vítimas os objectos queridos.»- Carlos Herrera
Em Portugal os critérios “selectivos” do morticínio gratuito continuam a basear-se, em grande medida, num sobejamente conhecido lema (em jeito de remoque de mau gosto) dos caçadores:” acima de mosquito, abaixo de guarda”… Nada disto deveria surpreender num país que consagra mais direitos de usufruto do território aos caçadores do que aos restantes cidadãos – que são a esmagadora maioria.
demasiados séculos de perseguição implacável (com um notório acréscimo de violência a partir de 1974) fizeram com que os animais que habitam estas paragens estejam sujeitos a um stress elevadíssimo, permanentemente aterrorizados com a nossa presença; a sua sobrevivência depende sobretudo da capacidade de se esquivarem aos humanos (no caso mais agudo dos mamíferos, o sigilo fantasmal que os caracteriza é o seu melhor segurode vida). E não é para menos, só na Península ibérica são chacinados anualmente entre 50 a 90 milhões de animais – um bem comum a todos - para deleite de apenas 2% dos cidadãos! Este holocausto cinegético, nos últimos quatro séculos já levou à extinção 270 espécies de vertebrados! E há ainda que considerar as milhares de mortes obscuras devido ao plumbismo (ou envenenamento causado pelo chumbo).
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