PB
domingo, abril 13, 2008
sábado, abril 12, 2008
quinta-feira, abril 10, 2008
quarta-feira, abril 09, 2008
RINGO
Na minha infância e adolescência os animais domésticos sempre foram os meus melhores amigos; talvez mesmo os únicos amigos. Entre os muitos bichos que me fizeram companhia, destacou-se um cão chamado Ringo. (Creio que esse nome o obteve em segunda mão por homenagem a outro seu parente que tornou menos penoso o meu exílio no Zimbabué.)
O pai do Ringo (II) era supostamente pertença de um casal cujos laços de amizade com os meus pais remontavam a Moçambique. Separámo-lo da sua progenitora demasiado cedo. Mal tinha aberto os olhos. Por isso, a minha mãe esmerou-se em cuidar dele, dando rédea solta aos seus instintos maternais aliados à experiência que tinha adquirido com os seus filhos. é indefectível que aflorem sorrisos ao meu rosto sempre que me recordo das cenas cómica e enternecedoras em que revejo a minha mãe dar o biberão ao cachorrinho como se este fosse um bebé humano, aninhado na curva do braço, de barriga para cima. De seguida, colocava-o de bruços sobre o seu ombro esquerdo e, com a mão direita, dava-lhe palmadinhas nas costas a fim de que arrotasse…por vezes encostava o nariz ao animal e exclamava que cheirava a chamuças.
Ainda desvalido, Ringo era por mim carregado para todo o lado no capuz do impermeável. Os aldeões que viam isto, repreendiam-me com a admonenda de que o cão iria ficar mole (sic). Pois sim, tornou-se veloz como o vento! (Se bem que devo dar-lhes razão quanto aos anunciados inconvenientes do excesso de mimos…) Eu também corria bastante bem. Aliás, um dos maiores objectivos atléticos que me estimulavam era o de desenvolver as minhas capacidades como velocista ao ponto de vencer o cão numa competição justa. Desconfio que ele se divertia com a ingenuidade pueril que eu demonstrava ao falhar na avaliação correcta dos nossos limites físicos.
Um dia, enquanto explorávamos uma encosta perto de casa, vi num prado inclinado a minha grande oportunidade de levar a melhor sobre o cão e, já em disparada, lancei-lhe o desafio, que ele aceitou de imediato sem se importar com o facto de eu estar a subverter um pouco as regras em meu favor... em poucos segundos ganhou a dianteira, mas a pouca distância de mim – o suficiente para acicatar os meus instintos e desejos de emulação, sem causar desânimo. Fiquei algo eufórico quando o alcancei e prelibei o feito inédito de o poder ultrapassar, entregando-me totalmente à corrida (mas, pormenor importante, de olhos postos no cão ao meu lado). Que tolo fui, nem reparei que ele estava a abrandar , pois sabia da proximidade de um socalco – para o qual nos dirigíamos a toda a brida!... Não sei se a sua intenção foi salvar-me, ou se revelou ter a divertida malícia de um pulhazito traiçoeiro, mas o certo é que ao chegarmos ao final perigosamente abrupto da improvisada pista de atletismo, ele lançou-se para a minha frente, agachando-se. Sendo-me impossível travar, tropecei no cão e, por instante em que a nossa normal percepção do tempo se altera para “câmara lenta”, desafiei a gravidade voando sobre um pequeno abismo. Cheguei a fazer um estapafúrdio mortal, antes de me estatelar no socalco abaixo (que, afortunadamente, ainda não tinha sido gadanhado, oferecendo uma fofa cama de centeio à queda aparatosa). Ainda atordoado, olhei para cima na direcção do cão, e poderia jurar que o vi sorrir…
O Ringo não me respeitava como o seu líder da matilha (nem eu quis assumir esse papel) , mas antes encarava-me como um irmão de idade próxima, e nem me admiraria se se considerasse mais esperto do que eu…mas não se precipitem em o julgar; com frequência ele foi o meu salvador. Por vezes até levava esse papel longe demais…
Provavelmente influenciado pelos filmes do Tarzan (os clássicos a preto e branco, estrelando Weissmuller no papel principal), ou simplesmente porque não conseguia resistir a este género de desafios auto propostos, resolvi saltar a boca de um poço. A sua abertura tinha um diâmetro pequeno (talvez um metro e meio) e não era completamente circular, pois encostava a um muro de socalco. Tampouco era muito profundo. Onde a água costumava marcar o nível, o poço inflectia uma abertura horizontal para forma aquilo a que chamavam uma mina. O meu plano era agarrar-me ao muro que espalmava a margem oposta do poço com uma forma invulgar. Afigurava-se-me como uma proeza bastante acessível. O que eu não previ foi que estivessem soltas as pedras às quais tentei firmar-me após o salto. Assim, traído pelas aparências, caí dentro do poço…O susto foi agravado pelo bombardeamento de calhaus aluídos (alguns do tamanho da minha cabeça), aos quais eu tinha depositado uma confiança estulta. Por pouco não me atingiram de forma letal.
As minhas primeiras tentativas para escalar uma saída foram frustradas pelas paredes excessivamente escorregadias. Sabia nadar, mas estava ciente de que acabaria por me afogar de exaustão, se é que a hipotermia não me apanhasse primeiro. Suspeitei que no interior da mina poderia ter pé. Ao tentar aí me enfiar, com os meus olhos melhor adaptados à escassa luz, vi que a agitação que causara na água fez com que se concentrasse nesse local vários animais mortos (podia identificar uns pardais e um lagarto) em avançado estado de putrefacção, o que me causou um profundo nojo, mantendo-me o mais afastado possível. Ouvia os latidos aflitos do Ringo que tentava trazer ajuda. (Eu era tão tímido e habituado a não contar com a bondade dos adultos, que nem sequer gritei por socorro…) Uma velhota nas proximidades acudiu aos apelos caninos. Assomou à borda do poço e eu pedi-lhe ajuda. Ela pegou num comprido varapau e atirou-mo. O seu movimento brusco sobressaltou ainda mais o Ringo, que deve tê-lo interpretado como um possível ataque ao seu amigalhaço de molho, pois abocanhou a perna da minha salvadora, numa mordida de aviso sem aleijar realmente, apenas segurando. Tal foi o suficiente para acagaçar a idosa que fugiu, atravessando as hortas aos gritos. Ora porra! De alguma forma, com o apoio do que deveria ser um jovem eucalipto recém cortado, lá consegui sair daquele apuro – apenas para ver um casal geriatra, de passo estugado e bufando furiosos, vir na minha direcção. A senhora, escudando-se a uma distância segura atrás do marido, era a que tinha acabado se ser magoada pelo meu cão. (Reconheci-a pela voz.) O velhote empunhava um caçadeira e vociferava ameaças de morte!
Ala, menino! Pernas p’ra que vos quero!
Foi preciso consideráveis esforços diplomáticos por parte dos meus pais para convencer os ofendidos a não exercer violentas represálias pelo menos contra o cão, embora o velho alcoólico e encolerizado demonstrava igual desprezo pela minha vida…
segunda-feira, abril 07, 2008
sexta-feira, abril 04, 2008
domingo, março 30, 2008
domingo, março 23, 2008
Mas fiquem “descansados” que esta autarquia não deixa a “educação ambiental” (hahahahaha) por mãos alheias! O Ripidurable, se ainda não fez nada de bom pelo nosso paul, já custeou até passeios a Londres para garotos que nunca mostraram o menor interesse pela natureza nem pelos problemas ambientais – limitando-se a lamber as botas (e quiçá outras partes ainda mais nojentas!...) à VEREADORA QUE ME ROUBOU UMA COLECÇÃO DE DIAPOSITIVOS! (tem piada que há uns aninhos até tentaram comprar o meu silêncio cúmplice com essa viagem a Inglaterra! Cambada de pulhas!!) E são estes os “técnicos especialistas” (hahahahah) que vão “ensinar” as nossas crianças a terem uma interacção positiva com a nossa biorregião!... Até na biblioteca municipal existe gente muito mais capaz, experiente (a lidar com crianças) e com maior sensibilidade ambiental que foram preteridos (como de costume) por terem falta de vocação para lacaios-engraxadores-espias da Gama-slides.
Dando continuidade à política de educação para a morte (provavelmente inspirada pela besta do marido da vereadora), ensinam as crianças – num espírito de competição! – a torturar e a matar animais selvagens! (refiro-me ao obsceno concurso de pesca infantil) Quem sabe a garotada seguirá os passos daquele energúmeno seca-adegas e um dia até cheguem a atacar – com total impunidade! - idosas enfermas e inocentes?...
Enquanto a zona industrial conta com a protecção criminosa do Rosa do Céu para atentar contra a vala, a autarquia – sem ter a menor consideração pela saúde pública! – leva crianças a passear na poluidíssima vala! Nem sequer aproveitam a oportunidade para fazer educação ambiental e falar dos problemas que afectam o que foi outrora um rio belo e exuberante de vida. Pois, porque não soa só os políticos que se estão a cagar para a natureza; muitos alpiarcenses passam a vida a despejar lixo para a vala. E quando é que fazem campanhas de sensibilização junto dos agricultores – dando-lhes alternativas vaiáveis a esta agricultura contra natura?!... Essas coisas – fundamentais ! - não dão votos, pois não?... Recordemos que o referido presidente de câmara também queria avançar – contra as deliberações do Ministério do Ambiente ! - com uma praia fluvial no extremamente poluído rio Tejo… Queria lá saber da saúde pública! Era mais uma fantochada populista. Ainda por cima deixou que se instalasse ao lado do Patacão (e da suposta praia fluvial) uma unidade industrial de extracção de areia no leito do rio…
Parece que o único “problema de saúde pública” que este escroque patologicamente obcecado pelo poder se preocupa é o pó talco que lhe apareceu no carro de luxo que comprou com o nosso dinheiro (num claro abuso de poder)… tal foi o selo na cueca que logo contratou dois gorilas – mais com o propósito de intimidar do que de proteger! E isto depois de ter contactado com alguns elementos da comunidade cigana local tentando corrompe-los a fim de que fizessem alguns trabalhinhos sujos contra os inimigos políticos do reizinho maçon…
sábado, março 22, 2008
sexta-feira, março 14, 2008
quinta-feira, março 13, 2008
segunda-feira, março 10, 2008
domingo, março 09, 2008
sexta-feira, março 07, 2008

No antigo hebraico, o fonema «men» tinha os seguintes significados: «mãe; vida; útero; mar»
Conservado na raiz latina, mar e mãe continuam a ter um antepassado etimológico comum (mare)…
Tanto em sânscrito como na língua do antigo império egípcio, o fonema «MA» evoca o sagrado feminino; a maternidade; a fertilidade – sob o signo da água…
Mais uns exemplos (dos quantiosos espalhados por toda a vila) de monumentos à estupidez e incúria camarária!...
Deixar estas pessoas manejar motosserras é como dar metralhadoras (verdadeiras) a crianças!... As feridas gravíssimas que provocam às árvores deixam-nas demasiado vulneráveis ao ataque de fungos e de bactérias, para além de, assim reduzidas a tocos moribundos, lhes roubarem a beleza e a dignidade.
Mas estejam descansados pois o pasquim papa-hóstias local asseverou – logo após a “misteriosa” mortandade maciça de peixes na vala de Alpiarça – que esta autarquia é a que mais se importa com o ambiente!... (bem, no sentido mais lato da palavra, o interior de um cofre de um banco suíço também pode ser considerado “ambiente” – fechado, para gáudio e tranquilidade das elites corruptas - incluindo os que abusam do poder político para proveito próprio…)
quinta-feira, março 06, 2008
terça-feira, março 04, 2008
sexta-feira, fevereiro 29, 2008
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
terça-feira, fevereiro 26, 2008

«. . . technological evolution is leading to something new: a worldwide, interlocked, monolithic, technical-political web of unprecedented negative proportions.»
« . . . We have lost the understanding that existed in all civilizations prior to ours, and that continues to exist on Earth today in societies that live side by side with our own; we have lost a sense of the sacredness of the natural world.»
«. . . We still have not developed an effective language with which to articulate our critiques [of the technological juggernaut]. This, in turn, is because we ourselves are part of the machine and so we have difficulty defining its shape and direction. But even if we have this difficulty, there are societies of people on this planet who do not. »
- Jerry Mander
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
domingo, fevereiro 24, 2008
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
quinta-feira, fevereiro 21, 2008
Subscrever:
Mensagens (Atom)